«Liturgia
Dominical»
Ano 12 – nº 626 – 6 de novembro
de 2022
22º Domingo depois de Pentecostes
† Solenidade de Todos
os Santos
branco – 1a. classe.
A Missa e a festa de
hoje animam-nos a seguir os exemplos de todos os Santos, e ao mesmo tempo, imploram
a sua intercessão para que também cheguemos a realizar este ideal.
Alegremo-nos nesta solenidade, porque os Santos são
irmãos nossos que já atingiram o seu fim. Alegremo-nos porque, sendo membros da
mesma família, podemos esperar cantar com eles e os santos Anjos o louvor do
Filho de Deus (Intróito). Este mesmo Filho de Deus nos traça no Evangelho as
normas da vida e no Gradual nos convida a que O sigamos. Alegremo-nos, sim,
porque a nossa recompensa será grande no céu (Evangelho).
«Se estes e aqueles [foram santos], porque não eu?» (Santo Agostinho).
Avisos Paroquiais
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo:
-
às 7h, 9h e 19h em nossa
igreja matriz;
-
às 10h na Capela de São
Brás, em Sesmaria.
-
às 17h na Capela de
Santo Antônio, em Córrego Seco;
- às 19h na Capela de Santa Rita de Cássia, em Mutum.
- às 19h na Capela de Nossa Senhora de Fátima, em Santa Maria de Campos.
Serão transmitidas pelas redes sociais a Santa
Missa das 7h (via Facebook, YouTube, Instagram e Rádio Bom Jesus AM 1170
Khz) e a das 19h (via Facebook, YouTube e Instagram).
Redes Sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
YouTube – https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
Instagram – https://www.instagram.com/bomjesuscrucificado/
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
E-mail – bomjesuscrucificado@gmail.com
Intróito / GAUDEÁMUS – Salmo 32.
1
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou
solenidade do dia.
Gaudeámus omnes in Dómino, diem festum celebrántes
sub honóre Sanctórum ómnium: de quorum sollemnitáte gaudent Angeli et colláudant
Fílium Dei. Ps. Exsultáte, iusti, in Dómino: rectos decet collaudátio. ℣. Glória Patri.
Alegremo-nos todos no Senhor, festejando este dia em
honra de todos os Santos; por sua solenidade se regozijam os Anjos e glorificam
o Filho de Deus. Sl. Exultai, ó justos, no Senhor; os retos de coração devem
louvá-Lo. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Omnípotens sempitérne Deus, qui nos ómnium Sanctórum
tuórum mérita sub una tribuísti celebritáte venerári: quǽsumus; ut desiderátam
nobis tuæ propitiatiónis abundántiam, multiplicátis intercessóribus, largiáris.
Per Dominum nostrum.
Ó Deus onipotente e eterno, que nos concedestes a
graça de venerar em uma solenidade os méritos de todos os vossos Santos, nós
Vos pedimos que por tão grande número de intercessores, nos concedais a
desejada abundância de vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Commemoratio Dominicæ
XXII post Pentecosten
Deus, refúgium nostrum et virtus: adésto piis Ecclésiæ tuæ
précibus, auctor ipse pietátis, et præsta; ut, quod fidéliter pétimus,
efficáciter consequámur Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Comemoração
do 22º Domingo depois de Pentecostes
Ó Deus, nosso refúgio e força,
atendei às piedosas súplicas de vossa Igreja, e, porque, sois o próprio Autor
da piedade, fazei que realmente consigamos o que com viva confiança
pedimos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Leitura extraída do Apocalipse
de São João 7. 2-12
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
O número de cento e quarenta e quatro mil (o quadrado de doze
multiplicado por mil) simboliza o conjunto dos fiéis de Cristo; a multidão de
que se fala a seguir, vestida com túnicas brancas e de palmas nas mãos, parece
representar os mártires.
In diébus illis: Ecce, ego Ioánnes vidi álterum
Angelum ascendéntem ab ortu solis, habéntem signum Dei vivi: et clamávit voce
magna quátuor Angelis, quibus datum est nocére terræ et mari, dicens: Nolíte
nocére terræ et mari neque arbóribus, quoadúsque signémus servos Dei nostri in
fróntibus eórum. Et audívi númerum signatórum, centum quadragínta quátuor mília
signáti, ex omni tribu filiórum Israël, Ex tribu Iuda duódecim mília signáti.
Ex tribu Ruben duódecim mília signáti. Ex tribu Gad duódecim mília signati. Ex
tribu Aser duódecim mília signáti. Ex tribu Néphthali duódecim mília signáti.
