sábado, 3 de dezembro de 2016

Edição nº 293

« Liturgia Dominical »
Ano 6 – nº 293  4 de dezembro de 2016
† 2.º DOMINGO DO ADVENTO
roxo – 1ª classe.


Quinta-feira, dia 8, Dia Santo de guarda,
Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora

Intróito / Salmo 24. 1-4
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Povo de Sião, eis que o Senhor virá para salvar as nações; e o Senhor fará ouvir a glória de sua voz, para alegria de vosso coração. Sl. Vós, que governais a Israel, escutai; Vós, que conduzis a José como um pastor a ovelha. . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
            Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Excitai, Senhor, os nossos corações para prepararmos os caminhos do vosso Unigênito, a fim de que, por sua vida, mereçamos servir-Vos, com as nossas almas purificadas. Ele que, sendo Deus, convosco vive.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 15.  4-13
O chamamento de Deus dirige-se a todos os homens, sem olhar à origem ou ao ambiente em que vivam, a méritos ou privilégios. Lembrando esta verdade aos fiéis, convertidos do paganismo ou do judaísmo, S. Paulo dá graças a Deus por esta vocação universal, fundamento da esperança cristã.
Irmãos: 4Tudo o que está escrito foi escrito para nosso ensinamento, para que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. 5O Deus da paciência e da consolação vos dê que tenhais entre vós sentimentos segundo Jesus Cristo, 6para que, unânimes, a uma voz, glorifiqueis a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. 7Por isso, socorrei uns aos outros, como também o Cristo vos acolheu para glória de Deus.1 8Digo-vos, pois, que Jesus Cristo foi o ministro da circuncisão, em testemunho da fidelidade de Deus, e em ratificação das promessas feitas a nossos pais. 9Quanto aos gentios, que também glorifiquem a Deus em sua misericórdia, como está escrito: Por isso confessar-Vos-ei entre os povos, Senhor, e cantarei hinos a vosso Nome. 10Alhures, está ainda escrito: Alegrai-vos, nações, com o seu povo. 11E ainda: Louvai ao Senhor, todos os povos: celebrai-O, todas as nações. 12E também diz Isaías: Sairá uma raiz de Jessé e as nações esperarão n'Aquele que dela se levantará para regê-las.2 13O Deus da esperança vos encha de toda alegria e paz em vossa fé; para que sejais riquíssimos da esperança e da virtude do Espírito Santo.
1 Dirigindo-se aos cristãos convertidos do paganismo, S. Paulo convida-os a que se mostrem benévolos com seus irmãos, tal como Jesus Cristo o havia sido com eles. Pregado em primeiro lugar aos Judeus, em virtude das promessas, o Evangelho, nem por isto deixou de se divulgar entre os pagãos, para glória de Deus e por pura misericórdia com eles.
2 Salmo 17.50; Deuteronômio 32.43; Salmo 116.1; Isaias 11.10.
Gradual / Salmo 49. 2-3, 5
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
De Sião irradia o esplendor de sua formosura. Deus aparecerá visivelmente. . Congregai diante d'Ele os Santos que fizeram aliança para Lhe oferecer sacrifícios.
Aleluia / Salmo 121. 1
Aleluia, aleluia. . Alegrei-me com o que me foi dito: iremos para a casa do Senhor. Aleluia.
Evangelho segundo São Mateus 11. 2-10
Jesus define-se como Messias, tendo em vista aquilo de Isaias: « A boa nova é anunciada aos pobres. » E ajunta imediatamente: « Feliz aquele para quem Eu não for pedra de escândalo. » Fujamos de criar para nós um Messias e uma religião, segundo a nossa maneira de ver.
Naquele tempo, 2ouvindo João, no cárcere, as obras do Cristo, enviou dois dos seus discípulos a dizer-Lhe: 3És Tu o que há de vir, ou devemos esperar por outro?3 4E respondendo, Jesus lhes disse: Ide repetir a João o que ouvistes e vistes: 5os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, os pobres são evangelizados 6e bem-aventurado é aquele que de Mim não se escandalizar.4 7E quando eles partiram, começou Jesus a falar ao povo acerca de João: Que saístes a ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento? 8Mas, que saístes a ver? Um homem vestido suntuosamente? Ora, os que vestem roupas finas habitam os palácios dos reis. 9Então, que saístes a ver? Um Profeta? Sim, eu vos digo, e vistes mais que um Profeta. 10Porque, este é de quem está escrito:5 Eis que envio diante de tua face o meu Mensageiro, que preparará o teu caminho diante de ti.
3 Expressão que não significa dúvida, mas impaciência.
4 Milagres, indicados por Isaías como sinais dos tempos messiânicos; 26. 19; 29. 18; 35. 5-6; 61. 1-2.
