«Liturgia da Santa Missa»
Ano
12 – nº 665 – 2 de julho de 2023
† 5º Domingo depois de Pentecostes
Solenidade dos Ss. Apóstolos Pedro e
Paulo, Apóstolos
vermelho
– 1ª classe.
Com
grande pompa celebra a Igreja romana a festa dos dois príncipes dos Apóstolos.
Exceto a Oração que se ocupa de ambos os Santos, o formulário da Missa
refere-se a S. Pedro, que goza da prerrogativa do Primado. Em compensação
comemora-se S. Paulo no dia seguinte (30/6). As relíquias de S. Pedro acham-se
em sua igreja em Roma, onde neste dia toda a Cristandade se reúne, ao menos em
espírito.
Agradecemos
a Deus com o príncipe dos Apóstolos por sua milagrosa libertação (Intróito).
Como velou sobre Pedro, assim vela a Providência divina sobre os seus
sucessores e toda a santa Igreja. O Evangelho mostra-nos S. Pedro como rocha
inamovível, sobre a qual é fundada a Igreja, e como possuidor das chaves do céu
Tenhamos
como estes santos Apóstolos uma fé firme, e anime-nos um ardente
amor e intenso zelo
apostólico.
«Onde está Pedro, aí está a Igreja» (Sto. Ambrósio)
Avisos Paroquiais
Atenção para os horários das Santas Missas neste Domingo:
– às 7h, 9h* e 19h, em nossa igreja matriz;
– às 9h, em nossa igreja matriz, celebração do Sacramento da Crisma e da Santa Missa por nosso bispo Dom Fernando Arêas Rifan;
– às 17h, na Capela de Santo Antônio, em Córrego Seco.
Serão transmitidas, direto da nossa igreja matriz,
a Santa Missa das 7h, pela Rádio Bom Jesus FM 89.3, pelo Facebook e pelo YouTube,
e a Santa Missa das 9h e 19h, pelo Facebook e YouTube.
Redes Sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e
19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e
19h)
Intróito
/ Nunc
scio vere – Atos 12. 11; Salmo 138. 1-2
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou
solenidade do dia.
Nunc scio vere, quia misit Dóminus Angelum suum: et
erípuit me de manu Heródis et de omni exspectatióne plebis Iudæórum. Ps.
Dómine; probásti me et cognovísti me: tu cognovísti sessiónem meam et
resurrectiónem meam. ℣.
Glória Patri.
Agora sei com certeza que o Senhor mandou seu Anjo:
Ele me livrou das mãos de Herodes e de tudo o que esperava o povo judaico. Sl.
Senhor, Vós me provais e me conheceis. E sabeis a minha morte e a minha
ressurreição. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Deus, qui hodiérnam diem Apostolórum tuórum Petri et
Pauli martýrio consecrásti: da Ecclésiæ tuæ, eórum in ómnibus sequi præcéptum;
per quos religiónis sumpsit exórdium. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus, que santificastes o dia presente com o
martírio de vossos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, concedei à vossa Igreja a
graça de seguir em tudo os ensinamentos daqueles pelos quais a Religião começou
a ser propagada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola extraída dos Atos dos Apóstolos 12. 1-11
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
A proteção especial de Deus para com S. Pedro aparece em várias
passagens dos Atos. Escolhendo esta epístola para a sua festa, a Igreja tira
dela a última frase para o intróito da missa: é esse o pensamento que ela quer
sublinhar.
In diébus illis: Misit Heródes rex manus, ut
afflígeret quosdam de ecclésia. Occidit autem Iacóbum fratrem Ioánnis gládio.
Videns autem, quia placeret Iudæis, appósuit, ut apprehénderet et Petrum. Erant autem dies azymórum. Quem cum
apprehendísset, misit in cárcerem, tradens quatuor quaterniónibus mílitum
custodiéndum, volens post Pascha prodúcere eum pópulo. Et Petrus quidem
servabátur in cárcere. Orátio autem fiébat sine intermissióne ab ecclésia ad
Deum pro eo. Cum autem productúrus eum esset Heródes, in ipsa nocte erat Petrus
dórmiens inter duos mílites, vinctus caténis duábus: et custódes ante óstium
custodiébant cárcerem. Et ecce, Angelus Dómini ástitit: et lumen refúlsit in
habitáculo: percussóque látere Petri, excitávit eum, dicens: Surge velóciter.
