«Liturgia Dominical»
Ano 10 – nº
513 – 8 de novembro de 2020
† 23º Domingo depois
de Pentecostes
verde – 2a. classe.
Meus pensamentos, diz o Senhor, são de paz
(Introito). Nossa paz é Jesus Cristo (Epístola). Achá-la-emos seguindo o
Apóstolo e afastandonos do caminho dos inimigos da Cruz do Cristo. Jesus Cristo é a nossa paz, até mesmo ali
onde a dor quer perturbá-la. Ele, o Salvador, vence o sofrimento e a dor, e nos
ensina também a vencê-los (Evangelho). Os Cânticos neste e em todos os domingos
seguintes, exprimem fé, confiança, desejo e santa alegria pela próxima volta à
casa paterna. Deus, no decorrer do Ano eclesiástico (imagem de nossa vida) nos
libertou da escravidão e dos males que nos oprimiam. Nossa alma está livre do
cativeiro e os nossos nomes estão escritos no livro da vida.
«Jesus entrou, tomou a menina pela mão, e ela se levantou». Ev.
Avisos Paroquiais
Teremos 7
(sete) Santas Missas para o cumprimento do preceito dominical: sábado às 19h,
Domingo às 6h, 8h, 16h e 19h em nossa Igreja Matriz, Domingo às 10h na Capela
de Santo Antônio em Córrego Seco e 18h na Capela de Santa Maria em Santa Maria
de Campos.
Serão transmitidas pelas redes sociais, a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e Rádio Bom Jesus AM 1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Divulgação:
Site - http://bomjesuscrucificado.org.br/
Facebook - https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
YouTube - https://www.youtube.com/channel/UC6xiEWc1vYNzbDqNSUNtsbg?view_as=subscriber
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
E-mail – bomjesuscrucificado@gmail.com
Intróito
/ DICIT DOMINUS – Jeremias 29. 11-14; Salmo 84. 2
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
O profeta Jeremias anuncia o fim de um cativeiro, de que o de Babilônia
foi apenas figura.
Dicit
Dóminus: Ego cógito cogitatiónes pacis, et non afflictiónis: invocábitis me, et
ego exáudiam vos: et redúcam captivitátem vestram de cunctis locis. Ps.
Benedixísti, Dómine, terram tuam: avertísti captivitátem Iacob. ℣.Glória Patri.
Assim diz o Senhor:
Meus pensamentos são de paz e não de aflição. Clamai por mim e eu vou ouvirei.
Reconduzir-vos-ei de vosso cativeiro, de todos os lugares. Sl. Abençoastes,
Senhor, a vossa terra; livrastes Jacó do cativeiro. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa
salvação.
O verdadeiro cativeiro da alma é o pecado. Só Deus nos pode livrar dele
e arrancar-nos à morte, punição do pecado.
Absólve,
quǽsumus, Dómine, tuórum delícta populórum: ut a peccatórum néxibus, quæ pro
nostra fraglitáte contráximus, tua benignitáte liberémur. Per Dominum nostrum
Iesum Christum.
Dignai-Vos, Senhor,
perdoar os delitos de vosso povo, a fim de que por vossa benignidade, sejamos
livres dos laços dos pecados que por nossa fraqueza contraímos. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Epístola S. Paulo Apóstolo Filipenses 3. 17-21; 4. 1-3
Devemos desapegar-nos das coisas da terra e caminhar para as do Céu,
para onde Cristo nos chama a partilhar da sua glória, numa transformação
completa de todo o nosso ser.
Fratres:
Imitatóres mei estóte, et observáte eos, qui ita ámbulant, sicut habétis formam
nostram. Multi enim ámbulant, quos sæpe dicébam vobis - nunc autem et flens
dico - inimícos Crucis Christi: quorum finis intéritus: quorum Deus venter est:
et glória in confusióne ipsórum, qui terréna sápiunt. Nostra autem conversátio
in cælis est: unde etiam Salvatórem exspectámus, Dóminum nostrum Iesum Christum,
qui reformábit corpus humilitátis nostræ, configurátum córpori claritátis suæ,
secúndum operatiónem, qua étiam possit subiícere sibi ómnia. Itaque, fratres
mei caríssimi et desideratíssimi, gáudium meum et coróna mea: sic state in
Dómino, caríssimi. Evódiam rogo et Sýntychen déprecor idípsum sápere in Dómino.
