«Liturgia da Santa Missa»
Ano 13 – nº 706
– 19 de março de 2024
† Festa de São José
Esposo de Nossa Senhora e Padroeiro da Igreja Universal
branco – 1ª classe.
Duas
grandes festas celebra a santa Igreja em honra de S. José. Como esposo de Nossa
Senhora e pai adotivo de Jesus, ele tomou parte intimamente na Redenção.
Celebram-se hoje as excelsas virtudes e a santidade que lhe mereceram a
predileção de Deus, enquanto a segunda festa visa mais a sua dignidade de
Padroeiro da Igreja Universal.
Na santa Missa, depois de o saudarmos com o título de Justo (Intróito) imploramos a sua intercessão (Oração), pois Deus ouve as suas orações como ouviu a de Moisés. A este se referem as palavras da Leitura que são aplicadas a S. José. O Evangelho nos mostra a sua grandeza, chamando-o de Justo, e ao mesmo tempo, nos manifesta a delicadeza de seu pensamento, a sua pureza e a sua fé na palavra de Deus. Embora ornado de tantas virtudes, S. José é modelo de perfeita humildade. Pequeno aos olhos do mundo, foi grande aos olhos de Deus e é grande no Reino dos céus.
Pois não é Este o filho do carpinteiro? Ev.
Avisos
Paroquiais
Atenção:
- Haverá Santa Missa às 6h e 19h em nossa igreja matriz;
- Será transmitida a Santa
Missa das 19h, via Facebook e YouTube.
Redes
Sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
Intróito / Salmo 91. 13-14, 2
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou
solenidade do dia.
Iustus ut palma florébit: sicut cedrus
Líbani multiplicábitur: plantátus in domo Dómini: in átriis domus Dei nostri.
Ps. Bonum est confiteri Dómino: et psállere nómini tuo, Altíssime. ℣. Glória Patri.
O Justo floresce como a palmeira, na
plenitude da força, como o cedro do Líbano plantado na casa do Senhor, e nos
átrios da casa de nosso Deus. Sl. É bom louvar o Senhor e cantar salmos em
honra de vosso Nome, ó Altíssimo. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Sanctíssimæ Genetrícis tuæ Sponsi,
quǽsumus, Dómine, méritis adiuvémur: ut, quod possibílitas nostra non óbtinet,
eius nobis intercessióne donétur: Qui vivis et regnas.
Senhor, nós Vos pedimos sejamos
auxiliados pelos méritos do esposo de vossa Mãe Santíssima, para que, por sua
intercessão nos sejam concedidas as graças que a nossa própria força não
alcança. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.
Epístola extraída do livro do Eclesiástico 45. 1-6
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
Aplicando a S. José o elogio de Moises feito pelo Eclesiástico, a
liturgia convida-nos a reencontrar nos homens escolhidos por Deus, os caminhos
da Providência divina, que prossegue através dos séculos a realização dos seus
desígnios para a salvação do mundo.
Diléctus Deo et homínibus, cuius
memória in benedictióne est. Símilem illum fecit in glória sanctórum, et
magnificávit eum in timóre inimicórum, et in verbis suis monstra placávit.
Glorificávit illum in conspéctu regum, et iussit illi coram pópulo suo, et
osténdit illi glóriam suam. In fide et lenitáte ipsíus sanctum fecit illum, et
elégit eum; ex omni carne. Audívit enim eum et vocem ipsíus, et indúxit illum
in nubem. Et dedit illi coram præcépta, et legem vitæ et disciplínæ.
Ele 1[Moisés],
foi amado de Deus e dos homens; sua memória é uma benção. 2O Senhor
fê-lo semelhante aos Santos na glória e engrandeceu-o pelo temor que infundia a
seus inimigos; ele com as suas palavras fez cessar os prodígios. 3Glorificou-o
diante dos reis; deu-lhe seus preceitos diante de seu povo e mostrou-lhe a sua
glória. 4Por sua fidelidade e mansidão o santificou e o escolheu dentre todos os
homens. 5Porque Deus o escutou e lhe ouviu a voz, e fê-lo entrar na nuvem. 6E
deu-lhe, face a face, os seus preceitos e a lei da vida e da doutrina.
Gradual / Salmo 20. 4-5
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou
sugeridos pelo Mistério do dia.
Dómine, prævenísti eum in
benedictiónibus dulcédinis: posuísti in cápite eius corónam de lápide pretióso.
℣. Vitam pétiit a te, et tribuísti ei longitúdinem diérum in sǽculum
sǽculi.
