sábado, 8 de outubro de 2016

Edição nº 284

« Liturgia Dominical »
Ano 6 – nº 284  9 de outubro de 2016
†21º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES
verde – 2a. classe.


"Servo malvado, não devias tu ter pena do teu companheiro, cmo eu tive pena de ti? " Como ousas pedir perdão para ti?
Dia 12 Festa de Nossa Senhora Aparecida, nossa peregrinação à Aparecida, Calheiros, 5 h e 8 h, Santa Missa e Coroação.
Continua o « Rosário da madrugada », às 5 horas. Venha, traga sua família e mantenha viva esta tradição.

Intróito / Ester 13. 9-11; Salmo 118. 1
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Senhor, tudo depende de vosso poder, e não há quem possa resistir à vossa vontade porque tudo fizestes: o céu, a terra, e tudo quanto se encerra no âmbito dos céus; sois o Senhor do universo. Sl. Bem aventurados os puros em seus caminhos; os quem andam na lei do Senhor. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
A vida não se pode orientar com retidão, sem o constante socorro de Deus.
Nós vos pedimos, Senhor, continueis a guardar a vossa família com o vosso amor paternal, para que, por vossa proteção ela se livre de todas as adversidades e glorifique o vosso Nome pela prática das boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Efésios 6. 10-17
« Em definitivo, é no Senhor e na sua força soberana que é preciso ir refazer as energias. Revesti-vos da armadura de Deus... » Deus é que arma o cristão para o combate espiritual contra Satanás, seu verdadeiro inimigo.
Irmãos: 10Fortalecei-vos no Senhor em sua força poderosa. 11Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. 12Porque não é contra a carne e o sangue1 que temos de lutar, e sim contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos espalhados nos ares. 13Portanto tomai a armadura de Deus afim de poderdes resistir no dia mau e vos conservardes inabaláveis em tudo. 14Ficai firmes, pois, tendo cingidos os vossos rins com a verdade, vestindo a couraça da justiça 15e calçando os pés, prontos para irdes anunciar o Evangelho da paz2. 16Sobretudo servir-vos do escudo da fé, para poderdes apagar todos os dardos inflamados do espírito maligno3. 17Tomai também o capacete da salvação4 e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.
1. Isto é, contra as potências meramente humanas, sempre frágeis e vulneráveis.
2. Estes textos inspiram-se em Isaias 11. 5; 59. 17; 52. 7; 40. 3,9.
3. Alusão aos dardos embebidos em pez e resina, que se lançavam a arder, e que os legionários romanos aparavam no possante escudo.
4. Que garante a salvação.
Gradual / Salmo 89. 1-2
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Senhor, fostes o nosso refúgio de geração em geração. Antes que as montanhas fossem criadas ou se formasse a terra e o mundo, desde toda a eternidade, e por todos os séculos, Vós sois, ó Deus.
Aleluia / Salmo 113. 1
Aleluia, Aleluia. ℣. Ao sair Israel do Egito, saiu a tribo de Jacó de um povo estrangeiro, aleluia.
Evangelho segundo São Mateus 18. 23-35
Pedro põe esta questão: « Senhor, quantas vezes tenho eu de perdoar a meu irmão? Sete vezes? — Não te digo sete vezes, responde Jesus, mas setenta vezes sete. » A parábola, que se vai ler, prossegue e comenta este diálogo.
Naquele tempo, disse Jesus esta parábola a seus discípulos: 23o reino dos céus se compara a um rei, que quis tomar contas a seus servos. 24Começando a fazer contas, apresentou-se-lhe um que lhe devia dez mil talentos5. 25Mas não tendo ele com que pagar, mandou o senhor que fossem vendidos ele, sua mulher e seus filhos, e tudo quanto possuía, para pagar a dívida. 26Então este servo, prostrando-se em terra, disse-lhe suplicante: tem paciência comigo e pagarei tudo. 27E compadecendo-se deste servo, o Senhor libertou-o e perdoou-lhe a dívida. 28Saindo dali, porém, o servo encontrou-se com um de seus companheiros que lhe devia cem dinheiros; e logo o agarrou e, sufocando-o, disse: paga-me o que me deves. 29E o seu companheiro, prostrando- se a seus pés, implorava-lhe: tem paciência comigo e pagarei tudo. 30Ele porém não quis; retirou-se e fez com que o metessem na prisão, até pagar a dívida. 31Vendo os outros servos, seus companheiros, o que se passava, entristeceram-se muito e foram contar a seu senhor tudo o que tinha acontecido. 32Então seu senhor o chamou e lhe disse: servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste; 33não devias tu também ter piedade de teu companheiro como eu tive de ti? 34E, enraivecido, seu senhor entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a dívida. 35Assim também vos fará meu Pai celestial, se do íntimo de vossos corações não perdoar cada um a seu irmão.
5. 10.000 talentos: equivalem, ao pé da letra, a uns 350.000 Kg (350 toneladas) de ouro ou prata! Aqui a expressão indica uma fortuna imperial, quase incalculável, para significar quanto devemos a Deus! (BÍBLIA AVE MARIA, Edição Claretiana-2012, p. 1306).
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / . 1
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Havia um varão na terra de Hus, chamado Jó, simples, reto e temente a Deus. Então Satanás pediu licença a Deus para o tentar; e dando-lhe o Senhor poder sobre os seus bens e sobre a sua carne, destruiu-lhe todos os bens, matou-lhe os filhos, e cobriu-lhe o corpo com uma chaga horrível.
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Recebei, Senhor, benignamente o sacrifício com o qual Vos dignais aplacar-Vos, e por vossa poderosa bondade concedei-nos a salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 118. 81, 84 e 86
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.