Etiam rogo et te, germáne compar, ádiuva illas, quæ mecum laboravérunt in
Evangélio cum Cleménte et céteris adiutóribus meis, quorum nómina sunt in libro
vitæ.
Irmãos: 17Sede meus
imitadores e observai os que andam conforme o exemplo que tendes visto em mim. 18Pois muitos
há, de quem muitas vezes vos tenho falado (e ainda agora falo com lágrimas),
que procedem como inimigos da Cruz do Cristo. 19O fim deles é
a perdição; tem por deus o ventre; gloriam-se daquilo de que se deviam
envergonhar, gostando somente das coisas terrenas. 20Quanto a nós,
o nosso viver é nos céus, de onde também esperamos o Salvador, Nosso Senhor
Jesus Cristo. 21Ele
transformará nosso mísero corpo tornando-o semelhante a seu corpo glorificado,
pelo poder que tem de sujeitar a Si todas as coisas. 1Portanto,
irmãos meus, muito amados e queridos, alegria e coroa minha, permanecei assim
firmes no Senhor, caríssimos. 2Rogo a Evódia e suplico a Síntiquem1,
sejam unidas no Senhor. 3E
peço também a ti, meu fiel companheiro, que as ajudes porque comigo trabalharam
em prol do Evangelho com Clemente2 e meus outros colaboradores,
cujos nomes estão no livro da vida.
1. Duas cristãs de Filipos, que andavam a
mal.
2. Um membro influente da comunidade.
Gradual / Salmo 43. 8-9
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Liberásti
nos, Dómine, ex affligéntibus nos: et eos, qui nos odérunt, confudísti. ℣.In Deo laudábimur tota die, et in nómine tuo confitébimur in sæcula.
Vós nos livrastes,
Senhor, dos que nos afligiam e confundistes os que nos odiavam. ℣.Em Deus nos gloriamos
todo o dia; e louvamos eternamente o vosso Nome.
Aleluia /
Salmo
129.
1-2
Allelúia,
allelúia. ℣.De profúndis clamávi ad te, Dómine: Dómine, exáudi oratiónem meam. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣.Das profundezas do
abismo, clamei a Vós,
Senhor! Senhor atendei à minha oração. Aleluia.
Evangelho segundo São Mateus 9. 18-26
Símbolo da ressureição espiritual das almas, os milagres de cura e
ressureição, realizados por Jesus, são também o prenúncio da ressureição
corporal.
In
illo témpore: Loquénte Iesu ad turbas, ecce, princeps unus accéssit et adorábat
eum, dicens: Dómine, fília mea modo defúncta est: sed veni, impóne manum tuam
super eam, et vivet. Et surgens Iesus sequebátur eum et discípuli eius. Et ecce
múlier, quæ sánguinis fluxum patiebátur duódecim annis, accéssit retro et
tétigit fímbriam vestiménti eius. Dicébat enim intra se: Si tetígero tantum
vestiméntum eius, salva ero. At Iesus convérsus et videns eam, dixit: Confíde,
fília, fides tua te salvam fecit. Et salva facta est múlier ex illa hora. Et
cum venísset Iesus in domum príncipis, et vidísset tibícines et turbam
tumultuántem, dicebat: Recédite: non est enim mórtua puélla, sed dormit. Et
deridébant eum. Et cum eiécta esset turba, intrávit et ténuit manum eius. Et
surréxit puélla. Et éxiit fama hæc in univérsam terram illam.
