«Liturgia
Dominical»
Ano 11 – nº
577 – 09 de janeiro de 2022
† 1º Domingo depois da Epifania
Festa da Sagrada Família
branco – 2ª classe.
Com a Igreja, fazemos hoje uma visita à casa de
Nazaré. A Sagrada Família é um exemplo para a família cristã. Sigam os filhos o
exemplo de Jesus, que era submisso a seus pais. O pai imite a S. José e a mãe
veja em Maria Santíssima um modelo de esposa e mãe, cujas virtudes encontramos
na Epístola e no Evangelho. Para a execução de nossos propósitos, imploramos
nas Orações as graças do Alto, e assim, também em nossas casas reinará a paz de
Jesus Cristo.
«Então desceu com eles e veio para Nazaré; e era-lhes submisso.». Ev.
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Intróito / EXSÚLTAT GÁUDIO – Provérbios 23. 24, 25 Salmo 83. 2-3
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Exsúltat gáudio pater Iusti, gáudeat Pater tuus et
Mater tua, et exsúltet quæ génuit te. Ps. Quam dilécta tabernácula tua, Dómine
virtútum! concupíscit et déficit ánima mea in átria Dómini. ℣. Glória Patri.
Exulte de alegria o pai do Justo;
regozijem-se vosso Pai e vossa Mãe, e a que Vos gerou. Sl. Como são
amáveis os vossos tabernáculos, Senhor dos exércitos! Desfalece a minha alma,
suspirando pelos átrios do Senhor. ℣. Glória ao
Pai.
Oração (Colecta)
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de
toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Dómine
Iesu Christe, qui, Maríæ et Ioseph súbditus, domésticam vitam ineffabílibus
virtútibus consecrásti: fac nos, utriúsque auxílio, Famíliæ sanctæ tuæ exémplis
ínstrui; et consórtium cónsequi sempitérnum: Qui vivis et regnas.
Senhor Jesus Cristo, que por vossa submissão à Maria
e a José, consagrastes a vida doméstica com a prática de virtudes
inefáveis, fazei que, auxiliados por vossos pais, sejamos instruídos com os
exemplos de vossa Santa Família e cheguemos a participar da eterna felicidade.
Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Colossenses 3. 12-17
A atmosfera duma vida profundamente cristã é feita de bondade, caridade,
compreensão mútua, oração, ação de graças e alegria no Espírito Santo.
Fratres:
Indúite vos sicut elécti Dei, sancti et dilécti, víscera misericórdiæ,
benignitátem, humilitátem, modéstiam, patiéntiam: supportántes ínvicem, et
donántes vobismetípsis, si quis advérsus áliquem habet querélam: sicut et
Dóminus donávit vobis, ita et vos. Super ómnia autem hæc caritátem habéte, quod
est vínculum perfectiónis: et pax Christi exsúltet in córdibus vestris, in qua
et vocáti estis in uno córpore: et grati estóte. Verbum Christi hábitet in
vobis abundánter, in omni sapiéntia, docéntes et commonéntes vosmetípsos
psalmis, hymnis et cánticis spirituálibus, in grátia cantántes in córdibus
vestris Deo. Omne, quodcúmque fácitis in verbo aut in ópere, ómnia in nómine
Dómini Iesu Christi, grátias agéntes Deo et Patri per ipsum.
Irmãos: 12como eleitos de Deus,
santos e diletos, revesti-vos1 de entranhada
misericórdia, de benignidade, humildade, modéstia e paciência. 13Suportai-vos
uns aos outros, e perdoai-vos mutuamente, se um tiver motivo de queixa contra o
outro. Como o Senhor vos perdoou, assim fazei também vós. 14Acima
de tudo isso, tende caridade que é o vínculo da perfeição2. 15Triunfe em vossos
corações a paz do Cristo, para a qual também fostes chamados num só Corpo;
e sede agradecidos. 16A palavra do Cristo habite em vós com abundância,
com toda sabedoria: instruí-vos e exortai-vos, uns aos outros. Cantai a Deus
salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus, com a gratidão em vossos
corações. 17Tudo quanto fizerdes por palavra ou por obra, seja
tudo em Nome do Senhor Jesus Cristo, rendendo graças por Ele a Deus Pai.
1 «Revestir», no sentido de tornar plenamente seu.
2 Porque a caridade conjuga todas as virtudes num feixe solidamente
unido; ou porque é o elo perfeito, que enlaça, num só corpo, todos os fiéis.
Gradual / Salmos 26. 4; 83. 5
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Unam pétii a Dómino,
hanc requíram: ut inhábitem in domo Dómini ómnibus diébus vitæ meæ. ℣. Beáti, qui hábitant
in domo tua, Dómine: in sǽcula sæculórum laudábunt te.
