«Liturgia Dominical»
Ano
9 – nº 503 – 13 de setembro de 2020
† 15º Domingo depois
de Pentecostes
verde – 2a. classe.
Escravos do pecado e de satanás, estavam
os mortos para Deus, quando veio o Filho de Deus restituir-nos a vida
(Evangelho). Justo é, pois, o louvor que Lhe damos nos Cânticos do Gradual e do
Ofertório. Este mesmo Salvador nosso não pode, porém, deixar de exigir também de
nossa parte que não nos afastemos mais da vida, pelo pecado. Vivemos pelo
Espírito, pelo Espírito também devemos andar. E se é difícil e custoso à natureza
humana façamos nossas as palavras do Intróito e da Oração de hoje. A Secreta, a
Communio e à Postcomunio nos conduzem à fonte da vida e da graça, que nasce ao
pé da Cruz e para cada um de nós no santo Sacrifício da Missa.
«E o que estava morto se sentou, e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe.» Ev.
Avisos Paroquiais
Hoje é o dia da Entrega do Dízimo.
Teremos 7 (sete) Santas Missas para o cumprimento do preceito dominical: sábado às 19h, Domingo às 6h, 8h, 16h e 19h em nossa Igreja Matriz, Domingo às 10h na Capela de São Brás em Sesmaria e 17h na Capela de Santo Antônio em Córrego Seco
Serão
transmitidas pelas redes sociais, a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e
Rádio Bom Jesus AM 1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Site - http://bomjesuscrucificado.org.br/
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
Intróito / INCLINA Salmo 85. 1-4
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Inclína, Dómine, aurem tuam ad me, et exáudi me:
salvum fac servum tuum, Deus meus, sperántem in te: miserére mihi, Dómine,
quóniam ad te clamávi tota die. Ps. Lætífica ánimam servi tui: quia ad te,
Dómine, ánimam meam levávi. ℣. Glória Patri, et Fílio, et Spirítui Sancto.
Inclinai, Senhor, os vossos ouvidos para mim, e
atendei-me. Meu Deus, salvai o vosso servo que em Vós espera. Tende piedade de
mim, Senhor, pois, eu clamo por Vós todo o dia. Sl. Alegrai a alma de vosso
servo; porque, a Vós, Senhor, elevo a minha alma. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa
salvação.
«Miseratio continuata mundet et muniat»: uma misericórdia, cuja ação,
sempre presente, dá incessantemente à Igreja a sua força e pureza.
Ecclésiam tuam, Dómine, miserátio continuáta mundet
et múniat: et quia sine te non potest salva consístere; tuo semper múnere
gubernétur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Vossa contínua misericórdia, Senhor, purifique e
fortaleça a vossa Igreja, e, porque, sem Vós, ela não pode subsistir ilesa,
dignai-Vos sempre governá-la com a vossa graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São
Paulo Apóstolo aos Gálatas 5. 25-26; 6. 1-10
É a continuação da epístola do último domingo sobre o programa duma vida
cristã, vivida ao sopro do Espírito Santo: lembrar-se da fraqueza humana e
estar vigilante, guardar-se do mal, fazer o bem a todos, na medida de suas
forças.
Fratres: Si spíritu vívimus, spíritu et ambulémus.
Non efficiámur inanis glóriæ cúpidi, ínvicem provocántes, ínvicem invidéntes.
Fratres, et si præoccupátus fúerit homo in áliquo delícto, vos, qui spirituáles
estis, huiúsmodi instrúite in spíritu lenitátis, consíderans teípsum, ne et tu
tentéris. Alter alteríus ónera portáte, et sic adimplébitis legem Christi. Nam
si quis exístimat se áliquid esse, cum nihil sit, ipse se sedúcit. Opus autem
suum probet unusquísque, et sic in semetípso tantum glóriam habébit, et non in
áltero. Unusquísque enim onus suum portábit. Commúnicet autem is, qui catechizátur
verbo, ei, qui se catechízat, in ómnibus bonis. Nolíte erráre: Deus non
irridétur. Quæ enim semináverit homo, hæc et metet. Quóniam qui séminat in
carne sua, de carne et metet corruptiónem: qui autem séminat in spíritu, de
spíritu metet vitam ætérnam. Bonum autem faciéntes, non deficiámus: témpore
enim suo metémus, non deficiéntes. Ergo, dum tempus habémus, operémur bonum ad
omnes, maxime autem ad domésticos fídei.
