«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 566 – 31 de outubro
de 2021
Último Domingo de Outubro
† Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei
branco – 1a. classe.
Para concluir solenemente o ano jubilar de 1925, o Santo Padre Pio XI instituiu a nova Festa de «Cristo Rei». Seria esta solenidade uma insistente admoestação para a humanidade inteira reconhecer a Jesus Cristo, o Filho de Deus, como Rei universal do mundo. A Ele se sujeitam os Reis e os Príncipes, os Magistrados e Juízes, as artes e as leis (Hino das Vésperas). Cristo deve reinar no espírito dos homens pela fé, na sua vontade pela obediência às leis de Deus e da Igreja, seu Reino visível; nos corações pelo amor e ainda nos próprios corpos para que sejam santos para Deus (Encíclica). É preciso que o povo seja constantemente instruído a respeito desta verdade. «Uma solenidade anual terá mais eficácia para realizá-lo do que todos os documentos, mesmo os mais graves, do magistério eclesiástico». Os textos do Ofício divino, como os da Santa Missa, nos falam vivamente desta doutrina. Particularmente reparemos o fruto do Reinado de Cristo sobre os homens: Ele é o Rei, cujo império trará união e paz para a humanidade (Oração, Prefácio, Secreta e Communio).
Neste homem de mãos atadas, adoremos o Senhor todo-poderoso, Rei do Céu e da Terra.
Avisos Paroquiais
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo: às 6h, 8h, 16h e 19h em nossa igreja matriz;
às 10h na Capela de São Brás, em Sesmaria, e também às 10h na Capela de Santo
Antônio em Córrego Seco.
Serão transmitidas pelas
redes sociais a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e Rádio Bom
Jesus AM 1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Redes Sociais:
Site – http://bomjesuscrucificado.org.br/
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 8h e
19h)
YouTube – https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 8h e 19h)
E-mail – bomjesuscrucificado@gmail.com
Intróito / DIGNUS EST – Apocalipse 5. 12; 1. 6; Salmo 71. 1
O Intróito como que enuncia o tema
geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Dignus est Agnus, qui occísus est, accípere virtútem, et divinitátem, et sapiéntiam,
et fortitúdinem, et honórem. Ipsi glória et impérium in sǽcula sæculórum. Deus,
iudícium tuum Regi da: et iustítiam tuam Fílio Regis. ℣. Glória Patri.
O Cordeiro, que foi imolado é digno de
receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A Ele, a glória e
o império por todos os séculos dos séculos. Sl. Ó Deus, dai ao Rei a vossa
equidade, e ao Filho do Rei a vossa justiça. ℣. Glória ao
Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que
precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de
toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Omnípotens sempitérne Deus, qui in dilécto Fílio tuo, universórum Rege,
ómnia instauráre voluísti: concéde propítius; ut cunctæ famíliæ géntium,
peccáti vúlnere disgregátæ, eius suavissímo subdántur império: Qui tecum vivit
et regnat.
Ó Deus onipotente e eterno, que tudo
quisestes incorporar em vosso amado Filho, o Rei de todas as coisas, concedei,
propício, que todas as famílias das nações desagregadas pela chaga do pecado,
se submetam ao seu suavíssimo poder, Ele que, sendo Deus, convosco vive e
reina.
Leitura epístola de São Paulo Apóstolo aos Colossenses 1. 12-20
Cristo é o primeiro em todas as coisas, tanto na ordem da criação como
na ordem da salvação. É o princípio da unidade da Igreja, instrumento da
unidade da Igreja, instrumento da reconciliação dos homens com Deus, pela morte
na cruz.
