«Liturgia da Santa Missa»
Ano 12 – nº 671 – 13 de agosto
de 2023
† 11º Domingo
depois de Pentecostes
verde – 1a. classe.
Da
graça e da bondade de Nosso Senhor, trata a Missa de hoje. Na Epístola fala S.
Paulo da graça que ele próprio recebeu como último dos Apóstolos e que, pelo
Batismo, a nós também foi comunicada. No Evangelho é o próprio Jesus Cristo
quem cura, na pessoa do surdo-mudo, a humanidade inteira. Ephpheta: ainda hoje
é ação simbólica na administração do Batismo. Nos Cânticos agradecemos estas
graças, mas na Oração imploramos novas, porquanto precisamos aumentar a graça
em nós. É o que melhor alcançamos pela Eucaristia. Certos estejamos que se
honramos a Deus com todos os nossos haveres (no Sacrifício Eucarístico),
teremos abundância de trigo e vinho (no Sacramento Eucarístico); e assim é
aumentada em nós a graça de Deus (Communio).
«Ephpheta!» Abre-te boca muda! Abre-te boca cristã para proclamar a tua fé!
Avisos Paroquiais
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo:
– às 7h, 9h e 19h em
nossa igreja matriz;
– às 10h na Capela de
São Brás, em Sesmaria;
– às 18h na Capela de
Santo Antônio, em Córrego Seco.
Serão transmitidas,
direto da nossa igreja matriz, a Santa Missa das 7h, pela Rádio Bom Jesus FM
89.3, e a Santa Missa das 9h e 19h, pelo Facebook e YouTube.
Atenção, pai! Ao final
de todas as Santas Missas, haverá uma Benção especial para você.
Neste mês das vocações,
esta é a semana da Família.
Dia 15, terça feira, é o
22° Aniversário da Carta de D. Licínio Rangel ao Santo Padre o Papa João Paulo
II (15/08/2001).
Dia 18, sexta-feira, 21°
Aniversário da Sagração Episcopal do Exmo. Sr. Bispo Titular de Cedamusa e
Administrador Apostólico D. Fernando Arêas Rifan.
Redes Sociais:
Site – http://bomjesuscrucificado.org.br/
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
YouTube – https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
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E–mail – bomjesuscrucificado@gmail.com
Intróito / DEUS IN – Salmo 67. 6-7, 36, 2
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou
solenidade do dia.
Deus in loco sancto suo: Deus qui inhabitáre facit
unánimes in domo: ipse dabit virtútem et fortitúdinem plebi suæ. Ps. Exsúrgat
Deus, et dissipéntur inimíci eius: et fúgiant, qui odérunt eum, a fácie eius. ℣. Glória Patri.
Deus está em seu santuário; Deus que reúne em Sua
casa os que são unânimes, Ele mesmo dá, a seu povo, força e coragem. Sl. Levante-se
Deus, e os seus inimigos sejam dispersos, e os que O odeiam fujam de sua
presença. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Não há talvez oração mais bela que esta, que, ao situarmos perante o
abismo insondável da bondade divina, a implora e no-la faz contemplar.
Omnípotens sempitérne Deus, qui, abundántia pietátis
tuæ, et mérita súpplicum excédis et vota: effúnde super nos misericórdiam tuam;
ut dimíttas quæ consciéntia métuit, et adícias quod orátio non præsúmit. Per
Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus, eterno e onipotente, que pela abundância de
Vossa bondade excedeis os méritos e os desejos dos suplicantes, derramai sobre
nós a Vossa misericórdia; perdoai o que a nossa consciência teme, e acrescentai
o que não ousamos pedir. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios I. 15. 1-10
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
No pensamento de S. Paulo, a ressureição de Cristo tudo alicerça: se Ele
não ressuscitou, a sua obra é um fracasso; se ressuscitou, ressuscitaremos com
Ele.
Fratres: Notum vobis fácio Evangélium, quod
prædicávi vobis, quod et accepístis, in quo et statis, per quod et salvámini:
qua ratione prædicáverim vobis, si tenétis, nisi frustra credidístis. Trádidi
enim vobis in primis, quod et accépi: quóniam Christus mortuus est pro peccátis
nostris secúndum Scriptúras: et quia sepúltus est, et quia resurréxit tértia die
secúndum Scriptúras: et quia visus est Cephæ, et post hoc úndecim. Deinde visus
est plus quam quingéntis frátribus simul, ex quibus multi manent usque adhuc,
quidam autem dormiérunt. Deinde visus est Iacóbo, deinde Apóstolis ómnibus:
novíssime autem ómnium tamquam abortívo, visus est et mihi. Ego enim sum
mínimus Apostolórum, qui non sum dignus vocári Apóstolus, quóniam persecútus
sum Ecclésiam Dei. Grátia autem Dei sum id quod sum, et grátia eius in me vácua
non fuit.
