«Liturgia da Santa Missa»
Ano 12 – nº 672 – 20 de agosto
de 2023
† 12º Domingo
depois de Pentecostes
Solenidade
da Assunção
branco – 1a. classe.
Celebramos hoje a maior festa em honra de Nossa
Senhora. É a comemoração da gloriosa Assunção de Maria Santíssima ao céu.
No dia 1º de novembro de 1950, Pio XII definia o
dogma da Assunção. Proclamava assim solenemente que a crença segundo a qual a
Santíssima Virgem Maria ao terminar a sua vida terrestre, foi elevada em corpo
e alma para a glória do Céu, faz realmente parte do depósito da fé recebida dos
Apóstolos. «Bendita entre todas as mulheres» em razão da sua maternidade
divina, a Virgem imaculada que tivera desde a sua Conceição o privilégio de ser
isenta do pecado original, não devia jamais conhecer a corrupção do túmulo.
A nova missa da festa põe em evidência a própria
Assunção e as suas conveniências teológicas. Maria aparece glorificada na
mulher descrita no Apocalipse (Intróito), na filha do rei revestida de manto de
ouro, do salmo 44 (gradual), na mulher que com seu filho será inimiga vitoriosa
do demônio (Ofertório). São-lhe aplicados os louvores dirigidos a Judite
triunfante (Epístola); e sobretudo considera a Assunção o coroamento de todas
as glórias que derivam da maternidade divina e que a própria Virgem cantou no
seu Magnificat (Evangelho). As orações fazem-nos pedir a Deus que possamos,
como a Santíssima Virgem, estar continuamente atentos às coisas do alto,
atingir a ressurreição bem-aventurada, e partilhar da sua glória no Céu.
«Tu és a glória de Jerusalém, a alegria de Israel, a honra do nosso
povo». Epist.
Avisos Paroquiais
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo:
– às 7h, 9h e 19h* em
nossa igreja matriz;
* Tríduo do Imaculado
Coração de Maria
– às 10h na Quadra do
Bairro Bela Vista (neste bairro será erguida a Capela de Santa Edwiges);
– às 10h na Capela de
São Brás, em Sesmaria;
– às 18h na Capela de
Santo Antônio, em Córrego Seco;
– às 19h na Capela de
Nossa Senhora de Fátima, em Santa Maria de Campos.
Serão transmitidas,
direto da nossa igreja matriz, a Santa Missa das 7h, pela Rádio Bom Jesus FM
89.3, e a Santa Missa das 9h e 19h, pelo Facebook e YouTube.
Redes Sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
YouTube – https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
Instagram – https://instagram.com/bomjesuscrucificado?igshid=1qi1p1nq6q0j9
E–mail – bomjesuscrucificado@gmail.com
Intróito / SIGNUM
MAGNUM – Apocalipse 12. 1; Salmo 97. 1
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou
solenidade do dia.
Signum magnum appáruit in cælo:
múlier amicta sole, et luna subpédibus eius, et in cápite eius coróna stellárum
duódecim. Ps. Cantáte Dómino cánticum novum: quóniam mirabília fecit. ℣. Glória Patri.
Um grande sinal apareceu no Céu: uma mulher vestida de sol, tendo a lua
debaixo dos seus pés, e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Sl. Cantai ao
Senhor um cântico novo, porque Ele operou maravilhas. ℣. Glória ao Pai.
Oração
(Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Omnípotens sempitérne Deus, qui Immaculátam Vírginem Maríam, Fílii tui
genitrícem, córpore et ánima ad cæléstem glóriam assumpsísti: concéde,
quǽsumus; ut, ad superna semper inténti, ipsíus glóriæ mereámur esse consórtes.
Per eundem Dominum nostrum Iesum Christum.
