sábado, 30 de julho de 2022

Edição nº 610

«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 610 – 31 de julho de 2022

 

 8º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.

 

Já a Missa do domingo passado nos mostrou a humanidade dividida em dois campos: o escravo do pecado e o escravo de Deus. A boa árvore e a árvore má.  Também nesta Missa, Nosso Senhor nos fala (Evangelho) dos filhos do mundo e dos filhos da luz.  Aqueles são mais prudentes em sua espécie, isto é, em atingirem os fins que levam à perdição e à morte. E, ao contrário, quanto nós nos devemos ainda esforçar para conseguirmos o nosso fim, que é a vida eterna! Importa, porém, termos sempre presente a nossa fraqueza e pedirmos a Deus que nos inspire a graça de pensarmos no bem e o verdadeiro modo de agir (Oração). Cristãos, somos elevados à dignidade de filhos de Deus, e não devemos andar segundo a carne, mas, sim, segundo o Espírito.  Deus é o nosso pai, Jesus é o nosso irmão e o Espírito Santo habita em nós; o céu e a bem-aventurança serão a nossa recompensa.

 


«Quanto deves a meu senhor?» Ev.

sábado, 23 de julho de 2022

Edição nº 609

«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 609 – 24 de julho de 2022

 

 7º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.

 

O Intróito é um alegre convite de louvor ao Senhor, nosso Deus, que é o Rei supremo, Rex magnus, da terra. Este é o destino de cada homem e mais particularmente o do Cristão. Nem todos, porém, compreendem a sua missão. Vemos o mundo dividido em dois campos, e não só no mundo como em cada indivíduo, existe um conflito perene entre o bem e o mal. S. Paulo, na Epístola, fala-nos do escravo do pecado e do escravo de Deus e o Evangelho não nos deixa em dúvida sobre o que nos importa escolher. Devemos, como as boas árvores, produzir bons frutos. Só com a graça de Deus, o conseguiremos. Implorando humildemente esta graça (Oração), alcançá-la-emos pela celebração dos santos Mistérios (Postcommunio).

 


«Acautelai-vos dos falsos profetas» Ev.

sábado, 16 de julho de 2022

Edição nº 608

«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 608 – 17 de julho de 2022

 

 6º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.

 

Este domingo é uma pequena Páscoa. Na Páscoa, pelo Batismo, nos conferiu Deus a vida que é alimentada pela Eucaristia.  Esta verdade é lembrada e representada pela Missa de hoje. A Epístola recorda-nos que pelo Batismo morremos com o Cristo ao velho homem e ressurgimos para uma vida nova. O Evangelho pelo milagre da multiplicação dos pães, mostra-nos a eficácia da Eucaristia. Jesus Cristo no santo Sacrifício da Missa (no qual devemos comungar), se compadece de nós e nos alimenta no deserto da vida, para que não pereçamos no caminho. Os Cânticos mostram confiança na proteção e na misericórdia de Deus.

 


«Já estão comigo há três dias e não têm o que comer.» Ev.

sábado, 9 de julho de 2022

Edição nº 607

«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 607 – 10 de julho de 2022

 

 5º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.

 

Eis como eles se amam, foi dito em louvor dos primeiros Cristãos. E não podia ser de outra forma, pois se sentiam e eram membros de um só Corpo, que é Jesus Cristo. N'Ele amavam a Deus, o Pai comum de todos, e, n'Ele amavam-se uns aos outros. Este ideal de que viviam os nossos antepassados é assim delineado e posto diante dos nossos olhos na Missa destes dias, e é uma esplêndida introdução e uma preparação para o sacrifício comum, o centro do serviço divino que a Comunidade cristã presta a seu Criador.



«deixa a tua oferenda diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão.» Ev.

Edição nº 606

«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 606 – 3 de julho de 2022


 4º Domingo depois de Pentecostes
Solenidade dos Ss. Apóstolos Pedro e Paulo
vermelho – 1ª classe.

 

Com grande pompa celebra a Igreja romana a festa dos dois príncipes dos Apóstolos. Exceto a Oração que se ocupa de ambos os Santos, o formulário da Missa refere-se a S. Pedro, que goza da prerrogativa do Primado. Em compensação comemora-se S. Paulo no dia seguinte (30/6). As relíquias de S. Pedro acham-se em sua igreja em Roma, onde neste dia toda a Cristandade se reúne, ao menos em espírito.

