sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Edição nº 286

« Liturgia Dominical »
Ano 6 – nº 286  16 de outubro de 2016
† 22º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2ª classe.
« De quem é esta imagem e esta inscrição? Responderam-Lhe: De César.
Então Ele lhes replicou: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. » Ev.


    Dia 17, segunda-feira, é dia de S. Margarida Maria Alacoque, a santa francesa que está relacionada com as origens e a história da moderna devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

   
     Dia 22, sábado, é a Festa de S. João Paulo II.
Intróito / Salmo 129 3-4, 1-2
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Na esteira do pensamento de Jesus, a Igreja pede a Deus que esqueça as faltas dos homens e somente dê ouvidos à sua misericórdia.
Se observardes, Senhor, as nossas iniquidades, Senhor, quem subsistirá? Mas, tudo em Vós é clemência, ó Deus de Israel. Sl. Das profundezas do abismo clamei a Vós, Senhor! Senhor, escutai a minha voz. ℣.Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Ó Deus, nosso refúgio e força, atendei às piedosas súplicas de vossa Igreja, e, porque, sois o próprio Autor da piedade, fazei que realmente consigamos o que com viva confiança pedimos.  Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Filipenses 1. 6-11
Na expectativa do « regresso do Senhor », a Igreja prossegue a sua obra de evangelização. A sua alegria, como a de S. Paulo, é ver a vida cristã expandir-se no mundo; e o seu desejo é vê-la progredir em cada um de nós até ao dia do juízo.
Irmãos: 6Tenho firme confiança no Senhor Jesus, que Aquele que em vós começou a boa obra, há de completá-la até o dia do Cristo Jesus.1 7É justo que eu tenha este sentir de vós todos, porque, vos tenho no coração, e quer em minhas prisões, quer na defesa e continuação do Evangelho, todos sois participantes de minha alegria. 8Deus me é testemunha da ternura com que amo a todos vós no afeto íntimo de Jesus Cristo. 9O que Lhe peço é que a vossa caridade aumente mais e mais, em conhecimento e compreensão, 10para que aprecieis o que é melhor; a fim de que sejais puros e sem mancha para o dia de Cristo, 11cheios de frutos de justiça, por Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.
1. O dia da vinda gloriosa de Jesus, no fim dos tempos.
Gradual / Salmo 132. 1-2
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Vede quanto é bom e suave que os irmãos vivam unidos! ℣.É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual escorre sobre a barba e por toda a barba de Aarão.
Aleluia / Salmo 113. 11
Aleluia, aleluia. ℣. Os que temem o Senhor, confiem n'Ele, pois, Ele é o seu amparo e o seu protetor. Aleluia.
Evangelho segundo São Mateus 22. 15-21
O desobrigarmo-nos de nossos deveres para com os homens não deve, de maneira nenhuma, subtrair-nos ao soberano domínio de Deus.
Naquele tempo, 15retiraram-se os fariseus para consultarem entre si a ver como apanhariam a Jesus em alguma palavra. 16E enviaram-Lhe seus discípulos com alguns herodianos, dizendo: Mestre, sabemos que sois amigo da verdade e que ensinais o caminho de Deus, segundo a verdade, sem Vos preocupardes com quem quer que seja, porque, não julgais o homem segundo a sua carne. 17Dizei-nos, pois, o vosso parecer. É lícito pagar o tributo a César, ou não? 18Conheceu porém, Jesus, a sua maldade, e disse: Por que, me tentais hipócritas? 19Mostrai-me a moeda do tributo. Eles Lhe apresentaram um dinheiro. 20E Jesus lhes disse: De quem é esta imagem e esta inscrição? 21Responderam-Lhe: De César. Então Ele lhes replicou: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Ester 14. 12-13
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Lembrai-Vos de mim, Senhor, Vós que estais acima de todo o poder; ponde em minha boca palavras justas para que sejam agradáveis ao príncipe.
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Concedei, ó Deus de misericórdia, que esta salutar oblação nos livre inteiramente das cadeias de nossas próprias culpas, e nos defenda de todas as adversidades. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 16.6
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Eu clamei por Vós, ó Deus, pois, Vós me ouvis; inclinai os vossos ouvidos e atendei às minhas súplicas.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Tendo recebido os Dons do Sagrado Mistério, com humildade Vos rogamos, Senhor, que sirva de socorro à nossa fraqueza o Sacrifício que em vossa memória nos mandastes oferecer. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.
Meditação
Os Nossos Deveres
Ensinai-me, Senhor, a cumprir todos os meus deveres em homenagem à Vossa soberana Majestade.