Commemoratio Dominicæ
XII post Pentecosten
Omnípotens et miséricors Deus, de cuius múnere venit, ut tibi a fidélibus
tuis digne et laudabíliter serviátur: tríbue, quǽsumus, nobis; ut ad promissiónes
tuas sine offensióne currámus. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus onipotente e sempiterno, que arrebatastes à glória do Céu em corpo
e alma a Imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, concedei, nós Vos pedimos,
que, preocupando-nos sempre com as coisas do alto, mereçamos ser participantes
da sua glória. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo.
Comemoração
do 12º Domingo depois de Pentecostes
Ó Deus onipotente e
misericordioso, que dais a vossos fiéis a graça de Vos oferecerem um culto
digno e louvável, concedei, Vos pedimos que, sem impedimento, corramos ao
encontro de vossas promessas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola extraída do livro de Judite 13. 22-25; 15. 10
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
Judite salvando o seu povo é uma figura de Maria. Retomando o elogio de
Judite para o dirigir a Maria, a Igreja sublinha o seu alcance profético; é
próprio da linguagem bíblica poder evocar em todas as suas perspectivas as
grandes obras divinas.
Benedíxit te Dóminus in virtúte sua, quia per te ad níhilum redégit
inimícos nostros. Benedícta es tu, fília, a Dómino Deo excelso, præ ómnibus
muliéribus super terram. Benedíctus Dóminus, qui creávit cælum et terram, qui
te direxit in vúlnera cápitis príncipis inimicórum nostrórum; quia hódie nomen
tuum ita magnificávit, ut non recédat laus tua de ore hóminum, qui mémores
fúerint virtútis Dómini in ætérnum, pro quibus non pepercísti ánimæ tuæ propter
angústias et tribulatiónem géneris tui, sed subvenísti ruínæ ante conspéctum
Dei nostri. Tu glória Ierúsalem, tu lætítia Israël, tu honorificéntia pópuli
nostri.
22O Senhor abençoou-te com a sua fortaleza, pois que, por teu intermédio,
reduziu a nada os nossos inimigos. 23Abençoada és tu, minha filha, pelo Senhor, o Deus
altíssimo, entre todas as mulheres da terra. 24Bendito seja o Senhor, criador do céu e da terra,
que te levou a cortares a cabeça do chefe dos nossos inimigos. 25De tal maneira ele hoje glorificou o teu nome, que
o teu nome não desaparecerá da boca dos homens, para sempre lembrados do poder
do Senhor. Ao veres os sofrimentos e a amargura do teu povo, não quiseste
poupar a tua vida; antes nos salvaste da ruina, sob o olhar protetor do nosso
Deus: 10Tu és a
glória de Jerusalém, a alegria de Israel, a honra do nosso povo.
Gradual / Salmo 44. 11-14
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem
os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo
Mistério do dia.
Audi, fília, et vide, et inclína aurem tuam, et concupíscet Rex
pulchritúdinem tuam. ℣.
Tota decóra ingréditur fília Regis, textúræ áureæ
sunt amíctus ejus.
Ouve, minha filha, e vê, e inclina o teu ouvido, e cobiçará o rei a tua
beleza. ℣. A princesa real entra toda formosa e bela, de vestidos recamados de
ouro.
Aleluia
Allelúia, allelúia. ℣.
Assumpta est María in cælum: gaudet exércitus
Angelórum. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣.
Maria foi levada ao Céu: alegra-se o exército dos
Anjos. Aleluia.
Evangelho segundo São Lucas 1. 41-50
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
Não há melhor cântico do que o Magnificat para celebrar, no dia do seu
triunfo, as grandezas de Maria; a Igreja recorda-nos as circunstâncias em que
Maria, num movimento de ação de graças inspirado pelo Espírito Santo, o
pronunciou.