Senhor, Vós o prevenistes com bênçãos
de doçura; pusestes sobre a sua cabeça uma coroa de pedras preciosas. ℣. Pediu-Vos a vida e largos anos lhe concedestes pelos séculos dos
séculos.
Tracto / Salmo 111. 1-3
No Tempo
da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
Beátus vir, qui timet Dóminum: in
mandátis eius cupit nimis. ℣. Potens in terra erit semen eius:
generátio rectórum benedicétur. ℣. Glória et divítiæ in domo
eius: et iustítia eius manet in sǽculum sǽculi.
Bem-aventurado o homem que teme o
Senhor e se alegra em cumprir os seus preceitos. ℣. Poderosa será a sua posteridade sobre
a terra, abençoada será a descendência dos Justos. ℣. Há em sua casa glória e riqueza, e a sua justiça permanece por todos os
séculos.
Evangelho segundo São Mateus 1. 18-21
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
Os grandes desígnios de Deus realizam-se com aquela simplicidade de que
esta página do evangelho nos dá comovente testemunho. S. José, age com a
retidão do justo dócil a Deus.
Cum esset desponsáta Mater Iesu María
Ioseph, ántequam convenírent, invénta est in útero habens de Spíritu Sancto.
Ioseph autem, vir eius, cum esset iustus et nollet eam tradúcere, vóluit
occúlte dimíttere eam. Hæc autem eo cogitánte, ecce, Angelus Dómini appáruit in
somnis ei, dicens: Ioseph, fili David, noli timére accípere Maríam cóniugem
tuam: quod enim in ea natum est, de Spíritu Sancto est. Páriet autem fílium, et
vocábis nomen eius Iesum: ipse enim salvum fáciet pópulum suum a peccátis
eórum.
18Estando já desposada Maria, Mãe de Jesus, com José, antes que habitassem
juntos, achou-se ter ela concebido por obra do Espírito Santo. 19Então,
José, seu marido, como era um homem justo e não a queria difamar, resolveu
deixá-la secretamente. 20Mas, enquanto intentava isto, um Anjo
do Senhor apareceu-lhe em sonho, dizendo-lhe: José, filho de Davi, não temas
receber Maria, como tua esposa, porque O que nela foi concebido é obra do
Espírito Santo. 21E ela dará à luz um Filho, aos qual
tu porás o nome de Jesus, porque Ele salvará seu povo de seus pecados.1
1. Jesus, de fato, significa, etimológicamente,
Salvador.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve
compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja,
afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 88. 25
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Véritas mea et misericórdia mea cum
ipso: et in nómine meo exaltábitur cornu eius.
Minha fidelidade e minha misericórdia
estão com ele; e em meu Nome se levantará o seu poder.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Débitum tibi, Dómine, nostræ réddimus
servitútis, supplíciter exorántes: ut, suffrágiis beáti Ioseph, Sponsi
Genetrícis Fílii tui Iesu Christi, Dómini nostri, in nobis tua múnera tueáris,
ob cuius venerándam festivitátem laudis tibi hóstias immolámus. Per eúndem
Dóminum nostrum Iesum Christum.
Senhor, nós Vos rendemos o tributo que
Vos é devido, rogando humildemente que conserveis em nós os vossos dons por
intercessão de S. José, esposo da Mãe de vosso Filho, Jesus Cristo, Senhor
nosso, porque em sua festiva solenidade Vos oferecemos este Sacrifício de
louvor. Pelo mesmo Jesus Cristo.
Communio / Mateus 1. 20
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Ioseph, fili David, noli timére
accípere Maríam cóniugem tuam: quod enim in ea natum est, de Spíritu Sancto
est.
José, filho de Davi, não temas receber
Maria, como tua esposa. Porque O que nela foi concebido é obra do Espírito
Santo.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Adésto nobis, quǽsumus, miséricors
Deus: et, intercedénte pro nobis beáto Ioseph Confessóre, tua circa nos
propitiátus dona custódi. Per Dóminum nostrum Iesum Christum.
Dignai-Vos assistir-nos, ó Deus
misericordioso, e por intercessão de S. José, vosso Confessor, conservai-nos,
propício, os vossos Dons e graças. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
São José, Padroeiro da Igreja
Ó glorioso S. José, fazei que sob o vosso patrocínio cresça e se
desenvolva a minha vida interior.
1 – Hoje
a Igreja apresenta-nos S. José, o grande Patriarca a cuja guarda Deus quis
confiar a porção mais escolhida do Seu rebanho: Maria Santíssima e Jesus.