1 — Os ensinamentos contidos na Missa deste domingo podem sintetizar-se na conhecida frase de Jesus que lemos no Evangelho (Mt. 22, 15-21): « Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus »; por outras palavras: cumpri com exatidão os vossos deveres para com Deus e para com o próximo, dando a cada um o que lhe pertence.
A Epístola (Fil. 1, 6-11) apresenta-nos S. Paulo como modelo de caridade para com aqueles que Deus confiou aos nossos cuidados: « Tenho-vos no coração, vós todos que, quer nas minhas cadeias, quer na defesa e confirmação do Evangelho, sois participantes da minha alegria ». S. Paulo sente vivamente a sua paternidade espiritual para com as almas que gerou para Cristo; embora longe, sente-se responsável pelos seus êxitos, preocupa-se com a sua perseverança no bem, ampara-as com o seu afeto paternal e com os seus prudentes conselhos: « Confio que Aquele que começou em vós a boa obra, a completará até ao dia de Cristo Jesus ». Não quer que se perturbem por ele estar longe: não é senão um pobre instrumento, só Deus é o verdadeiro guia das almas e Deus continuará a obra começada; quanto a ele, podem ter a certeza de que não cessa de os amar: « Deus me é testemunha de que modo vos amo a todos nas entranhas de Jesus Cristo ».
S. João Crisóstomo diz que o coração de S. Paulo é o Coração de Cristo por causa de seu grande amor às almas que o torna muito semelhante ao Redentor. Se Deus pôs uma alma no nosso caminho pedindo-nos que nos ocupássemos dela, não podemos desinteressar-nos; essa alma fica doravante unida à nossa, devemos sentir-nos responsáveis por ela e obrigados a ajudá-la até ao fim.
Depois de nos ter falado da solidariedade que devemos ter para com os que foram confiados aos nossos cuidados, a Epístola lembra-nos também a caridade em geral a respeito do próximo: « que a vossa caridade cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento ». Trata-se de uma caridade cada vez mais delicada na compreensão da alma dos outros, cada vez mais perspicaz em se adaptar às mentalidades, às exigências e aos gostos alheios; uma caridade que deve impelir-nos, como diz S. Paulo, « a distinguir — e portanto a fazer — o melhor », a fim de que sejamos « sinceros e irrepreensíveis para o dia de Cristo » (Fil. 1, 10).
2 — O Evangelho descreve, nítida e claramente, a posição do cristão perante a autoridade civil. A questão insidiosa, se é ou não lícito pagar o tributo a César, oferece a Jesus a ocasião de resolver o problema das relações entre os deveres civis e os religiosos. Pede que Lhe apresentem uma moeda e pergunta: « De quem é esta imagem e esta inscrição? » « De César », responderam-Lhe. E Jesus replica: « Dai pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus ».
Não há oposição entre os direitos do poder político e os de Deus, porque « não haveria poder algum se não fosse dado do alto » (cfr. Jo. 19, 11): a autoridade política legitimamente constituída provém de Deus e há de ser respeitada como um reflexo da autoridade divina. Por isso, todo o cristão está obrigado a obedecer à autoridade política, desde que esta não ordene coisas contrárias à lei de Deus, porque neste caso já não representaria a autoridade divina, e então, como diz S. Pedro, « deve-se obedecer antes a Deus que aos homens » (Act. 5, 29).
Não pensemos que, tendo-nos dedicado ao apostolado ou consagrado a obras religiosas, estamos por isso dispensados dos deveres civis; pelo contrário, também neste campo os católicos deveriam ser os primeiros. Os imperadores, os reis, os homens que se consagraram à política ou às armas e que a Igreja venera como santos, dizem-nos que a santidade é possível em toda a parte e que se pode alcançar mesmo estando ao serviço do Estado, pois nesse caso também se trata de servir a Deus nas criaturas.
Ordenando-nos que se dê a César o que é de César, Jesus ensina-nos a dar ao Estado tudo quanto lhe pertence, tudo o que se refere à ordem e ao bem público temporal. Mas Jesus não fica por aqui e acrescenta: « dai a Deus o que é de Deus ». Se o denário que tem a efígie de César deve ser restituído a César, muito mais a nossa alma, que traz em si a imagem de Deus, deve ser restituída a Deus. Afirmar que devemos dar a alma a Deus, é dizer que Lhe devemos dar tudo, porque efetivamente tudo recebemos dEle. Neste sentido, cumprir os nossos deveres para com o próximo, para com os iguais ou inferiores, para com os superiores eclesiásticos ou civis, é cumprir os nossos deveres para com Deus, é restituir-Lhe tudo quanto nos deu, submetendo a nossa liberdade à Sua lei e pondo a nossa vontade ao serviço da Sua.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

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