In illo témpore: Repléta est Spíritu Sancto Elisabeth et exclamávit voce
magna, et dixit: Benedícta tu inter mulíeres, et benedíctus fructus ventris
tui. Et unde hoc mihi ut véniat mater Dómini mei ad me? Ecce enim ut facta
est vox salutatiónis tuæ in áuribus meis, exsultávit in gáudio infans in útero
meo. Et beáta, quæ credidísti, quóniam perficiéntur ea, quæ dicta sunt tibi a
Dómino. Et ait María: Magníficat ánima mea Dóminum; et exsultávit spíritus meus
in Deo salutári meo; quia respéxit humilitátem ancíllæ suæ, ecce enim ex hoc
beátam me dicent omnes generatiónes. Quia fecit mihi magna qui potens est, et
sanctum nomen eius, et misericórdia eius a progénie in progénies timéntibus
eum.
Naquele tempo: 41Isabel foi cheia do Espirito Santo, 42e exclamou em voz forte, dizendo: «Bendita és tu
entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre. 43Como pude eu merecer a dita de vir até mim a Mãe do
meu Senhor! 44Na verdade, apenas ouvi as palavras da tua saudação, o menino exultou de
alegria no meu seio! 45Tu, sim, que és feliz, por teres acreditado que em ti se cumpriria o que
te foi dito da parte do Senhor!». 46Maria, então, prorrompeu: «A minha alma glorifica
ao Senhor, 47e o meu espirito exulta de alegria em Deus, meu Salvador; 48porque, se dignou baixar os olhos para a humilde
condição da sua escrava, desde agora me chamarão bem-aventurada todas as gerações:
49Porque O que é Poderoso fez em mim grandes coisas,
e o seu nome é santo; 50e a sua misericórdia estende-se, através das idades, sobre todos os que
O temem».
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve
compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las
publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório
/ Gênesis
3. 15
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Inimicítias ponam inter te et mulíerem, et semen tuum et semen illíus.
Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua e a sua geração.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Ascéndat ad te, Dómine, nostræ devotiónis oblátio, et, beatíssima Vírgine
María in cælum assumpta intercedénte, corda nostra, caritátis igne succénsa, ad
te iúgiter ádspirent. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Commemoratio
Dominicæ XII post Pentecosten
Hóstias,
quǽsumus, Dómine, propítius inténde, quas sacris altáribus exhibémus: ut, nobis
indulgéntiam largiéndo, tuo nómini dent honórem. Per Dominum nostrum Iesum
Christum.
Suba até Vós, Senhor, a oferta da nossa devoção, e, pela intercessão da
Santíssima Virgem Maria que subiu ao Céu, que os nossos corações, incendiados
no fogo da caridade, suspirem sempre por Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Comemoração
do 12º Domingo depois de Pentecostes
Atendei, Senhor,
benignamente ao Sacrifício que oferecemos sobre os santos altares, para que,
alcançando-nos o perdão, ele honre o vosso Nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Lucas 1. 48-49
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Beátam me dicent omnes generatiónes, quia fecit mihi magna qui potens
est.
Todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque O que é Poderoso fez
em mim grandes coisas.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Sumptis, Dómine, salutáribus sacraméntis: da, quǽsumus; ut, méritis et
intercessióne beátæ Vírginis Maríæ in cælum assúmptæ, ad resurrectiónis glóriam
perducámur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Commemoratio
Dominicæ XII post Pentecosten
Vivíficet
nos, quǽsumus, Dómine, huius participátio sancta mystérii: et páriter nobis
expiatiónem tríbuat et múnimen. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Tendo recebido, Senhor, os Sacramentos da salvação, concedei, nós Vos
pedimos, que, pelos méritos e intercessão da Santa Virgem Maria levada ao Céu,
sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Comemoração
do 12º Domingo depois de Pentecostes
Fazei, Senhor, Vo-lo
pedimos, que a santa participação neste Mistério nos vivifique e nos obtenha
perdão e proteção ao mesmo tempo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Assunção de Nossa Senhora
Ó Maria elevada ao céu, purificai os meus sentidos para que eu aprenda,
já neste mundo, a saborear a Deus.
