sábado, 28 de fevereiro de 2015

Dóminus 194

Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico ­- Ano 4 - Edição nº 194
X 2º DOMINGO DA QUARESMA
1 de março de 2015.
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     Ó Jesus, fazei que a Vossa graça triunfe em mim até me tornar digno de participar na Vossa gloriosa Transfiguração.

Intróito / Salmo 24. 6, 3, 22, 1-2.
     O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Lembrai-vos, Senhor, de vossa bondade e de vossa misericórdia, que são de séculos para que de nós não triunfem os nossos inimigos. Livrai-nos, ó Deus de Israel, de todas as nossas angústias. Sl. A Vós Senhor, elevo a minha alma; meu Deus, em vós confio; não serei envergonhado. ℣.Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Ó Deus, que nos vedes destituídos de toda força, guardai-nos interior e exteriormente a fim de que o nosso corpo seja preservado de todas as adversidades, e a nossa alma purificada de todos os maus pensamentos.  Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Tessalonicenses 1. 4.1-7
Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a vida cristã.
Irmãos: Nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que assim como aprendestes de nós como convém viver para agradar a Deus, assim andeis de modo a vos aperfeiçoardes cada vez mais. Sabeis bem que preceitos vos dei em Nome do Senhor Jesus. Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que vos abstenhais da impureza; que cada um de vós saiba guardar o seu corpo em santidade e honra; não em desejos de sensualidade, como os gentios que não conhecem a Deus. E ninguém oprima nem engane em qualquer assunto a seu irmão; porque o Senhor vingará todas estas coisas, como já vo-lo temos dito e atestado. Porque não nos chamou Deus para a impureza, mas para a santificação no Cristo Jesus Senhor nosso.
Gradual / Salmo 24. 17-18
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
As ânsias de meu coração se multiplicaram. Ó Senhor, tirai-me de minhas angústias. ℣.Vede a minha miséria e o meu sofrimento; e perdoai todos os meus pecados.
Tracto / Salmo 105. 1-4
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
No Tempo da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
Louvai o Senhor, porque Ele é bom: porque sua misericórdia permanece para sempre. ℣.Quem cantará as maravilhas do Senhor? Quem fará ouvir todos os seus louvores? ℣.Bem-aventurados os que guardam a sua lei e procedem com justiça, em todo o tempo. ℣.Lembrai-Vos de nós, Senhor, segundo a vossa benevolência para com vosso povo. Visitai-nos com a vossa salvação.
& Evangelho segundo São Mateus 17. 1-9
Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé. Nas Missas solenes, o livro é levado honorificamente em procissão. É incensado antes de começar a leitura; e, terminada ela, é reverentemente beijado pelo celebrante.
Naquele tempo, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os de parte a um monte muito alto. E transfigurou-se diante deles. Seu rosto resplandeceu como o sol, e suas vestes tornaram-se brancas como a neve. E eis que apareceram Moisés e Elias, falando com Ele. Então Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: "Senhor, bom é estarmos aqui; se quiserdes, faremos aqui três tabernáculos, um para Vós, outro para Moisés e o terceiro para Elias". Ainda falava ele, quando uma nuvem brilhante os envolveu, e da nuvem soou uma voz que dizia: "Este é o meu Filho muito amado. N'Ele pus toda a minha complacência; escutai-O". Ouvindo isto, os discípulos caíram com a face em terra e ficaram muito atemorizados. Aproximou-se, porém, Jesus, e, tocando-os, disse-lhes: Levantai-vos e não temais. E erguendo eles os olhos, não viram ninguém senão a Jesus só. E enquanto descia com eles do monte, ordenou-lhes Jesus, dizendo: A ninguém digais o que vistes, até que o Filho do homem ressuscite dos mortos.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 118. 47-48
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Meditarei os vossos mandamentos, que muito amo; e levantarei as minhas mãos para cumprir os vossos preceitos, que muito prezo.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Olhai benignamente, Senhor para os sacrifícios presentes a fim de que aproveitem à nossa submissão e à nossa salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 5. 2-4
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Escutai meu clamor; atendei à voz de minha oração, ó meu Rei e meu Deus, porque é a Vós, Senhor, que eu invoco.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Humildemente Vos rogamos, ó Deus onipotente, concedais, benigno, que com santos costumes Vos sirvam os que alimentais com os vossos Sacramentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Transfiguração