Irmãos: 1Faço-vos agora lembrar
o Evangelho que já vos preguei e que recebestes, e no qual também perseverais.2Nele também sois salvos, se o guardais do mesmo
modo que vo-lo preguei. Do contrário, em vão tereis abraçado a fé.3Antes de tudo eu vos ensinei o que eu mesmo
aprendi: que o Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras,4sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, como está
escrito. 5Foi visto por Cefas, e depois pelos
onze Apóstolos. 6Depois foi visto por mais de
quinhentos irmãos juntos, muitos deles ainda hoje vivem e alguns já
morreram. 7Depois apareceu a Tiago, e em seguida
a todos os Apóstolos. 8Por último de todos
apareceu também a mim, como a um abortivo.9Porque eu sou o
mínimo dos Apóstolos, e não sou digno de ser chamado Apóstolo, porque persegui
a Igreja de Deus.10Pela graça de Deus, no entanto, sou o
que sou, e a Sua graça não ficou sem efeito em mim.
Gradual / Salmo 27. 7, 1
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou
sugeridos pelo Mistério do dia.
In Deo sperávit cor meum, et adiútus sum: et
reflóruit caro mea, et ex voluntáte mea confitébor illi. ℣. Ad te, Dómine, clamávi: Deus meus, ne síleas, ne
discédas a me.
Em Deus confiou meu coração, e fui socorrido: e
minha carne refloresceu. Eis porque, com toda a minha alma eu O louvarei. ℣. A Vós, Senhor, eu clamo: não
silencieis à minha voz, nem Vos afasteis de mim.
Aleluia / Salmo 80. 2-3
Allelúia, allelúia. ℣. Exsultáte
Deo, adiutóri nostro, iubiláte Deo Iacob: súmite psalmum iucúndum cum cíthara.
Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Exultai
em Deus, nosso protetor; cantai jubilosos ao Deus de Jacó; cantai um alegre
salmo com a cítara. Aleluia.
Evangelho segundo
São Marcos 7. 31-37
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
Tanto a cura do surdo-mudo, como a história das misericórdias divinas em
relação a cada um de nós se resumem no batismo, que nos abriu o espirito e o
coração às coisas de Deus.
In illo témpore: Exiens Iesus de fínibus Tyri,
venitper Sidónem ad mare Galilǽæ, inter médios fines Decapóleos. Et addúcunt
ei surdum et mutum, et deprecabántur eum, ut impónat illi manum. Et
apprehéndens eum de turba seórsum, misit dígitos suos in aurículas eius: et
éxspuens, tétigit linguam eius: et suspíciens in cælum, ingémuit, et ait illi:
Ephphetha, quod est adaperíre. Et statim apértæ sunt aures eius, et solútum est
vínculum linguæ eius, et loquebátur recte. Et præcépit illis, ne cui dícerent. Quanto
autem eis præcipiébat, tanto magis plus prædicábant: et eo ámplius
admirabántur, dicéntes: Bene ómnia fecit: et surdos fecit audíre et mutos
loqui.
N aquele tempo, 31saindo Jesus da região de Tiro veio por Sidon ao
mar de Galiléia, atravessando o território da Decápole. 32E trouxeram-lhe um surdo-mudo e Lhe rogaram
impusesse as mãos sobre ele. 33Jesus,
tomando-o dentre o povo, de parte, meteu os dedos em seus ouvidos e tocou-lhe a
língua com a saliva. 34Depois, ergueu os olhos para o céu,
suspirou, e disse-lhe: Ephpheta, isto é, abre-te. 35E imediatamente se lhe abriram os ouvidos e se lhe
soltou a prisão da língua, e ele falou distintamente. 36Então, Jesus lhes ordenou que a ninguém o
dissessem. Não obstante, quanto mais o proibia, tanto mais o divulgavam, 37e mais admirados, diziam: Tudo tem feito bem; fez
os surdos ouvirem e os mudos falarem.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve
compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las
publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 29. 2-3
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Exaltábo te, Dómine, quóniam suscepísti me, nec delectásti
inimícos meos super me: Dómine, clamávi ad te, et sanásti me.
Eu Vos exaltarei, Senhor, porque, me atendestes e
não deixastes que os meus inimigos se rissem de mim. Senhor, por Vós clamei, e
me curastes.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Réspice, Dómine, quǽsumus, nostram propítius
servitútem: ut, quod offérimus, sit tibi munus accéptum, et sit nostræ
fragilitátis subsidium. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Nós Vos pedimos, Senhor, olhai propício a nossa
condição servil, a fim de que a nossa oferta Vos seja agradável e sirva de
amparo à nossa fraqueza. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Provérbios 3. 9-10
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Hónora Dóminum de tua substántia, et de prímitiis
frugum tuárum: et implebúntur hórrea tua saturitáte, et vino torculária
redundábunt.
Honra ao Senhor, oferecendo-Lhe os teus bens e as
primícias de teus frutos: os teus celeiros se encherão de trigo, e de vinho
transbordarão os teus lagares.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Sentiámus, quǽsumus, Dómine, tui perceptióne
sacraménti, subsídium mentis et córporis: ut, in utróque salváti, cæléstis
remédii plenitúdine gloriémur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Fazei, Senhor, que pela recepção deste Sacramento,
sintamos conforto na alma e no corpo, e numa e noutro curados, possamos gozar
da plenitude do remédio celestial. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Graça do Batismo
Fazei, Senhor, que a graça do santo batismo atinja em mim o seu pleno
desenvolvimento.
