«Liturgia da Santa Missa»
Ano 12 – nº 668 – 23 de julho
de 2023
† 8º Domingo depois
de Pentecostes
verde – 2ª classe.
Já a Missa do domingo passado nos mostrou a humanidade dividida em dois campos: o escravo do pecado e o escravo de Deus. A boa árvore e a árvore má. Também nesta Missa, Nosso Senhor nos fala (Evangelho) dos filhos do mundo e dos filhos da luz. Aqueles são mais prudentes em sua espécie, isto é, em atingirem os fins que levam à perdição e à morte. E, ao contrário, quanto nós nos devemos ainda esforçar para conseguirmos o nosso fim, que é a vida eterna! Importa, porém, termos sempre presente a nossa fraqueza e pedirmos a Deus que nos inspire a graça de pensarmos no bem e o verdadeiro modo de agir (Oração). Cristãos, somos elevados à dignidade de filhos de Deus, e não devemos andar segundo a carne, mas, sim, segundo o Espírito. Deus é o nosso pai, Jesus é o nosso irmão e o Espírito Santo habita em nós; o céu e a bem-aventurança serão a nossa recompensa.
«Quanto deves a meu senhor?» Ev.
Avisos Paroquiais
Hoje celebra-se o III
Dia Mundial dos Avós e Idosos, instituído pelo Papa Francisco.
Quarta-feira, começa a Novena
em honra de São João Maria Vianney, Padroeiro da Administração Apostólica.
Dia 28, próxima sexta-feira, é o 1º dia da Novena Solene do Senhor Bom Jesus Crucificado.
Atenção para os horários das Santas Missas neste Domingo:
– às 7h, 9h e 19h em
nossa igreja matriz, esta última, celebrada pelo Pe. Fábio Vilarinho de
Oliveira, novo vigário paroquial;
– às 10h na Capela de
São Brás em Sesmaria;
– às 10h na Capela de Santo Antônio em Córrego Seco.
Serão transmitidas,
direto da nossa igreja matriz, a Santa Missa das 7h, pela Rádio Bom Jesus FM
89.3, pelo Facebook e YouTube, e a Santa Missa das 19h, pelo Facebook e
YouTube.
Redes Sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
Intróito
/ SUSCÉPIMUS – Salmo
47. 10-11*,
2
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou
solenidade do dia.
Suscépimus,
Deus, misericórdiam tuam in médio templi tui: secúndum nomen tuum, Deus, ita et
laus tua in fines terræ: iustítia plena est déxtera tua. Ps. Magnus Dóminus, et
laudábilis nimis: in civitate Dei nostri, in monte sancto eius. ℣. Glória
Patri.
Alcançamos,
ó Deus, vossa misericórdia no meio de vosso templo. Como vosso Nome, ó Deus,
assim o vosso louvor se estende até os confins da terra: vossa Destra está
cheia de justiça1.
Sl. Grande é o Senhor e mui digno de louvores; na cidade de nosso Deus, na sua
montanha Santa. ℣.
Glória ao Pai.
1. Isto é, da salvação que Ele nos traz.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Tudo devemos a Deus. Na ordem da natureza, e ainda mais na da salvação.
Como poderíamos, sem Deus, «viver segundo Deus»?
Largíre
nobis, quǽsumus, Dómine, semper spíritum cogitándi quæ recta sunt, propítius et
agéndi: ut, qui sine te esse non póssumus, secúndum te vívere valeámus. Per
Dominum nostrum Iesum Christum.
Concedei-nos,
propício, Senhor, que sempre pensemos o que é reto e o pratiquemos, para que,
não podendo viver sem Vós, vivamos conforme a vossa vontade. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 8. 12-17
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
«Abba! Pai!» era a oração de Cristo, que sintetiza todo o impulso do seu
amor ao Pai e que resume a religião cristã. Rezada no íntimo do cristão pelo
Espirito Santo, eleva-o para além da Terra.
Fratres:
Debitóres sumus non carni, ut secúndum carnem vivámus. Si enim secúndum carnem
vixéritis, moriémini: si autem spíritu facta carnis mortificavéritis, vivétis.
Quicúmque enim spíritu Dei aguntur, ii sunt fílii Dei. Non enim accepístis
spíritum servitútis íterum in timóre, sed accepístis spíritum adoptiónis
filiórum, in quo clamámus: Abba - Pater. - Ipse enim Spíritus testimónium
reddit spirítui nostro, quod sumus fílii Dei. Si autem fílii, et herédes:
herédes quidem Dei, coherédes autem Christi.
12Irmãos: Nós não
somos devedores à carne, para que vivamos segundo a carne. 13Porque,
se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se pelo espírito fizerdes morrer as
obras da carne, vivereis. 14Pois,
todos os que se deixam conduzir pelo espírito de Deus, esses são filhos de
Deus. 15Com efeito, não recebestes o espírito de servidão
para continuardes no temor; mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo
qual clamamos: Abba! (Pai). 16E
este Espírito dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de
Deus. 17Ora, se filhos, também somos herdeiros; herdeiros
de Deus e co-herdeiros do Cristo.