Fratres: Grátias ágimus Deo Patri, qui dignos nos fecit in partem sortis
sanctórum in lúmine: qui erípuit nos de potestáte tenebrárum, et tránstulit in
regnum Fílii dilectiónis suæ, in quo habémus redemptiónem per sánguinem eius,
remissiónem peccatórum: qui est imágo Dei invisíbilis, primogénitus omnis
creatúra: quóniam in ipso cóndita sunt univérsa in cælis et in terra, visibília
et invisibília, sive Throni, sive Dominatiónes, sive Principátus, sive
Potestátes: ómnia per ipsum, et in ipso creáta sunt: et ipse est ante omnes, et
ómnia in ipso constant. Et ipse est caput córporis Ecclésiæ, qui est
princípium, primogénitus ex mórtuis: ut sit in ómnibus ipse primátum tenens;
quia in ipso complácuit omnem plenitúdinem inhabitáre; et per eum reconciliáre
ómnia in ipsum, pacíficans per sánguinem crucis eius, sive quæ in terris, sive
quæ in cælis sunt, in Christo Iesu Dómino nostro.
Irmãos: 12Damos graças a Deus Pai, que nos fez
dignos de participar da sorte e herança dos Santos na luz; 13que nos tirou do poder das trevas1 e
nos transportou ao Reino do Filho do seu amor. 14N’Ele, por seu Sangue, temos a Redenção, a Remissão dos pecados. 15Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criatura2. 16Porque, n’Ele foram criadas todas as
coisas nos Céus e na Terra, quer as visíveis, quer as invisíveis; os Tronos, as
Dominações, os Principados, as Potestades, tudo foi criado por Ele e
n’Ele. 17E Ele está acima de todas as coisas,
e todas subsistem por Ele. 18Ele é
também a Cabeça do Corpo da Igreja, é o princípio3, o primogênito dentre os mortos4. Ele em
tudo tem a primazia, 19porque, foi do agrado do Pai que
n’Ele residisse toda a plenitude [da perfeição divina]: 20para que reconciliassem por Ele todas as coisas, pacificando pelo Sangue
derramado na Cruz, tanto as coisas da Terra como as coisas dos Céus no Cristo
Jesus, Nosso Senhor.
1. O poder das
trevas, isto é, do demônio.
2. O Filho é
anterior e superior a todo o ser criado.
3. O princípio e
centro da unidade de toda criação.
4. O primeiro
ressuscitado
Gradual / Salmo 71. 8 e 11
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Dominábitur a mari usque ad mare, et a flúmine usque ad términos orbis
terrárum. ℣. Et adorábunt eum omnes reges terræ: omnes gentes sérvient ei.
Ele domina de mar a mar, e desde o rio até as extremidades da Terra. ℣. Todos os reis da Terra O adoram e os povos todos O servem.
Aleluia / Daniel 7.14
Allelúia, allelúia. ℣. Potéstas eius, potéstas ætérna, quæ
non auferétur: et regnum eius, quod non corrumpétur. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣.
Seu poder é um poder eterno, que não
Lhe será tirado; e seu Reino nunca haverá de perecer. Aleluia.
Evangelho segundo
São João 18. 33-37
«O meu reino não é deste mundo.» A realeza messiânica de Jesus nada tem
que ver com as realezas deste mundo; é de ordem espiritual. É uma afirmação do
direito de Cristo de reinar sobre as vidas humanas desde este mundo, para se
prolongar na eternidade.
In illo
témpore: Dixit Pilátus ad Iesum: Tu es Rex Iudæórum? Respóndit Iesus: A temetípso hoc
dicis, an álii dixérunt tibi de me? Respóndit Pilátus: Numquid ego Iudǽus sum?
Gens tua et pontífices tradidérunt te mihi: quid fecísti? Respóndit Iesus:
Regnum meum non est de hoc mundo. Si ex hoc mundo esset regnum meum, minístri
mei útique decertárent, ut non tráderer Iudǽis: nunc autem regnum meum non est
hinc. Dixit ítaque ei Pilátus: Ergo Rex es tu? Respóndit Iesus: Tu dicis, quia
Rex sum ego. Ego in hoc natus sum et ad hoc veni in mundum, ut testimónium
perhíbeam veritáti: omnis, qui est ex veritáte, audit vocem meam.