Agradecemos a Deus com o príncipe dos Apóstolos por sua milagrosa libertação (Intróito). Como velou sobre Pedro, assim vela a Providência divina sobre os seus sucessores e toda a santa Igreja. O Evangelho mostra-nos S. Pedro como rocha inamovível, sobre a qual é fundada a Igreja, e como possuidor das chaves do céu.

Tenhamos como estes santos Apóstolos uma fé firme, e anime-nos um  ardente  amor  e  intenso zelo  apostólico.

 


«Onde está Pedro, aí está a Igreja» (Sto. Ambrósio)

Edição nº 605

 «Liturgia Dominical»

Ano 11 – nº 605 – 30 de junho de 2022

 

† Coração Eucarístico de Jesus
branco – 3a. classe.

 

 

O culto ao Coração Eucarístico de Jesus não difere substancialmente do culto que a Igreja tributa ao Sagrado Coração de Jesus. Ela venera com respeito, amor e gratidão, o símbolo do amor supremo pelo qual Jesus Cristo instituiu o sacramento da Eucaristia, para permanecer conosco permanentemente. Com todo o direito, há de ser venerado com culto especial esse adorável desígnio do Coração de Jesus Cristo, demonstração suprema de seu amor. Por essa razão, o Papa Leão XIII erigiu na igreja de São Joaquim, em Roma, confiada aos Redentoristas, uma arquiconfraria sob o título de Coração Eucarístico de Jesus que nos dá a santíssima Eucaristia. Pio XII, na encíclica Haurietis aquas, promoveu essa devoção em estas palavras: “Não será fácil compreender a força do amor que levou Jesus Cristo a dar-se a nós como alimento espiritual, se não se fomenta de modo especial o culto ao Coração Eucarístico de Jesus”. (Extraído do Formulário para a Santa Missa na forma ordinária da Memória Facultativa do Coração Eucarístico de Jesus. Disponível em: <https://padrepauloricardo.org/blog/formulario-para-a-missa-do-coracao-eucaristico-de-jesus>. Acesso em: 25 jun 2020).

 

 

 

«Coração Eucarístico de Jesus, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade».

Edição nº 604

«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 604 – 26 de junho de 2022


 3º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.

 

O amor de Deus manifesta-se pelo cuidado que Ele tem de nós. Até no tempo da tribulação devemos lembrar-nos disto (Epístola).

Mas não só dos bons cuida o Senhor, pois vemos o seu amor na ânsia com que procura a ovelha desgarrada. No Evangelho mostra o Divino Mestre todo este seu Amor em duas comparações, que nos fazem contemplar em nova luz a ternura do Coração de Deus. Nem mesmo o pecado, o único inimigo da paz no Reino de Deus, está fora do plano divino. Também ele é previsto pela misericórdia do Senhor. Seu amor não se cansa até encontrar a ovelha perdida. O Introito é a voz dessa pobre ovelhinha, a saudade que o homem tem da Redenção. Esta se renova na santa Missa.                                          

 

 

«As parábolas da Missa de hoje, nos ensinam que jamais confiaremos demasiado na misericórdia divina».

Edição nº 603

«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 603 – 24 de junho de 2022


 Festa do Sagrado Coração de Jesus
branco – 1ª classe


Desde o ano de 1928, foi elevada à categoria de 1ª classe, a festa do Sagrado Coração de Jesus. No novo formulário, com o Prefácio próprio, ainda mais se acentua que o Coração do Homem-Deus é a fonte das graças e da misericórdia divinas. No Evangelho somos levados à nascente deste rio de águas vivas. Um soldado abre com a lança o lado do Salvador, e dele sai sangue e água. No sangue fomos remidos, na água nos foram aplicados os frutos da Redenção, e fomos regenerados pelo Batismo. A generosidade e o amor do Coração de Jesus exigem de nossa parte fidelidade e reparação de nossas faltas.


Um dos soldados Lhe abriu o lado com uma lança; e imediatamente saiu sangue e água.

Edição nº 602

«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 602 – 19 de junho de 2022

 

 2º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.

 

Amor e Eucaristia são os dois pensamentos principais da Missa deste dia (Evangelho). Devemos amar a Deus (Intróito) e ao próximo (Epístola), porque Deus nos convida para o seu Banquete – o Reino de Deus neste mundo e a felicidade no céu. A Igreja católica é a sala do festim, e a Sagrada Eucaristia, a mesa preparada. Os Cânticos respiram confiança na vitória, que é um fruto da santa Comunhão, ou imploram o auxílio contra os inimigos da salvação.