Precisamente porque S. José foi escolhido por Deus para guarda da família de
Nazaré, primeiro núcleo da grande família cristã, a Igreja quis reconhecer nele
o guardião e o patrono de toda a cristandade. É este o significado da festa de
hoje que nos convida a fixar o nosso olhar na missão do grande Santo, nas suas
relações com Jesus e com a Sua Igreja.
Uma vez
conhecido o mistério da Encarnação, toda a vida de José gravita em torno do
Verbo Encarnado: por Ele suportou angústias, sofrimentos, canseiras, o seu
trabalho; consagrou-Lhe todos os seus cuidados, as suas energias, os seus
recursos, todo o seu tempo. Não reservou nada para si, mas, esquecido
totalmente das exigências, desejos e opiniões pessoais, entregou-se unicamente
aos interesses e à obra de Jesus. Para José não existem senão Jesus e Maria e ele
sente que a sua vida não tem outra razão de ser senão servi-los e protegê-los.
Desta forma participou em cheio, como colaborador humilde e oculto, na obra da
Redenção, e se não acompanhou Jesus na Sua vida apostólica e na Sua morte de
Cruz, como Maria, trabalhou, no entanto, pelos mesmos fins do Salvador.
Tendo
sido o guarda fiel da Sagrada Família, é impossível que do céu S. José não
continue a ser o guarda da grande família cristã, a Igreja inteira, a qual,
certa da sua protecção e apoiando-se nela, suplica assim na Missa do dia:
«Apoiando-nos sobre o patrocínio do Esposo da Vossa Mãe Santíssima,
imploramos, Senhor, a Vossa clemência... e pelos seus méritos e intercessão
fazei-nos participar na sua glória celeste» (MR.).
2 – A
escolha de S. José para guarda da Família de Nazaré foi também para ele o
chamamento à intimidade divina. Não devemos esquecer que S. José se encontra
no ponto de divisão entre o Antigo e o Novo Testamento; a primeira parte da sua
vida pertence ao Antigo e a segunda ao Novo. Antes da vinda de Jesus, tal como
os outros Patriarcas da antiga aliança, ele terá certamente seguido as
directivas do seu tempo pelo que as suas relações com Deus teriam sido
sobretudo informadas por um sentimento de temor reverencial. Mas desde o
momento em que o Anjo lhe revela o mistério da Encarnação e ele vem a saber
que Maria, sua Esposa, é a Mãe do Redentor, tudo muda na sua vida. Deus, a quem
sempre honrara como o Altíssimo, o Inacessível, o três vezes Santo, aproxima-Se
tanto dele que encarna no seio de sua Esposa e o escolhe a ele para Seu pai adotivo.
Logo que nasce, é posto em seus braços e confiado aos seus cuidados; irá
crescendo sob os seus olhares, comerá à sua mesa e dormirá debaixo do seu teto.
Oh! Que vida de intimidade! Intimidade não só de relações exteriores, mas
também de relações interiores e espirituais, porque José conhece pela fé que
Jesus é o seu Deus. Assim, juntamente com Maria, o grande Santo foi o primeiro
a penetrar naquela vida de amor e de intimidade com Deus cujas portas nos foram
abertas por Jesus. Vejamos José, portanto, cumprindo a sua missão não só com
uma total dedicação exterior, mas com o coração cheio de Jesus, com um coração
onde se desenrola uma vida riquíssima de intimidade divina. Ao mesmo tempo que
se entrega aos deveres do seu ofício de pai adotivo, no segredo da sua alma
vive em contínuas relações de amor com o seu Deus, o Verbo Encarnado.
Cada um
de nós tem na Igreja a sua missão a cumprir para o bem das almas e para a
glória de Deus, missão que exige obras, e muitas vezes obras fatigantes,
sacrifícios e atividade intensa. Como S. José, devemos dar-nos com
generosidade, com totalidade, sem nos pouparmos, sem reservas; mas devemos
igualmente dar-nos às obras de Deus com um coração cheio de Deus, com um
coração que vive em intimidade com Ele, alimentando esta intimidade por meio do
exercício assíduo da oração. José ensina-nos o seu doce segredo de vida ao
mesmo tempo ativa e contemplativa para que, como ele, saibamos dar-nos à ação
sem descurar a nossa vida de íntima união com Deus.
MADALENA, Padre Gabriel de Santa
Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto:
Edições Carmelitanas, 1967, p. 1440-1442.
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