«Liturgia Dominical»
Ano 12 – nº 656 – 21 de maio de
2023
† Domingo depois da Ascensão
Solenidade
da Ascenção do Senhor
branco – 2ª classe.
A festa da Ascensão, diz S. Bernardo, «é a
consumação, a coroa das outras solenidades e o termo glorioso da jornada
terrestre do Filho de Deus».
Durante quarenta dias, permanecera Jesus no mundo,
para fortalecer os seus discípulos na fé e os preparar para a vinda do Espírito
Santo. Mas soou enfim a hora de se despedir daqueles que tanto amava. Ainda que
de despedida, essa hora era contudo de grande alegria para o Mestre e os seus
discípulos, e para a humanidade inteira. Alegria porque Jesus triunfou. Terminaram
as humilhações, os sofrimentos. A coroa de espinhos e opróbrios se converte em
coroa de honra, a Cruz ignominiosa, em trono de glória. Alegremo–nos porque o
Salvador subiu ao céu para ali preparar–nos um lugar. Porque junto do trono de
seu Pai, Jesus continua a interceder por nós e a cumprir a sua missão de
Mediador entre Deus e os homens. Alegremo–nos ainda porque a sua subida é o
penhor da descida do Espírito Santo. «Se
eu não for, o Espírito Santo não virá a vós». Alegremo–nos, finalmente, porque
este mesmo Jesus que hoje se esconde aos nossos olhares, descerá um dia, em
toda a sua Majestade e todo o seu poder, para julgar os vivos e os mortos, e
então os nossos olhos contemplarão extasiados sua santa Humanidade, sem o
receio, para sempre afastado, de uma nova separação.
Enquanto a Epístola e o Evangelho narram
sucintamente o fato histórico, ouvimos nos Cânticos perpassar estas melodias de
júbilo. Cremos firmemente que o Nosso Redentor subiu ao céu e nesta convicção
Lhe dirigimos uma súplica, para que também nós tenhamos em espírito a nossa
morada no céu (Oração).
«homens da Galileia por que estais olhando para o céu?» Ep.
Avisos Paroquiais
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo:
- às 7h, 9h e 19h em nossa
igreja matriz;
- às 10h na Quadra do
Bairro Bela Vista (nesse bairro será erguida a Capela de Santa Edwiges);
- às 18h em Mutum,
celebrando a festa de Santa Rita de Cássia, padroeira da capela;
- Serão transmitidas, direto da nossa igreja matriz, a Santa Missa das 7h, pela Rádio Bom Jesus FM 89.3, pelo Facebook e YouTube, e a Santa Missa das 19h, pelo Facebook e YouTube.
Hoje, celebra-se o Dia
do Congregado Mariano e o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
A partir de hoje até a
Vigília de Pentecostes celebra-se em todo o Brasil a Semana de Oração pela
Unidade dos Cristãos.
Redes Sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
Intróito
/ Viri Galilæi – Atos
dos Apóstolos 1. 11; Salmo 46.
2
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou
solenidade do dia.
Viri Galilǽi, quid admirámini aspiciéntes in cælum?
allelúia: quemádmodum vidístis eum ascendéntem in cælum, ita véniet, allelúia,
allelúia, allelúia. Ps. Omnes gentes, pláudite mánibus: iubiláte Deo in voce exsultatiónis.
℣. Glória Patri.
Homens da Galiléia, porque admirados olhais para o
céu? Aleluia! Como o vistes subir para o céu, assim Ele virá: aleluia, aleluia,
aleluia. Sl. Vós nações todas, batei palmas, celebrai a Deus, com voz de alegre
canto. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
É «o nosso Redentor» que hoje subiu ao céu. Que maior motivo, para
esperar, poderíamos ter? A Ascensão é a grande festa da esperança cristã.
Concéde, quǽsumus, omnípotens Deus: ut, qui hodiérna
die Unigénitum tuum, Redemptórem nostrum, ad cælos ascendísse crédimus; ipsi
quoque mente in cæléstibus habitémus. Per eundem Dominum nostrum Iesum Christum.