 

«Traze aqui os pobres, os aleijados, os cegos, e os coxos.» Ev.

Edição nº 601

«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 601 – 16 de junho de 2022

 

 Festa de Corpus Christi
branco – 1ª classe

 

A festividade do Corpo de Deus é a solene comemoração, da instituição do Santíssimo Sacramento do Altar. Agradecemos e louvamos neste dia o amor de Jesus pelo dom inefável da Eucaristia.  Propriamente, é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite expansões de alegria.

A santa Missa, composta pelo insigne teólogo e poeta, Santo Tomás de Aquino, é uma explicação das palavras da Sequência – Panis vivus et vitalis – Pão vivo e que dá vida. Dela fazem parte os trechos mais importantes da Sagrada Escritura sobre a Eucaristia (Epístola e Evan­gelho). No Introito agradecemos pelo alimento do céu, a Eucaristia. Ela é para nós «flor de trigo» e «mel do rochedo», isto é, o Cristo, a lembrança de sua Paixão e de seu Amor (Oração). Celebrando a santa Missa, anunciamos a morte do Cristo. E sob este aspecto, a Eu­caristia é um verdadeiro Sacrifício (Epístola) e alimento sobrenatural (Gradual, Evangelho), símbolo da união e paz entre os fiéis (Secreta), e penhor da união com Deus (Communio). «Omnes in Christo unum», "Todos somos um só (Corpo místico) em Jesus Cristo".

  

«Tomai e comei: Isto é o meu Corpo que será entregue por vós.» Ev.

 

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(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

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Intróito / Cibávit eos – Salmo 80. 17, 2

O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

O trigo e o mel evocam a entrada dos Hebreus na terra prometida, depois das privações do deserto. Figuram a Eucaristia, alimento da nossa vida sobrenatural.

Cibávit eos ex ádipe fruménti, allelúia: et de petra, melle saturávit eos, allelúia, allelúia, allelúia. Sl. Exsultáte Deo, adiutóri nostro: iubiláte Deo Iacob. . Glória Patri.

O Senhor os alimentou com flor de trigo, aleluia; e fartou-os com mel do rochedo, aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Exultai em Deus, nosso auxílio: glorificai ao Deus de Jacó. . Glória ao Pai.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.

Deus, qui nobis sub Sacraménto mirábili passiónis tuæ memóriam reliquísti: tríbue, quǽsumus, ita nos Córporis et Sánguinis tui sacra mystéria venerári; ut redemptiónis tuæ fructum in nobis iúgiter sentiámus: Qui vivis et regnas cum Deo Patre.

Ó Deus, que neste admirável Sacramento nos deixastes um memorial de vossa Paixão, concedei, Vos pedimos, que de tal sorte veneremos os sagrados Mistérios de vosso Corpo e de vosso Sangue que sempre sintamos em nós o fruto de vossa Redenção. Vós, que sendo Deus, viveis e reinais.

Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios I. 11. 23-29

Esta epístola, tirada da de Quinta-feira Santa, vem aqui para lembrar-nos a instituição da Eucaristia, fato que S. Paulo e os evangelistas sinópticos nos transmitiram.

Fratres: Ego enim accépi a Dómino quod et trádidi vobis, quóniam Dóminus Iesus, in qua nocte tradebátur, accépit panem, et grátias agens fregit, et dixit: Accípite, et manducáte: hoc est corpus meum, quod pro vobis tradétur: hoc fácite in meam commemoratiónem. Simíliter et cálicem, postquam cenávit, dicens: Hic calix novum Testaméntum est in meo sánguine. Hoc fácite, quotiescúmque bibétis, in meam commemoratiónem. Quotiescúmque enim manducábitis panem hunc et cálicem bibétis, mortem Dómini annuntiábitis, donec véniat. Itaque quicúmque manducáverit panem hunc vel bíberit cálicem Dómini indígne, reus erit córporis et sánguinis Dómini. Probet autem seípsum homo: et sic de pane illo edat et de calice bibat. Qui enim mánducat et bibit indígne, iudícium sibi mánducat et bibit: non diiúdicans corpus Dómini.

Irmãos: 23Do Senhor eu recebi o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão, 24e, dando graças, partiu-o e disse: Tomai e comei: Isto é o meu Corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. 25Igualmente, depois de haver ceado, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo Testamento em meu Sangue. 26Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha. 27Portanto, todo aquele que comer este pão, e beber este cálice do Senhor indignamente, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor128Examine-se, pois, a si mesmo o homem, e assim coma deste pão e beba deste cálice. 29Porque, o que come e bebe indignamente, come e bebe para si a condenação; não distinguindo [de outra comida] o Corpo do Senhor.

