sábado, 13 de maio de 2023

Edição nº 655

«Liturgia Dominical»
Ano 12 – nº 655 – 14 de maio de 2023

 

5º Domingo depois da Páscoa
branco – 2ª classe.

 

«Eu saí do Pai, e vim ao mundo; deixo outra vez o mundo, e vou ao Pai».

Nestas linhas está sintetizado o pensamento principal da santa Missa de hoje. Os textos, ao mesmo tempo que nos lembram as alegrias pascais, nos prenunciam o próximo desaparecimento do Salvador. Enquanto a Epístola nos fala do Cristianismo prático, o Evangelho, aludindo à próxima Ascensão de Jesus Cristo, nos ensina como podemos e devemos confiar-Lhe os nossos cuidados e as nossas preocupações, antes de Jesus nos deixar e ir para junto de seu Pai. Estejamos certos de que seremos atendidos, porque se amamos o Filho, também o Pai nos ama.

 


«Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja completa.» 
Ev.

Avisos Paroquiais

 

Atenção para os horários das Santas Missas neste Domingo:

        - às 7h, 9h e 19h em nossa igreja matriz;

        - às 10h na Capela de São Brás, em Sesmaria;

        - às 17h na Capela de Santo Antônio, em Córrego Seco;

        - às 18h na Capela de Santa Isabel, em Usina Santa Isabel;

        - às 19h na Capela de São José, em Serrinha;

Serão transmitidas, direto da nossa igreja matriz, a Santa Missa das 7h, pela Rádio Bom Jesus FM 89.3, pelo Facebook e YouTube, e a Santa Missa das 19h, pelo Facebook e YouTube.

 

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(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

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 (Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

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(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

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Intróito / Vocem Iucunditátis – Isaias 48. 20; Salmo 65. 1-2

Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Vocem iucunditátis annuntiáte, et audiátur, allelúia: annuntiáte usque ad extrémum terræ: liberávit Dóminus pópulum suum, allelúia, allelúia. PS. Iubiláte Deo, omnis terra, psalmum dícite nómini eius: date glóriam laudi eius. . Glória Patri.

Com voz de júbilo anunciai e fazei ouvir: aleluia. Proclamai até os extremos da terra: o Senhor libertou o seu povo, aleluia, aleluia. Sl. Louvai a Deus, ó terra inteira; cantai salmos em honra de seu Nome; dai-lhe glória em seu louvor. . Glória ao Pai.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

A necessidade absoluta da graça, convida à oração; pensamentos e obras, tudo deve vir de Deus, para ser bom.

Deus, a quo bona cuncta procédunt, largíre supplícibus tuis: ut cogitémus, te inspiránte, quæ recta sunt; et, te gubernánte, éadem faciámus. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Ó Deus, de quem procedem todos os bens, concedei a vossos servos suplicantes que por vossa inspiração conheçamos o que é reto, e por Vós guiados o pratiquemos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola de São Tiago Apóstolo 1. 22-27

Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.

O cristão, que se debruça sobre a Lei, pela qual norteia a vida, encontra, em suas obras, a felicidade. De outro modo, a religião é vã.

Caríssimi: Estóte factóres verbi, et non auditóres tantum: falléntes vosmetípsos. Quia si quis audítor est verbi et non factor: hic comparábitur viro consideránti vultum nativitátis suæ in spéculo: considerávit enim se et ábiit, et statim oblítus est, qualis fúerit. Qui autem perspéxerit in legem perfectam libertátis et permánserit in ea, non audítor obliviósus factus, sed factor óperis: hic beátus in facto suo erit. Si quis autem putat se religiósum esse, non refrénans linguam suam, sed sedúcens cor suum, huius vana est relígio. Relígio munda et immaculáta apud Deum et Patrem hæc est: Visitáre pupíllos et viduas in tribulatióne eórum, et immaculátum se custodíre ab hoc sǽculo.

Caríssimos: 22Sede cumpridores da palavra [de Deus] e não somente ouvintes: do contrário, vós enganais a vós mesmos. 23Porque se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, será semelhante a um homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; 24considerando a si mesmo, foi-se e logo se esqueceu como era. 25Mas quem atentamente fixar a sua vista na lei perfeita da liberdade [o Evangelho] e nela perseverar, não sendo ouvinte esquecediço, senão cumpridor da obra, será bem-aventurado pelo que praticar. 26Se alguém se julga religioso, mas não refreia a sua língua, e ilude o seu próprio coração, sua religião é vã. 27A religião pura e sem mácula diante de Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações e conservar-se puro da corrupção deste mundo.