Ex tribu Manásse duódecim mília signáti. Ex tribu Símeon duódecim mília
signáti. Ex tribu Levi duódecim mília signáti. Ex tribu Issachar duódecim mília
signati. Ex tribu Zábulon duódecim mília signáti. Ex tribu Ioseph duódecim
mília signati. Ex tribu Béniamin duódecim mília signáti. Post hæc vidi turbam
magnam, quam dinumeráre nemo póterat, ex ómnibus géntibus et tríbubus et
pópulis et linguis: stantes ante thronum et in conspéctu Agni, amícti stolis
albis, et palmæ in mánibus eórum: et clamábant voce magna, dicéntes: Salus Deo
nostro, qui sedet super thronum, et Agno. Et omnes Angeli stabant in circúitu
throni et seniórum et quátuor animálium: et cecidérunt in conspéctu throni in
fácies suas et adoravérunt Deum, dicéntes: Amen. Benedíctio et cláritas et
sapiéntia et gratiárum áctio, honor et virtus et fortitúdo Deo nostro in sǽcula
sæculórum. Amen.
Naqueles dias, 2eu, João, vi outro
Anjo que subia do oriente, tendo na mão o selo do Deus vivo, e clamando em alta
voz aos quatro Anjos que receberam o poder de danificar à terra e ao mar,
dizendo: 3Não façais mal à terra nem ao mar,
nem às árvores, enquanto não houvermos assinalado em suas frontes os servos de
nosso Deus. 4E ouvi o número dos assinalados:
cento e quarenta e quatro mil1 assinalados de todas as tribos dos
filhos de Israel. 5Da tribo de Judá, doze mil
assinalados. Da tribo de Ruben, doze mil assinalados. Da tribo de Gad, doze mil
assinalados. 6Da tribo de Aser, doze mil
assinalados. Da tribo de Neftali, doze mil assinalados. Da tribo de Manassés,
doze mil assinalados. 7Da tribo de Simeão, doze mil
assinalados. Da tribo de Levi, doze mil assinalados. Da tribo de Issacar, doze
mil assinalados. 8Da tribo de Zabulon, doze mil
assinalados. Da tribo de José, doze mil assinalados. Da tribo de Benjamin, doze
mil assinalados. 9Depois disto, vi uma grande multidão
que ninguém pode contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Eles
estavam de pé, diante do trono e em presença do Cordeiro, revestidos de túnicas
brancas, segurando palmas em suas mãos 10e
clamando com voz forte: Glória ao nosso Deus que está sentado sobre o trono, e
ao Cordeiro. 11E todos os Anjos estavam de pé ao
redor do trono, dos anciãos e dos quatro seres animados; e prostraram-se com as
suas faces diante do trono e adoraram a Deus, dizendo: 12Amém. Louvor, glória, sabedoria, ação de graças,
honra, poder e força ao nosso Deus, por todos os séculos. Amém.
1. Tanto este número, como os doze mil de cada tribo, que o somam e perfazem, são números simbólicos e de plenitude...
Gradual / Salmo 33. 10, 11
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou
sugeridos pelo Mistério do dia.
Timéte Dóminum, omnes Sancti eius: quóniam nihil
deest timéntibus eum. ℣.
Inquiréntes autem Dóminum, non
defícient omni bono.
Temei o Senhor, todos vós, os seus Santos, porque,
de nada carecem os que O temem. ℣. Porque, os que
procuram o Senhor, não serão privados de nenhum bem.
Aleluia / Mateus 11. 28
Allelúia, allelúia. ℣. Veníte ad me, omnes, qui laborátis et oneráti
estis: et ego refíciam vos. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Vinde a mim, vós
todos, que estais fatigados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Aleluia.
Evangelho segundo
São Mateus 5. 1-12
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
Eis aqui, traçado pelo próprio Cristo, o ideal da perfeição cristã. É
agindo em conformidade com este ideal, e com a graça de Deus, que nos dirigimos
para o Céu.
In illo témpore: Videns Iesus turbas, ascéndit in
montem, et cum sedísset, accessérunt ad eum discípuli eius, et apériens os
suum, docébat eos, dicens: Beáti páuperes spíritu: quóniam ipsórum est regnum cælórum.
Beáti mites: quóniam ipsi possidébunt terram. Beáti, qui lugent: quóniam ipsi
consolabúntur. Beáti, qui esúriunt et sítiunt iustítiam: quóniam ipsi
saturabúntur. Beáti misericórdes: quóniam ipsi misericórdiam consequéntur.
