«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 565 – 24 de outubro
de 2021
† 22º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.
Irrepreensíveis, deve encontrar-nos o
Cristo no dia do juízo. O espírito de humildade e penitência (Intróito,
Ofertório e Communio) é, portanto, muito necessário neste tempo, assim como uma
consciência nítida de nossos deveres. Quais são esses deveres, vemos na
Epístola, pelo próprio exemplo que nos dá o Apóstolo S. Paulo: vemos ainda no
Gradual, que é um louvor da caridade fraterna. Finalmente, no Evangelho, Jesus Cristo
nos ensina as nossas obrigações para com a autoridade civil, e antes de tudo, o
dever que temos de entregar, sem reservas, a nossa alma a Deus.
«Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.» Ev.
Avisos Paroquiais
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo: às 6h, 8h, 16h e 19h em nossa igreja matriz; às
10h na Capela de São Brás, em Sesmaria, às 17h na Capela de Santo Antônio, em
Córrego Seco e às 19h na Capela de Santa Rita de Cássia, em Mutum.
Serão transmitidas pelas
redes sociais a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e Rádio Bom
Jesus AM 1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Redes Sociais:
Site – http://bomjesuscrucificado.org.br/
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 8h e
19h)
YouTube – https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 8h e 19h)
E-mail – bomjesuscrucificado@gmail.com
Intróito / SI INIQUITATES – Salmo 129. 3-4, 1-2
O
Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Na esteira do pensamento de Jesus, a Igreja pede a Deus que esqueça as
faltas dos homens e somente dê ouvidos à sua misericórdia.
Si iniquitátes observáveris, Dómine:
Dómine, quis sustinébit? quia apud te propitiátio est, Deus Israël. Ps. De
profúndis clamávi ad te, Dómine: Dómine, exáudi vocem meam. ℣. Glória Patri, et Fílio, et Spirítui
Sancto.
Se observardes, Senhor, as nossas iniquidades, Senhor, quem
subsistirá? Mas, tudo em Vós é clemência, ó Deus de Israel. Sl. Das profundezas
do abismo clamei a Vós, Senhor! Senhor, escutai a minha voz. ℣. Glória
ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de
toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Deus, refúgium nostrum et virtus:
adésto piis Ecclésiæ tuæ précibus, auctor ipse pietátis, et præsta; ut, quod
fidéliter pétimus, efficáciter consequámur Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus, nosso refúgio e força, atendei às piedosas súplicas
de vossa Igreja, e, porque, sois o próprio Autor da piedade, fazei que
realmente consigamos o que com viva confiança pedimos. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Epístola de S. Paulo Apóstolo aos Filipenses 1. 6-11
Na expectativa do «regresso do Senhor», a Igreja prossegue a sua obra de
evangelização. A sua alegria, como a de S. Paulo, é ver a vida cristã
expandir-se no mundo; e o seu desejo é vê-la progredir em cada um de nós até ao
dia do juízo.
Fratres: Confídimus in Dómino Iesu,
quia, qui coepit in vobis opus bonum, perfíciet usque in diem Christi Iesu.
Sicut est mihi iustum hoc sentíre pro ómnibus vobis: eo quod hábeam vos in
corde, et in vínculis meis, etin defensióne, et confirmatióne Evangélii, sócios
gáudii mei omnes vos esse. Testis enim mihi est Deus, quómodo cúpiam omnes vos
in viscéribus Iesu Christi. Et hoc oro, ut cáritas vestra magis ac magis
abúndet in sciéntia et in omni sensu: ut probétis potióra, ut sitis sincéri et
sine offénsa in diem Christi, repléti fructu iustítiæ per Iesum Christum, in
glóriam et laudem Dei.
Irmãos: 6Tenho
firme confiança no Senhor Jesus, que Aquele que em vós começou a boa obra, há
de completá-la até o dia do Cristo Jesus.1 7É justo que eu tenha este sentir de
vós todos, porque, vos tenho no coração, e quer em minhas prisões, quer na
defesa e continuação do Evangelho, todos sois participantes de minha alegria. 8Deus me é testemunha da ternura com
que amo a todos vós no afeto íntimo de Jesus Cristo. 9O que Lhe peço é que a vossa
caridade aumente mais e mais, em conhecimento e compreensão,10para que
aprecieis o que é melhor; a fim de que sejais puros e sem mancha para o dia de
Cristo, 11cheios
de frutos de justiça, por Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.
1. O dia da
vinda gloriosa de Jesus, no fim dos tempos.