5 Malaquias 3. 1.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 84. 7-8
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Reconhecer-se-á neste canto do ofertório o ardente apelo à salvação que vem de Deus, à sua misericórdia, apelo que a Igreja repete todos os dias, nas preces que o sacerdote pronuncia aos pés do altar.
Ó Deus, voltando-Vos para nós, dar-nos-eis vida nova, e em Vós se alegrará o vosso povo. Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia, e dai-nos a vossa salvação.
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Nós Vos suplicamos, Senhor, que Vos aplaqueis com as nossas humildes preces e sacrifícios e que o socorro de vossos auxílios supra a falta de nossos méritos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Baruque 5. 5; 4. 36;
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Jerusalém, levanta-te e firma-te no alto, e vê o gozo que te virá de teu Deus.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Saciados, Senhor, com o Alimento espiritual, humildemente Vos suplicamos que, pela participação deste Mistério, nos ensineis a desprezar os bens terrestres e amar os celestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
O senhor Virá depressa
Ponho-me diante de Jesus Sacramentado para ouvir o Seu duplo convite à confiança e à penitência de que nos fala a liturgia de hoje.
1 — Depois de termos considerado o sublime programa de santificação a que todos devemos tender, é muito consolador meditar nos magníficos textos da liturgia de hoje: são um convite à plena confiança no auxílio divino. « Depressa virá a tua salvação; porque te consomes de tristeza?... Salvar-te-ei e livrar-te-ei, não temas... Como uma mãe consola seus filhos, assim eu vos consolarei a vós, diz o Senhor. » (BR.) O Senhor não nos quer na ansiedade e no desânimo. Se Ele nos propõe um caminho sublime de santidade, não nos deixa sós, mas está conosco para ser o nosso auxílio e sustentáculo.
A Missa do dia põe em evidência como Jesus não vem somente para o povo de Israel, para um número escasso de eleitos, mas para todos, até mesmo para os gentios. « Eis que o Senhor vem para salvar as nações ». (Intr.) Confiemos, portanto, e alegremo-nos conforme os desejos de São Paulo: « O Deus da esperança vos encha de todo gozo e de paz na vossa fé, para que abundeis na esperança ». (Ep. Rom. 15, 4-13) E para que a nossa esperança em Cristo seja estimulada também por fatos concretos, o Evangelho (Mt. 11, 2-10) descreve-nos a grandeza das Suas obras: « Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, os pobres são evangelizados ».
Não há miséria material ou moral que Jesus não possa curar; pede-nos apenas que Lhe vamos ao encontro com um coração dilatado pela fé, pela confiança absoluta no Seu onipotente amor misericordioso.
2 — No Evangelho de hoje Jesus apresenta-nos a figura forte e austera do Batista: « Que fostes vós ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento?... Um homem vestido de roupas delicadas? »
Se queremos preparar os nossos corações para a vinda do Senhor, devemos calcar aos pés os bens terrenos, como João Batista que, despojando-se de tudo, se retirou para o deserto a fim de se entregar a uma vida de penitência. O seu exemplo convida-nos a retirar-nos para o deserto interior do nosso coração, longe das criaturas, para esperar a vinda de Jesus num inteiro recolhimento, silêncio e solidão — tanto quanto nos permitam os deveres do nosso estado. E devemos perseverar nesta atitude mesmo no meio da aridez e do desânimo: « Eis que aparecerá o Senhor — canta o ofício do dia — e não faltará à Sua palavra: se demora, espera-O, pois que virá e não tardará » (BR.).
Ao recolhimento interior unamos um maior espírito de penitência e de mortificação. Examinemos com que generosidade praticamos as penitências e as mortificações prescritas pelas nossas regras, ou as que livremente nos impusemos com a aprovação dos nossos confessores ou superiores. Se neste ponto reconhecemos que fizemos pouco, será conveniente propor fazermos alguma mortificação especial: na comida, no descanso, no vestuário, em algum trabalho pesado ou pouco agradável à natureza...
Se queremos saborear as doces alegrias do Natal, devemos saber preparar-nos para elas com aquelas disposições que a Igreja hoje nos convida a pedir: « Nós Vos suplicamos, Senhor, que... nos ensineis a desprezar as coisas da terra e a amar as do céu ». (MR.)
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

Nenhum comentário:

Postar um comentário