Beáti mundo corde: quóniam ipsi Deum vidébunt. Beáti pacífici: quóniam fílii
Dei vocabúntur. Beáti, qui persecutiónem patiúntur propter iustítiam: quóniam
ipsórum est regnum cælórum. Beáti estis, cum maledíxerint vobis, et persecúti
vos fúerint, et díxerint omne malum advérsum vos, mentiéntes, propter me:
gaudéte et exsultáte, quóniam merces vestra copiósa est in cælis.
Naquele tempo, 1vendo Jesus as
multidões, subiu a um monte, e, tendo-se assentado, aproximaram-se d’Ele os
seus discípulos. 2E, abrindo a sua boca, ensinava-lhes,
dizendo: 3Bem-aventurados os pobres de
espírito, porque, deles é o Reino dos céus. 4Bem-aventurados os
mansos, porque eles possuirão a terra. 5Bem-aventurados os
que choram, porque eles serão consolados. 6Bem-aventurados os
que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles
alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os limpos de coração,
porque eles verão a Deus. 9Bem-aventurados os pacíficos, porque
eles serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados
os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus.
11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e
perseguirem, e, mentindo, falarem todo mal contra vós, por minha causa. 12Alegrai-vos, e exultai, porque a vossa recompensa
será grande nos céus.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve
compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja,
afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Sabedoria 3. 1-3
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Iustórum ánimæ in manu Dei sunt, et non tanget illos
torméntum malítiæ: visi sunt óculis insipiéntium mori: illi autem sunt in pace,
allelúia.
As almas dos Justos estão nas mãos de Deus, e o
tormento da morte não os atingirá. Aos olhos dos insensatos eles pareciam
morrer; mas, repousam em paz, aleluia.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Múnera tibi, Dómine, nostræ devotiónis offérimus:
quæ et pro cunctórum tibi grata sint honóre Iustórum, et nobis salutária, te
miseránte, reddántur. Per Dominum nostrum.
Nós Vos oferecemos, Senhor, os Dons de nossa
devoção, que desejamos Vos agradem em honra de todos os Justos; por vossa
misericórdia, fazei que nos sirvam para a nossa salvação. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Commemoratio Dominicæ
XXII post Pentecosten
Da, miséricors Deus: ut hæc salutáris
oblátio et a própriis nos reátibus indesinénter expédiat, et ab ómnibus tueátur
advérsis. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Comemoração
do 22º Domingo depois de Pentecostes
Concedei, ó Deus de misericórdia, que esta
salutar oblação nos livre inteiramente das cadeias de nossas próprias culpas, e
nos defenda de todas as adversidades. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Mateus 5. 8-10
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Beáti mundo corde, quóniam ipsi Deum vidébunt; beáti
pacífici, quóniam filii Dei vocabúntur: beáti, qui persecutiónem patiúntur
propter iustítiam, quóniam ipsórum est regnum cælórum.
Bem-aventurados os que têm o coração puro, porque,
eles verão a Deus. Bem-aventurados os pacíficos, porque, eles serão chamados
filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça,
porque, deles é o Reino dos céus.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Da, quǽsumus, Dómine, fidélibus pópulis ómnium
Sanctórum semper veneratióne lætári: et eórum perpétua supplicatióne muníri.
Per Dominum nostrum.
Concedei, Senhor, aos povos fiéis, que sempre se
alegrem com a veneração de todos os vossos Santos, e sejam sempre protegidos
por sua intercessão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Commemoratio Dominicæ
XXII post Pentecosten
Súmpsimus, Dómine, sacri dona mystérii, humíliter
deprecántes: ut, quæ in tui commemoratiónem nos fácere præcepísti, in nostræ
profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis et regnas.
Comemoração
do 22º Domingo depois de Pentecostes
Tendo
recebido os Dons do Sagrado Mistério, com humildade Vos rogamos, Senhor, que
sirva de socorro à nossa fraqueza o Sacrifício que em vossa memória nos
mandastes oferecer. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.
Meditação
Festa de Todos os Santos
Ó Senhor, que pela
intercessão dos Vossos Santos, eu possa percorrer corajosamente o caminho da
santidade.
1 – A santa Igreja, sempre zelosa e solícita pela nossa salvação, exulta hoje
de imensa alegria ao contemplar a glória dos seus filhos que, tendo chegado à
pátria celeste, se encontram já seguros por toda a eternidade, para sempre
livres dos embustes do demônio, para sempre porção escolhida e povo de Deus.