Gradual
/ Salmos 30. 3; 70. 1
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou
sugeridos pelo Mistério do dia.
Esto
mihi in Deum protectórem, et in locum refúgii, ut salvum me fácias. ℣. Deus,
in te sperávi: Dómine, non confúndar in ætérnum.
Sede
para mim um Deus protetor e um lugar de refúgio para me salvar. ℣. Ó
Deus, em Vós espero; Senhor, não serei confundido para sempre.
Aleluia
/ Salmo
47. 2
Allelúia,
allelúia. ℣. Magnus
Dóminus, et laudábilis valde, in civitáte Dei nostri, in monte sancto eius.
Allelúia.
Aleluia,
aleluia. ℣. Grande
é o Senhor, e mui digno de louvores, na cidade de nosso Deus, na sua montanha
santa. Aleluia.
Evangelho segundo São Lucas 16. 1-9
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
A parábola do administrador infiel precisa de ser bem compreendida. Não
se trata, de maneira nenhuma, de aprovar a gerência desonesta. A lição é clara:
como este homem garantiu o futuro, assegurai vós a eternidade, sem pôr nisso
menos zelo! O próprio Jesus nos indica o meio; os pobres são os privilegiados
do seu reino. Com nossas esmolas façamos deles amigos e, mais tarde, nos
introduzirão no Céu.
In
illo témpore: Dixit Iesus discípulis suis parábolam hanc: Homo quidam erat
dives, qui habébat víllicum: et hic diffamátus est apud illum, quasi
dissipásset bona ipsíus. Et vocávit illum et ait illi: Quid hoc audio de te?
redde ratiónem villicatiónis tuæ: iam enim non póteris villicáre. Ait autem
víllicus intra se: Quid fáciam, quia dóminus meus aufert a me villicatiónem?
fódere non váleo, mendicáre erubésco. Scio, quid fáciam, ut, cum amótus fúero a
villicatióne, recípiant me in domos suas. Convocátis itaque síngulis
debitóribus dómini sui, dicébat primo: Quantum debes dómino meo? At ille dixit:
Centum cados ólei. Dixítque illi: Accipe cautiónem tuam: et sede cito, scribe
quinquagínta. Deínde álii dixit: Tu vero quantum debes? Qui ait: Centum coros
trítici. Ait illi: Accipe lítteras tuas, et scribe octogínta. Et laudávit
dóminus víllicum iniquitátis, quia prudénter fecísset: quia fílii huius sǽculi
prudentióres fíliis lucis in generatióne sua sunt. Et ego vobis dico: fácite
vobis amicos de mammóna iniquitátis: ut, cum defecéritis, recípiant vos in
ætérna tabernácula.
Naquele
tempo, 1disse Jesus a seus discípulos esta parábola: Havia
um homem rico que tinha um feitor; e este foi acusado perante ele de haver
dissipado os seus bens. 2Então,
ele o chamou e lhe disse: Que é isto que ouço dizer de ti? Dá conta de tua
administração, porque já não poderás ser feitor. 3Disse
o feitor consigo: Que farei, visto que o meu Senhor me tira a administração?
Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha. 4Sei
o que hei de fazer, para que, quando for destituído da administração, encontre
quem me receba em sua casa. 5Chamou
então cada um dos devedores de seu senhor, e disse ao primeiro: Quanto deves a
meu senhor? 6Ele respondeu: Cem medidas de azeite. E o feitor
disse: Toma a tua obrigação; senta-te depressa, e escreve cinquenta. 7Depois
disse a outro: E tu, quanto deves? Ele respondeu: Cem alqueires de trigo.
Disse-lhe o feitor: Toma as tuas letras, e escreve oitenta. 8E o
senhor louvou o feitor infiel, por ter agido com inteligência, porque os filhos
deste mundo entre si são mais espertos em seus negócios do que os filhos da
luz. 9Portanto, também eu vos digo: Granjeai amigos com
as riquezas da iniquidade, para que, quando chegar a vossa hora, eles vos
recebam nos tabernáculos eternos.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve
compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja,
afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo
17. 28,
32
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Pópulum
húmilem salvum fácies, Dómine, et óculos superbórum humiliábis: quóniam quis
Deus præter te, Dómine?
Senhor,
Vós salvais o povo humilde, e humilhais os olhos dos soberbos. Por que, quem é
Deus, senão Vós, Senhor?
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Súscipe,
quǽsumus, Dómine, múnera, quæ tibi de tua largitáte deférimus: ut hæc
sacrosáncta mystéria, grátiæ tuæ operánte virtúte, et præséntis vitæ nos conversatióne
sanctíficent, et ad gáudia sempitérna perdúcant. Per Dominum nostrum Iesum
Christum.
Recebei,
Vos pedimos, Senhor, estes dons que por vossa liberalidade Vos oferecemos, a
fim de que estes santos Mistérios, pela poderosa eficácia de vossa graça, nos
santifiquem durante a vida presente e nos façam chegar às alegrias eternas. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo
33. 9
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Gustáte
et vidéte, quóniam suávis est Dóminus: beátus vir, qui sperat in eo.