Concedei–nos, ó Deus onipotente, que assim como
cremos que o vosso Unigênito, nosso Redentor, subiu ao céu neste dia, assim
também nós em espírito habitemos no céu. Pelo mesmo Jesus Cristo.
Leitura dos Atos dos Apóstolos 1. 1–11
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
Nos Atos dos Apóstolos, a descrição da Ascensão é um anúncio da missão
da Igreja, obra essencialmente divina, realizada inteiramente sob os auspícios
do Espírito Santo.
Primum quidem sermónem feci de ómnibus, o Theóphile,
quæ cœpit Iesus facere et docére usque in diem, qua, præcípiens Apóstolis per
Spíritum Sanctum, quos elégit, assúmptus est: quibus et prǽbuit seípsum vivum
post passiónem suam in multas arguméntis, per dies quadragínta appárens eis et
loquens de regno Dei. Et convéscens, præcépit eis, ab Ierosólymis ne
discéderent, sed exspectárent promissiónem Patris, quam audístis –inquit – per
os meum: quia Ioánnes quidem baptizávit aqua, vos autem baptizabímini Spíritu
Sancto non post multos hos dies. Igitur qui convénerant, interrogábant eum,
dicéntes: Dómine, si in témpore hoc restítues regnum Israël? Dixit autem eis:
Non est vestrum nosse témpora vel moménta, quæ Pater pósuit in sua potestáte:
sed accipiétis virtútem superveniéntis Spíritus Sancti in vos, et éritis mihi
testes in Ierúsalem et in omni Iudǽa et Samaría et usque ad últimum terræ. Et
cum hæc dixísset, vidéntibus illis, elevátus est, et nubes suscépit eum ab
óculis eórum. Cumque intuerétur in cælum eúntem illum, ecce, duo viri
astitérunt iuxta illos in véstibus albis, qui et dixérunt: Viri Galilǽi, quid
statis aspiciéntes in cælum? Hic Iesus, qui assúmptus est a vobis in cælum, sic
véniet, quemádmodum vidístis eum eúntem in cælum.
1Em
minha primeira narração1, ó Teófilo, tratei de todas as coisas
que Jesus fez e ensinou desde o princípio 2até o dia em que, tendo dado preceitos por meio do
Espírito Santo, aos Apóstolos que tinha escolhido, foi arrebatado [ao
céu]. 3A eles também, depois de sua Paixão, se
apresentou vivo com muitas provas, aparecendo–lhes durante quarenta dias e
falando–lhes do Reino de Deus. 4E, comendo com eles, ordenou–lhes que
não se afastassem de Jerusalém, mas esperassem a promessa do Pai, que ouvistes
(disse) da minha boca. 5João batizou com água, vós, porém,
sereis batizados2 com o Espírito Santo, dentro de
poucos dias. 6Então os que estavam reunidos assim o
interrogavam: Senhor, será nesse tempo que estabelecereis o reino de
Israel? 7Respondeu–lhes então: não vos cabe
saber o tempo e a hora que o Pai em Seu poder determinou. 8Mas recebereis a força do Espírito Santo, que virá
sobre vós3, e me sereis testemunhas em Jerusalém,
em toda Judéia e a Samaria, e até às extremidades da terra. 9Depois de ter dito isto, elevou–se, à vista deles,
e uma nuvem O ocultou a seus olhos. 10E como estivessem com os olhos fitos no
céu, enquanto ele ia subindo, eis que dois varões vestidos de branco, surgiram
junto a eles 11e lhes disseram: homens da Galileia por
que estais olhando para o céu? Esse Jesus que do meio de vós se elevou ao céu
virá do mesmo modo porque o vistes ir para o céu.
1. O terceiro Evangelho, dedicado igualmente, por
S. Lucas, a Teófilo, cristão de elevada posição.
2. Mergulhados e renovados.
3. A missão dos Apóstolos realizar-se-á
inteiramente sob a moção do Espírito Santo.
Alelúia
/ Salmos 46. 6; 67. 18-19
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem
os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo
Mistério do dia.