Como uma mãe orgulhosa do triunfo de seus filhos, apresenta-os à cristandade,
convidando todos os fiéis a partilhar o seu gozo maternal: «Alegremo-nos todos
no Senhor, e celebremos festivamente este dia em honra de todos os Santos.
Nesta solenidade se alegram os Anjos, e cantam louvores ao Filho de Deus».
(Intr.).
A Epístola (Ap. 7, 2-12) descreve-nos a visão apocalíptica
da glória dos Santos: «Vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de
todas as nações e tribos, povos e línguas que estavam de pé, diante do trono e
diante do Cordeiro, revestidos de vestiduras brancas e com palmas nas suas
mãos». Uma multidão de mártires, de apóstolos, de confessores, de virgens,
falange luminosa que incessantemente se deleita na visão de Deus, O adora e O
louva, dizendo: «Bênção, glória, sabedoria, ações de graças, honra, virtude e
fortaleza ao nosso Deus em todos os séculos dos séculos. Amem!»
Mas quem são estes Santos tão
gloriosos? São homens que viveram como nós na terra, que conheceram as nossas
misérias, as nossas dificuldades e as nossas lutas. Alguns deles são-nos bem
conhecidos, tendo-os a Igreja elevado à honra dos altares; a maioria, porém,
é-nos totalmente desconhecida. Gente humilde que viveu obscuramente no
cumprimento do seu dever, sem esplendor, sem fama, de quem já ninguém se lembra
na terra, mas a quem o Pai celeste viu e conheceu secretamente e introduziu na
Sua glória, depois de ter posto à prova a sua fidelidade. E se entre esta
multidão imensa se encontram personagens que na terra ocuparam postos
honoríficos ou realizaram grandes obras, isso já não tem valor algum: a sua
eterna bem-aventurança não tem relação nenhuma com as grandezas que possuíam.
Dos humildes e dos grandes, dos pobres e dos poderosos uma só coisa permanece:
o grau de amor por eles alcançado, ao qual corresponde o grau de glória que os
faz eternamente felizes.
2 – Enquanto a Epístola nos permite
entrever alguma coisa da vida dos Santos na glória do céu, o Evangelho (Mt. 5, 1-12), citando uma passagem das bem-aventuranças,
mostra-nos qual foi a sua vida na terra: «Bem-aventurados os pobres de
espírito; bem-aventurados os mansos; bem-aventurados os que choram;
bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça; bem-aventurados os
misericordiosos; bem-aventurados os limpos de coração; bem-aventurados os
pacíficos; bem-aventurados os que sofrem perseguição». Pobreza, humildade,
desprendimento das coisas terrenas; mansidão de espírito, resignação e
paciência na dor; retidão, fome de justiça, bondade e compreensão para com o
próximo, pureza de alma e de coração, espírito pacífico e pacificador,
fortaleza e generosidade que, por amor de Deus, abraça qualquer sofrimento e
sofre qualquer injustiça: eis as características da vida levada no mundo pelos
Santos, eis o programa da nossa vida, se quisermos chegar como eles à
santidade.
Nós queremos ser Santos, mas de um
modo fácil, sem nos violentarmos, sem nos fatigarmos; queremos praticar a
virtude, mas só até certo ponto só quando não nos impõe sacrifícios muito
custosos, quando não nos contraria demasiadamente. E assim acontece que, em
presença de atos de virtudes que exigem mais renúncia de nós mesmos ou que
implicam a aceitação de coisas difíceis e repugnantes como, por exemplo, abafar
os ressentimentos do amor próprio, renunciar a fazer valer as próprias razões,
submeter-nos e condescender com quem nos é contrário, muitas vezes – para não
dizer sempre – retrocedemos, julgando não ser necessário ir tão longe.
Contudo o nosso progresso no caminho
da santidade depende justamente destes atos que recusamos praticar, sem os
quais levaremos sempre uma vida medíocre. Estaremos sempre no mesmo nível, se é
que não voltamos para trás. Supliquemos aos Santos que hoje honramos que nos
ajudem a vencer a nossa preguiça, a nossa fraqueza, a nossa covardia; peçamos
àqueles que nos precederam no duro caminho da santidade, a força de os seguir.
«Se estes e aqueles [foram santos], porque não eu?» (Santo Agostinho). A graça
que Deus concedeu aos Santos concede-a também a nós, mas o que infelizmente
falta é a nossa correspondência.
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto:
Edições Carmelitanas, 1967, p. 1486-1489.
Nenhum comentário:
Postar um comentário