sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Edição nº 283

« Liturgia Dominical »
Ano 6 – nº 283  2 de outubro de 2016
†20º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES
verde – 2a. classe.
« No Evangelho devemos fazer nos­sas as palavras do oficial do rei: Vinde, Senhor, curar-nos, auxiliar-nos. Vinde, Senhor, aos nossos corações pela graça do Santo Sacrifício. Vinde enriquecer-nos por vossa presença sacramental na santa Co­munhão. E vinde também, Senhor, buscar-nos um dia, para a nossa pátria celestial. »

Intróito / Daniel 3. 29-35; Salmo 118.1
        O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Senhor, tudo quanto nos fizestes, foi com justiça que o fizestes; porque, pecamos contra Vós, e não obedecemos a vossos mandamentos; agora, porém, glorificai o vosso Nome e agi conosco, segundo a grandeza de vossa misericórdia. Sl. Bem-aventurados os puros em seus caminhos; os que andam na lei do Senhor. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Culposo, o homem tem necessidade do perdão de Deus e da sua paz.
Concedei, Senhor, benignamente a vossos fiéis o perdão e a paz, para que sejam purificados de toda culpa, e Vos sirvam com firme confiança. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Efésios 5. 15-21
A vida cristã deve conduzir-se sob o olhar de Deus, na disponibilidade de se fazer sempre o que Ele pede; e então a presença do Espírito Santo derramará, na alma, a ação de graças e a alegria.
Irmãos: 15Tende cuidado em andar com circunspecção; não como insensatos, e sim como prudentes. 16Aproveitai o tempo, porque, os dias são maus. 17Assim, pois, não sejais imprudentes, mas, tratai de conhecer a vontade de Deus. 18E não vos embriagueis com vinho, do qual nasce a impureza; mas ficai repletos do Espírito Santo. 19Entoai salmos, hinos e cânticos espirituais; cantai e salmodiai ao Senhor em vossos corações. 20Dai sempre e por tudo graças a Deus, nosso Pai, em Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo [pela Eucaristia]. 21Submetei-vos uns aos outros no temor do Cristo.
Gradual / Salmo 144. 15-16
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Os olhos de todos em Vós esperam, Senhor, e Vós lhes dais alimento a seu tempo. . Abris a vossa mão e encheis de bênçãos todos os viventes.
Aleluia / Salmo 107, 2
Aleluia, aleluia. . Ó Deus, preparado está o meu coração; sim, preparado está o meu coração; cantarei e entoarei salmos a Vós que sois a minha glória. Aleluia.
Evangelho segundo São João 4. 46-53
Louvada pelo próprio Jesus, a humilde firme confiança do oficial de Cafarnaúm foi duplamente recompensada com a cura de seu filho e o dom da fé.
Naquele tempo 46havia um oficial do rei cujo filho estava doente em Cafarnaúm. 47Tendo ouvido que Jesus voltara da Judéia para a Galiléia, foi ter com Ele, e pediu-lhe que viesse à sua casa e curasse seu filho, que estava à morte. 48Disse-lhe, então, Jesus: Se não vedes milagres e prodígios, não credes. 49O oficial do rei respondeu: Senhor, vinde, antes que meu filho morra. Disse-lhe Jesus: 50Vai, o teu filho vive. Acreditou o homem na palavra de Jesus e partiu. 51Quando ele já ia para casa, vieram-lhe ao encontro seus criados e deram-lhe a notícia de que o seu filho vivia. 52Perguntou-lhes, então, a hora em que o doente se achara melhor: responderam-lhe: Ontem pela sétima hora, a febre o deixou. 53Reconheceu logo o pai ter sido aquela a mesma hora em que Jesus lhe dissera: Teu filho vive. E ele acreditou e toda a sua família.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 136. 1
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e choramos, lembrando-nos de ti, ó Sião.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Nós Vos suplicamos, Senhor, que estes divinos Mistérios sejam para nós celestial remédio, e purifiquem os nossos corações de todos os vícios. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 118. 49-50
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Lembrai-Vos, Senhor, de vossa palavra a vosso servo. Nela me destes esperança e ela me consola em minha miséria.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Fazei, Senhor, Vos pedimos, que sempre obedeçamos a vossos preceitos, a fim de que sejamos dignos de receber os vossos Dons sagrados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Rumo à Pátria
Senhor, ensinai-me o caminho para chegar até Vós.
