«Liturgia Dominical»
Ano 10 – nº
512 – 1 de novembro de 2020
† 22º Domingo depois
de Pentecostes
Solenidade de Todos os Santos
branco – 1a. classe.
A
Missa e a festa de hoje animam-nos a seguir os exemplos de todos os Santos, e
ao mesmo tempo, imploram a sua intercessão para que também cheguemos a realizar
este ideal.
Alegremo-nos nesta solenidade, porque os Santos são irmãos nossos que já atingiram o seu fim. Alegremo-nos porque, sendo membros da mesma família, podemos esperar cantar com eles e os santos Anjos o louvor do Filho de Deus (Introito). Este mesmo Filho de Deus nos traça no Evangelho as normas da vida e no Gradual nos convida a que O sigamos. Alegremo-nos, sim, porque a nossa recompensa será grande no céu (Evangelho).
«Se estes e aqueles [foram santos], porque não eu?» (Santo Agostinho).
Avisos Paroquiais
Teremos 8 (oito) Santas
Missas para o cumprimento do preceito dominical: sábado às 19h, Domingo às 6h,
8h, 16h e 19h em nossa Igreja Matriz, Domingo às 10h na Capela de São Brás em
Sesmaria, 17h na Capela de Santo Antônio em Córrego Seco e 18h na Capela de
Santa Isabel em Usina Santa Isabel.
Serão transmitidas pelas redes sociais, a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e Rádio Bom Jesus AM 1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Finados, 2 de novembro
As Santas Missas serão
celebradas em nossa Igreja Matriz às 6h, 8h (Santa Missa cantada por alma do
nosso saudoso Pároco Pe. José Paulo Vieira) e 19h, na Capela de Santo Antônio
em Córrego Seco haverá Santa Missa às 8h e na Capela de São Brás em Sesmaria às
18h.
Divulgação:
Site - http://bomjesuscrucificado.org.br/
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
Intróito / GAUDEÁMUS – Salmo 32.
1
O Intróito como que enuncia o tema
geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Gaudeámus omnes in Dómino, diem festum celebrántes
sub honóre Sanctórum ómnium: de quorum sollemnitáte gaudent Angeli et
colláudant Fílium Dei. Ps. Exsultáte, iusti, in Dómino: rectos decet
collaudátio. ℣.
Glória Patri.
Alegremo-nos todos no Senhor, festejando este dia em
honra de todos os Santos; por sua solenidade se regozijam os Anjos e glorificam
o Filho de Deus. Sl. Exultai, ó justos, no Senhor; os retos de coração devem
louvá-Lo. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que
precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de
toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Omnípotens sempitérne Deus, qui nos ómnium Sanctórum
tuórum mérita sub una tribuísti celebritáte venerári: quǽsumus; ut desiderátam
nobis tuæ propitiatiónis abundántiam, multiplicátis intercessóribus, largiáris.
Per Dominum nostrum.
Ó Deus onipotente e eterno, que nos concedestes a
graça de venerar em uma solenidade os méritos de todos os vossos Santos, nós
Vos pedimos que por tão grande número de intercessores, nos concedais a
desejada abundância de vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Commemoratio
Dominicæ XXII post Pentecosten
Numa breve oração,
o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos
estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Deus, refúgium nostrum et virtus: adésto piis Ecclésiæ tuæ
précibus, auctor ipse pietátis, et præsta; ut, quod fidéliter pétimus,
efficáciter consequámur Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Comemoração
do 22º Domingo depois de Pentecostes
Ó Deus, nosso refúgio e força, atendei às piedosas súplicas
de vossa Igreja, e, porque, sois o próprio Autor da piedade, fazei que
realmente consigamos o que com viva confiança pedimos. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Leitura extraída do Apocalipse
de São João 7. 2-12
O número de cento e quarenta e quatro mil (o quadrado de doze
multiplicado por mil) simboliza o conjunto dos fiéis de Cristo; a multidão de
que se fala a seguir, vestida com túnicas brancas e de palmas nas mãos, parece
representar os mártires.
In diébus illis: Ecce, ego Ioánnes vidi álterum
Angelum ascendéntem ab ortu solis, habéntem signum Dei vivi: et clamávit voce
magna quátuor Angelis, quibus datum est nocére terræ et mari, dicens: Nolíte
nocére terræ et mari neque arbóribus, quoadúsque signémus servos Dei nostri in
fróntibus eórum. Et audívi númerum signatórum, centum quadragínta quátuor mília
signáti, ex omni tribu filiórum Israël, Ex tribu Iuda duódecim mília signáti.
