«Liturgia
Dominical»
Ano 12 – nº 624 – 23 de outubro
de 2022
† 20º Domingo depois
de Pentecostes
Verde – 2a. classe.
Como o povo de Deus, assentado junto aos rios de
Babilônia, suspirava pelo monte Sião, assim nós outros devemos suspirar por
nossa pátria eterna (Ofertório). Em espírito de humildade e penitência,
cumpre-nos suportar o exílio deste mundo (Intróito), e aproveitar o tempo para
conhecer a vontade de Deus (Epístola). Os Cânticos anelam pela vinda do
Senhor. No Evangelho devemos fazer
nossas as palavras do régulo: Vinde, Senhor, curar-nos, auxiliar-nos. Vinde,
Senhor, aos nossos corações pela graça do Santo Sacrifício. Vinde
enriquecer-nos por vossa presença sacramental na santa Comunhão. E vinde
também, Senhor, buscar-nos um dia, para a nossa pátria celestial.
«Vieram-lhe ao encontro seus criados e deram-lhe a notícia de que o seu filho vivia.»
Avisos Paroquiais
Hoje é o Dia das Missões e Dia da Pontifícia Obra da Infância Missionária (Santa Infância). Dia de pregação e orações pelas Missões. COLETA em todo o Brasil para as Missões.
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo:
-
às 7h, 9h e 19h em nossa
igreja matriz;
-
às 17h na Capela de
Santo Antônio, em Córrego Seco;
-
às 17h no Santuário de
Nossa Senhora Aparecida, em Calheiros;
-
às 18h na Capela de São
Brás, em Sesmaria.
Serão transmitidas pelas redes sociais a Santa
Missa das 7h (via Facebook, YouTube, Instagram e Rádio Bom Jesus AM 1170
Khz) e a das 19h (via Facebook, YouTube e Instagram).
Redes Sociais:
Site – http://bomjesuscrucificado.org.br/
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
YouTube – https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
Instagram – https://www.instagram.com/bomjesuscrucificado/
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
E-mail – bomjesuscrucificado@gmail.com
Intróito / OMNIA, QUÆ FECÍSTI – Daniel 3. 29-35; Salmo 118.1
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou
solenidade do dia.
Omnia, quæ fecísti nobis, Dómine, in vero iudício
fecísti, quia peccávimus tibi et mandátis tuis non obedívimus: sed da glóriam
nómini tuo, et fac nobíscum secúndum multitúdinem misericórdiæ tuæ. Beáti
immaculáti in via: qui ámbulant in lege Dómini. ℣. Glória Patri.
Senhor, tudo quanto nos fizestes, foi com justiça
que o fizestes; porque, pecamos contra Vós, e não obedecemos a vossos
mandamentos; agora, porém, glorificai o vosso Nome e agi conosco, segundo a
grandeza de vossa misericórdia. Sl. Bem-aventurados os puros em seus caminhos;
os que andam na lei do Senhor. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Culposo, o homem tem necessidade do perdão de Deus e da sua paz.
Largíre, quǽsumus, Dómine, fidélibus tuis
indulgéntiam placátus et pacem: ut páriter ab ómnibus mundéntur offénsis, et
secúra tibi mente desérviant. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Concedei, Senhor, benignamente a vossos fiéis o
perdão e a paz, para que sejam purificados de toda culpa, e Vos sirvam com
firme confiança. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Efésios 5. 15-21
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
A vida cristã deve conduzir-se sob o olhar de Deus, na disponibilidade
de se fazer sempre o que Ele pede; e então a presença do Espírito Santo
derramará, na alma, a ação de graças e a alegria.
Fratres: Vidéte, quómodo caute ambulétis: non quasi
insipiéntes, sed ut sapiéntes, rediméntes tempus, quóniam dies mali sunt.
Proptérea nolíte fíeri imprudéntes, sed intellegéntes, quæ sit volúntas Dei. Et
nolíte inebriári vino, in quo est luxúria: sed implémini Spíritu Sancto,
loquéntes vobismetípsis in psalmis et hymnis et cánticis spirituálibus,
cantántes et psalléntes in córdibus vestris Dómino: grátias agéntes semper pro
ómnibus, in nómine Dómini nostri Iesu Christi, Deo et Patri. Subiecti ínvicem
in timóre Christi.
Irmãos: 15Tende
cuidado em andar com circunspecção; não como insensatos, e sim como
prudentes. 16Aproveitai o tempo, porque, os dias
são maus. 17Assim, pois, não sejais imprudentes,
mas, tratai de conhecer a vontade de Deus. 18E não vos embriagueis com vinho, do qual nasce a
impureza; mas ficai repletos do Espírito Santo. 19Entoai salmos, hinos e cânticos espirituais; cantai
e salmodiai ao Senhor em vossos corações. 20Dai
sempre e por tudo graças a Deus, nosso Pai, em Nome de Nosso Senhor Jesus
Cristo [pela Eucaristia]. 21Submetei-vos
uns aos outros no temor do Cristo.