1 – A Virgem que hoje contemplamos elevada em corpo
e alma à glória do céu, recorda-nos de uma forma especial que a nossa morada
permanente não é na terra, mas no céu onde, juntamente com o seu divino Filho,
nos precedeu na plenitude da sua pessoa. É este o pensamento dominante da
liturgia de hoje: «Deus todo-poderoso e eterno – diz a oração do dia – que elevastes
à glória do céu, em corpo e alma, a Imaculada Virgem Maria, Mãe do Vosso Filho,
concedei-nos a graça de aspirarmos sempre às coisas do alto, para merecermos
compartilhar da sua glória». Sim, a festa da Assunção é para nós um poderoso
apelo a «aspirarmos sempre às coisas do alto», não nos deixando arrastar pelas
vicissitudes e ilusões da vida terrena. Não foi só a nossa alma que foi criada
para o céu: o corpo, depois da ressurreição da carne, também será acolhido nas
moradas celestiais e admitido a participar da glória do espírito. Esta completa
glorificação da nossa humanidade, que não só para nós, mas também para todos os
santos se efetuará no fim dos tempos, contemplamo-la hoje plenamente realizada
em Maria, nossa Mãe. Este privilégio convinha-lhe muito bem a Ela, a toda pura
e toda santa, cujo corpo nunca foi tocado pela sombra do mal, mas foi sempre
templo do Espírito Santo, e cujo seio virginal foi o tabernáculo do Filho de
Deus. E este privilégio incita-nos a elevar toda a nossa vida, não só a do
espírito, mas também a dos sentidos, ao nível da vida celestial que nos espera.
«Ó Mãe de Deus e Mãe dos homens – exclama Pio XII na sua belíssima oração à
Assunção – nós vos suplicamos que purifiqueis os nossos sentidos para que
aprendamos na terra a sentir a Deus, só a Deus, encantamento das criaturas».
2 – A Assunção de Maria Santíssima indica-nos o
itinerário da nossa ascensão espiritual: desprendimento da terra, impulso para
Deus, união com Deus.
A Virgem foi elevada aos céus em corpo e alma por
ser a Imaculada, a toda pura, isenta não só de toda a sombra de culpa, mas
ainda do menor apego às coisas da terra, que «nunca teve impressa na alma forma
de qualquer criatura, nem por ela se moveu» (J.C. S. III, 2, 10). A primeira condição para chegar a Deus é a pureza total, fruto do
desapego total. A Senhora, que viveu a nossa vida terrena num desprendimento
absoluto de todas as coisas criadas, ensina-nos a não nos deixarmos prender
pelo encanto das criaturas, mas a vivermos no meio delas, a ocuparmo-nos delas
com muita caridade, sim, mas sem prender a elas o coração, sem jamais procurar
nelas a nossa satisfação.
A Virgem da Assunção fala-nos do impulso para o
céu, para Deus. Não basta purificar o coração de todo o pecado e de todo o
apego; é preciso, ao mesmo tempo, lançá-lo para Deus, tender para Ele com todas
as nossas forças. «Senhor – faz-nos orar a Igreja na Missa do dia – que por
intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria elevada ao céu, os nossos corações,
abrasados no fogo da caridade, para Vós se dirijam constantemente» (Secreta). A
nossa vida terrena tem valor de vida eterna enquanto é impulso para Deus,
contínua busca dEle, contínua adesão à Sua graça; se este impulso diminuir,
diminuiu também o valor ultra terreno da nossa existência.
Maria foi elevada ao céu por ser a Mãe de Deus e
este seu máximo privilégio, origem e causa de todos os outros, evoca
especialmente a união íntima com Deus; a sua Assunção à união beatífica do céu
fala-nos também dessa união. A Assunção de Nossa Senhora confirma-nos,
portanto, nesta grande e doce verdade: fomos criados e chamados à união com
Deus. É a própria Virgem que nos estende a sua mão maternal para nos guiar e
nos levar a atingir tão alto ideal. Com os olhos fixos n'Ela, será mais fácil
caminhar: Ela será o nosso guia, a nossa força e consolação, em qualquer luta
e dificuldade.
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 1467-1470.
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