sábado, 30 de março de 2024

Edição nº 708

«Liturgia da Santa Missa»
Ano 13 – nº 708 – 31 de março de 2024

 

Domingo da Ressureição de N. S. Jesus Cristo
branco – 1ª classe

 

A Comunidade religiosa celebra o dia de hoje com Maria Santíssima, que, depois dos tormentosos dias da Paixão, tem mais direito ainda às alegrias da Ressurreição.

Com Jesus agradeçamos ao Pai Eterno a vitória da Redenção pela qual também nós ressuscitamos para uma vida nova (Intróito). O Cordeiro Pascal, imolado e ressuscitado, novamente se imola e ressuscita para nós no santo Sacrifício da Missa (Consagração e Comunhão). A Epístola, a Sequência e o Evangelho nos preparam a termos as devidas disposições.

Seja a celebração da santa Missa no dia de hoje, que é a Solenidade das Solenidades, a expressão sincera de nossa alegria e gratidão, porque Jesus, ressurgindo, nos deu a vida, uma vida nova na graça.



«Ressuscitou, não está aqui; eis o lugar onde O depositaram.» Ev.


Avisos Paroquiais

 

Atenção para os horários das Santas Missas em nossa matriz, neste Domingo:

 

    – Às 8h, em nossa igreja matriz;

    – Às 19h, Santa Missa Cantada.


*Serão transmitidas pelas redes sociais a Santa Missa das 8h e 19h, via Facebook e YouTube.

          Nas Capelas:

 

    – Às 10h, na Capela de São Brás, em Sesmaria;

    – Às 17h, na Capela de Santo Antônio, em Córrego Seco;

    – Às 19h, na Capela de Santa Rosa de Lima, em Santa Rosa (Serrinha).

Redes Sociais:

 

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 YouTube –  https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado

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Intróito / RESURREXI – Salmo 138. 18, 5-6, 1-2

Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Resurréxi, et adhuc tecum sum, allelúia: posuísti super me manum tuam, allelúia: mirábilis facta est sciéntia tua, allelúia, allelúia. Ps. Dómine, probásti me et cognovísti me: tu cognovísti sessiónem meam et resurrectiónem meam. . Glória Patri.

Ressuscitei e ainda estou contigo, aleluia; puseste sobre mim a tua mão, aleluia; admirável é a tua Sabedoria, aleluia, aleluia. Sl. Senhor, Vós me provastes e me conheceis; sabeis a minha morte e a minha ressurreição. . Glória ao Pai.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

Deus, qui hodiérna die per Unigénitum tuum æternitátis nobis áditum, devícta morte, reserásti: vota nostra, quæ præveniéndo aspíras, étiam adiuvándo proséquere. Per eundem Dominum nostrum Iesum Christum.

Ó Deus, que no dia de hoje pelo vosso Unigênito, vencestes a morte e nos abristes a porta da vida eterna, secundai com o vosso auxílio os votos que a vossa graça em nós suscitou. Pelo mesmo Jesus Cristo.

Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios I. 5. 7-8

Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.

Se ressuscitamos com Cristo, a nossa vida tem necessariamente de ser outra. Os Judeus só podiam comer o cordeiro pascal com pão ázimo; comamos nós também Cristo «nossa Páscoa», com o pão sem fermento duma vida sem mancha, isenta de todo fermento de pecado.

Fratres: Expurgáte vetus ferméntum, ut sitis nova conspérsio, sicut estis ázymi. Etenim Pascha nostrum immolátus est Christus. Itaque epulémur: non in ferménto véteri, neque in ferménto malítiae et nequitiæ: sed in ázymis sinceritátis et veritátis.

Irmãos: 7Purificai-vos do velho fermento, para que sejais uma nova massa agora que já sois ázimos; pois, o Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. 8Celebremos, portanto, a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade1.

1.  A quando da festa da Páscoa, em que se imolava o cordeiro pascal, os Judeus, depois de terem feito desaparecer todo «o velho fermento», que em suas casas se encontrasse, comiam apenas pão ázimo, isto é, pão sem fermento. Ora, Cristo, «nossa Páscoa», (nosso Cordeiro pascal), foi imolado uma vez para sempre, no dia da sua Paixão: é a páscoa do cristão, uma páscoa perene. Devemos, por conseguinte, banir da nossa vida «o velho fermento», isto é, o mal e as nossas ruins inclinações, e substituí-las pelos «ázimos de pureza e de verdade». Seremos assim verdadeiramente «ázimos», no sentido em que S. Paulo o entende.

Gradual Salmo 117. 24, 1

Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Hæc dies, quam fecit Dóminus: exsultémus et lætémur in ea. . Confitémini Dómino, quóniam bonus: quóniam in saeculum misericórdia eius.

Este é o dia que o Senhor fez; exultemos e alegremo-nos nele. . Glorificai o Senhor, porque Ele é bom; porque a sua misericórdia perdura nos séculos.