Alelúia / João 16. 28

Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Allelúia, allelúia. . Surréxit Christus, et illúxit nobis, quos rédemit sánguine suo. Allelúia. . Exívi a Patre, et veni in mundum: íterum relínquo mundum, et vado ad Patrem. Allelúia.

Aleluia, aleluia. . O Cristo ressuscitou, fez brilhar sua luz sobre nós e nos remiu com o seu Sangue. Aleluia. . Saí do Pai e vim ao mundo; deixo outra vez o mundo e vou ao Pai. Aleluia.

Evangelho segundo São João 16. 23-30

Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé.

A união dos discípulos com Jesus é tão estreita, que a prece deles é a sua, e o Pai os ama e ouve, como ama e ouve a seu Filho.

In illo témpore: Dixit Iesus discípulis suis: Amen, amen, dico vobis: si quid petiéritis Patrem in nómine meo, dabit vobis. Usque modo non petístis quidquam in nómine meo: Pétite, et accipiétis, ut gáudium vestrum sit plenum. Hæc in provérbiis locútus sum vobis. Venit hora, cum iam non in provérbiis loquar vobis, sed palam de Patre annuntiábo vobis. In illo die in nómine meo petétis: et non dico vobis, quia ego rogábo Patrem de vobis: ipse enim Pater amat vos, quia vos me amástis, et credidístis quia ego a Deo exívi. Exívi a Patre et veni in mundum: íterum relínquo mundum et vado ad Patrem. Dicunt ei discípuli eius: Ecce, nunc palam loquéris et provérbium nullum dicis. Nunc scimus, quia scis ómnia et non opus est tibi, ut quis te intérroget: in hoc crédimus, quia a Deo exísti.

Naquele tempo, 23disse Jesus a seus discípulos: Em verdade, em verdade, vos digo: Se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu Nome, Ele vo-la dará. 24Até agora nada pedistes em meu Nome. Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja completa. 25Estas coisas vos disse em parábolas. Vem a hora em que já não vos falarei em parábolas, mas abertamente vos falarei do Pai.  26Naquele dia pedireis em meu Nome; e não vos digo que hei de rogar por vós ao Pai, 27pois, o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes e crestes que eu saí de Deus. 28Saí do Pai e vim ao mundo, deixo outra vez o mundo e vou ao Pai. 29Disseram-Lhe os discípulos: Eis que agora nos falais claramente e não usais nenhuma parábola. 30Agora conhecemos que sabeis tudo, e que não tendes necessidade que alguém Vos interrogue. Por isso cremos que saístes de Deus.

 

CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

 

Ofertório Salmo 65. 8-9, 20

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Benedícite, gentes, Dóminum, Deum nostrum, et obaudíte vocem laudis eius: qui pósuit ánimam meam ad vitam, et non dedit commovéri pedes meos: benedíctus Dóminus, qui non amóvit deprecatiónem meam et misericórdiam suam a me, allelúia.

Bendizei, nações, ao Senhor, nosso Deus; e ouvi a voz de seu louvor. Ele deu vida à minha alma, e não permitiu que os meus pés resvalassem. Bendito seja o Senhor. Ele não rejeitou a minha oração, nem retirou de mim a sua misericórdia, aleluia.

Secreta

É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.

Súscipe, Dómine, fidélium preces cum oblatiónibus hostiárum: ut, per hæc piæ devotiónis offícia, ad cæléstem glóriam transeámus. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Recebei, Senhor, as preces de vossos fiéis com as oblações dos presentes sacrifícios para que, por estes fervorosos testemunhos de nossa devoção, mereçamos passar à glória celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Communio / Salmo 95. 2

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Cantáte Dómino, allelúia: cantáte Dómino et benedícite nomen eius: bene nuntiáte de die in diem salutáre eius, allelúia, allelúia.

Cantai ao Senhor, aleluia; cantai ao Senhor e bendizei o seu Nome. Anunciai todos os dias a sua salvação, aleluia, aleluia.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Tríbue nobis, Dómine, cæléstis mensæ virtúte satiátis: et desideráre, quæ recta sunt, et desideráta percípere. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Vós nos fortalecestes, Senhor, no Banquete celestial; concedei, pois, que desejemos o que é justo e alcancemos o que aspiramos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Meditação

 

A Oração Eficaz

Ó Jesus, fazei-me compreender que a minha oração é um nada se não se apoia em Vós; que a minha fé é vã se não a traduzo em obras.

