«Liturgia Dominical»
Ano
11 – nº 604 – 26 de junho de 2022
† 3º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.
O
amor de Deus manifesta-se pelo cuidado que Ele tem de nós. Até no tempo da
tribulação devemos lembrar-nos disto (Epístola).
Mas
não só dos bons cuida o Senhor, pois vemos o seu amor na ânsia com que procura
a ovelha desgarrada. No Evangelho mostra o Divino Mestre todo este seu Amor em
duas comparações, que nos fazem contemplar em nova luz a ternura do Coração de
Deus. Nem mesmo o pecado, o único inimigo da paz no Reino de Deus, está fora do
plano divino. Também ele é previsto pela misericórdia do Senhor. Seu amor não
se cansa até encontrar a ovelha perdida. O Introito é a voz dessa pobre
ovelhinha, a saudade que o homem tem da Redenção. Esta se renova na santa Missa.
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(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e
19h)
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Intróito / Réspice in me – Salmo 24. 16, 18, 1-2
O Intróito como
que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Réspice
in me et miserére mei, Dómine: quóniam únicus et pauper sum ego: vide
humilitátem meam et labórem meum: et dimítte ómnia peccáta mea, Deus meus. Ps.
Ad te, Dómine, levávi ánimam meam: Deus meus, in te confído, non erubéscam. ℣. Glória Patri.
Olhai para mim, Senhor e tende piedade de mim; porque
estou só e sou pobre. Vede a minha miséria e o meu sofrimento; e perdoai, ó meu
Deus, todos os meus pecados. Sl. A Vós, Senhor, elevo a minha alma; ó meu Deus,
em Vós confio; não serei envergonhado. ℣.
Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao
Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
A providência divina estende-se a tudo o que nos diz respeito, para nos
guiar e tudo penetrar de sua graça, na unidade duma vida que, através dos bens
temporais, nos deve conduzir aos eternos.
Protéctor
in te sperántium, Deus, sine quo nihil est válidum, nihil sanctum: multíplica
super nos misericórdiam tuam; ut, te rectóre, te duce, sic transeámus per bona
temporália, ut non amittámus ætérna. Per Dóminum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus, que sois protetor dos que em Vós esperam, e
sem o qual nada é firme e nada é santo, multiplicai sobre nós a vossa
misericórdia, para que por Vós governados e guiados, passemos de tal sorte
pelos bens terrenos que não percamos os eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Pedro I. 5. 6-11
Fratres, sóbrii estóte et vigiláte. Todas as tardes, no oficio de
completas, a Igreja lembra aos fiéis o conselho de S. Pedro. Vamos ver agora em
que encorajante contexto ele se situa.
Caríssimi:
Humiliámini sub poténti manu Dei, ut vos exáltet in témpore visitatiónis: omnem
sollicitúdinem vestram proiiciéntes in eum, quóniam ipsi cura est de vobis.
Sóbrii estote et vigiláte: quia adversárius vester diábolus tamquam leo rúgiens
circuit, quærens, quem dévoret: cui resístite fortes in fide: sciéntes eándem
passiónem ei, quæ in mundo est, vestræ fraternitáti fíeri. Deus autem omnis
grátiæ, qui vocávit nos in ætérnam suam glóriam in Christo Iesu, módicum passos
ipse perfíciet, confirmábit solidabítque. Ipsi glória et impérium in sǽcula
sæculórum. Amen.
Caríssimos: 6Humilhai-vos sob a
poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte no tempo de sua visita. 7Confiai-Lhe todas as vossas inquietações, porque Ele é quem tem cuidado
de vós. 8Sede sóbrios e vigiai, porque vosso adversário, o
demônio, como um leão a rugir, anda ao redor de vós procurando a quem devorar. 9Resisti-lhe, firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições sofrem os
vossos irmãos que estão no mundo. 10O Deus de toda a graça,
que nos chamou no Cristo Jesus, à sua eterna glória, depois que houverdes
padecido um pouco, vos aperfeiçoará, confirmará e consolidará. 11A Ele, a glória e o império por todos os séculos. Amém.
Gradual / Salmo 54. 23, 17, 19
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Iacta
cogitátum tuum in Dómino: et ipse te enútriet. ℣. Dum clamárem ad
Dóminum, exaudívit vocem meam ab his, qui appropínquant mihi.
Deixa ao Senhor os teus cuidados e Ele te nutrirá.
℣. Quando clamo ao Senhor, Ele ouve a minha voz,
livrando-me dos que me atacam.