Naquele tempo, 18falava Jesus
ao povo, quando se aproximou d’Ele um príncipe da sinagoga e O adorou, dizendo:
Senhor, agora mesmo faleceu a minha filha; mas vinde, imponde a vossa mão sobre
ela, e viverá. 19Jesus
levantou-se e seguiu-o com os seus discípulos. 20E eis que uma
mulher, que havia doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegou-se por detrás
d’Ele e tocou-Lhe na orla do vestido. 21Porque dizia consigo: Se eu tão
somente tocar no seu vestido, ficarei curada. 22Voltou-se
Jesus, e vendo-a disse: Tem confiança, filha, tua fé te salvou. E naquela hora
a mulher foi curada. 23Quando
Jesus chegou à casa do príncipe, e viu os tocadores de flauta e muita gente em
alarido, disse-lhes: 24Retirai-vos,
porque a menina não está morta, mas dorme. E riam-se d’Ele. 25Mas depois que
fez sair a gente, Jesus entrou, tomou a menina pela mão, e ela se levantou. 26E divulgou-se
a notícia deste milagre por toda aquela região.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 129. 1-2
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente
dito.
De
profúndis clamávi ad te, Dómine: Dómine, exáudi oratiónem meam: de profúndis
clamávi ad te, Dómine.
Das profundezas do
abismo, eu clamo a Vós, Senhor! Senhor, atendei à minha oração. Das profundezas
do abismo, eu clamo a Vós, Senhor.
Secreta
É a antiga “oração sobre as oblatas”, ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
Pro
nostræ servitútis augménto sacrifícium tibi, Dómine, laudis offérimus: ut, quod
imméritis contulísti, propítius exsequáris. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Para aumentar o nosso
zelo em Vos servir, nós Vos oferecemos, Senhor, este sacrifício de louvor, a
fim de que por vossa bondade completeis em nós o que sem merecimento nosso nos
confiastes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / S. Marcos 11. 24
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Amen,
dico vobis, quidquid orántes pétitis, crédite, quia accipiétis, et fiet vobis.
Em verdade, vos digo:
tudo o que pedirdes em vossa oração, crede que o recebereis, e vos será feito.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Quǽsumus,
omnípotens Deus: ut, quos divína tríbuis participatióne gaudére, humánis non
sinas subiacére perículis. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Nós Vos suplicamos, ó
Deus onipotente, não permitais sucumbam aos perigos humanos aqueles a quem
concedestes a alegria de participar dos divinos Mistérios. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Meditação
Desígnios de Paz e de Amor
Senhor, cumpri em mim os Vossos desígnios de paz e de amor, fazendo-me
renascer para uma vida plenamente fervorosa.
1
– Apesar dos altos ideais e do desejo de santidade, encontramo-nos sempre
cheios de misérias, sempre em dívida para com Deus e, ao aproximarmo-nos dEle,
a nossa alma treme com razão: como nos acolherá? Não nos afastará de Si? A
resposta, porém, é muito diferente da que nós merecíamos: «Os meus desígnios a
vosso respeito, diz o Senhor, são de paz e não de desgraça. Invocar-me-eis e
hei-de atender-vos. Hei-de reconduzir-vos de todos os países onde estáveis
cativos». Estas consoladoras palavras que lemos hoje no Intróito da Missa abrem
de par em par o nosso coração às mais doces esperanças: apesar de tudo, Deus
ama-nos, Deus é sempre o nosso Pai e quer libertar-nos da escravidão das nossas
paixões e das nossas fraquezas. Sobe então espontaneamente aos lábios a humilde
invocação da Colecta: «Perdoai, Senhor, as faltas do Vosso povo, para que, pela
Vossa bondade, sejamos livres dos laços dos pecados contraídos por nossa
fraqueza». A humildade, o reconhecimento sincero das próprias faltas, é sempre
o ponto de partida para a conversão.
S.