Irmãos: 25Se
vivemos no Espírito, conduzamo-nos também pelo Espírito. 26Não cobicemos a vanglória, provocando-nos
mutuamente e invejando uns aos outros. 1Meus
irmãos, se um homem for surpreendido em algum pecado, vós que sois espirituais,
instruí-o com espírito de mansidão, considerando a vós mesmos, para que não
venhais também a ser tentados. 2Carregai
o peso uns dos outros: assim, cumprireis a lei do Cristo. 3Porque, se alguém se julga alguma coisa, quando
nada é, a si mesmo se engana. 4Examine
cada um suas próprias ações e, então, terá sua glória somente em si mesmo, e
não se compare com outro. 5Porque,
cada um carregará o seu próprio peso. 7Aquele
que é catequizado na palavra, reparta de todos os seus bens com aquele que o
catequiza. Não vos enganeis; de Deus não se zomba. Pois, aquilo que o homem
semear, isso também colherá. 8O
que semear em sua carne, recolherá da carne corrupção, e o que semear no
Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. 9Não nos cansemos, pois, de fazer o bem, porque em
tempo propício colheremos o fruto, se houvermos sido constantes. 10Portanto, enquanto temos tempo, façamos bem a
todos, mormente aos companheiros de fé.
Gradual / Salmo 91. 2-3
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Bonum est confitéri Dómino: et psallere nómini tuo,
Altíssime. ℣.
Ad annuntiándum mane misericórdiam
tuam, et veritátem tuam per noctem.
É bom louvar ao Senhor, e cantar em honra de
vosso Nome, ó Altíssimo! ℣. Para
anunciar a vossa misericórdia desde a manhã, e a vossa fidelidade durante a
noite.
Aleluia / Salmo 94. 3
Allelúia, allelúia. ℣. Quóniam Deus magnus Dóminus, et Rex magnus super
omnem terram. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. O Senhor é o grande Deus, o grande
Rei sobre toda a terra. Aleluia.
Evangelho segundo São
Lucas 7. 11-16
«Se todos têm olhos para verificar a ressureição dum morto, como no caso
do filho da viúva de Naim, nem todos os têm para ver as ressureições dos mortos
espiritualmente. Para isso, é preciso estar-se espiritualmente ressuscitado»
(S. Agostinho, em matinas).
In illo témpore: Ibat Iesus in civitátem, quæ
vocátur Naim: et ibant cum eo discípuli eius et turba copiósa. Cum autem
appropinquáret portæ civitátis, ecce, defúnctus efferebátur fílius únicus
matris suæ: et hæc vidua erat: et turba civitátis multa cum illa. Quam cum
vidísset Dóminus, misericórdia motus super eam, dixit illi: Noli flere. Et
accéssit et tétigit lóculum. - Hi autem, qui portábant, stetérunt. - Et ait:
Adoléscens, tibi dico, surge. Et resédit, qui erat mórtuus, et cœpit loqui. Et
dedit illum matri suæ. Accépit autem omnes timor: et magnificábant Deum,
dicéntes: Quia Prophéta magnus surréxit in nobis: et quia Deus visitávit plebem
suam.
Naquele tempo, 11ia Jesus para uma cidade chamada Naim. Iam com Ele
os seus discípulos e uma grande multidão. 12E quando chegou perto da porta da cidade, eis que
levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita
gente da cidade. 13Vendo-a, o Senhor moveu-se de
compaixão para com ela, e disse-lhe: Não chores. 14Depois, aproximou-se e tocou no esquife. (E os que
o levavam, pararam). Então, Jesus, disse: Jovem, eu te digo, levanta-te. 16E o que estava morto se sentou, e começou a falar.