1 — A liturgia dos últimos domingos depois do Pentecostes tem uma tonalidade particular, a tonalidade das coisas que se aproximam do fim. Com efeito, o ano litúrgico terminará em breve e, ao terminar, convida-nos a refletir sobre a caducidade da vida presente e a volver os olhos para a vida eterna que nos espera. As almas recolhem-se espontaneamente na revisão das próprias posições: como empregamos o tempo recebido de Deus? No Intróito encontramos esta humilde confissão: « Senhor, pecamos contra Vós e não obedecemos aos Vossos preceitos », e na Coleta este pedido de perdão: « Senhor, deixai-Vos aplacar e concedei aos Vossos fiéis o perdão e a paz ». Depois, na Epístola (Ef. 5, 15-21), S. Paulo ensina-nos a usar do melhor modo possível o tempo que nos resta para chegarmos à glória eterna: « Cuidai em andar com prudência, não como insensatos, mas como circunspectos, recobrando o tempo, pois os dias são maus ». O apóstolo explica-nos em que deve consistir a nossa sabedoria: « Não sejais imprudentes, mas considerai qual é a vontade de Deus ». A maior insensatez e imprudência que se pode cometer na viagem desta vida é a de seguir o próprio capricho, a própria vontade; desta maneira percorre-se um caminho muito arriscado por onde nunca chegaremos à meta, ao passo que a única via que a ela nos conduz é a vontade de Deus. Quem procura sinceramente a vontade divina e caminha nela, em lugar de ser guiado pelo seu próprio espírito, é guiado pelo Espírito de Deus, o Espírito Santo, e portanto pode ter a certeza de não errar. « Enchei-vos do Espírito Santo — exorta-nos hoje S. Paulo — falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor em vossos corações... submissos uns aos outros ». Quando uma alma se deixa guiar docilmente pelo Espírito Santo, Ele toma-a e invade-a até a encher de Si. Desta plenitude, brota espontaneamente o espírito de oração, a virtude, a humilde submissão e a concórdia fraterna.
Caminhar na vontade divina, sob a direção do Espírito Santo, é seguir o caminho mais rápido e seguro para chegar à pátria celestial.
2 — É impossível descobrir e percorrer o caminho da vontade divina sem a fé; o Evangelho de hoje (Jo. 4, 46-53) fala-nos precisamente da fé e das qualidades que esta deve ter para agradar a Deus.
Um oficial do rei, tendo ouvido falar das curas maravilhosas operadas por Jesus, dirige-se ao Seu encontro e roga-Lhe que vá a sua casa para « curar o seu filho que estava a morrer ». Este homem tem fé na virtude taumaturga do Mestre, mas está bem longe de crer que Ele é o Filho de Deus. Jesus compreende e responde: « Se não virdes milagres e prodígios, não credes ». Estas palavras, dirigidas historicamente àquele oficial e aos seus conterrâneos, valem moralmente para todos os que fazem depender a sua fé daquilo que se vê ou apalpa. São poucos os que creem com simplicidade no Evangelho, na Revelação, no magistério da Igreja; a maioria fica indiferente e só se comove ao presenciar algum fato insólito que lhe fere os sentidos. É verdade que o Senhor também Se pode servir disso para ajudar a nossa fraqueza, mas não é esta a fé que Lhe agrada: « Bem-aventurados os que não viram e creram! » (Jo. 20, 29), disse a Tomé que não queria acreditar se não visse o lugar dos cravos e não metesse o dedo nas chagas. O motivo profundo da fé não é a nossa experiência, não é o ter visto ou tocado com a mão, mas a autoridade de Deus. Deus revelou-Se, Ele não Se engana nem nos pode enganar e nós acreditamos confiados na Sua palavra. Crer na palavra de Deus, é a fé genuína, fé pura que agrada ao Senhor.
            Jesus, que queria conduzir o oficial do rei a esta fé, disse-lhe: « Vai, o teu filho vive ». Aquele homem acreditou na palavra que Jesus lhe disse e partiu. Ainda não era a fé sobrenatural no Filho de Deus; todavia era um ato de fé na palavra do Mestre e, embora imperfeito, produziu o seu fruto: o filho ficou curado. O Senhor não exige mais do que se Lhe pode dar; quando vê boa vontade, quando vê esforço sincero, Ele próprio intervém para aperfeiçoar a obra. Deste modo a fé imperfeita e ainda humana do oficial foi premiada com a cura do filho e, em consequência, a sua fé tornou-se sobrenatural; acreditou em Jesus, não já como simples profeta ou taumaturgo, mas como Filho de Deus: « creu ele e toda a sua casa ».
Nesta vida caminhamos para Deus, não na visão, mas na fé; quanto mais pura e despojada de elementos humanos for a nossa fé, tanto mais agradará a Deus e melhor nos permitirá conhecer e cumprir com amor a Sua santa vontade.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

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