Ex tribu Ruben duódecim mília signáti. Ex tribu Gad duódecim mília signati. Ex
tribu Aser duódecim mília signáti. Ex tribu Néphthali duódecim mília signáti.
Ex tribu Manásse duódecim mília signáti. Ex tribu Símeon duódecim mília
signáti. Ex tribu Levi duódecim mília signáti. Ex tribu Issachar duódecim mília
signati. Ex tribu Zábulon duódecim mília signáti. Ex tribu Ioseph duódecim
mília signati. Ex tribu Béniamin duódecim mília signáti. Post hæc vidi turbam
magnam, quam dinumeráre nemo póterat, ex ómnibus géntibus et tríbubus et
pópulis et linguis: stantes ante thronum et in conspéctu Agni, amícti stolis
albis, et palmæ in mánibus eórum: et clamábant voce magna, dicéntes: Salus Deo
nostro, qui sedet super thronum, et Agno. Et omnes Angeli stabant in circúitu
throni et seniórum et quátuor animálium: et cecidérunt in conspéctu throni in
fácies suas et adoravérunt Deum, dicéntes: Amen. Benedíctio et cláritas et
sapiéntia et gratiárum áctio, honor et virtus et fortitúdo Deo nostro in sǽcula
sæculórum. Amen.
Naqueles dias, 2eu,
João, vi outro Anjo que subia do oriente, tendo na mão o selo do Deus vivo, e
clamando em alta voz aos quatro Anjos que receberam o poder de danificar à
terra e ao mar, dizendo: 3Não façais mal à terra nem ao mar,
nem às árvores, enquanto não houvermos assinalado em suas frontes os servos de
nosso Deus. 4E ouvi o número dos assinalados:
cento e quarenta e quatro mil1 assinalados de todas as tribos dos
filhos de Israel. 5Da tribo de Judá, doze mil
assinalados. Da tribo de Ruben, doze mil assinalados. Da tribo de Gad, doze mil
assinalados. 6Da tribo de Aser, doze mil
assinalados. Da tribo de Neftali, doze mil assinalados. Da tribo de Manassés,
doze mil assinalados. 7Da tribo de Simeão, doze mil
assinalados. Da tribo de Levi, doze mil assinalados. Da tribo de Issacar, doze
mil assinalados. 8Da tribo de Zabulon, doze mil
assinalados. Da tribo de José, doze mil assinalados. Da tribo de Benjamin, doze
mil assinalados. 9Depois disto, vi uma grande multidão
que ninguém pode contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Eles
estavam de pé, diante do trono e em presença do Cordeiro, revestidos de túnicas
brancas, segurando palmas em suas mãos 10e
clamando com voz forte: Glória ao nosso Deus que está sentado sobre o trono, e
ao Cordeiro. 11E todos os Anjos estavam de pé ao
redor do trono, dos anciãos e dos quatro seres animados; e prostraram-se com as
suas faces diante do trono e adoraram a Deus, dizendo: 12Amém. Louvor, glória, sabedoria, ação de graças,
honra, poder e força ao nosso Deus, por todos os séculos. Amém.
1. Tanto este número, como os doze mil de cada tribo, que o somam e
perfazem, são números simbólicos e de plenitude...
Gradual / Salmo 33. 10, 11
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Timéte Dóminum, omnes Sancti eius: quóniam nihil
deest timéntibus eum. ℣.
Inquiréntes autem Dóminum, non
defícient omni bono.
Temei o Senhor, todos vós, os seus Santos, porque,
de nada carecem os que O temem. ℣. Porque,
os que procuram o Senhor, não serão privados de nenhum bem.
Aleluia / Mateus 11. 28
Allelúia, allelúia. ℣. Veníte ad me, omnes, qui laborátis et oneráti
estis: et ego refíciam vos. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Vinde
a mim, vós todos, que estais fatigados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.
Aleluia.
Evangelho segundo
São Mateus 5. 1-12
Eis aqui, traçado pelo próprio Cristo, o ideal da perfeição cristã. É
agindo em conformidade com este ideal, e com a graça de Deus, que nos dirigimos
para o Céu.
In illo témpore: Videns Iesus turbas, ascéndit in
montem, et cum sedísset, accessérunt ad eum discípuli eius, et apériens os
suum, docébat eos, dicens: Beáti páuperes spíritu: quóniam ipsórum est regnum cælórum.
Beáti mites: quóniam ipsi possidébunt terram. Beáti, qui lugent: quóniam ipsi
consolabúntur. Beáti, qui esúriunt et sítiunt iustítiam: quóniam ipsi
saturabúntur. Beáti misericórdes: quóniam ipsi misericórdiam consequéntur.
