sábado, 12 de fevereiro de 2022

Edição nº 580

 «Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 580 – 30 de janeiro de 2022

4º Domingo depois da Epifania
verde – 2ª classe.

 


«Senhor, salvai-nos, que perecemos.» Ev.

 

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Intróito / ADORÁTE DEUM – Salmo 96. 7-8, 1

O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.

Adoráte Deum, omnes Angeli eius: audívit, et lætáta est Sion: et exsultavérunt fíliæ Iudæ. Ps. Dóminus regnávit, exsúltet terra: læténtur ínsulæ multæ. . Glória Patri.

Adorai a Deus1, vós todos os seus Anjos. Sião ouve e se alegra. Exultam as filhas de Judá. Sl. O Senhor é Rei: exulte a terra e alegrem-se as muitas ilhas. . Glória ao Pai.

1 A epístola aos Hebreus (1.6) interpreta estas palavras como ordem, dada aos anjos, de adorar o Verbo Encarnado – afirmação da transcendência divina de Jesus.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.

Deus, qui nos, in tantis perículis constitútos, pro humána scis fragilitáte non posse subsístere: da nobis salútem mentis et córporis; ut ea, quæ pro peccátis nostris pátimur, te adiuvánte vincámus. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Ó Deus, que conheceis a nossa fragilidade que nos torna incapazes de subsistir em meio de tantos perigos, dai-nos a saúde da alma e do corpo, para que vençamos com o vosso auxílio os males que padecemos por nossos pecados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 13. 8-10

Ter-se-á em mente que o próximo pode ser qualquer um, mesmo um estranho, mesmo um inimigo. A ele se deverá amar e respeitar.

Fratres: Némini quidquam debeátis, nisi ut ínvicem diligátis: qui enim díligit próximum, legem implévit. Nam: Non adulterábis, Non occídes, Non furáberis, Non falsum testimónium dices, Non concupísces: et si quod est áliud mandátum, in hoc verbo instaurátur: Díliges próximum tuum sicut teípsum. Diléctio próximi malum non operátur. Plenitúdo ergo legis est diléctio.

Irmãos: 8A ninguém devais coisa alguma a não ser o amor mútuo; pois, quem ama o próximo, cumpriu a Lei. 9Com efeito, os mandamentos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não levantarás falso testemunho, não cobiçarás2, e se há algum outro mandamento, todos eles se resumem nesta palavra: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo3. 10O amor do próximo não faz o mal. Logo, a caridade é o complemento da Lei.

2 Êxodo 20. 13-17
3 Levítico 19. 18.

Gradual / Salmo 101. 16-17

Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Timébunt gentes nomen tuum, Dómine, et omnes reges terræ glóriam tuam. . Quóniam ædificávit Dóminus Sion, et vidébitur in maiestáte sua.

As nações temem o vosso Nome, Senhor, e todos os reis da terra, a vossa glória. .Porque o Senhor edificou Sião, e se manifesta  em sua Majestade.

Aleluia / Salmo 96. 1

«Aleluia» é um grito de júbilo, que significa: «louvai ao Senhor».

Allelúia, allelúia. . Dóminus regnávit, exsúltet terra: læténtur ínsulæ multæ. Allelúia.

Aleluia, aleluia. . O Senhor é Rei; exulte a terra; e alegrem-se as muitas ilhas. Aleluia.

Evangelho segundo São Mateus 8. 23-27

S. Jeronimo compara este milagre àquele de Jonas, em que o profeta nos aparece dormindo tranquilamente, enquanto os outros se julgam perdidos. «Acordam-no; o homem de Deus dá ordens, e o seu sacrifício, símbolo do de Cristo, liberta do perigo os que o despertaram.»

In illo témpore: Ascendénte Iesu in navículam, secúti sunt eum discípuli eius: et ecce, motus magnus factus est in mari, ita ut navícula operirétur flúctibus, ipse vero dormiébat. Et accessérunt ad eum discípuli eius, et suscitavérunt eum, dicéntes: Dómine, salva nos, perímus. Et dicit eis Iesus: Quid tímidi estis, módicæ fídei? Tunc surgens, imperávit ventis et mari, et facta est tranquíllitas magna. Porro hómines miráti sunt, dicéntes: Qualis est hic, quia venti et mare obœ́diunt ei?

Naquele tempo, 23tendo Jesus subido a uma barca, seus discípulos O seguiram. 24De repente, levantou-se no mar uma grande tempestade, de modo que as ondas cobriam a barca. Ele, porém, dormia 25e seus discípulos O acordaram, dizendo: Senhor, salvai-nos, que perecemos. 26Respondeu-lhes Jesus: Por que temeis, homens de pouca fé? Ao mesmo tempo, pôs-se Ele de pé e ordenou aos ventos e ao mar, seguindo-se uma grande bonança. 27Os homens, deveras admirados, diziam: Quem é Este, a quem os ventos e o mar obedecem?

CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

Ofertório / Salmo 117. 16-17

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.

Déxtera Dómini fecit virtutem, déxtera Dómini exaltávit me: non móriar, sed vivam, et narrábo ópera Dómini.

A Destra do Senhor mostra o seu poder; a Destra do Senhor me exalta; não morrerei, mas viverei e cantarei as obras do Senhor.

Secreta

É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.

É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.

Concéde, quǽsumus, omnípotens Deus: ut huius sacrifícii munus oblátum fragilitátem nostram ab omni malo purget semper et múniat. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Humildemente Vos pedimos, ó Deus onipotente, que a oferta deste Sacrifício purifique de todo o mal a nossa fragilidade e sempre a proteja. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Communio / Lucas 4. 22

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.

Mirabántur omnes de his, quæ procedébant de ore Dei.

Todos se admiravam das palavras que saíam da boca de Deus.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Múnera tua nos, Deus, a delectatiónibus terrenis expédiant: et cæléstibus semper instáurent aliméntis. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Vossos Dons, ó Deus, nos desembaracem de todas as seduções da Terra, e nos fortaleçam constantemente com o celeste Alimento. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Meditação

 A tempestade acalmada

Eu Vos adoro, Senhor, escondido na barquinha da minha alma: se estiverdes comigo, nada temerei.

1 – Na liturgia de hoje, e particularmente no Evangelho (Mt. 8, 23-27), Jesus aparece como o dominador dos elementos, o vencedor de todas as tempestades.

«E eis que se levantou no mar uma grande tempestade, de modo que as ondas alagavam a barca». Podemos pensar nas perseguições que, desde há séculos, têm caído sobre a barca de Pedro, a Igreja, ou também nas provas que Deus permite a cada alma. Em todo o caso, o espírito de fé diz-nos que qualquer luta ou tempestade da vida é sempre querida, permitida ou pelo menos não impedida por Deus: «tudo é graça» (T. M. J. NV. 5-VI), tudo é fruto do Seu amor infinito. Deus não é um tirano que nos esmaga, mas um Pai que nos prova unicamente porque nos ama: se permite a dor, as tempestades interiores ou exteriores, individuais ou sociais, é só para tirar delas um maior bem. A virtude e o bem fortalecem-se nas dificuldades; o esforço feito para reagir leva-nos a ultrapassarmo-nos, o que não aconteceria em tempo de plena calma.

Jesus dorme tranquilamente no fundo da barca e os discípulos assustados acordam-nO, gritando: «Senhor, salva-nos, que perecemos!» e Ele responde-lhes em tom de censura: «Por que temeis, homens de pouca fé?»

Quando no meio das provações, nos assustamos e desanimamos, no fundo é sempre por falta de fé. Ainda quando Deus Se esconde e tudo parece ruir e nos sentimos horrivelmente sós, é absolutamente certo que Ele jamais nos abandona, se não formos nós os primeiros a abandoná-lO. Em vez de perder a paciência ou de cair no desespero, é o momento de intensificar a nossa fé, de fazer atos enérgicos desta virtude: «Conto com Ele – dizia Sta. Teresa do Menino Jesus –. Poderá o sofrimento atingir as barreiras da capacidade humana, mas tenho a certeza de que o Senhor nunca me há de largar da Sua mão». (H.).

2 – Os Apóstolos só foram salvos quando recorreram a Jesus: enquanto lutaram e se cansaram sós, nada conseguiram. Muitas vezes, não chegamos a poder dominar certas lutas interiores precisamente porque trabalhamos sós, mas o Senhor quer fazer-nos experimentar que o nosso esforço não é suficiente sem a Sua intervenção e por isso deixa-nos na tempestade até que recorramos a Ele com plena confiança. Deus quer certamente os nossos esforços, mas não quer que fundemos neles toda a nossa esperança. Eis a causa de tantas faltas de progresso no caminho da santidade: contar excessivamente com os nossos recursos pessoais e pouco com a ajuda de Deus. É preciso estarmos bem convencidos de que «a nossa capacidade vem de Deus» (II Cor. 3, 5); devemos ter menos confiança em nós mesmos e mais confiança em Deus. Jesus pode tudo e a confiança faz milagres. «A alma alcança dEle tanto quanto espera» (J. C. N. II, 21, 8).

Mas podemos ainda considerar outro gênero de tempestades: as provocadas pelas dificuldades que muitas vezes encontramos na convivência com o próximo. O remédio é-nos dado por S. Paulo na Epístola (Rom. 13, 8-10): «A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor mútuo». O amor tudo vence: o amor de Deus vence as tempestades interiores; o amor do próximo que ama os irmãos por amor de Deus, vence as tempestades que nascem de divisões, incompreensões, choques de temperamentos. Se de certas pessoas não recebemos mais que amarguras e ofensas, sigamos o precioso conselho de São João da Cruz: «aonde não há amor, ponha amor e tirará amor» (Cart. 22).

MADALENA, Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 247-249.

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