Et cecidérunt caténæ de mánibus eius. Dixit autem Angelus ad eum: Præcíngere,
et cálcea te cáligas tuas. Et fecit sic. Et dixit illi: Circúmda tibi
vestiméntum tuum, et séquere me. Et éxiens sequebátur eum, et nesciébat quia
verum est, quod fiébat per Angelum: existimábat autem se visum vidére.
Transeúntes autem primam et secundam custódiam, venérunt ad portam férream, quæ
ducit ad civitátem: quæ ultro apérta est eis. Et exeúntes processérunt vicum
unum: et contínuo discéssit Angelus ab eo. Et Petrus ad se revérsus, dixit:
Nunc scio vere, quia misit Dóminus Angelum suum, et erípuit me de manu Heródis
et de omni exspectatióne plebis Iudæórum.
1Naqueles
dias, o rei Herodes prendeu alguns da Igreja para os castigar. 2Matou assim, à espada, Tiago, irmão de João. 3E vendo que isto agradava aos judeus, mandou
prender também a Pedro. Eram, então, os dias dos ázimos. 4Tendo-o mandado prender, meteu-o no cárcere,
entregando-o à guarda de quatro piquetes, cada um de quatro soldados, por que
tencionava apresentá-lo ao povo, depois da Páscoa. 5Enquanto Pedro estava no cárcere, a Igreja não
cessava de orar a Deus por ele. 6Ora, na mesma noite em que Herodes
estava para o apresentar ao povo, dormia Pedro entre dois soldados, preso com
correntes duplas; os guardas, à porta, vigiavam o cárcere. 7E eis que veio um Anjo do Senhor e uma luz
resplandeceu na prisão; tocando o lado de Pedro, o Anjo despertou-o dizendo:
Levanta-te depressa. E caíram as cadeias das mãos de Pedro. 8Disse-lhe o Anjo: Toma a tua cinta e calça as tuas
sandálias. E assim ele fez. E disse-lhe: Põe a tua capa e segue-me. 9E saindo, Pedro o seguia, sem compreender que era
realidade o que fazia por intervenção do Anjo, pois, julgava ter uma
visão. 10Passando a primeira guarda e a segunda,
chegaram à porta de ferro que conduz à cidade, a qual se lhes abriu por si
mesma. E saindo, passaram uma rua adiante e logo o Anjo se apartou dele. 11Então, Pedro tornando a si, disse: Agora sei
verdadeiramente que o Senhor enviou o seu Anjo: Ele me livrou das mãos de
Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus.
Gradual
/ Salmo
44. 17-18
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou
sugeridos pelo Mistério do dia.
Constítues eos príncipes super omnem terram: mémores
erunt nóminis tui. Dómine. ℣.
Pro pátribus tuis nati sunt tibi fílii:
proptérea pópuli confitebúntur tibi.
Vós os estabeleceis príncipes sobre toda a terra; e
eles, Senhor, se lembrarão de vosso Nome. ℣. Em lugar de vossos
pais vos nascerão filhos; por isso, os povos Vos louvarão.
Aleluia
/ Mateus
16. 18
Allelúia, allelúia. ℣. Tu es Petrus, et super hanc petram ædificábo
Ecclésiam meam. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja. Aleluia.
Evangelho segundo São Mateus 16. 13-19
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
O evangelho recorda ao mesmo tempo a fé de Pedro proclamando que Jesus é
o Messias, e as prerrogativas que dele recebeu para governar a sua Igreja.