Provai
e vede como o Senhor é amável. Bem-aventurado o homem que n’Ele confia.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Sit
nobis, Dómine, reparátio mentis et córporis cæléste mystérium: ut, cuius
exséquimur cultum, sentiámus efféctum. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Senhor,
este celestial Mistério renove a nossa alma e o nosso corpo, para que sintamos
os efeitos do Mistério que celebramos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
As nossas riquezas
Ó Senhor, ensinai-me a ser um fiel e prudente administrador dos Vossos
bens.
1 – Hoje, tal como no domingo passado, S. Paulo, na
Epístola da Missa (Rom. 8, 12-17), confronta as duas vidas que se debatem sempre em
nós: a vida do homem velho, escravo do pecado e das paixões, que produz frutos
de morte, e a vida do homem novo, escravo, ou melhor, filho de Deus, que produz
frutos de vida: «Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se, pelo
espírito, fizerdes morrer as obras da carne, vivereis». O batismo fez-nos
nascer para a vida do espírito, porém não suprimiu em nós a vida da carne; o
homem novo deve combater sempre contra o homem velho, o espírito deve lutar
contra a matéria. A graça batismal não nos isentou desta luta, embora nos
tornasse capazes de a sustentar. Importa muito estarmos bem convencidos disto
para não termos ilusões, para não nos admirarmos de que, depois de longos anos
de vida espiritual, se levantem ainda em nós certas batalhas, que talvez
pensássemos ter vencido para sempre. É esta a nossa condição: «A vida do
homem sobre a terra é uma guerra» (Jó. 7, 1), tanto mais que
Jesus disse: «O reino dos céus adquire-se à força» (Mt. 11, 12). Mas a luta
contínua não nos deve assustar porque a graça fez-nos filhos de Deus e, como
tais, temos todo o direito de contar com a Sua ajuda paternal: «Não
recebestes o espírito de escravidão – insiste S. Paulo – para estardes
novamente com temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, mercê do
qual chamamos, dizendo: Abba, Pai!» E, para fortalecer a nossa fé nesta
grande verdade, acrescenta: «O mesmo Espírito dá testemunho ao nosso espírito
de que somos filhos de Deus». É como se o Apóstolo nos quisesse dizer: Não sou
eu que vos afirma isto, é o Espírito Santo que vo-lo diz e dá testemunho dentro
de vós. O Espírito Santo está em nós, em nós suplica ao Pai celestial, em nós
suscita a esperança e a confiança; não sois escravos – diz-nos Ele – mas
filhos: que temeis? Eis as nossas riquezas: ser filhos de Deus, co-herdeiros de
Cristo, templos do Espírito Santo.
2 – Sob o véu duma parábola, à primeira vista um
pouco desconcertante, o Evangelho de hoje (Lc. 16, 1-9) ensina-nos a
sermos prudentes ao administrar as grandes riquezas da vida da graça. Ao propor
esta parábola, certamente que Jesus não pretendeu louvar a conduta do
servo «infiel» que, depois de ter roubado em todo o tempo do seu
serviço, continuou também a roubar quando soube que ia ser despedido. Contudo,
louvou o servo pela astúcia com que soube prevenir-se para o dia de amanhã. A
lição da parábola incide precisamente sobre este ponto: «os filhos deste
século são mais hábeis, na sua geração, que os filhos da luz. Portanto, eu vos
digo: granjeai amigos com as riquezas da iniquidade para que, quando vierdes a
precisar, vos recebam nos tabernáculos eternos». Jesus exorta-nos, a nós
os «filhos da luz», a não sermos menos hábeis em olhar pelos interesses
eternos do que os filhos «das trevas» em assegurar os bens da terra.
Também nós, como o servo da parábola, recebemos de
Deus um patrimônio para administrar: são os dons naturais, mas muito
especialmente os dons sobrenaturais com todo o conjunto de graças, de santas
inspirações, de incitamento ao bem, que Deus nos prodigalizou. Também para nós
chegará o dia de prestar contas, e também nós teremos de reconhecer que fomos
tantas vezes infiéis ao negociar com os dons de Deus, em fazer frutificar na
nossa alma as riquezas da graça. Como remediar, portanto as nossas
infidelidades? É chegado o momento de pôr em prática a lição da parábola por
meio da qual, diz Sto. Agostinho: «O Senhor aconselha todos a valerem-se
dos bens terrenos para granjear amigos entre os pobres. Estes, por seu turno,
fazendo-se amigos dos seus benfeitores, serão causa da sua admissão no céu».
Por outras palavras, trata-se de saldar as nossas dívidas para com Deus por
meio da caridade para com o próximo porque, como diz a Sagrada Escritura, «a
caridade cobre a multidão dos pecados» (I Ped. 4, 8). E não se trata
apenas da caridade material, mas também da espiritual: não só de coisas
grandes, mas também de pequenas, até de mínimas, como um copo de água dado por
amor de Deus. Estes pequeninos atos de caridade estão sempre ao nosso alcance e
são as riquezas com que pagaremos as nossas dívidas e regularizaremos a «nossa
administração».
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 946-949.
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