Aleluia / I Coríntios 5. 7

Allelúia, allelúia. . Pascha nostrum immolátus est Christus.

Aleluia, aleluia. . O Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.

Sequencia / Wipon  1050

Víctimæ pascháli laudes ímmolent Christiáni.

Agnus rédemit oves: Christus ínnocens Patri reconciliávit peccatóres.

Mors et vita duéllo conflixére mirándo: dux vitæ mórtuus regnat vivus.

Dic nobis, María, quid vidísti in via?

Sepúlcrum Christi vivéntis et glóriam vidi resurgéntis.

Angélicos testes, sudárium et vestes.

Surréxit Christus, spes mea: præcédet suos in Galilaeam.

Scimus Christum surrexísse a mórtuis vere: tu nobis, victor Rex, miserére.

Amen. Allelúia.

À vitima pascal, louvor

Imolem os Cristãos.

O Cordeiro redimiu as ovelhas:

O Cristo inocente, com o Pai,

Reconciliou os pecadores.

A morte e a vida se bateram

Num duelo estranho.

O Rei da vida2, morto,

Reina vivo.

– Dize-nos, Maria,

No caminho, o que havia?

O sepulcro do Cristo, que vive,

E a sua glória que ante os olhos tive.

Testemunhas celestes,

O sudário e as vestes.

O Cristo, ressurgiu; minha esperança.

Para a Galileia, antes de vós avança.

– Sabemos que o Cristo ressurgiu,

Dos mortos, na verdade.

Ó Rei vitorioso,

De nós, tende piedade.

Amém. Aleluia.

2. Expressão inspirada nos Atos (3. 15) que evoca um paralelismo entre Cristo, que nos dá acesso à vida eterna, e Moisés conduzindo o seu povo para a terra prometida.

Evangelho segundo São Marcos 16. 1-7

Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé.

Ao lado do tumulo vazio, um anjo anuncia às santas mulheres a Ressureição de Jesus. É a nós que ele se dirige por intermédio da Igreja. A narrativa evangélica das aparições, que vamos ler durante esta semana, deve firmar a nossa fé, do mesmo modo que a visão de Cristo ressuscitado foi uma âncora para a fé de seus discípulos.

In illo témpore: María Magdaléne et María Iacóbi et Salóme emérunt arómata, ut veniéntes úngerent Iesum. Et valde mane una sabbatórum, veniunt ad monuméntum, orto iam sole. Et dicébant ad ínvicem: Quis revólvet nobis lápidem ab óstio monuménti? Et respiciéntes vidérunt revolútum lápidem. Erat quippe magnus valde. Et introëúntes in monuméntum vidérunt iúvenem sedéntem in dextris, coopértum stola cándida, et obstupuérunt. Qui dicit illis: Nolíte expavéscere: Iesum quǽritis Nazarénum, crucifíxum: surréxit, non est hic, ecce locus, ubi posuérunt eum. Sed ite, dícite discípulis eius et Petro, quia præcédit vos in Galilǽam: ibi eum vidébitis, sicut dixit vobis.

Naquele tempo, 1Maria Madalena, Maria, Mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para virem embalsamar a Jesus. 2E no primeiro dia da semana3, depois do sábado, logo ao amanhecer, chegaram ao sepulcro, nascido já o sol. 3E diziam entre si: «Quem nos há de tirar a pedra da entrada do sepulcro?» 4E olhando, viram afastada a pedra, que era muito grande. 5Entrando no sepulcro, viram, então, um jovem assentado do lado direito, vestido com uma túnica branca; e ficaram assustadas. 6Ele lhes disse: «Não tenhais medo; buscais a Jesus de Nazaré que foi crucificado; ressuscitou, não está aqui; eis o lugar onde O depositaram. 7Ide, porém, e dizei a seus discípulos e a Pedro4, que Ele vos precede na Galileia; e ali O vereis como vos disse».

3. O domingo atual.
4. Notar a menção especial de Pedro.

 

CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

 

Ofertório Salmo 75. 9-10

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Terra trémuit, et quiévit, dum resúrgeret in iudício Deus, allelúia.

A terra tremeu e silenciou quando Deus se levantou para a julgar, aleluia.

Secreta

É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.

Súscipe, quǽsumus, Dómine, preces pópuli tui cum oblatiónibus hostiárum: ut, Paschálibus initiáta mystériis, ad æternitátis nobis medélam, te operánte, profíciant. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Recebei, Senhor, as preces de vosso povo com a oblação destas dádivas, para que, renovadas pelos Mistérios pascais, por vossa graça nos sirvam de remédio para a eternidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Communio / I Coríntios 5. 7-8

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Pascha nostrum immolátus est Christus, allelúia: itaque epulémur in ázymis sinceritátis et veritátis, allelúia, allelúia, allelúia.

O Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado, aleluia; celebremos, portanto, a festa, com os ázimos da sinceridade e da verdade, aleluia, aleluia, aleluia.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Spíritum nobis, Dómine, tuæ caritátis infúnde: ut, quos sacraméntis paschálibus satiásti, tua fácias pietáte concordes. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Infundi, Senhor, em nós, o Espírito de vosso Amor, a fim de que, todos os que saciastes com os Sacramentos pascais, por vossa bondade, permaneçam em perfeita união. Por Nosso Senhor Jesus Cristo... em união com o mesmo Espírito Santo.

 

Meditação

 

A Páscoa do Senhor

Ó Jesus, fazei-me digno de participar no gozo da Vossa Ressureição.

 

1 – «Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e alegremo-nos nele» (BR). É o dia por excelência, o dia mais alegre de todo o ano, porque nele «Cristo, a nossa Páscoa, foi imolado». Também o Natal é festa de alegria, mas ao passo que a alegria natalícia tem uma nota inconfundível de doçura, a alegria pascal é dominada pela nota do triunfo: é o gozo pelo triunfo de Cristo, pela Sua vitória. A liturgia da Missa indica-nos as duas características da alegria pascal: alegria na verdade (Ep. I Cor. 5, 7 e 8), alegria na caridade (Postcom.).

Alegria na verdade, segundo a vibrante exortação de S. Paulo: «celebremos a festa não com fermento velho..., mas com os ázimos da pureza e da verdade». Há neste mundo muitas alegrias efêmeras, baseadas em fundamentos frágeis e inconsistentes, mas a alegria pascal é a alegria de possuir a verdade que Cristo trouxe ao mundo e confirmou com a Sua Ressurreição. A Sua Ressurreição diz-nos que a nossa fé não é vã, que a nossa esperança não se funda num morto, mas num vivo, no vivo por excelência, cuja vida é tão poderosa que pode vivificar, no tempo e na eternidade, todos aqueles que acreditam  nEle: «Eu sou a Ressurreição e a vida; o que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá» (Jo. 11, 25). Alegria na verdade, porque só as almas sinceras e retas, que procuram com amor a verdade e agem segundo a verdade, podem gozar plenamente da Ressurreição. Alma sincera é aquela que se reconhece tal qual é, com os seus defeitos com as suas deficiências, com a sua necessidade de conversão, e que, justamente pela consciência da sua miséria, está sinceramente decidida a querer purificar-se do velho fermento das paixões, para se renovar inteiramente em Cristo ressuscitado.

Mas a verdade deve operar-se na caridade: «veritatem facientes in caritate» (Ef. 4, 15), e por isso é mais oportuna que nunca a oração que o Postcommunio nos põe nos lábios: «Infundi em nós, Senhor, o espírito da Vossa caridade; e fazei, pela Vossa bondade, que... vivamos sempre unidos em perfeita concórdia». Não pode existir verdadeira alegria pascal onde não houver concórdia e benevolência mútuas.

2 – O Evangelho (Mc. 16, 1-7) apresenta-nos as piedosas mulheres, as fidelíssimas, que ao alvorecer do Domingo correm ao sepulcro e que no caminho perguntam preocupadas umas às outras: «Quem nos há de revolver a pedra da boca do sepulcro?» Mas esta preocupação, aliás bem justificada pelo tamanho e peso da pedra que fechava o túmulo, não as faz desistir do seu intento porque estão inflamados no desejo de encontrar Jesus. E eis que, ao chegarem, veem a pedra removida e, entrando no sepulcro, encontram um anjo que lhes dá a grande nova: «Ressuscitou; não está aqui». Por alguns momentos Jesus não Se deixa ver nem encontrar, mas pouco depois, quando as mulheres, conforme a ordem recebida do Anjo, vão dar a novidade aos discípulos, Ele aparecer-lhes-á, dizendo: «Eu vos saúdo!» (Mt. 28, 9), e a sua alegria é então plena.

Também nós temos o desejo ardente de encontrar o Senhor. Certamente há já muitos anos que nos pusemos à Sua procura e talvez o nosso desejo tenha sido acompanhado de sérias preocupações: Como farei para remover os obstáculos, para tirar da minha alma as pedras que me impedem de encontrar o Senhor, de me entregar inteiramente a Ele, de O fazer triunfar em mim? Mas porque desejávamos encontrar o Senhor, sustentados pela Sua graça, pudemos superar tantos obstáculos e a divina Providência ajudou-nos a remover muitas pedras, a vencer muitas dificuldades. Todavia a busca de Deus é progressiva e deve continuar por toda a vida; por isso, como as piedosas mulheres, devemos ter sempre a santa preocupação de encontrar o Senhor. Esta preocupação tornar-nos-á laboriosos e diligentes nessa procura e, ao mesmo tempo, confiantes na ajuda divina, porque é certo que onde as nossas forças não podem chegar, o Senhor providenciará, fazendo Ele por nós aquilo que nós não podemos fazer.

A Páscoa marca em cada ano uma renovação na nossa vida espiritual, na busca de Deus. Cada ano retomamos o nosso caminho em direção a Ele «in novitate vitæ» (Rom. 6, 4).

               MADALENA, Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 547-549.

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