Aleluia / Salmo 7. 12
Allelúia,
allelúia. ℣.
Deus
iudex iustus, fortis et pátiens, numquid iráscitur per síngulos dies? Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Deus é juiz reto, forte e paciente. Acaso irrita-se Ele todos os dias?
Aleluia.
Evangelho segundo São
Lucas 15. 1-10
É em resposta às malévolas insinuações dos escribas e fariseus que Jesus
vai contar a parábola da misericórdia e do perdão.
In illo témpore: Erant appropinquántes ad Iesum
publicáni et peccatóres, ut audírent illum. Et murmurábant pharisǽi et scribæ,
dicéntes: Quia hic peccatóres recipit et mandúcat cum illis. Et ait ad illos
parábolam istam, dicens: Quis ex vobis homo, qui habet centum oves: et si
perdíderit unam ex illis, nonne dimíttit nonagínta novem in desérto, et vadit
ad illam, quæ períerat, donec invéniat eam? Et cum invénerit eam, impónit in
húmeros suos gaudens: et véniens domum, cónvocat amícos et vicínos, dicens
illis: Congratulámini mihi, quia invéni ovem meam, quæ períerat? Dico
vobis, quod ita gáudium erit in cælo super uno peccatóre pæniténtiam agénte,
quam super nonagínta novem iustis, qui non índigent pæniténtia. Aut quæ múlier
habens drachmas decem, si perdíderit drachmam unam, nonne accéndit lucérnam, et
evérrit domum, et quærit diligénter, donec invéniat? Et cum invénerit, cónvocat
amícas et vicínas, dicens: Congratulámini mihi, quia invéni drachmam, quam
perdíderam? Ita dico vobis: gáudium erit coram Angelis Dei super uno peccatóre
pæniténtiam agénte.
Naquele tempo, 1chegaram-se a Jesus os
publicanos e os pecadores para ouvi-Lo. 2E os fariseus e os
escribas murmuravam e diziam: Este recebe os pecadores e come com eles. 3Então, Ele lhes propôs esta parábola, dizendo: 4Qual é o homem, entre vós, que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma
delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai procurar a que se
desgarrou, até achá-la? 5E achando-a, a põe sobre os seus ombros com alegria,
6e vindo para casa, chama os seus amigos e vizinhos, dizendo-lhes:
Congratulai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida? 7Assim, digo-vos que haverá mais júbilo no céu por um pecador que faça
penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de fazer penitência.
8Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma, não acende a
candeia, não varre a casa e não procura diligentemente até encontrá-la? 9E encontrando-a, não chama as suas amigas e vizinhas, dizendo-lhes:
Congratulai-vos comigo, porque achei a dracma perdida? 10Assim, digo-vos que haverá júbilo no céu entre os Anjos de Deus, por um
só pecador que faça penitência.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 9. 11-13
Com o Ofertório,
começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas,
canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Sperent
in te omnes, qui novérunt nomen tuum, Dómine: quóniam non derelínquis quæréntes
te: psállite Dómino, qui hábitat in Sion: quóniam non est oblítus oratiónem
páuperum.
Esperam em Vós, Senhor, todos os que conhecem o vosso
Nome: porque nunca desamparais os que recorrem a Vós. Cantai ao Senhor, que
habita em Sião; porque não se esqueceu da oração dos pobres.
É a antiga «oração sobre as oblatas»,
ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que
se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Réspice,
Dómine, múnera supplicántis Ecclésiæ: et salúti credéntium perpétua
sanctificatióne suménda concéde. Per Dóminum nostrum Iesum Christum.
Olhai, Senhor, favoravelmente para os dons que a
Igreja Vos oferece humildemente, e concedei aos vossos fiéis que, recebendo-os,
sirvam para a sua santificação e salvação perpétua. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Communio / Lucas 15. 10
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Dico
vobis: gáudium est Angelis Dei super uno peccatóre pæniténtiam agénte.
Eu vos digo que haverá júbilo entre os Anjos de Deus,
por um só pecador que faça penitência.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Sancta
tua nos, Dómine, sumpta vivíficent: et misericórdiæ sempitérnæ prǽparent expiátos.
Per Dóminum nostrum Iesum Christum.
Fazei, Senhor, Vos pedimos, que os vossos santos
Sacramentos, agora recebidos, nos vivifiquem, e, purificando-nos de todo
pecado, nos façam dignos de vossa eterna misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
O Amor Misericordioso
Ó Jesus, dignai-Vos descobrir-me os tesouros de misericórdia encerrados
no Vosso Coração.