Gradual / Salmo 132. 1-2
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Ecce, quam bonum et quam iucúndum,
habitáre fratres in unum! ℣. Sicut unguéntum in cápite, quod
descéndit in barbam, barbam Aaron.
Vede quanto é bom e suave que os irmãos vivam unidos! ℣. É como o
óleo precioso sobre a cabeça, o qual escorre sobre a barba e por toda a barba
de Aarão.
Aleluia / Salmo 113. 11
Allelúia, allelúia. ℣. Qui timent Dóminum sperent in eo:
adiútor et protéctor eórum est. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Os que
temem o Senhor, confiem n'Ele, pois, Ele é o seu amparo e o seu protetor.
Aleluia.
Evangelho segundo São Mateus 22. 15-21
O desobrigarmo-nos de nossos deveres para com os homens não deve, de
maneira nenhuma, subtrair-nos ao soberano domínio de Deus.
In illo témpore: Abeúntes
pharisaei consílium iniérunt, ut cáperent Iesum in sermóne. Et mittunt ei
discípulos suos cum Herodiánis, dicéntes: Magíster, scimus, quia verax es et
viam Dei in veritáte doces, et non est tibi cura de áliquo: non enim réspicis
persónam hóminum: dic ergo nobis, quid tibi vidétur, licet censum dare Caesari,
an non? Cógnita autem Iesus nequítia eórum, ait: Quid me tentátis,
hypócritæ? Osténdite mihi numísma census. At illi obtulérunt ei denárium. Et
ait illis Iesus: Cuius est imágo hæc et superscríptio? Dicunt ei: Caesaris. Tunc
ait illis: Réddite ergo, quæ sunt Caesaris, Caesari; et, quæ sunt Dei, Deo.
Naquele tempo, 15retiraram-se
os fariseus para consultarem entre si a ver como apanhariam a Jesus em alguma
palavra. 16E
enviaram-Lhe seus discípulos com alguns herodianos, dizendo: Mestre, sabemos
que sois amigo da verdade e que ensinais o caminho de Deus, segundo a verdade,
sem Vos preocupardes com quem quer que seja, porque, não julgais o homem
segundo a sua carne. 17Dizei-nos,
pois, o vosso parecer. É lícito pagar o tributo a César, ou não? 18Conheceu porém, Jesus, a sua
maldade, e disse: Por que, me tentais hipócritas? 19Mostrai-me a moeda do tributo. Eles
Lhe apresentaram um dinheiro. 20E Jesus
lhes disse: De quem é esta imagem e esta inscrição? 21Responderam-Lhe: De César. Então Ele
lhes replicou: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Ester 14. 12-13
Com
o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das
oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Recordáre mei, Dómine, omni
potentátui dóminans: et da sermónem rectum in os meum, ut pláceant verba mea in
conspéctu príncipis.
Lembrai-Vos de mim, Senhor, Vós que estais acima de todo o poder;
ponde em minha boca palavras justas para que sejam agradáveis ao príncipe.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
Da, miséricors Deus: ut hæc salutáris
oblátio et a própriis nos reátibus indesinénter expédiat, et ab ómnibus tueátur
advérsis. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Concedei, ó Deus de misericórdia, que esta salutar oblação nos
livre inteiramente das cadeias de nossas próprias culpas, e nos defenda de
todas as adversidades. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 16. 6
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Ego clamávi, quóniam exaudísti me,
Deus: inclína aurem tuam et exáudi verba mea.
Eu clamei por Vós, ó Deus, pois, Vós me ouvis; inclinai os vossos
ouvidos e atendei às minhas súplicas.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Súmpsimus, Dómine, sacri dona
mystérii, humíliter deprecántes: ut, quæ in tui commemoratiónem nos fácere
præcepísti, in nostræ profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis et regnas.
Tendo recebido os Dons do Sagrado Mistério, com humildade Vos
rogamos, Senhor, que sirva de socorro à nossa fraqueza o Sacrifício que em
vossa memória nos mandastes oferecer. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.
Meditação
Os Nossos Deveres
Ensinai-me, Senhor, a cumprir todos os meus deveres em homenagem à Vossa
soberana Majestade.
1 – Os ensinamentos contidos na
Missa deste domingo podem sintetizar-se na conhecida frase de Jesus que lemos
no Evangelho (Mt. 22, 15-21): «Dai a César o que é de César e a
Deus o que é de Deus»; por outras palavras: cumpri com exatidão os vossos
deveres para com Deus e para com o próximo, dando a cada um o que lhe pertence.