In illo témpore: Venit Iesus in partes Cæsaréæ
Philippi, et interrogábat discípulos suos, dicens: Quem dicunt hómines esse
Fílium hóminis? At illi dixérunt: Alii Ioánnem Baptístam, alii autem Elíam,
álii vero Ieremíam aut unum ex Prophétis. Dicit illis Iesus: Vos autem quem me
esse dícitis? Respóndens Simon Petrus, dixit: Tu es Christus, Fílius Dei vivi.
Respóndens autem Iesus, dixit ei: Beátus es, Simon Bar Iona: quia caro et
sanguis non revelávit tibi, sed Pater meus, qui in cælis est. Et ego dico tibi,
quia tu es Petrus, et super hanc petram ædificábo Ecclésiam meam, et portæ
ínferi non prævalébunt advérsus eam. Et tibi dabo claves regni cælórum. Et
quodcúmque ligáveris super terram, erit ligátum et in cælis: et quodcúmque
sólveris super terram, erit solútum et in cælis.
Naquele tempo, 13veio Jesus para os lados de Cesaréia de Felipe, e
interrogou os seus discípulos: Na opinião dos homens, quem é o Filho do homem? 14E eles responderam: uns dizem que é
João Batista, outros que é Elias, outros que Jeremias ou alguns dos
Profetas. 15Disse-lhes Jesus: E vós, quem julgais
que eu sou? 16Tomando a palavra, Simão Pedro disse:
Vós sois o Cristo, Filho de Deus vivo. 17E, respondendo, Jesus disse-lhe:
Bem-aventurado és tu, Simão Bar Jonas (filho de Jonas), porque, não foi a carne
e o sangue que te revelaram isso, mas, meu Pai que está nos céus. 18E eu te digo que és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno1 não prevalecerão contra ela. 19Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus. E tudo que
ligares sobre a terra será ligado nos céus; e tudo o que desligares sobre a
terra, será desligado nos céus.2
1. Semitismo: os poderes do Inferno. Trata-se dos
poderes infernais, e portanto da indefectibilidade da Igreja.
2. Ligar e desligar significa proibir e permitir,
condenar e absolver. Nada limitará o poder espiritual de Pedro.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve
compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja,
afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo
44. 17-18
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Constítues eos príncipes super omnem terram: mémores
erunt nóminis tui, Dómine, in omni progénie et generatióne.
Vós os estabeleceis príncipes sobre toda a terra, e
eles, Senhor, se lembrarão de vosso Nome, de geração em geração.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Hóstias, Dómine, quas nómini tuo sacrándas
offérimus, apostólica prosequátur orátio: per quam nos expiári tríbuas et
deféndi. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Fazei, Senhor, que as orações de vossos Apóstolos
acompanhem este Sacrifício que oferecemos ao vosso Nome, e que por ele
protegidos, sejamos purificados de nossas culpas. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Communio / Mateus 16. 18
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Tu es Petrus, ei super hanc petram ædificabo
Ecclésiam meam.
Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Quos cælésti, Dómine, alimento satiásti: apostólicis
intercessiónibus ab omni adversitáte custódi. Per Dominum nostrum Iesum
Christum.
Senhor, por intercessão de vossos Apóstolos,
preservai de todas as adversidades aqueles que saciastes com o Alimento
celestial. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Festa de São Pedro e
São Paulo
Ó Senhor, fazei que a festa dos Vossos santos Apóstolos me fortaleça na
fé e consolide a minha fidelidade à Igreja.
1 – A Festa dos Santos Apóstolos Príncipes
da Igreja desperta na alma uma maior união à Igreja, a Roma, ao Papa.