Gradual / Salmo 144. 15-16
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou
sugeridos pelo Mistério do dia.
Oculi ómnium in te sperant, Dómine: et tu das illis
escam in témpore opportúno. ℣. Aperis tu manum
tuam: et imples omne ánimal benedictióne.
Os olhos de todos em Vós esperam, Senhor, e Vós lhes
dais alimento a seu tempo. ℣. Abris a vossa mão e
encheis de bênçãos todos os viventes.
Aleluia / Salmo 107. 2
Allelúia, allelúia. ℣. Parátum cor meum, Deus, parátum cor meum: cantábo,
et psallam tibi, glória mea. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Ó Deus, preparado está o meu coração; sim,
preparado está o meu coração; cantarei e entoarei salmos a Vós que sois a minha
glória. Aleluia.
Evangelho segundo
São João 4. 46-53
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
Louvada pelo próprio Jesus, a humilde e firme confiança do oficial de
Cafarnaúm foi duplamente recompensada com a cura de seu filho e o dom da fé.
In illo témpore: Erat quidam régulus, cuius fílius
infirmabátur Caphárnaum. Hic cum audísset, quia Iesus adveníret a Iudæa in
Galilæam, ábiit ad eum, et rogábat eum, ut descénderet et sanáret fílium eius:
incipiébat enim mori. Dixit ergo Iesus ad eum: Nisi signa et prodígia
vidéritis, non créditis. Dicit ad eum régulus: Dómine, descénde, priúsquam
moriátur fílius meus. Dicit ei Iesus: Vade, fílius tuus vivit. Crédidit homo
sermóni, quem dixit ei Iesus, et ibat. Iam autem eo descendénte, servi
occurrérunt ei et nuntiavérunt, dicéntes, quia fílius eius víveret.
Interrogábat ergo horam ab eis, in qua mélius habúerit. Et dixérunt ei: Quia
heri hora séptima relíquit eum febris. Cognóvit ergo pater, quia illa hora
erat, in qua dixit ei Iesus: Fílius tuus vivit: et crédidit ipse et domus eius
tota.
Naquele tempo 46havia um oficial do rei cujo filho estava doente em
Cafarnaúm. 47Tendo ouvido que Jesus voltara da Judéia
para a Galiléia, foi ter com Ele, e pediu-lhe que viesse à sua casa e curasse
seu filho, que estava à morte. 48Disse-lhe,
então, Jesus: Se não vedes milagres e prodígios, não credes. 49O oficial do rei respondeu: Senhor, vinde, antes
que meu filho morra. Disse-lhe Jesus: 50Vai,
o teu filho vive. Acreditou o homem na palavra de Jesus e partiu. 51Quando ele já ia para casa, vieram-lhe ao encontro
seus criados e deram-lhe a notícia de que o seu filho vivia. 52Perguntou-lhes, então, a hora em que o doente se
achara melhor: responderam-lhe: Ontem pela sétima hora, a febre o deixou. 53Reconheceu logo o pai ter sido aquela a mesma hora
em que Jesus lhe dissera: Teu filho vive. E ele acreditou e toda a sua família.
CREDO... Concluímos a
Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve
compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja,
afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 136. 1
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Super flúmina Babylónis illic sédimus et flévimus:
dum recordarémur tui, Sion.
Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e
choramos, lembrando-nos de ti, ó Sião.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Cæléstem nobis præbeant hæc mystéria, quǽsumus,
Dómine, medicínam: et vítia nostri cordis expúrgent. Per Dominum nostrum Iesum
Christum.
Nós Vos suplicamos, Senhor, que estes divinos
Mistérios sejam para nós celestial remédio, e purifiquem os nossos corações de
todos os vícios. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 118. 49-50
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Meménto verbi tui servo tuo, Dómine, in quo mihi
spem dedísti: hæc me consoláta est in humilitáte mea.
Lembrai-Vos, Senhor, de vossa palavra a vosso servo.
Nela me destes esperança e ela me consola em minha miséria.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Ut sacris, Dómine, reddámur digni munéribus: fac
nos, quǽsumus, tuis semper obedíre mandátis. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Fazei, Senhor, Vos pedimos, que sempre obedeçamos a
vossos preceitos, a fim de que sejamos dignos de receber os vossos Dons
sagrados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Rumo à Pátria
Senhor, ensinai-me
o caminho para chegar até Vós.