Beáti mundo corde: quóniam ipsi Deum vidébunt. Beáti pacífici: quóniam fílii
Dei vocabúntur. Beáti, qui persecutiónem patiúntur propter iustítiam: quóniam
ipsórum est regnum cælórum. Beáti estis, cum maledíxerint vobis, et persecúti
vos fúerint, et díxerint omne malum advérsum vos, mentiéntes, propter me:
gaudéte et exsultáte, quóniam merces vestra copiósa est in cælis.
Naquele tempo, 1vendo
Jesus as multidões, subiu a um monte, e, tendo-se assentado, aproximaram-se
d’Ele os seus discípulos. 2E, abrindo a sua boca, ensinava-lhes,
dizendo: 3Bem-aventurados os pobres de
espírito, porque, deles é o Reino dos céus. 4Bem-aventurados
os mansos, porque eles possuirão a terra. 5Bem-aventurados
os que choram, porque eles serão consolados. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque eles serão saciados. 7Bem-aventurados
os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles
verão a Deus. 9Bem-aventurados os pacíficos, porque
eles serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados
os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus.
11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e
perseguirem, e, mentindo, falarem todo mal contra vós, por minha causa. 12Alegrai-vos, e exultai, porque a vossa recompensa
será grande nos céus.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Sabedoria 3. 1-3
Com o Ofertório, começa a segunda
parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas,
canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Iustórum ánimæ in manu Dei sunt, et non tanget illos
torméntum malítiæ: visi sunt óculis insipiéntium mori: illi autem sunt in pace,
allelúia.
As almas dos Justos estão nas mãos de Deus, e o
tormento da morte não os atingirá. Aos olhos dos insensatos eles pareciam
morrer; mas, repousam em paz, aleluia.
Secreta
É a antiga “oração sobre as oblatas”, ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
Múnera tibi, Dómine, nostræ devotiónis offérimus:
quæ et pro cunctórum tibi grata sint honóre Iustórum, et nobis salutária, te
miseránte, reddántur. Per Dominum nostrum.
Nós Vos oferecemos, Senhor, os Dons de nossa
devoção, que desejamos Vos agradem em honra de todos os Justos; por vossa
misericórdia, fazei que nos sirvam para a nossa salvação. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Commemoratio
Dominicæ XXII post Pentecosten
Da, miséricors Deus: ut hæc salutáris oblátio et a
própriis nos reátibus indesinénter expédiat, et ab ómnibus tueátur advérsis. Per
Dominum nostrum Iesum Christum.
Comemoração
do 22º Domingo depois de Pentecostes
Concedei, ó Deus de misericórdia, que esta salutar oblação nos livre inteiramente das cadeias de nossas próprias culpas, e nos defenda de todas as adversidades. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Mateus 5. 8-10
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Beáti mundo corde, quóniam ipsi Deum vidébunt; beáti
pacífici, quóniam filii Dei vocabúntur: beáti, qui persecutiónem patiúntur
propter iustítiam, quóniam ipsórum est regnum cælórum.
Bem-aventurados os que têm o coração puro, porque, eles
verão a Deus. Bem-aventurados os pacíficos, porque, eles serão chamados filhos
de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque,
deles é o Reino dos céus.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Da, quǽsumus, Dómine, fidélibus pópulis ómnium
Sanctórum semper veneratióne lætári: et eórum perpétua supplicatióne muníri.
Per Dominum nostrum.
Concedei, Senhor, aos povos fiéis, que sempre se
alegrem com a veneração de todos os vossos Santos, e sejam sempre protegidos
por sua intercessão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Commemoratio
Dominicæ XXII post Pentecosten
Súmpsimus, Dómine, sacri dona mystérii, humíliter
deprecántes: ut, quæ in tui commemoratiónem nos fácere præcepísti, in nostræ
profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis et regnas.
Comemoração
do 22º Domingo depois de Pentecostes
Tendo
recebido os Dons do Sagrado Mistério, com humildade Vos rogamos, Senhor, que
sirva de socorro à nossa fraqueza o Sacrifício que em vossa memória nos
mandastes oferecer. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.
Meditação
Festa de Todos os Santos
Ó Senhor, que pela intercessão dos Vossos Santos, eu possa percorrer
corajosamente o caminho da santidade.
1 – A santa Igreja, sempre zelosa e solícita pela nossa salvação, exulta hoje
de imensa alegria ao contemplar a glória dos seus filhos que, tendo chegado à
pátria celeste, se encontram já seguros por toda a eternidade, para sempre
livres dos embustes do demônio, para sempre porção escolhida e povo de Deus.