1 – Mediante o Evangelho da Missa (Jo. 16, 23-30) – tomado ainda hoje do discurso da última ceia – a Igreja continua a preparar-nos para a Ascensão e para o Pentecostes, «Saí do pai e vim ao mundo – diz Jesus – outra vez deixo o mundo e vou para o Pai»; eis o anúncio da Sua próxima ascensão ao céu. Chegado ao fim da Sua missão entre os homens, Jesus apresenta-a em síntese, como uma grande viagem do Pai ao mundo e do mundo ao Pai. Isto recorda-nos o conceito de «peregrinação» que todo o cristão deve aplicar à sua vida a ponto de a considerar como «uma noite passada em má pousada» (T. J. Cam. 40, 9), com o coração voltado para a radiosa manhã da vida eterna.

«Mas vem o tempo em que não vos falarei já por parábolas, mas abertamente vos falarei do Pai». Eis o anuncio do Pentecostes: Jesus, por meio do Espírito Santo, iluminará os seus apóstolos fazendo-lhes entender claramente os mistérios divinos, e o Pai não será mais um desconhecido para eles. Tudo o que nós podemos estudar e conhecer das coisas de Deus é letra morta enquanto o Espírito Santo não nos abrir a inteligência. Isto é mais um motivo para compreendermos quanto temos necessidade dEle e para desejarmos a Sua vinda.

Mas o Evangelho propõe-nos também outro argumento. Jesus, que por várias vezes tinha instruído os apóstolos sobre a oração e sobre o modo de rezar, ensina-lhes agora o segredo da oração eficaz: «se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu Nome, Ele vo-la dará». Jesus parte, mas deixa aos apóstolos o meio seguro para encontrar acesso junto do Pai: apresentar-se em Seu nome, em nome do Homem Deus que, tendo-Se imolado para glória do Pai e para nossa salvação, merece ser sempre atendido «pro sua reverentia» em razão da Sua piedade (Hebr. 5, 7).

2 – Pedir «em nome de Jesus» significa, na prática, estarmos convencidos de que as nossas ações, como de resto todas as nossas boas obras sem nenhuma exceção, não valem nada se não se apoiam nos méritos infinitos de Jesus. Significa estarmos convencidos de que, por mais que façamos e rezemos, somos sempre «servos inúteis» (Lc. 17, 10), que não temos em nós nenhuma suficiência, mas que toda a nossa suficiência vem do crucificado. A primeira condição, portanto, da oração feita «em nome de Jesus», é a humildade, um sentido cada vez mais profundo e realista do nosso nada. Mas a segunda condição, é uma confiança ilimitada nos méritos infinitos de Jesus, que ultrapassam todas as nossas indigências, misérias, necessidades. Não pediremos nunca demais em Seu nome; nunca seremos demasiado ousados em pedir a plenitude da graça divina sobre as nossas almas, em aspirar à santidade – escondida, sim, mas autêntica – em vista de quanto Ele mereceu por nós. Não existem infidelidades e culpas, tendências más e misérias sinceramente detestadas que o Sangue de Jesus não possa lavar, purificar, perdoar; não há fraqueza que Ele não possa sarar, fortificar, transformar. Não há criatura de boa vontade, ainda que fraca e pequena que, em nome de Jesus, não possa aspirar à santidade.

Mas requer-se uma terceira condição para que a nossa oração seja eficaz: que a nossa vida corresponda à nossa oração, que a nossa fé se traduza em boas obras. «Sede pois fazedores da palavra e não ouvintes somente, enganando-vos a vós mesmos. Porque se alguém é ouvinte da palavra e não fazedor, este será comparado a um homem que contempla num espelho o seu rosto nativo; porque se considerou e, tendo-se retirado, logo esqueceu como era»; esta forte expressão de S. Tiago, tirada da Epístola de hoje (1, 22-27), é um chamamento insistente à concretização da vida cristã. É vã a oração, é vã a confiança em Deus, se não as acompanhamos com os nossos esforços generosos para cumprirmos todos os nossos deveres, para vivermos à altura da nossa vocação. Podemos e devemos esperar tudo do nome de Jesus, mas Ele pede-nos um esforço contínuo para Lhe sermos totalmente fiéis.

               MADALENA, Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 680-683.

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