1. Afirmação muito clara da presença real.

Gradual / Salmo 144. 15-16

Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Oculi ómnium in te sperant, Dómine: et tu das illis escam in témpore opportúno. . Aperis tu manum tuam: et imples omne animal benedictióne.

Os olhos de todos em Vós esperam, Senhor, e Vós lhes dais o alimento a seu tempo. . Abris a vossa mão e encheis de bênçãos tudo o que tem vida.

Aleluia / João 6. 56-57

Allelúia, allelúia. . Caro mea vere est cibus, et sanguis meus vere est potus: qui mandúcat meam carnem et bibit meum sánguinem, in me manet et ego in eo.

Aleluia, aleluia. . Minha Carne é verdadeiramente comida, e meu Sangue é verdadeiramente bebida. Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue, permanece em Mim e Eu nele.

Sequência / S. Tomás de Aquino  1274

Lauda, Sion, Salvatórem,

lauda ducem et pastórem

in hymnis et cánticis.

 

Quantum potes, tantum aude:

quia maior omni laude,

nec laudáre súfficis.

 

Laudis thema speciális,

panis vivus et vitális

hódie propónitur.

 

Quem in sacræ mensa cenæ

turbæ fratrum duodénæ

datum non ambígitur.

 

Sit laus plena, sit sonóra,

sit iucúnda, sit decóra

mentis iubilátio.

 

Dies enim sollémnis agitur,

in qua mensæ prima recólitur

huius institútio.

 

In hac mensa novi Regis,

novum Pascha novæ legis

Phase vetus términat.

 

Vetustátem nóvitas,

umbram fugat véritas,

noctem lux elíminat.

 

Quod in cena Christus gessit,

faciéndum hoc expréssit

in sui memóriam.

 

Docti sacris institútis,

panem, vinum in salútis

consecrámus hóstiam.

 

Dogma datur Christiánis,

quod in carnem transit panis

et vinum in sánguinem.

 

Quod non capis, quod non vides,

animosa fírmat fides,

præter rerum órdinem.

 

Sub divérsis speciébus,

signis tantum, et non rebus,

latent res exímiæ.

 

Caro cibus, sanguis potus:

manet tamen Christus totus

sub utráque spécie.

 

A suménte non concísus,

non confráctus, non divísus:

ínteger accípitur.

 

Sumit unus, sumunt mille:

quantum isti, tantum ille:

nec sumptus consúmitur.

 

Sumunt boni, sumunt mali

sorte tamen inæquáli,

vitæ vel intéritus.

 

Mors est malis, vita bonis:

vide, paris sumptiónis

quam sit dispar éxitus.

 

Fracto demum sacraménto,

ne vacílles, sed meménto,

tantum esse sub fragménto,

quantum toto tégitur.

 

Nulla rei fit scissúra:

signi tantum fit fractúra:

qua nec status nec statúra

signáti minúitur.

 

Ecce panis Angelórum,

factus cibus viatórum:

vere panis filiórum,

non mitténdus cánibus.

 

In figúris præsignátur,

cum Isaac immolátur:

agnus paschæ deputátur:

datur manna pátribus.

 

Bone pastor, panis vere,

Iesu, nostri miserére:

tu nos pasce, nos tuére:

tu nos bona fac vidére

in terra vivéntium.

 

Tu, qui cuncta scis et vales:

qui nos pascis hic mortáles:

tuos ibi commensáles,

coherédes et sodáles

fac sanctórum cívium.

Amen. Allelúia.

 

Sião, louva o Salvador,

Louva o teu guia e pastor,

Nos teus hinos, nos teus cantos.

 

Tanto podes, tanto ouses.

Em louvá-lo não repouses:

Sempre excede o teu louvor.

 

Louva o tema especial:

O pão vivo, o pão vital,

Que hoje te é proposto.

 

O qual da ceia na mesa,

Foi dado, temos certeza,

À turba dos doze irmãos.

 

Seja pleno, seja forte,

Sonoro no seu transporte.

O alegre louvor da mente.

 

É hoje a solene festa,

Que nos recorda o que atesta

A sagrada instituição.

 

Na mesa do novo Rei,

A Páscoa da nova lei

Põe um fim à Fase antiga.

 

A sombra foge à verdade.