Como uma mãe orgulhosa do triunfo de seus filhos, apresenta-os à cristandade,
convidando todos os fiéis a partilhar o seu gozo maternal: «Alegremo-nos todos
no Senhor, e celebremos festivamente este dia em honra de todos os Santos.
Nesta solenidade se alegram os Anjos, e cantam louvores ao Filho de Deus».
(Intr.).
A Epístola (Ap. 7, 2-12) descreve-nos a visão apocalíptica
da glória dos Santos: «Vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de
todas as nações e tribos, povos e línguas que estavam de pé, diante do trono e
diante do Cordeiro, revestidos de vestiduras brancas e com palmas nas suas
mãos». Uma multidão de mártires, de apóstolos, de confessores, de virgens,
falange luminosa que incessantemente se deleita na visão de Deus, O adora e O
louva, dizendo: «Bênção, glória, sabedoria, ações de graças, honra, virtude e
fortaleza ao nosso Deus em todos os séculos dos séculos. Amem!»
Mas quem são estes Santos tão
gloriosos? São homens que viveram como nós na terra, que conheceram as nossas
misérias, as nossas dificuldades e as nossas lutas. Alguns deles são-nos bem
conhecidos, tendo-os a Igreja elevado à honra dos altares; a maioria, porém,
é-nos totalmente desconhecida. Gente humilde que viveu obscuramente no
cumprimento do seu dever, sem esplendor, sem fama, de quem já ninguém se lembra
na terra, mas a quem o Pai celeste viu e conheceu secretamente e introduziu na
Sua glória, depois de ter posto à prova a sua fidelidade. E se entre esta
multidão imensa se encontram personagens que na terra ocuparam postos
honoríficos ou realizaram grandes obras, isso já não tem valor algum: a sua
eterna bem-aventurança não tem relação nenhuma com as grandezas que possuíam.
Dos humildes e dos grandes, dos pobres e dos poderosos uma só coisa permanece:
o grau de amor por eles alcançado, ao qual corresponde o grau de glória que os
faz eternamente felizes.
2 – Enquanto a Epístola nos permite
entrever alguma coisa da vida dos Santos na glória do céu, o Evangelho (Mt. 5, 1-12), citando uma passagem das bem-aventuranças,
mostra-nos qual foi a sua vida na terra: «Bem-aventurados os pobres de
espírito; bem-aventurados os mansos; bem-aventurados os que choram;
bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça; bem-aventurados os
misericordiosos; bem-aventurados os limpos de coração; bem-aventurados os
pacíficos; bem-aventurados os que sofrem perseguição». Pobreza, humildade,
desprendimento das coisas terrenas; mansidão de espírito, resignação e
paciência na dor; retidão, fome de justiça, bondade e compreensão para com o
próximo, pureza de alma e de coração, espírito pacífico e pacificador,
fortaleza e generosidade que, por amor de Deus, abraça qualquer sofrimento e
sofre qualquer injustiça: eis as características da vida levada no mundo pelos
Santos, eis o programa da nossa vida, se quisermos chegar como eles à
santidade.
Nós queremos ser Santos, mas de um
modo fácil, sem nos violentarmos, sem nos fatigarmos; queremos praticar a
virtude, mas só até certo ponto só quando não nos impõe sacrifícios muito
custosos, quando não nos contraria demasiadamente. E assim acontece que, em
presença de atos de virtudes que exigem mais renúncia de nós mesmos ou que
implicam a aceitação de coisas difíceis e repugnantes como, por exemplo, abafar
os ressentimentos do amor próprio, renunciar a fazer valer as próprias razões,
submeter-nos e condescender com quem nos é contrário, muitas vezes – para não
dizer sempre – retrocedemos, julgando não ser necessário ir tão longe.
Contudo o nosso progresso no caminho
da santidade depende justamente destes atos que recusamos praticar, sem os
quais levaremos sempre uma vida medíocre. Estaremos sempre no mesmo nível, se é
que não voltamos para trás. Supliquemos aos Santos que hoje honramos que nos
ajudem a vencer a nossa preguiça, a nossa fraqueza, a nossa covardia; peçamos
àqueles que nos precederam no duro caminho da santidade, a força de os seguir.
«Se estes e aqueles [foram santos], porque não eu?» (Santo Agostinho). A graça
que Deus concedeu aos Santos concede-a também a nós, mas o que infelizmente
falta é a nossa correspondência.
Extraído do Livro Intimidade Divina — P. Gabriel de Santa Maria
Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.
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