Allelúia, allelúia. ℣. Ascéndit Deus
in iubilatióne, et Dóminus in voce tubæ. Allelúia. ℣. Dóminus in Sina
in sancto, ascéndens in altum, captívam duxit captivitátem. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Deus subiu no meio de aclamações de júbilo, e O
senhor, ao som da trombeta. Aleluia. ℣. O Senhor, em seu
santuário, como no Sinai, subindo ao alto, levou os cativos como presas.
Aleluia.
Evangelho segundo São Marcos 16. 14–20
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
Como na epístola, também aqui se afirma a conexão entre a partida de
Jesus e a missão da Igreja incipiente; é sempre a obra do Senhor.
In illo témpore: Recumbéntibus úndecim discípulis,
appáruit illis Iesus: et exprobrávit incredulitátem eórum et durítiam cordis: quia
iis, qui víderant eum resurrexísse, non credidérunt. Et dixit eis: Eúntes in
mundum univérsum, prædicáte Evangélium omni creatúræ. Qui credíderit et
baptizátus fúerit, salvus erit: qui vero non credíderit, condemnábitur. Signa
autem eos, qui credíderint, hæc sequéntur: In nómine meo dæmónia eiícient:
linguis loquantur novis: serpentes tollent: et si mortíferum quid bíberint, non
eis nocébit: super ægros manus impónent, et bene habébunt. Et Dóminus quidem
Iesus, postquam locútus est eis, assúmptus est in cælum, et sedet a dextris
Dei. Illi autem profécti, prædicavérunt ubíque, Dómino cooperánte et sermónem
confirmánte, sequéntibus signis.
Naquele tempo, 14estando à mesa os onze discípulos, apareceu–lhes
Jesus e censurou–lhes a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem
acreditado naqueles que O tinham visto ressuscitado. 15E disse–lhes: Ide por todo o mundo e pregai o
Evangelho a toda criatura. 16O que crer e for batizado, será salvo:
porém o que não crer será condenado. 17E eis os milagres que seguirão aos que
crerem: em meu Nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; 18levantarão as serpentes; e, se beberem alguma coisa
mortífera, esta não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e estes serão
curados. 19E o Senhor Jesus, depois de lhes ter
falado, elevou–se ao céu e está sentado à direita de Deus. 20Eles porém partiram e pregaram por toda a parte. E
o Senhor operou com eles e confirmou a sua pregação com os milagres que a
acompanhavam.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve
compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja,
afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 46.
6
Com o Ofertório,
começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Ascéndit Deus in iubilatióne, et Dóminus in voce
tubæ, allelúia.
Deus subiu entre aclamações de jubilo, e o Senhor,
ao som da trombeta, aleluia.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Súscipe, Dómine, múnera, quæ pro Fílii tui gloriósa
censióne deférimus: et concéde propítius; ut a præséntibus perículis liberémur,
et ad vitam per veniámus ætérnam. Per eundem Dominum nostrum Iesum Christum.
Aceitai, Senhor, os dons que Vos apresentamos pela
gloriosa Ascenção de Vosso Filho, e concedei, benigno, sejamos livres dos
perigos deste tempo e alcancemos a vida eterna. Pelo mesmo Jesus Cristo.
Communio / Salmo 67.
33–34
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Psállite Dómino, qui ascéndit super cælos cælórum ad
Oriéntem, allelúia.
Cantai salmos ao Senhor que sobe ao céu dos céus,
para o Oriente, aleluia.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Præsta nobis, quǽsumus, omnípotens et miséricors
Deus: ut, quæ visibílibus mystériis suménda percépimus, invisíbili consequámur
efféctu. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Nós Vos suplicamos, ó Deus onipotente e
misericordioso, permiti alcancemos o fruto invisível destes visíveis mistérios
que como Alimento acabamos de receber. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Ascensão do Senhor
Ó Jesus que subis ao céu, fazei que pelo coração também eu habite no
céu.
