sábado, 7 de fevereiro de 2015

Dóminus 191

Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico ­- Ano 4 - Edição nº 191
X DOMINGO DA SEXAGÉSIMA
8 de fevereiro de 2015.
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"Saiu o semeador a semear sua semente;" Ev.
Dia 11, quarta-feira, festa da Aparição de Nossa em Lourdes 
Dia Mundial do Enfermo.
Eis-me aqui, Senhor, na Vossa presença; que o meu coração seja o bom terreno, pronto a receber e fazer frutificar a Vossa divina palavra.
Intróito / Salmo 43, 23-26, 2
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Acordai, Senhor, por que dormis? Levantai-Vos, não nos rejeiteis para sempre. Por que desviais a vossa face e Vos esqueceis de nossa angústia? Nosso corpo adere à terra. Levantai-Vos, Senhor, socorrei-nos e salvai-nos. Sl. Ó Deus, com os nossos ouvidos, ouvimos; nossos pais no-lo contaram. ℣.Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Ó Deus, que vedes que não confiamos absolutamente em nossos méritos, concedei, benigno, que contra todas as adversidades, sejamos protegidos pelo Doutor das gentes1. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
     Literalmente: « dos Gentios », isto é, dos pagãos. Evangelizador do mundo pagão, S. Paulo continua a ser, para a Igreja, o apóstolo da vocação universal à fé cristã.
& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios 2. 2.19-33; 12.1-9
Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a vida cristã.
Irmãos: De bom ânimo suportais os insensatos, sendo vós, sábios. Pois tolerais que vos ponham em escravidão, que vos explorem, que se apoderem de vossos bens, que vos tratem com arrogância, que vos batam no rosto. Envergonhado confesso: neste ponto, temos sido fracos. Em qualquer coisa, porém, que alguém se atreva (falo como insensato), também eu me atrevo; são israelitas? Também eu o sou. São hebreus? Também eu. São descendentes de Abraão? Também eu. São ministros de Cristo? (Como menos sábio falo), mais o sou eu: muito mais pelos trabalhos, pelas prisões muitíssimo mais, pelos açoites sem conta, em perigos de morte frequentemente. Dos judeus recebi, cinco vezes, quarenta açoites, menos um. Três vezes fui açoitado com varas; uma vez fui apedrejado; três vezes naufraguei; uma noite e um dia estive no alto mar. Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de ladrões; em perigos dos de minha nação, em perigos da parte dos gentios, em perigos da cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em muitas vigílias, na fome e na sede, em frequentes jejuns, no frio e na nudez. Além destas coisas, que são exteriores, a minha preocupação quotidiana, o cuidado de todas as Igrejas. Quem está enfermo que eu não fique enfermo? Quem é escandalizado, que eu não me abrase? Se convém gloriar-se, gloriar-me-ei então da minha fraqueza. O Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é bendito nos séculos, sabe que não minto. Em Damasco, mandou o preposto do rei Aretas guardar a cidade dos damascenos para me prender, mas num cesto me desceram por uma janela, da muralha abaixo, e assim escapei de suas mãos. Se convém gloriar-se (certamente não convém), virei agora às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo, [Paulo] que, há quatorze anos (se no corpo ou fora do corpo, não sei, mas Deus o sabe), foi arrebatado até o terceiro céu. E sei a respeito desse homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, mas Deus o sabe), que foi arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis que ao homem não é permitido proferir. Nisto é que me gloriarei, mas de mim mesmo não me gloriarei, a não ser de minhas fraquezas. Verdade é que, se me quisesse gloriar, não seria insensato, porque diria a verdade; abstenho-me, no entanto, para que ninguém me estime acima do que vê em mim ou de mim ouve. E para que não me ensoberbecesse a grandeza das revelações, foi-me dado o estímulo de minha carne [provavelmente doenças físicas], qual anjo de satanás que me esbofeteie. Por causa dele roguei ao Senhor três vezes que de mim o desviasse. E Ele me disse: Basta-te a minha graça, porque a força [de Deus] se manifesta de modo mais completo na fraqueza [humana]. Portanto, de bom grado me gloriarei em minhas fraquezas, para que habite em mim a força do Cristo.
Gradual / Salmo 82. 19-14
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Saibam os povos que o vosso Nome é Deus; somente Vós sois o Altíssimo sobre toda a terra. ℣.Meu Deus, fazei-os semelhantes à folhagem e à palha que o vento leva.