1 — A alma de Jesus pessoalmente unida ao Verbo gozava da visão beatífica, cujo efeito conatural é a glorificação do corpo. Este efeito não se manifestou em Jesus porque, durante os anos da sua vida terrena, quis assemelhar-Se a nós o mais possível, revestindo-Se de "uma carne semelhante à do pecado" (Rom. 8,3). Contudo, para confirmar na fé os Apóstolos, abalados pelo anúncio da Sua Paixão, Jesus, sobre o Monte Tabor, permitiu que por instantes alguns raios da Sua alma bem-aventurada transparecessem no Seu Corpo, e então Pedro, Tiago e João viram-nO transfigurado: "o seu rosto ficou refulgente como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a neve". Os três ficaram estáticos, porém, Jesus apenas lhes tinha mostrado um raio da Sua glória, porque nenhuma criatura humana teria podido suportar a visão completa.
A glória é o fruto da graça; a graça que Jesus possui em medida infinita redunda numa glória infinita que O transfigura todo. Alguma coisa de semelhante nos acontece também a nós: a graça transforma-nos, transfigura-nos «de claridade em claridade» (II Cor. 3, 18), até que um dia, no céu, nos introduzirá na visão beatífica de Deus. Assim como a graça transfigura, o pecado, com a sua opacidade, desfigura aqueles que são suas vítimas.
O Evangelho de hoje (Mt. 17, 1-9) mostra a íntima relação entre a Transfiguração e a Paixão de Jesus. Moisés e Elias, presentes no Tabor ao lado do Salvador, falavam com Ele e, como especifica S. Lucas, falavam precisamente da Sua próxima Paixão, «da sua saída que Ele estava para cumprir em Jerusalém» (Lc. 9, 31).
O divino Mestre queria assim ensinar aos Seus discípulos que era impossível, tanto para Si como para eles, chegar à glória da Transfiguração sem passar através do sofrimento; é a lição que dará mais tarde aos dois discípulos de Emaús: «Porventura não era necessário que o Cristo sofresse tais coisas, e que assim entrasse na sua glória? » (Lc. 24, 26). O que o pecado desfigurou não pode voltar à sua primitiva beleza sobrenatural senão pelo sofrimento purificador.
2 — Extasiado perante a visão do Tabor, Pedro exclama com o seu ardor habitual:  «Bom é nós estarmos aqui» e oferece-se para fazer três tendas: uma para Jesus, outra para Moisés e outra para Elias. Mas a sua proposta é interrompida por uma voz do alto: «Este é meu Filho dileto em quem pus toda a minha complacência: ouvi-O! » e a visão desaparece.
As consolações espirituais nunca são um fim em si mesmas, e não devemos desejá-las nem procurar detê-las para nosso gozo. A alegria, mesmo espiritual, não deve ser nunca procurada por si própria; como no céu a alegria será uma consequência necessária da posse de Deus, assim na terra deve ser unicamente um meio para nos entregarmos com maior generosidade ao serviço de Deus. A Pedro que pede para ficar sobre o Tabor, na doce visão de Jesus transfigurado, responde o próprio Deus, convidando-o antes a ouvir e a seguir os ensinamentos do Seu amado Filho. E bem depressa o apóstolo ardente saberá que seguir a Jesus significa levar a cruz e subir com Ele ao Calvário.
Deus não nos consola para nos regalar, mas sim para nos encorajar, para nos tornar fortes e generosos no sofrimento abraçado por Seu amor.
Desaparecida a visão, os apóstolos ergueram os olhos e não viram mais nada «nisi solum Jesum», exceto Jesus só, e com «Jesus só» desceram do monte. Eis o que nós devemos procurar sempre e o que nos deve bastar: Jesus só, Deus só. Tudo o resto — consolações, ajudas, amizades mesmo espirituais, compreensão, estima, apoio dos superiores — pode ser bom na medida em que Deus no-lo permite gozar, e Ele serve-Se disto frequentemente para amparar a nossa fraqueza; mas quando, através das circunstâncias, a mão divina nos priva de tudo isso, não devemos desanimar nem perturbar-nos. É precisamente nestas ocasiões que nós podemos testemunhar a Deus — com fatos e não com palavras — que Ele é o nosso Tudo e que Ele só, nos basta. É este um dos mais belos testemunhos que pode prestar a Deus uma alma amante: ser-Lhe fiel, confiar nEle, perseverar no propósito de uma entrega total ainda quando Ele, retirando todos os Seus dons, a deixa sozinha, na escuridão, talvez na incompreensão, na amargura, na solidão material e espiritual, unida à desolação interior. É agora o momento de repetir: «Jesus só» e de descer com Ele do Tabor, para O seguir com os Apóstolos até ao Calvário, onde Ele agonizará abandonado não só dos homens, mas também de Seu Pai.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

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