Uma só coisa peço ao Senhor, e esta solicito: que eu
habite na casa do Senhor todos os dias de minha vida. ℣. Felizes, Senhor, os que moram em vossa casa; pelos
séculos dos séculos Vos louvarão.
Aleluia / Isaías 45.15
«Aleluia» é um grito de júbilo, que significa: «louvai ao Senhor».
Allelúia, allelúia. ℣. Vere tu es Rex
abscónditus, Deus Israël Salvátor. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Verdadeiramente sois um Rei escondido, ó
Salvador, Deus de Israel. Aleluia.
Evangelho segundo
São Lucas 2. 42-52
Jesus, aos 12 anos, perfeitamente instruído no ministério dos interesses
do Pai, não deixa de viver em submissão a Maria e a José.
Cum factus esset Iesus annórum duódecim,
ascendéntibus illis Ierosólymam secúndum consuetúdinem diéi festi,
consummatísque diébus, cum redírent, remánsit puer Iesus in Ierúsalem, et non
cognovérunt paréntes eius. Existimántes autem illum esse in comitátu, venérunt
iter diéi, et requirébant eum inter cognátos et notos. Et non inveniéntes,
regréssi sunt in Ierúsalem, requiréntes eum. Et factum est, post tríduum
invenérunt illum in templo sedéntem in médio doctórum, audiéntem illos et
interrogántem eos. Stupébant autem omnes, qui eum audiébant, super prudéntia et
respónsis eius. Et vidéntes admiráti sunt. Et
dixit Mater eius ad illum: Fili, quid fecísti nobis sic? Ecce, pater tuus et ego
doléntes quærebámus te. Et ait ad illos: Quid est, quod me quærebátis? Nesciebátis,
quia in his, quæ Patris mei sunt, opórtet me esse? Et
ipsi non intellexérunt verbum, quod locútus est ad eos. Et descéndit cum eis,
et venit Názareth: et erat súbditus illis. Et Mater eius conservábat
ómnia verba hæc in corde suo. Et Iesus proficiébat sapiéntia et ætáte et grátia
apud Deum et hómines.
42Quando
Jesus completou doze anos, subiram eles [Jesus e seus pais] a Jerusalém,
segundo o costume daquela festa. 43E acabados aqueles dias3, ao
regressarem, ficou o Menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais dessem por
isto. 44Cuidando
que Ele viesse em companhia de outros, caminharam um dia inteiro, e O
procuraram entre os parentes e conhecidos. 45Mas não O achando, voltaram a Jerusalém
para O procurar. 46Aconteceu
que, depois de passados três dias, O acharam no templo, sentado no meio dos
doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 47E todos os que O ouviam, pasmavam de sua
sabedoria e de suas respostas. 48Vendo-O, ficaram admirados. E disse-Lhe
sua Mãe: Filho, por que nos fizeste isso? Eis que teu pai e eu Te procurávamos
aflitos. 49E
Ele lhes disse: Por que me buscáveis? Não sabíeis que me devo ocupar no que é
da vontade de meu Pai? 50Eles não entenderam, no entanto, a
palavra que lhes dissera. 51Então desceu com eles e veio para
Nazaré; e era-lhes submisso. Sua Mãe conservava todas essas palavras em seu coração.
52Entretanto, Jesus
crescia em sabedoria, em idade e graça diante de Deus e dos homens.
3 A festa durava 7 dias.
CREDO... Concluímos a
Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja,
afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Lucas 2. 22
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das
oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Tulérunt
Iesum paréntes eius in Ierúsalem, ut sísterent eum Dómino.
Os
pais de Jesus O levaram a Jerusalém para O apresentar ao Senhor.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon. É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Placatiónis
hostiam offérimus tibi, Dómine, supplíciter ut, per intercessiónem Deíparæ
Vírginis cum beáto Ioseph, famílias nostras in pace et grátia tua fírmiter
constítuas. Per eundem Dominum nostrum Iesum Christum filium tuum.
Nós
Vos oferecemos, Senhor, a Hóstia de reconciliação, suplicando-Vos que, pela
intercessão da Virgem Mãe de Deus e de S. José, sejam as nossas Famílias para sempre
consolidadas na paz e na posse de vossa graça. Pelo mesmo Jesus
Cristo.
Communio / Lucas 2. 51
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Descéndit Iesus cum eis, et venit Názareth, et erat súbditus illis.