1 – A liturgia dos últimos domingos
depois do Pentecostes tem uma tonalidade particular, a tonalidade das coisas
que se aproximam do fim. Com efeito, o ano litúrgico terminará em breve e, ao
terminar, convida-nos a refletir sobre a caducidade da vida presente e a volver
os olhos para a vida eterna que nos espera. As almas recolhem-se
espontaneamente na revisão das próprias posições: como empregamos o tempo
recebido de Deus? No Intróito encontramos esta humilde confissão: «Senhor,
pecamos contra Vós e não obedecemos aos Vossos preceitos», e na Coleta este
pedido de perdão: «Senhor, deixai-Vos aplacar e concedei aos Vossos fiéis o
perdão e a paz». Depois, na Epístola (Ef. 5, 15-21), S. Paulo ensina-nos a usar do melhor modo
possível o tempo que nos resta para chegarmos à glória eterna: «Cuidai em andar
com prudência, não como insensatos, mas como circunspectos, recobrando o tempo,
pois os dias são maus». O apóstolo explica-nos em que deve consistir a nossa
sabedoria: «Não sejais imprudentes, mas considerai qual é a vontade de Deus». A
maior insensatez e imprudência que se pode cometer na viagem desta vida é a de
seguir o próprio capricho, a própria vontade; desta maneira percorre-se um
caminho muito arriscado por onde nunca chegaremos à meta, ao passo que a única
via que a ela nos conduz é a vontade de Deus. Quem procura sinceramente a
vontade divina e caminha nela, em lugar de ser guiado pelo seu próprio
espírito, é guiado pelo Espírito de Deus, o Espírito Santo, e portanto pode ter
a certeza de não errar. «Enchei-vos do Espírito Santo – exorta-nos hoje S.
Paulo – falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e
salmodiando ao Senhor em vossos corações... submissos uns aos outros». Quando
uma alma se deixa guiar docilmente pelo Espírito Santo, Ele toma-a e invade-a
até a encher de Si. Desta plenitude, brota espontaneamente o espírito de
oração, a virtude, a humilde submissão e a concórdia fraterna.
Caminhar na vontade divina, sob a
direção do Espírito Santo, é seguir o caminho mais rápido e seguro para chegar
à pátria celestial.
2 – É impossível descobrir e
percorrer o caminho da vontade divina sem a fé; o Evangelho de hoje (Jo. 4, 46-53) fala-nos precisamente da fé e das qualidades que
esta deve ter para agradar a Deus.
Um oficial do rei, tendo ouvido falar
das curas maravilhosas operadas por Jesus, dirige-se ao Seu encontro e roga-Lhe
que vá a sua casa para «curar o seu filho que estava a morrer». Este homem tem
fé na virtude taumaturga do Mestre, mas está bem longe de crer que Ele é o
Filho de Deus. Jesus compreende e responde: «Se não virdes milagres e
prodígios, não credes». Estas palavras, dirigidas historicamente àquele oficial
e aos seus conterrâneos, valem moralmente para todos os que fazem depender a
sua fé daquilo que se vê ou apalpa. São poucos os que creem com simplicidade no
Evangelho, na Revelação, no magistério da Igreja; a maioria fica indiferente e
só se comove ao presenciar algum fato insólito que lhe fere os sentidos. É
verdade que o Senhor também Se pode servir disso para ajudar a nossa fraqueza,
mas não é esta a fé que Lhe agrada: «Bem-aventurados os que não viram e
creram!» (Jo. 20, 29), disse a Tomé que não queria
acreditar se não visse o lugar dos cravos e não metesse o dedo nas chagas. O
motivo profundo da fé não é a nossa experiência, não é o ter visto ou tocado
com a mão, mas a autoridade de Deus. Deus revelou-Se, Ele não Se engana nem nos
pode enganar e nós acreditamos confiados na Sua palavra. Crer na palavra de
Deus, é a fé genuína, fé pura que agrada ao Senhor.
Jesus, que queria conduzir o oficial
do rei a esta fé, disse-lhe: «Vai, o teu filho vive». Aquele homem acreditou na
palavra que Jesus lhe disse e partiu. Ainda não era a fé sobrenatural no Filho
de Deus; todavia era um ato de fé na palavra do Mestre e, embora imperfeito,
produziu o seu fruto: o filho ficou curado. O Senhor não exige mais do que se
Lhe pode dar; quando vê boa vontade, quando vê esforço sincero, Ele próprio
intervém para aperfeiçoar a obra. Deste modo a fé imperfeita e ainda humana do
oficial foi premiada com a cura do filho e, em consequência, a sua fé tornou-se
sobrenatural; acreditou em Jesus, não já como simples profeta ou taumaturgo,
mas como Filho de Deus: «creu ele e toda a sua casa».
Nesta vida caminhamos para Deus, não
na visão, mas na fé; quanto mais pura e despojada de elementos humanos for a
nossa fé, tanto mais agradará a Deus e melhor nos permitirá conhecer e cumprir
com amor a Sua santa vontade.
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto:
Edições Carmelitanas, 1967, p. 1267-1270.
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