Tracto / Salmo 59. 4, 6
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
No Tempo da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
     Vós, Senhor, abalastes a terra e a fizestes estremecer. ℣. Fechai suas fendas, porque está a desmoronar. ℣.Para que escapem às flechas vingadoras; para que os vossos eleitos sejam livres.
& Evangelho segundo São Lucas 8. 4-15
Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé. Nas Missas solenes, o livro é levado honorificamente em procissão. É incensado antes de começar a leitura; e, terminada ela, é reverentemente beijado pelo celebrante.
Naquele tempo, tendo-se reunido muito povo, e como os habitantes de várias cidades tivessem ido a Jesus, propôs-lhes Ele esta parábola: Saiu o semeador a semear sua semente; e ao semeá-la, parte caiu junto ao caminho e foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra parte caiu sobre a pedra e quando nasceu, secou logo, por não haver umidade. Outra parte caiu entre os espinhos, e os espinhos, nascendo com ela, a sufocaram. E outra parte caiu em boa terra, e depois de nascer, deu fruto, cento por um. Dito isto, clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Seus discípulos perguntaram-Lhe, pois, que significava essa parábola. E Ele lhes respondeu: A vós é dado conhecer o Mistério do Reino de Deus, porém, aos outros se fala em parábolas, para que, olhando, não vejam, e ouvindo, não entendam. Este é, pois, o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. Os que estão ao longo do caminho, são os que a ouvem, mas vindo depois o diabo, tira-lhes a palavra do coração, para que se não salvem, crendo nela. Os de sobre a pedra, são os que recebem com gosto a palavra, quando a ouviram; porém, estes não têm raízes; até certo tempo creem, mas no tempo da tentação, desviam-se. A que caiu entre os espinhos: são estes os que ouviram, porém, indo, afogam-se com cuidados, riquezas e deleites da vida, e não dão fruto. E a que caiu em boa terra: são os que, ouvindo a palavra, guardam-na com o coração bom e perfeito e dão fruto na paciência.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 16. 5-7
        Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Firmai os meus passos em vossas veredas, para que meus pés não vacilem; inclinai para mim vosso ouvido, e escutai a minha prece. Manifestai as maravilhas de vossa misericórdia; Vós, Senhor, salvais os que em Vós esperam.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Fazei, Senhor, que o Sacrifício que Vos oferecemos sempre nos vivifique e fortaleça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 42. 4
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Eu venho ao altar de Deus, ao Deus que alegra a minha juventude.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Humildemente Vos rogamos, ó Deus onipotente, concedei Vos sirvam dignamente com santos costumes os que alimentais com vossos Sacramentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Semente Divina
1 — Jesus, o divino semeador, vem hoje espalhar a boa semente na Sua vinha, a Igreja; Ele mesmo quer preparar as nossas almas para uma nova florescência de graça e virtude.
«A semente é a palavra de Deus». O Verbo, Palavra eterna do Pai, encarna, faz-se homem, chama-se Jesus Cristo e vem espalhar no coração dos homens a palavra divina, que não é outra coisa senão um reflexo de Si mesmo. A palavra de Deus não é um som que fere o ar e se perde imediatamente como a palavra dos homens; mas é luz sobrenatural que ilumina sobre o verdadeiro valor das coisas, é graça que dá capacidade e força para viver segundo a luz de Deus. É, portanto, semente de vida sobrenatural, de santidade, de vida eterna. Esta semente nunca é estéril em si mesma, encerra sempre uma poderosa força vital, capaz de produzir não só algum fruto de vida cristã, mas abundantes frutos de santidade. Esta semente não é confiada a um agricultor inexperiente que, por sua incapacidade, pode arruinar a melhor sementeira; é o próprio Jesus, o Filho de Deus, o semeador.
Por que motivo a semente não dá sempre os frutos desejados? Porque frequentemente o terreno que a recebe não tem as disposições necessárias. Deus não cessa de espalhar a Sua semente no coração dos homens, de convidá-los, solicitá-los para o bem com a Sua luz e Seus apelos, de distribuir a Sua graça por meio dos Sacramentos; mas tudo isto será vão e estéril se o homem não oferece a Deus um terreno — ou seja, um coração — preparado e bem disposto. Deus quer que nos salvemos e santifiquemos, mas não força ninguém: respeita a nossa liberdade.
2 — O Evangelho de hoje (Lc. 8, 4-15), apresenta quatro categorias de pessoas que recebem de modo diverso a semente da palavra divina, e compara-as ao caminho pisado, ao chão pedregoso, ao solo espinhoso e, finalmente, à boa terra.
Caminho pisado: almas inconstantes, abertas, como o caminho, a qualquer distração, ruído e curiosidade; abertas à passagem de qualquer criatura e afeto terreno. Logo que a palavra de Deus chega ao seu coração, imediatamente o inimigo, encontrando livre o acesso, arrebata-a, impedindo-a de germinar.
Chão pedregoso: almas superficiais, nas quais o bom terreno se reduz a uma leve camada, que o vento das paixões levará bem depressa juntamente com a boa semente. Estas almas entusiasmam-se facilmente, mas não sabem perseverar, «no tempo da tentação, voltam atrás». Não sabem perseverar porque não têm a coragem de abraçar as renúncias e os sacrifícios necessários para se manterem fiéis à palavra de Deus, para pô-la em prática em todas as circunstâncias. O seu fervor é fogo de palha que cessa e se extingue com a menor dificuldade.
Solo espinhoso: almas preocupadas com as coisas terrenas, com os prazeres, os negócios, os interesses materiais. A semente germina, mas logo os espinhos a sufocam, roubando-lhe o ar e a luz. Os excessivos cuidados das coisas temporais acabam por abafar os direitos do espírito.
A boa terra, enfim, é comparada por Jesus «àqueles que, tendo ouvido a palavra com um coração reto e bem disposto, a conservam e dão fruto pela perseverança». Coração bom e reto é aquele que dá sempre a Deus o primeiro lugar, que busca primeiro o reino de Deus e a Sua justiça. A semente da palavra divina, das inspirações e da graça, dá fruto abundante na medida das boas disposições que encontrar em nós: recolhimento, seriedade e profundidade de vida interior, desapego, busca sincera das coisas de Deus, além e acima de todas as coisas terrenas. E depois, «perseverança» porque sem ela é impossível que a palavra de Deus produza em nós o seu fruto.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

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