A velhice, à novidade,

A luz elimina a noite.

 

O que o Cristo faz na ceia,

Manda à turba que O rodeia

Fazê-lo em sua memória.

 

Herdeiros da tradição,

A hóstia da salvação,

Pão e vinho, consagramos.

 

Dado é um dogma ao Cristão:

Em carne se muda o pão.

O vinho se muda em sangue.

 

Aquilo que tu não vês,

Pela fé, que o afirma, crês,

Superando a natureza.

  

Sob espécies diferentes,

Sinais apenas, latentes

Se ocultam coisas exímias.

 

Alimento verdadeiro,

Permanece o Cristo inteiro,

Quer no vinho, quer no pão.

 

Não o parte quem celebra,

Não o rompe quem o quebra,

Mas inteiro é recebido.

 

Um come. Mil comem dele.

Tantos estes, tanto ele.

Nem comido se consome.

 

Comungam, justo e perverso,

Mas seu destino é diverso,

Pois, recebem vida e morte.

 

Morte do mau; do bom vida

Vê como a mesma comida

Produz efeitos contrários.

 

Se é partido o sacramento,

Não vaciles um momento:

Tanto está no fragmento,

Como no todo encerrado.

 

O Corpo não é partido;

Só o símbolo é rompido.

Mas não é diminuído,

Nem se muda o que contém.

 

Eis o pão que os Anjos comem,

Transformado em pão do homem;

Só os filhos o consomem:

Não seja lançado aos cães.

 

Em tipos prefigurado,

Foi em Isaac imolado;

No Cordeiro aos pais foi dado

E, no deserto, em maná.

 

Bom Pastor, pão de verdade

Piedade, Jesus, piedade.

Guardai-nos na caridade.

Transportai-nos à cidade,

Onde os vivos Vos contemplam.

 

Vós que a tudo sustentais,

Que aos homens apascentais,

Fazei a nós comensais,

Co-herdeiros imortais,

Dos santos concidadãos.

Amém. Aleluia.

 

Evangelho segundo São João 6. 56-59

Alimento de nossas almas, a carne de Cristo comunica-nos a vida divina, que Ele mesmo recebe do Pai; Ele é o pão descido do Céu, que nos dá a vida eterna.

In illo témpore: Dixit Iesus turbis Iudæórum: Caro mea vere est cibus et sanguis meus vere est potus. Qui mandúcat meam carnem et bibit meum sánguinem, in me manet et ego in illo. Sicut misit me vivens Pater, et ego vivo propter Patrem: et qui mandúcat me, et ipse vivet propter me. Hic est panis, qui de cælo descéndit. Non sicut manducavérunt patres vestri manna, et mórtui sunt. Qui manducat hunc panem, vivet in ætérnum.

Naquele tempo, disse Jesus às multidões dos judeus: 56Minha Carne é verdadeiramente comida e meu Sangue é verdadeiramente bebida. 57Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue, permanece em mim e eu nele. 58Assim como o Pai que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim também, o que me comer viverá por mim. 59Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que os vossos pais comeram, e, contudo, morreram. Quem comer deste pão, viverá eternamente.

CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

Ofertório / Levítico 21. 6

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.

Sacerdótes Dómini incénsum et panes ófferunt Deo: et ideo sancti erunt Deo suo, et non pólluent nomen eius, allelúia.

Os sacerdotes do Senhor oferecem a Deus incenso e pães; eis porque devem ser santos diante de Deus e não profanarão o seu Nome, aleluia.

Secreta

É a antiga “oração sobre as oblatas”, ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.

É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.

Ecclésiæ tuæ, quǽsumus, Dómine, unitátis et pacis propítius dona concéde: quæ sub oblátis munéribus mýstice designántur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Senhor, Vos suplicamos, concedei, benignamente, à vossa Igreja os dons da união e da paz, que misticamente estão representados nestas oferendas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Communio / I Coríntios 11. 26-27

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.

Quotiescúmque manducábitis panem hunc et cálicem bibétis, mortem Dómini annuntiábitis, donec véniat: itaque quicúmque manducáverit panem vel bíberit calicem Dómini indígne, reus erit córporis et sánguinis Dómini, allelúia.

Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha. Portanto, todo aquele que indignamente comer o pão ou beber o cálice do Senhor, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor, aleluia.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Fac nos, quǽsumus, Dómine, divinitátis tuæ sempitérna fruitióne repléri: quam pretiósi Corporis et Sanguinis tui temporalis percéptio præfigúrat: Qui vivis et regnas cum Deo Patre.