Hoje a liturgia põe Pedro, o chefe dos
Apóstolos, em primeiro plano e amanhã falará de Paulo, o Apóstolo das gentes:
apresenta-nos assim a figura daqueles que plantaram a Igreja não só com as suas
fadigas, mas sobretudo com o seu sangue. O Evangelho (Mt. 16, 13-19) lembra-nos a grande jornada de Cesareia em que
Jesus, pela primeira vez, proclamou Pedro fundamento da Igreja: «Eu te digo que
tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja»; palavras que tiveram
uma repercussão grandiosa através dos séculos e que ainda hoje testemunham o
primado de Pedro e de todos os seus sucessores sobre a cristandade inteira. Não
sobre diferentes Igrejas, mas sobre uma única e grande Igreja, a Igreja
católica, apostólica, romana. Uma única Igreja, cujo único fundador e cabeça é
Cristo, o qual quis ter em São Pedro o seu representante. «Onde está Pedro, aí
está a Igreja» (Sto. Ambrósio), o que significa: onde está o Papa, sucessor de
Pedro, aí está a Igreja. Muito justamente, portanto, a festa de São Pedro, deve
ser considerada a festa da Igreja, a festa do Papa: a festa que deve despertar
em toda alma cristã o sentimento profundo da sua pertença à Igreja e da sua
devoção ao Sumo Pontífice. «Sou filha da Igreja», repetia Teresa de Jesus no
momento da morte. Depois de ter trabalhado tanto por Deus e pelas almas, era
este o único título que lhe dava a garantia da misericórdia divina. Sermos
filhos da Igreja, eis o nosso título de salvação, eis a nossa glória, depois da
de sermos filhos de Deus, ou melhor, não depois, mas ao mesmo tempo porque,
como diziam os Santos Padres «não pode ter a Deus por Pai quem não tem a Igreja
por mãe» (S. Cipriano). Não é verdadeiro católico quem não sente a alegria de
ser filho da Igreja, quem não vibra pela Igreja e pelo Papa, quem não está
pronto a renunciar aos seus pontos de vista pessoais para «sentire cum
Ecclesia», sentir com a Igreja sempre e em tudo.
2 – O Communio da Missa de hoje repete,
pela segunda vez, as palavras solenes com que Jesus constituiu Pedro fundamento
da Igreja: «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja»; é uma
homenagem ao príncipe dos Apóstolos, mas é também para nós um chamamento. Com
efeito, cada cristão deveria ser uma pedra firme e segura de que Jesus Se
pudesse servir para sustentar a Sua Igreja. Evidentemente, a pedra viva, a
pedra angular por excelência é Cristo e, junto a Si, pôs o Seu Vigário; depois
seguem-se todos os fiéis, desde os bispos ao último batizado; todos – como diz S. Pedro – somos «pedras vivas edificadas sobre
Ele [Cristo], para ser uma casa espiritual, um sacerdócio santo» (1Pd 2, 5).
Também tu, quem quer que sejas,
sacerdote ou leigo, religioso ou pai de família, humilde monge ou simples
cristão, és chamado a sustentar a Igreja, tal como num edifício material não só
os grandes blocos graníticos, mas até os mais humildes tijolos contribuem para
edificar a casa. Numa alma de vida interior não pode faltar aquele profundo
sentimento apostólico que lhe faz sentir a sua parte de responsabilidade no bom
andamento da Igreja, o que fará acima de tudo com a sua obediência e submissão
às diretivas da hierarquia. Isto, porém, não basta. Se és verdadeiro filho da
Igreja, não podes ficar indiferente perante as suas necessidades, os seus
interesses, os seus sofrimentos. Hoje, mais do que nunca, a Igreja sofre: sofre
no seu Vigário que, colocado como sentinela de toda a cristandade, conhece
melhor que ninguém os perigos e as lutas que a assediam por todos os lados; a
Igreja sofre nos seus bispos, nos seus sacerdotes perseguidos, martirizados,
reduzidos à impotência; sofre nos seus fiéis abandonados e dispersos, como
ovelhas sem pastor; sofre pelos erros, pelas calúnias contra ela desencadeadas.
E tu, seu filho, poderás ficar indiferente? Sofre também tu com a tua mãe, ora,
trabalha, dispende as tuas forças em servi-la e defendê-la. Põe de lado os teus
pequenos interesses pessoais e dedica-te aos grandes interesses da Igreja: com
a vida, com as obras, com a oração e com a imolação silenciosa e escondida.
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 1452-1454.
Nenhum comentário:
Postar um comentário