Jesus desceu com eles, e veio para Nazaré, e
era-lhes submisso.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Quos cæléstibus réficis sacraméntis, fac, Dómine Iesu, sanctæ Famíliæ tuæ
exémpla iúgiter imitári: ut in hora mortis nostræ, occurrénte gloriósa Vírgine
Matre tua cum beáto Ioseph; per te in ætérna tabernácula récipi mereámur: Qui
vivis et regnas cum Deo Patre, in unitate Spiritus Sancti, Deus.
Aos que nutristes com os
vossos celestes Sacramentos, Senhor Jesus, fazei que sigam sempre os exemplos
de vossa Santa Família, para que à hora da morte venham ao seu encontro a
gloriosa Virgem, vossa Mãe, com S. José, e mereçam ser recebidos por Vós nos
tabernáculos eternos. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.
Meditação
Peço a Maria Santíssima que me admita na humilde casa de Nazaré para
considerar a vida admirável que Jesus aí leva.
1 – Hoje – e pela última vez no ciclo do ano
litúrgico – a Igreja apresenta-nos o mistério da vida humilde e escondida de
Jesus. Um sentido de profunda intimidade e de ternura caracteriza a festa de
hoje e transparece na liturgia: «... é doce para nós recordar a casinha de
Nazaré e a vida modesta que ali se leva... Nela aprende Jesus o humilde ofício
de José, e, na sombra cresce em idade, mostrando-Se feliz por partilhar o
trabalho de carpinteiro. Que o suor banhe os meus membros – diz Jesus – antes
que sejam banhados com a efusão do meu sangue, e esta pena sirva de expiação
para o gênero humano». (BR.)
Eis-nos dentro da casinha de Nazaré; à vista de tanta humildade, que oculta a
infinita grandeza de Jesus, digamos também nós com o texto sagrado: «Vós sois
verdadeiramente um Rei escondido, ó Deus Salvador, Rei de Israel». (ib.)
A liturgia de hoje salienta sobretudo um dos
aspectos típicos da vida humilde deste Deus escondido: a obediência. «Mesmo
sendo Filho de Deus,... aprendeu a obedecer;... humilhou-se a Si
mesmo, fazendo-Se obediente até à morte» (BR.): esta é a obediência que acompanhou Jesus desde Belém
até ao Calvário. Mas o Evangelho de hoje (Lc. 2, 42-52) quer especialmente sublinhar a obediência de
Jesus em Nazaré e fá-lo com uma frase realmente bela: «era-lhes submisso».
Perguntemos com S. Bernardo: «Quem obedece? A quem obedece?» E o Santo responde-nos:
«Um Deus aos homens; sim, Deus, a quem estão sujeitos os anjos, está sujeito a
Maria, e não só a Maria, mas também a José. Que um Deus obedeça a uma mulher é
uma humildade sem exemplo. Homem, aprende a obedecer; pó da terra, aprende a
humilhar-te; pó, aprende a submeter-te. Um Deus sujeita-Se aos homens e tu,
procurando dominar os homens, pões-te acima do teu Autor?»
2 – «Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de
meu Pai?» Jesus, tão humilde, tão submisso, não hesita em responder deste modo
a Maria que docemente O repreende por Se ter demorado no templo sem o seu
conhecimento nem o de José, enquanto eles, angustiados, há três dias O andavam
procurando.
Estas são as primeiras palavras de Jesus que nos
refere o Evangelho e por Ele pronunciadas para declarar a Sua missão e afirmar
a supremacia dos direitos de Deus. Apenas adolescente, Jesus ensina-nos que
primeiro devemos ocupar-nos de Deus e das coisas de Deus; que é necessário dar
sempre a Deus o primeiro lugar e a primeira obediência, ainda que seja preciso
sacrificar os direitos da natureza e do sangue. Não é virtude, antes é muitas
vezes pecado, aquela condescendência para com os parentes e amigos que nos faz
descurar ou simplesmente retardar o cumprimento da vontade de Deus.
Dar a primazia aos deveres para com Deus não
significa, porém, descuidar os que temos para com o próximo. Também para estes
e particularmente para os que dizem respeito à família, a festa deste dia chama
a nossa atenção. Hoje, com efeito, a Igreja convida-nos a modelar a nossa vida
de família – quer seja família natural ou religiosa, quer de qualquer outro
agrupamento – segundo o exemplo da família de Nazaré e na Epístola (Col. 3, 12-17) mostra-nos as virtudes que com esse fim devemos
praticar: «Revesti-vos de entranhas de misericórdia, de benignidade, de
humildade, de modéstia, de paciência; sofrendo-vos uns aos outros e
perdoando-vos mutuamente».
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 173-175.
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