1 – A cura do surdo-mudo de que fala
o Evangelho deste dia (Mc. 7, 31-37), é uma imagem viva da graça do
batismo. Também nós, fomos um dia conduzidos à presença de Jesus, num estado
semelhante ao daquele pobre homem da Galiléia, isto é, surdos e mudos para a vida
do espírito: e Jesus, na pessoa do Seu ministro, recebeu-nos com grande amor na
fonte batismal. O sacerdote repetiu sobre nós o mesmo gesto do Mestre Divino e
pronunciou a Sua mesma palavra: «effeta!» abre-te! Desde aquele instante o ouvido da
nossa alma abriu-se à fé e a língua aos louvores do Senhor e tornamo-nos
capazes de ouvir a voz da fé, a voz externa dos ensinamentos da Igreja e a voz
interior do Espírito Santo que nos solicita para o bem; desde aquele instante,
os nossos lábios puderam abrir-se para a oração, para o louvor, adoração e
súplica. Mas depois o tumulto do mundo ensurdeceu-nos, distraiu-nos, o ruído
das paixões diminuiu a nossa capacidade de ouvir a voz de Deus; também as
conversas inúteis acerca das coisas terrenas, as excessivas ocupações e o
interesse pelos acontecimentos do mundo tornaram-nos muitas vezes incapazes de
uma oração profunda e sincera. E eis que hoje Jesus quer renovar em nós a graça
batismal, quer repetir sobre nós a palavra onipotente: «effeta!».
Como precisamos de que Ele abra os nossos ouvidos, à sua voz, de que Ele nos
torne mais atentos, mais sensíveis aos seus chamamentos! «O Senhor chama aos
meus ouvidos para que eu o ouça como a um mestre», diz Isaías; e a seguir
acrescenta: «Eu não o contradigo; não me retirei para trás» (50, 4 e 5). É esta a graça que hoje devemos pedir ao Senhor:
que não somente escutemos a sua voz, mas que a sigamos sempre, sem jamais a
contradizer; quanto mais fiéis formos em segui-la, mais nos tornaremos capazes
de perceber os Seus suaves murmúrios. Peçamos ao mesmo tempo a graça de que os
nossos lábios estejam sempre abertos para louvar o Senhor, para invocar a Sua
misericórdia, para pedir humildemente perdão, acusando com sinceridade e
arrependimento as nossas culpas.
2 – Os que tinham sido testemunhas do
milagre de Jesus, admiravam-se, repetindo: «Fez bem todas as coisas: fez ouvir
os surdos e falar os mudos». Sim, Jesus fez bem todas as coisas, dispôs tudo
excelentemente para a nossa santificação, preparou-nos todas as graças
necessárias numa medida não só suficiente, mas até superabundante. Infelizmente
nem sempre lhes correspondemos e muitas vezes o orgulho, o egoísmo e todas as
nossas paixões não domadas convertem em mal o que o Senhor destinou para nosso
bem. Se tivéssemos aceitado com amor e resignação aquelas dificuldades, aquelas
provas, aquelas contrariedades que Deus permitiu para nos exercitarmos na
virtude, teríamos feito grandes progressos, mas, ao contrário, com as nossas
impaciências, os nossos protestos e lamentações apenas acumulamos faltas e
infidelidades. Temos necessidade de corresponder melhor à graça, de ter o
ouvido interior mais apurado a fim de nos apercebermos de todos os convites
para o bem que o Senhor continuamente nos dirige através das várias circunstâncias
da vida.
A Missa de hoje e particularmente a
Epístola (I Cor. 15, 1-10), apresenta-nos um magnífico modelo
de correspondência à graça. É o Apóstolo São Paulo que, embora na sua humildade
se declare «o mínimo dos Apóstolos», exclama no entanto, com toda sinceridade:
«Pela graça de Deus sou o que sou, e a sua graça que está em mim, não foi vã».
S. Paulo reconhece que de perseguidor da Igreja se tornou apóstolo, não por
mérito seu mas unicamente pela graça; nada atribui a si mas tudo a Deus. Ao mesmo
tempo, porém tem consciência da sua correspondência, correspondência que é
sempre fruto da graça, mas que inclui também como elemento indispensável, a
nossa livre adesão. Portanto, na base da nossa correspondência à graça tem que
haver uma atitude de humildade profunda, quer dizer, temos de reconhecer
sinceramente que, se existe em nós alguma coisa de bom é devida unicamente a
Deus; e a esta atitude temos de juntar o assentimento livre e constante da
nossa vontade aos chamamentos divinos. Sem a graça não seremos capazes de dar
esse assentimento e contudo, ele depende de nós, está nas nossas mãos. Por
isso, como S. Paulo, nada podemos atribuir ao nosso merecimento, mas com ele
devemos repetir: «Pela graça de Deus sou o que sou». A nossa livre adesão à graça
deve dar-nos o direito de acrescentarmos: «e a sua graça que está em mim não
foi vã». Só uma adesão constante, fiel, generosa nos dará tal direito.
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 1029-1032.
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