Fazei, Senhor, Vos suplicamos, que cheguemos ao gozo eterno de vossa Divindade, prefigurada neste mundo pela recepção temporal de vosso Corpo e de vosso Sangue preciosíssimo. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.

Meditação

Festa do Corpo de Deus

Ó Pão vivo que escondes o meu tesouro, prostrado diante de ti, adoro-te! (J. C. Poesias)

1 ­– De etapa em etapa, através do ano litúrgico, fomos subindo desde a consideração dos mistérios da vida de Jesus até à contemplação da SS.ma Trindade cuja festa celebramos no Domingo passado. Jesus, nosso Mediador, nossa vida, tomou-nos pela mão e levou-nos à Trindade, e hoje parece que a própria Trindade nos quer conduzir a Jesus considerado na Sua Eucaristia. «Ninguém vai ao Pai senão por mim» (Jo. 14, 6) disse Jesus; e acrescentou: «Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não atrair» (ib. 6, 44). É este o itinerário da alma cristã: de Jesus ao Pai, à Trindade; da Trindade, do Pai, a Jesus; Jesus leva-nos ao Pai, o Pai atrai-nos para Jesus. O cristão, de maneira alguma pode prescindir de Cristo; Ele é, no sentido mais rigoroso da palavra, o nosso Pontífice, Aquele que Se fez ponte entre Deus e nós. Encerrado o ciclo litúrgico em que se comemoram os mistérios da vida terrena do Salvador, a Igreja como boa mãe, sabendo que a nossa vida espiritual não pode subsistir sem Jesus, conduz-nos a Ele, vivo e verdadeiro no Santíssimo Sacramento do altar. A solenidade do Corpo de Deus não é a simples comemoração de um fato sucedido historicamente há perto de dois mil anos, na noite da última ceia; é a festa de um fato atual, de uma realidade sempre presente e sempre viva no meio de nós, pela qual podemos muito bem dizer que Jesus não nos «deixou órfãos», mas quis ficar permanentemente conosco na integridade da Sua pessoa, com toda a Sua humanidade, com toda a Sua divindade. «Não há nem nunca houve nação tão grande – canta com entusiasmo o Ofício do dia – que tivesse os deuses tão próximos de si, como está perto de nós o nosso Deus» (BR.). Sim, na Eucaristia, Jesus é verdadeiramente o Emanuel, o Deus conosco.

2 – A Eucaristia não é só Jesus vivo e verdadeiro no meio de nós: é Jesus feito nosso alimento. É este o aspecto principal, sob o qual a liturgia de hoje nos apresenta este mistério; pode afirmar-se que não há parte alguma da Missa que não trate dele diretamente, ou que ao menos lhe não faça referências. A ele alude o Intróito, recordando o trigo e o mel com que Deus alimentou o povo hebreu no deserto, manjar prodigioso e, contudo, só longínqua imagem do Pão vivo e vivificante da Eucaristia. Fala dele a Epístola (I Cor. 11, 23-29), referindo a instituição do sacramento quando Jesus «tomou o pão e, dando graças, o partiu e disse: ‘Recebei e comei, isto é o meu corpo’»; canta-o o Gradual: «os olhos de todos esperam em Vós, Senhor e Vós dais-lhes de comer no tempo oportuno; mais amplamente lhe entoa um hino a belíssima sequência Lauda Sion, ao passo que o Evangelho (Jo. 6, 56-59), fazendo eco ao Aleluia, reproduz o trecho mais significativo do discurso em que Jesus anunciou a Eucaristia: «a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida»; o Communio, depois, retomando uma frase da Epístola, recorda-nos a necessidade de receber dignamente o Corpo do Senhor e, finalmente, o Postcommunio diz-nos que a comunhão eucarística é penhor da comunhão eterna do céu. Mas para compreender melhor o valor imenso da Eucaristia, é preciso voltar às palavras de Jesus, que muito oportunamente, são citadas no Evangelho do dia: «O que come a minha carne e bebe o meu sangue, fica em mim e eu nele». Jesus fez-Se nossa comida para nos assemelhar a Ele, para nos fazer viver a Sua vida, para nos fazer viver nEle, como Ele mesmo vive em Seu Pai. A Eucaristia é verdadeiramente o sacramento da união ao mesmo tempo que é a prova mais clara e convincente de que Deus nos chama e solicita à íntima união com Ele.

MADALENA, Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 777-779.