1 – A
liturgia de hoje é um caloroso convite à confiança no amor misericordioso de
Jesus. Desde o princípio da Missa a Igreja faz-nos rezar assim: «Olhai para
mim, Senhor, tende compaixão, pois vivo só e ao desamparo. Reparai na minha
miséria e sofrimento e perdoai todos os meus pecados». (Intr.) Depois na
Colecta pedimos: «Ó Deus... multiplicai sobre nós a Vossa misericórdia», e um
pouco mais adiante exorta-nos: «Descarrega o teu fardo no Senhor e Ele te
sustentará». (Grad.). Mas como justificar tanta confiança em Deus, sendo nós
sempre uns pobres pecadores? Esta justificação encontramo-la no Evangelho do
dia (Lc. 15, 1-10)
que refere duas parábolas de que Jesus Se serviu a fim de nos ensinar que
jamais confiaremos demasiado na Sua misericórdia infinita: a parábola da ovelha
perdida e a da dracma perdida. Primeiro é-nos apresentado o Bom Pastor que vai
atrás da ovelha tresmalhada: é a figura de Jesus, descido do céu para ir à
procura da pobre humanidade perdida nos antros obscuros do pecado; para a
encontrar, para a salvar e conduzir novamente ao redil, Ele não hesita em
enfrentar os sofrimentos mais amargos e até a morte. «E tendo-a encontrado,
põe-na sobre os ombros alegremente e, indo para casa, chama os seus amigos e
vizinhos, dizendo-lhes: ‘Congratulai-vos comigo porque encontrei a minha ovelha
que se tinha perdido’». É a história do amor de Jesus não só para com toda a
humanidade, mas para com cada alma em particular; história bem sintetizada na
doce figura do bom pastor, sob a qual Jesus Se quis apresentar. Pode dizer-se
que a figura do bom pastor – tão amada nos primeiros séculos da Igreja –
equivale à do Sagrado Coração; uma e outra são a expressão viva e concreta do
amor misericordioso de Jesus e convidam-nos a ir a Ele com plena confiança.
2 –
«Digo-vos que haverá maior júbilo no céu por um pecador que fizer penitência
que por noventa e nove justos que não têm necessidade de penitência». Com este
pensamento, embora expresso de forma diversa, terminam as três parábolas da
misericórdia: a da ovelha perdida, a da dracma perdida e a do filho pródigo.
Esta insistente repetição indica-nos o grande cuidado que Jesus teve em
inculcar-nos um sentido profundo da misericórdia infinita, misericórdia que
contrasta com a atitude dura e desdenhosa dos fariseus que murmuravam, dizendo:
«Este [Jesus] recebe os pecadores e come com eles». As três parábolas são a
resposta do Mestre à insinuação maliciosa e mesquinha dos fariseus.
A
nós, criaturas limitadas e espiritualmente tão curtas de vista, não nos é fácil
compreender a fundo este inefável mistério; e não só nos é difícil entendê-lo a
respeito dos outros, mas mesmo quando se trata de nós próprios. Contudo Jesus
disse e repetiu: «Haverá maior júbilo no céu por um pecador arrependido que por
noventa e nove justos», e com isto quis declarar-nos quanta glória dá a Deus a
alma que, após as suas quedas, volta para Ele arrependida e confiada. O sentido
destas palavras não se há de aplicar somente aos grandes pecadores, aos que se
convertem do pecado grave, mas também àqueles que se convertem dos pecados
veniais, que se humilham e depois se levantam das infidelidades cometidas por
fragilidade ou irreflexão. Esta é a nossa história de todos os dias: quantas
vezes nos propusemos vencer a nossa impaciência, a nossa irascibilidade ou
suscetibilidade, e quantas vezes recaímos! Porém, se reconhecermos humildemente
o nosso erro e formos, com confiança, «pedir perdão a Jesus, lançando-nos nos
Seus braços, Ele estremecerá de alegria» e «fará mais ainda: amar-nos-á mais do
que antes da nossa falta» (T.M.J. Cart. 231 e CL).
No
Communio a liturgia repete hoje o último versículo do Evangelho: «Assim vos
digo eu que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um pecador que faz
penitência»; e nós peçamos a Jesus, na Sagrada Comunhão, que nos faça
compreender os segredos do Seu infinito amor misericordioso.
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 813-816.
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