quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Nossa Senhora de Lourdes

11 de fevereiro
A Aparição da Virgem Imaculada em Lourdes
Gruta de Nossa Senhora em Lourdes, França

Basílica de Nossa Senhora em Lourdes, França


     LOURDES, com seus 14.000 habitantes é uma cidade situada no Sudeste da França, pertencente à diocese de Tarbes — dos santuá­rios marianos um dos mais frequentados. Segundo as declarações de Bernadete Soubirous, menina de 14 anos, filha de pobre moleiro do lugar, teve ela na gruta de Massabielle 18 aparições de Nossa Senho­ra, das quais a primeira foi em 11 de fevereiro de 1858 e a última em 16 de julho do mesmo ano. Na ter­ceira aparição, em 16 de fevereiro, Maria Santíssima ordenou-lhe, que durante uma quinzena viesse à gruta diariamente; em 25 do mesmo mês recebeu mais a ordem de beber da água e de se lavar na fon­te, que não existia, mas que ime­diatamente brotou, a princípio mui­to fraca, avolumando-se continuamente, até fornecer, como hoje for­nece: 122.000 litros por dia. Em re­petidas aparições a Santíssima Virgem insistiu na necessidade da penitência e da oração pelos pecadores. Manifestou seu desejo de no lugar ver erguida uma igreja, a qual fosse visitada por procissões dos fiéis católicos. Em 25 de março, perguntada por Bernadete, quem era, a dama de aparência sobrenatural respondeu: “Eu sou a Imaculada Conceição”. A fama das aparições, das curas, de todo extraordinárias, verificadas na gruta, os favores obtidos por meio de orações dirigidas a Maria Santíssima encheu toda a França e se estendeu aos países vizinhos.
O Bispo de Tarbes, em 28 de julho de 1858, nomeou uma comis­são, que durante 3 anos examinou minuciosamente todos os fenômenos observados na gruta de Massabielle. Esta mesma comissão sujei­tou Bernadete a rigorosas interrogações; estudou escrupulosamente todos os casos que havia de curas maravilhosas, de que se dizia, te­rem se dado em Lourdes. Os pró­prios médicos dos doentes favore­cidos eram convidados para fazer as suas observações profissionais, e se externar a respeito do restabelecimento, dito maravilhoso dos clientes.
No seu relatório, publicado em 18 de janeiro de 1862 Monsenhor Laurence, Bispo de Tarbes, reconheceu o caráter sobrenatural das apa­rições, e autorizou o culto público da SS. Virgem na gruta de Massabielle. Aos 4 de abril de 1864 foi colocada na gruta uma estátua da Imaculada Conceição, e em 2 de julho de 1876 sagrou-se a igreja construída no lugar indicado por Nossa Senhora. À mesma igreja o Papa Pio IX concedeu o título de Basílica, a qual enriqueceu de mui­tos privilégios.
Mais tarde, em 1886 começaram as obras da grandiosa Igreja do Ro­sário, que apresenta uma vasta ro­tunda com cúpula e 15 capelas. Cinco anos se trabalhou na cons­trução deste santuário, que em 1910 foi sagrado e inaugurado.
Em 1891 foi estabelecida e autorizada a festa da Aparição da Ima­culada Conceição na província ecle­siástica de Auch, de que a diocese de Tarbes é sufragânea.
Em 13 de novembro de 1907 foi ela estendida a toda a Igreja. Des­de então começaram a afluir a Lourdes as procissões não só de todas as regiões da França, mas também da Bélgica, da Holanda, da Alemanha, enfim de todos os países da Europa e de todo o mun­do. Já em 1903 chegaram a Lourdes 4.271 comboios, dos quais 292 do estrangeiro, trazendo 3.817.000 ro­meiros. A afluência dos devotos, longe de no correr dos anos dimi­nuir, aumentou continuamente. Contam a centenas de milhares, quiçá a milhões as pessoas que em Lourdes encontraram a paz da sua alma, alívio em seus sofrimentos corporais espirituais, cura dos seus males.
Embora a Igreja Católica não obrigue a ninguém a dar crédito à realidade das aparições e ao ca­ráter sobrenatural das mesmas, razoavelmente elas não podem ser postas em dúvida. Bernadete era uma menina simples do povo. Ves­tígios de histeria, de mania ou suscetibilidade religiosa nela não exis­tiam. As suas declarações sempre ela as fez sem titubeação alguma e nunca se emaranhou em contradi­ções. No leito da morte (12-12-1878) confirmou tudo com a mesma sim­plicidade e firmeza. Em seus rela­tos fala de coisas que ela mesma não compreendia, por exemplo: “Eu sou a Imaculada Conceição” (ou como ouviu Nossa Senhora textual­mente falar: “Que soy era Imacu­lada Concepciou). Predisse uma sé­rie de aparições; insistia na existên­cia de uma fonte oculta, que depois de fato apareceu. As autoridades eclesiásticas acompanharam tudo com muita atenção e máxima reser­va. As curas milagrosas estão sob o controle de uma comissão de médicos, acessível a todos os faculta­tivos sem distinção de credos ou mentalidades.
Esta comissão se ocupa detida­mente de cada caso de cura mila­grosa, e devem os doentes se sujei­tar a um exame médico anterior, logo depois de sua chegada em Lour­des, e depois da cura que julgarem ter experimentado. Desde 1858 até 1904 a comissão oficial de médicos constatara a autenticidade de 3.353 curas, que se subtraiam à explicação natural e científica. Daquela data até hoje as curas milagrosas observadas em Lourdes se tornaram inumeráveis. A água da fonte que os doentes bebem e em que tomam banho de imersão, quimicamente analisada, que foi, não causou existência de nenhuma substância mi­neral curativa. Sabe-se quanta influência a sugestão pode influir sobre certas doenças nervosas; mas quando se trata de cancro, de tuberculose, de cegueira ou fratura de ossos, a sugestão não pode ser lev­ada em consideração como fator restaurador da saúde.
Bernadete, em 1865 se fez Religiosa da Congregação das Irmãs de Caridade e do ensino cristão. En­trou no convento de Nevers, onde professou em 22 de setembro de 1878. Muito sofreu, mas no meio dos sofrimentos físicos e morais, conser­vou sempre a simplicidade, a mansidão e a humildade, virtudes que sempre a caracterizavam. Faleceu no convento de Nevers aos 16 de abril de 1879.
O Papa Pio XI em 14 de julho de 1925, inseriu o nome da Irmã Ma­ria Bernarda no catálogo dos Bem-aventurados e canonizou-a em 2 de julho de 1933.
Extraído do Livro Na Luz Perpétua ­ — Pe. João Batista Lehmann
I. Volume – V Edição - 1959.
















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