Paulo, na Epístola, fala-nos da conversão (Fil. 3, 17-21;
4, 1-3):
«Muitos, de quem muitas vezes vos falei e também agora falo com lágrimas,
procedem como inimigos da cruz de Cristo... gostando somente das coisas
terrenas». Praticamente, cada vez que fugimos do sacrifício, que protestamos
contra a dor ou buscamos satisfações egoístas, comportamo-nos como inimigos da
cruz de Jesus e assim a nossa vida torna-se muito terra a terra, muito presa às
criaturas, demasiado pesada para nos podermos elevar ao céu. Temos de nos
converter, de nos desprender, de nos recordar de que «somos cidadãos do céu» e
por isso, devemos abraçar de boa vontade as fadigas da viagem de regresso à
pátria bem-aventurada. Para nos animar, S. Paulo põe-nos diante dos olhos os
esplendores da vida eterna: «Jesus Cristo... transformará o nosso corpo de
miséria, fazendo-o semelhante ao Seu glorioso». Eis os «desígnios de paz», eis
os grandes desígnios de amor que o Pai celeste tem sobre nós: libertar-nos da
escravidão do pecado e conformar-nos com o Seu Filho até nos tornar
participantes da Sua gloriosa ressurreição. Desígnios maravilhosos, mas que não
se realizarão se os não secundarmos. «Portanto, meus muito amados e desejados
irmãos, minha alegria e minha coroa – suplica o Apóstolo – permanecei assim
firmes no Senhor». Firmes, quer dizer constantes na conversão; firmes na
humildade, na confiança, no amor à cruz.
2
– O Evangelho do dia (Mt. 9, 18-26)
é uma prova evidente desta transformação que Deus quer efetuar em nós, é um
exemplo do modo como Ele realiza os Seus desígnios de paz naqueles que recorrem
a Ele com um coração humilde e confiante. Em primeiro lugar a hemorroíssa3:
o seu mal é tenaz, há doze anos que resiste a todos os remédios; a pobre
mulher, humilhada e confusa, não ousa, como os outros doentes, apresentar-se
diretamente a Jesus, mas por outro lado a sua fé é tão grande que pensa: «Ainda
que eu toque somente o Seu vestido, serei curada»; aproxima-se furtivamente e
toca-Lhe ao de leve na orla do manto. Jesus adverte aquele leve toque e,
voltando-Se, diz: «Tem confiança, filha; a tua fé te salvou». Nenhum pedido,
nenhuma súplica externa, o que comove o Senhor é a prece daquele coração
humilde, confiante e cheio de fé.
Como
Jesus curou aquela mulher, quer curar as nossas almas, mas espera disposições
semelhantes às suas. Muito facilmente nos contentamos com orações vocais
enquanto o coração permanece frio e ausente; mas Jesus vê o coração e quer a
oração do coração: grito de humildade e confiança, grito que sobe direto ao
Coração divino. De resto, como somos mais afortunados do que a pobre doente!
Ela conseguiu uma só vez tocar na fímbria do manto de Jesus, ao passo que a
nossa alma todos os dias, na comunhão, está em contato com o Seu Corpo e o Seu
Sangue. Oh! se tivéssemos uma fé tão grande como um grão de mostarda!
O
Evangelho narra ainda um segundo milagre. A filha de Jairo não está doente,
está morta. Mas para Jesus não é mais difícil ressuscitar um morto do que curar
um doente. Como verdadeiro Senhor da vida e da morte, «tomou-a pela mão e a
menina levantou-se». Jesus é a nossa ressurreição não só para a vida eterna
quando, a um sinal Seu, o nosso corpo ressuscitar glorioso e de novo se unir à
alma, mas é também a nossa ressurreição nesta vida: ressurreição da morte do
pecado para a vida da graça, ressurreição de uma vida tíbia para uma vida
fervorosa, ou de uma vida fervorosa para uma vida santa.
Aproximemo-nos
de Jesus com a humildade e a confiança da hemorroíssa3 e
peçamos-Lhe, de todo o coração, que cumpra em nós os Seus desígnios de amor,
arrancando-nos da mediocridade duma vida espiritual embaraçada ainda nos laços
do egoísmo, para nos lançarmos decididamente no caminho da santidade.
3. Mulher que sofre de distúrbios relacionado a fluxo sanguíneo
contínuo.
Extraído do Livro Intimidade Divina — P. Gabriel de Santa Maria
Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.
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