A Epístola (Fil. 1, 6-11) apresenta-nos S. Paulo como modelo de caridade para com
aqueles que Deus confiou aos nossos cuidados: «Tenho-vos no coração, vós todos
que, quer nas minhas cadeias, quer na defesa e confirmação do Evangelho, sois
participantes da minha alegria». S. Paulo sente vivamente a sua paternidade
espiritual para com as almas que gerou para Cristo; embora longe, sente-se
responsável pelos seus êxitos, preocupa-se com a sua perseverança no bem,
ampara-as com o seu afeto paternal e com os seus prudentes conselhos: «Confio
que Aquele que começou em vós a boa obra, a completará até ao dia de Cristo
Jesus». Não quer que se perturbem por ele estar longe: não é senão um pobre
instrumento, só Deus é o verdadeiro guia das almas e Deus continuará a obra
começada; quanto a ele, podem ter a certeza de que não cessa de os amar: «Deus
me é testemunha de que modo vos amo a todos nas entranhas de Jesus Cristo».
S. João Crisóstomo diz que o coração
de S. Paulo é o Coração de Cristo por causa do seu grande amor às almas que o
torna muito semelhante ao Redentor. Se Deus pôs uma alma no nosso caminho
pedindo-nos que nos ocupássemos dela, não podemos desinteressar-nos; essa alma
fica doravante unida à nossa, devemos sentir-nos responsáveis por ela e
obrigados a ajudá-la até ao fim.
Depois de nos ter falado da
solidariedade que devemos ter para com os que foram confiados aos nossos
cuidados, a Epístola lembra-nos também a caridade em geral a respeito do
próximo: «que a vossa caridade cresça mais e mais em ciência e em todo o
conhecimento». Trata-se de uma caridade cada vez mais delicada na compreensão
da alma dos outros, cada vez mais perspicaz em se adaptar às mentalidades, às
exigências e aos gostos alheios; uma caridade que deve impelir-nos, como diz S.
Paulo, «a distinguir – e portanto a fazer – o melhor», a fim de que sejamos
«sinceros e irrepreensíveis para o dia de Cristo» (Fil. 1, 10).
2 – O Evangelho descreve, nítida e claramente,
a posição do cristão perante a autoridade civil. A questão insidiosa, se é ou
não lícito pagar o tributo a César, oferece a Jesus a ocasião de resolver o
problema das relações entre os deveres civis e os religiosos. Pede que Lhe
apresentem uma moeda e pergunta: «De quem é esta imagem e esta inscrição?» «De
César», responderam-Lhe. E Jesus replica: «Dai pois a César o que é de César e
a Deus o que é de Deus».
Não há oposição entre os direitos do
poder político e os de Deus, porque «não haveria poder algum se não fosse dado
do alto» (cfr. Jo. 19, 11): a autoridade política
legitimamente constituída provém de Deus e há de ser respeitada como um reflexo
da autoridade divina. Por isso, todo o cristão está obrigado a obedecer à
autoridade política, desde que esta não ordene coisas contrárias à lei de Deus,
porque neste caso já não representaria a autoridade divina, e então, como diz
S. Pedro, «deve-se obedecer antes a Deus que aos homens» (At. 5, 29).
Não pensemos que, tendo-nos dedicado
ao apostolado ou consagrado a obras religiosas, estamos por isso dispensados
dos deveres civis; pelo contrário, também neste campo os católicos deveriam ser
os primeiros. Os imperadores, os reis, os homens que se consagraram à política
ou às armas e que a Igreja venera como santos, dizem-nos que a santidade é
possível em toda a parte e que se pode alcançar mesmo estando ao serviço do
Estado, pois nesse caso também se trata de servir a Deus nas criaturas.
Ordenando-nos que se dê a César o
que é de César, Jesus ensina-nos a dar ao Estado tudo quanto lhe pertence, tudo
o que se refere à ordem e ao bem público temporal. Mas Jesus não fica por aqui
e acrescenta: «dai a Deus o que é de Deus». Se o denário que tem a efígie de
César deve ser restituído a César, muito mais a nossa alma, que traz em si a
imagem de Deus, deve ser restituída a Deus. Afirmar que devemos dar a alma a
Deus, é dizer que Lhe devemos dar tudo, porque efetivamente tudo recebemos
dEle. Neste sentido, cumprir os nossos deveres para com o próximo, para com os iguais
ou inferiores, para com os superiores eclesiásticos ou civis, é cumprir os
nossos deveres para com Deus, é restituir-Lhe tudo quanto nos deu, submetendo a
nossa liberdade à Sua lei e pondo a nossa vontade ao serviço da Sua.
MADALENA, Padre Gabriel de Santa Maria.
Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 1323-1326.
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