Minha alma suspira por vossa salvação, e eu espero em vossa palavra; quando fareis o julgamento dos que me perseguem? Homens iníquos me perseguem; ajudai-me, Senhor, meu Deus.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Tendo recebido o alimento da imortalidade, Vos rogamos, Senhor, que em coração puro guardemos o que a nossa boca recebeu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
O Perdão
Senhor, ensinai-me a perdoar com generosidade e concedei-me o Vosso perdão.
1 — « O reino dos céus é semelhante a um rei que quis fazer as contas com os seus servos ». O Evangelho de hoje (Mt. 18. 23-35) faz alusão às contas que todos seremos um dia chamados a prestar; pensamento grave que nos leva a refletir, como o fizemos já no domingo passado, sobre o estado da nossa consciência. Todavia, ao prosseguirmos a leitura da parábola, conforta-se-nos o coração: sob a figura do rei, Deus mostra-Se tão bom, tão misericordioso e compassivo para com o pobre servo que não pode pagar a dívida, que tudo lhe perdoa e o deixa ir em liberdade.
A dívida daquele servo não era pequena: dez mil talentos. As nossas dívidas para com Deus, porém, são muito maiores; não podem ser calculadas em dinheiro, em ouro ou prata, mas segundo o preço do nosso resgate, o preciosíssimo Sangue de Jesus. As nossas dívidas são os nossos pecados que precisam de ser lavados pelo Sangue de um Deus. Dívidas que, de uma forma mais ou menos leve, apesar da nossa boa vontade, aumentamos de dia para dia, pelo menos com as quedas de fragilidade e fraqueza. Quem poderá dizer, ao fim do dia, que não contraiu novas dívidas para com Deus? Se no fim da vida Deus nos mostrasse a conta exata do nosso déficit, encontrar-nos-íamos numa situação bem mais embaraçosa do que o servo da parábola. Mas Deus é a bondade infinita, conhece e compadece-Se da nossa miséria; sempre que nos apresentamos humilhados na Sua presença, confessando as nossas faltas, Ele perdoa-nos imediatamente e absolve-nos de toda a dívida. Deus é magnânimo no Seu perdão: não nos lança em rosto as culpas já choradas, nem as tem já em conta; o Seu perdão é tão grande, tão pleno, que não só anula as dívidas, mas até destrói a lembrança delas como se nunca tivessem existido. Basta-Lhe ver-nos arrependidos, para que qualquer chaga, por mais gangrenada e repugnante que seja, fique curada pelo preciosíssimo Sangue de Jesus. O Sangue de Cristo é como um mar infinito que tem o poder de lavar e destruir os pecados de toda a humanidade, contanto que sejam sinceramente detestados; em cada dia, em cada instante, podemos pegar no fardo mais ou menos pesado das nossas culpas, das nossas infidelidades e fazê-lo desaparecer neste oceano de graça e de amor, certos de que não ficará nenhum rastro.
2 — A segunda parte da parábola fala do nosso perdão. Ao voltar a casa aquele afortunado servo que fora absolvido de toda a dívida, encontrou-se com um seu companheiro que lhe devia cem denários, soma ver­dadeiramente ínfima em comparação com os dez mil talentos que lhe tinham sido perdoados; mas este homem que fora tratado com tanta piedade, não demonstrou nenhuma para com o seu semelhante, não atendeu às suas súplicas e lágrimas, antes « se retirou e fez que o metessem na prisão até pagar a dívida ».
Enquanto há pouco nos comovíamos com a bondade do Senhor, agora sentimo-nos indignados pela crueldade do servo. E todavia, embora corando, temos de reco­nhecer que, tal como a bondade do amo é a imagem da misericórdia de Deus, a crueldade do servo é a imagem da nossa dureza, da nossa avareza em perdoar ao pró­ximo. Infelizmente nós, que temos mais necessidade do perdão de Deus que do pão de cada dia, somos tão duros, tão exigentes para com os nossos semelhantes, tão difíceis em ser indulgentes e em perdoar. Que dívidas poderá ter o próximo para conosco em comparação das que nós temos para com Deus? Na verdade, infinita­mente menos que uns poucos de denários em proporção dos dez mil talentos, porque se trata de uma ofensa feita a uma criatura miserável em relação à ofensa feita à Majestade infinita de Deus. Mas eis o contraste: Deus perdoa, esquece, anula inteiramente as nossas graves dívidas e não cessa de nos amar e de nos favorecer, apesar das nossas contínuas infidelidades; nós, ao contrário, só com grande custo somos capazes de perdoar alguma pequena ofensa e, ainda que perdoemos, não sabemos esquecer inteiramente, de tal maneira que, chegada a ocasião, estamos prontos a lançá-la em rosto. Que seria então se o próximo cometesse todos os dias para conosco tantas infidelidades e indelicadezas como nós cometemos para com Deus? Oh! Quão miserável e mesquinho é o nosso perdão!
A parábola refere o castigo infligido pelo amo ao servo cruel: « irado, entregou-o aos algozes até que pagasse toda a dívida »; e logo se segue a conclusão: « Assim também vos fará meu Pai celestial se não perdoardes do íntimo dos vossos corações cada um a seu irmão ». Se queremos que Deus seja magnânimo em nos perdoar, devemos sê-lo para com o próximo; na medida em que perdoarmos, seremos perdoados. Isto significa que somos nós próprios a dar a Deus a medida exata da misericórdia que há de usar para conosco.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

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