1 – A liturgia de hoje convida–nos a
elevar os nossos corações ao céu para começarmos a habitar em espírito onde
Jesus nos precedeu: «A Ascensão de Cristo – diz S. Leão – é a nossa elevação e
o corpo tem a esperança de estar um dia onde o precedeu a sua gloriosa Cabeça»
(BR.). De fato, já no discurso da última Ceia o Senhor tinha dito: «vou
preparar o lugar para vós. E depois que eu tiver ido e vos tiver preparado o
lugar, virei novamente, e tomar–vos–ei comigo, para que onde eu estou, estejais
vós também» (Jo. 14, 2
e 3). A Ascensão é, portanto, uma festa
de radiosa esperança, de suave antegozo do céu: ao entrar nele, Jesus, nossa
Cabeça, deu–nos o direito de O seguirmos um dia; assim, podemos dizer com S.
Leão, «que em Cristo nós mesmos penetramos no mais alto dos céus» (BR.). Como
em Cristo crucificado morremos para o pecado e em Cristo ressuscitado ressuscitamos
para a vida da graça, assim, pela Sua Ascensão, também nós subimos ao céu. Esta
participação vital nos mistérios de Cristo é a grande consequência da nossa
incorporação nEle; sendo Ele a nossa Cabeça, nós, os Seus membros, estamos
totalmente dependentes dEle e intimamente ligados à Sua sorte. «Deus, que é
rico em misericórdia – ensina S. Paulo – pela Sua extrema caridade com que nos
amou... Convivificou–nos em Cristo... e com Ele nos ressuscitou e nos fez
sentar nos céus» (Ef. 2, 4–6). O direito ao céu foi adquirido, o
lugar está pronto, compete–nos agora viver de modo a merecermos ocupá–lo um
dia. Entretanto na expectativa, devemos viver a bela prece que a liturgia nos
põe nos lábios: «Deus todo–poderoso, concedei–nos a graça de também nós
vivermos em espírito na morada celeste» (Colecta). «Onde está o teu tesouro, aí
está também o teu coração» (Mt. 6, 21),
disse Jesus um dia. Se Jesus é verdadeiramente o nosso tesouro, o nosso coração
não poderá estar senão no céu junto dEle. Este é o grande anseio da alma
cristã, tão bem expresso no hino de Vésperas de hoje: «Ó Jesus, sede a meta dos
nossos corações, sede o conforto das nossas lágrimas, sede o doce prêmio da
nossa vida» (BR.).
2 – Mas a par da esperança e da
alegre expectativa do céu, a festa da Ascensão tem a sua nota de melancolia.
Perante a partida definitiva de Jesus, os Apóstolos sentem–se tomados por uma
sensação de temor, o temor de quem vê afastar–se para sempre o amigo e protetor
mais querido e se encontra só, em face das dificuldades da vida. O Senhor vê o
estado de espírito dos Seus e mais uma vez os conforta, prometendo a vinda do
Espírito Santo, o Espírito Consolador: «Ordenou–lhes – lemos na Epístola (At.
1, 1–11) – que não se afastassem de Jerusalém, mas que
esperassem a promessa do Pai... Vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a
poucos dias». Ainda desta vez os Apóstolos não compreenderam. Como tinham
necessidade de ser iluminados e transformados pelo Espírito Santo para ficarem
aptos para a grande missão que lhes seria confiada! E de fato Jesus repetiu:
«Recebereis a virtude do Espírito Santo... e me sereis testemunhas... até às
extremidades da terra». De momento, porém, estão ali, junto do Mestre,
medrosos, atemorizados, tal como as crianças que vêem partir a mãe para um país
longínquo e desconhecido. Efetivamente, enquanto os seus olhares estão
dirigidos para Ele, Jesus eleva–Se para o alto e uma nuvem esconde–O aos seus
olhos. Foi preciso virem dois Anjos para os tirarem daquele abatimento e para
os chamarem à realidade do fato consumado. Então, confiando na palavra de
Jesus, que é doravante o seu único apoio, voltam para Jerusalém e fecham–se no
Cenáculo, esperando, em oração, o cumprimento da promessa. Foi a primeira
novena de Pentecostes: «perseveraram unanimemente em oração... com Maria, Mãe
de Jesus» (At. 1, 14).
Retiro, recolhimento, oração, concórdia
com os irmãos, união com Maria SS.ma, eis as características da novena que nos
deve preparar também a nós para a vinda do Espírito Santo.
MADALENA, Padre Gabriel de Santa
Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto:
Edições Carmelitanas, 1967, p. 695-697.
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