Naquele tempo, 33disse Pilatos a Jesus: És tu o Rei
dos judeus? 34Respondeu Jesus: Dizes isso por ti
mesmo ou foram outros que to disseram de mim? 35Respondeu Pilatos: Sou eu, por ventura, judeu? Tua gente e os pontífices
Te entregaram a mim. Que fizestes pois? 36Respondeu Jesus: Meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste
mundo, meus servos pelejariam, para que eu não fosse entregue aos judeus:
porém, agora meu Reino não é daqui. 37Disse-Lhe,
então, Pilatos: Logo, Tu és Rei? Respondeu Jesus: Tu dizes: Eu sou Rei. Eu para
isto nasci e para isto vim ao mundo, a fim de dar testemunho à verdade. Todo
aquele que é da verdade, ouve a minha voz.
CREDO... Concluímos a
Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 2. 8
Com o Ofertório, começa a segunda
parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas,
canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Póstula a me, et dabo tibi gentes hereditátem tuam, et possessiónem tuam
términos terræ.
Pede-me, e eu te darei as nações por tua herança, e estenderei o teu
domínio até os limites da Terra.
Secreta
É a antiga “oração sobre as oblatas”, ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
Hóstiam tibi, Dómine, humánæ reconciliatiónis offérimus: præsta,
quǽsumus; ut, quem sacrifíciis præséntibus immolámus, ipse cunctis géntibus
unitátis et pacis dona concédat, Iesus Christus Fílius tuus, Dóminus noster:
Qui tecum vivit et regnat.
Nós Vos oferecemos, Senhor, a hóstia para reconciliação dos homens,
pedindo-Vos que Aquele que no presente Sacrifício imolamos, conceda a todas as
nações os Dons da união e da paz, Jesus Cristo, vosso Filho, Nosso Senhor, que,
sendo Deus, convosco vive e reina.
Communio / Salmo 28. 10-11
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Sedébit Dóminus Rex in ætérnum: Dóminus benedícet pópulo suo in pace.
O Senhor se assentará como Rei eternamente; o Senhor abençoará o seu
povo com a paz.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Immortalitátis alimóniam consecúti, quǽsumus, Dómine: ut, qui sub Christi
Regis vexíllis militáre gloriámur, cum ipso, in cælésti sede, iúgiter regnáre
póssimus: Qui tecum vivit et regnat.
Havendo recebido o Alimento da imortalidade, Vos suplicamos, Senhor, que, gloriando-nos de combater sob o estandarte de Cristo-Rei possamos reinar com Ele, na celestial mansão. Ele que, sendo Deus, convosco vive e reina.
Meditação
Festa de Cristo Rei
Ó Jesus, Príncipe dos séculos, Rei das gentes, sede o único Rei da minha
mente e do meu coração.
1 – A liturgia de hoje é um verdadeiro hino
triunfal em honra da Realeza de Cristo. Desde as primeiras Vésperas da festa, a
figura de Jesus apresenta-se majestosa, sentada no trono real que domina todo o
mundo: «O Seu reino é um reino sempiterno; todos os reis O hão de servir e Lhe
hão de obedecer. Assentar-se-á e dominará e anunciará paz aos povos». A Missa
principia com a visão apocalíptica deste Rei singular, cuja realeza está
intimamente ligada à Sua imolação pela salvação dos homens: «Digno é o cordeiro
que foi imolado, de receber o poder e a divindade, a sabedoria e a força e a
honra. A Ele a glória e o império pelos séculos dos séculos» (Intr.).
Na Epístola (Col. 1, 12-20), S.
Paulo enumera os títulos que fazem de Cristo o Rei de todos os reis. «Ele é a
imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criatura; porque nEle foram
criadas todas as coisas nos Céus e na Terra, as visíveis e as invisíveis».
Estes títulos pertencem a Cristo como Deus, imagem perfeita do Pai, causa
exemplar de todas as criaturas terrestres e celestes e também como Criador,
juntamente com o Pai e o Espírito Santo, de tudo quanto existe, de modo que
nada existe sem Ele, mas «tudo foi criado por Ele e para Ele... e todas as
coisas subsistem por Ele». Seguem-se os títulos da Sua realeza como homem: «Ele
é a cabeça do Corpo da Igreja ... e foi do agrado de Deus que por Ele fossem
reconciliadas conSigo todas as coisas, pacificando-as pelo Sangue da Sua Cruz».
Sendo já nosso Rei pela Sua divindade, é-o igualmente em virtude da Sua
Encarnação, que O constituiu Cabeça da humanidade e também pela Sua Paixão,
mediante a qual reconquistou as nossas almas, que já Lhe pertenciam como
criaturas, à custa do Seu Sangue. Jesus é nosso Rei no sentido mais amplo da
palavra: criou-nos, remiu-nos, vivifica-nos com a Sua graça, alimenta-nos com a
Sua carne e com o Seu Sangue, governa-nos com o Seu amor e através do amor
atrai-nos para Si. Em face de tais considerações, brota espontaneamente do
nosso coração o grito de S. Paulo: «Demos graças a Deus Pai... que nos livrou
do poder das trevas e nos transferiu para o reino do Filho do seu amor, no qual
temos a Redenção, a remissão dos pecados».
2 – No Evangelho do dia (Jo. 18, 33-37), temos a mais autorizada proclamação da Realeza
de Cristo, pois saiu dos Seus próprios lábios, num momento soleníssimo, no
processo que precedeu a Sua Paixão. Pilatos interroga-O precisamente a este
respeito: «Tu és o rei dos Judeus?» A esta primeira pergunta Jesus não responde
diretamente; Ele, com efeito, não é rei de um povo determinado e o Seu reino
nada tem que ver com os reinos da Terra. Mas à segunda pergunta, mais exata que
a primeira: «Logo, tu és rei?», responde sem reticências: «Tu o dizes, sou
rei». Jesus declara a Sua realeza do modo mais formal, diante da suprema
autoridade da Palestina e declara-a não no meio de um povo que aplaude, nem no
meio do triunfo dos Seus milagres, mas preso com cadeias, diante daquele que
está para O condenar à morte, na presença de um povo sedento do Seu sangue,
poucos momentos antes de ser arrastado para o Calvário onde, no alto da Cruz,
acima da Sua cabeça coroada de espinhos, aparecerá pela primeira vez o título
da sua realeza: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus» (Jo. 19, 19). Ele, que fugira quando as turbas entusiasmadas O
queriam fazer seu rei, proclama-Se rei no meio das inauditas humilhações da
Paixão, afirmando assim claramente que o Seu reino não é deste mundo, que a Sua
realeza é tão sublime que nenhum vitupério, nenhum ultraje a pode ofuscar. Mas
com este gesto, Jesus diz-nos também que gosta muito mais de fazer resplandecer
a Sua realeza sob o aspecto de conquista realizada à custa do Seu Sangue, do
que sob um título que Lhe pertence em virtude da Sua natureza divina.
Com todo o ímpeto da nossa alma, devemos ir ao
encontro deste Rei divino que Se nos apresenta sob um aspecto tão humano, tão
amoroso, tão acolhedor, deste Rei divino que estende os Seus braços sobre a
Cruz, a fim de a todos nos atrair a Si, que nos mostra a chaga do lado como
símbolo do Seu amor. Não somente não queiramos fugir ao Seu império, mas
peçamo-lo, solicitemo-lo, para que Ele tenha o primado na nossa mente e no
nosso coração, para que exerça um pleno domínio sobre a nossa vontade; nós, com
tudo o que temos, queremos sujeitar-nos «ao Seu suavíssimo império» (Colecta).
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 1482-1485.
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