E Jesus o entregou à sua mãe. Todos, porém, se encheram de temor; e
glorificavam a Deus, dizendo: Um grande Profeta surgiu entre nós; e Deus
visitou o seu povo.
CREDO... Concluímos a
Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja,
afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 39. 2-4
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Exspéctans exspectávi Dóminum, et respéxit me: et
exaudívit deprecatiónem meam: et immísit in os meum cánticum novum, hymnum Deo
nostro.
Ansiosamente esperei no Senhor e Ele me atendeu;
ouviu a minha súplica: pôs em minha boca um cântico novo, um hino de louvor a
nosso Deus.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
Tua nos, Dómine, sacramenta custodiant: et contra
diabólicos semper tueántur incúrsus. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Fazei, Senhor, que os vossos Sacramentos nos guardem
e nos defendam sempre de todos os ataques do demônio. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Communio / João 6. 52
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita
as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Panis, quem ego dédero, caro mea est pro sǽculi
vita.
O Pão que eu dou é a minha carne
[imolada] para a vida do mundo.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Mentes nostras et córpora possídeat, quǽsumus,
Dómine, doni cæléstis operátio: ut non noster sensus in nobis, sed iúgiter eius
prævéniat efféctus. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Fazei, Senhor, Vos rogamos, que nossos corpos e
nossas almas sejam inteiramente submetidos à influência deste Dom celestial, de
sorte que sempre em nós predominem os efeitos deste Sacramento e não o nosso
próprio sentir. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Jesus Nossa Vida
Ó Jesus vida da minha alma, fazei-me ressuscitar cada dia para uma nova
vida de caridade e de fervor.
1 – Na Missa de
hoje predomina um pensamento tantas vezes repetido na liturgia e tão querido ao
nosso coração: Jesus é a nossa vida. Tudo o que de bom há em nós é fruto da Sua
graça: pela Sua graça permanecemos firmes no bem (Colecta); pela Sua graça
podemos viver segundo o espírito (Epístola); pela Sua graça ressuscitamos do
pecado (Evangelho) e, alimentando-nos com a Sua carne, alimentamos em nós a Sua
vida (Communio). Sem Jesus estaríamos na morte, sem Ele nunca poderíamos viver
esta magnífica vida do espírito que S. Paulo nos descreve na Epístola de hoje
(Gal. 5, 25 e 26; 6, 1-10).
Escolhamos nela
alguns pensamentos. «Não nos façamos ávidos da vanglória, provocando-nos uns
aos outros. Se alguém julga ser alguma coisa não sendo nada, a si mesmo se
engana.» A humildade é apresentada aqui como o fundamento da concórdia
fraterna: quem é soberbo leva consigo um foco de discórdia porque,
preferindo-se aos outros, será muitas vezes provocador, invejoso, será altivo e
desprezará aqueles que são inferiores a si.
«Se algum homem
for surpreendido em algum delito, vós, que sois espirituais, admoestai-o com o
espírito de mansidão.» Quem procura escalar as alturas deve estar atento para
não criticar quem caminha mais embaixo, para não se escandalizar com as
fraquezas dos outros e se o dever lhe impõe admoestar alguém, deve fazê-lo com
doçura e com bondade; doçura que é ainda fruto da humildade porque, ao corrigir
os outros, é necessário sempre vigiar-se a si próprio: «não caias também em
tentação».
«Não nos cansemos
de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos.» As dificuldades da vida
espiritual não devem desanimar-nos, mesmo quando não conseguimos superá-las.
Deus não nos exige o êxito, mas que renovemos continuamente os nossos esforços,
ainda que não lhes vejamos os resultados. «A seu tempo», isto é, quando Deus
quiser e do modo que Lhe agradar, colheremos os frutos com a condição, porém,
de «não desfalecermos».
2 – No Evangelho
(Lc. 7, 11-16) o conceito Jesus nossa vida
é ainda mais claro. O Mestre encontra-Se com o triste cortejo que acompanha um
jovem à sepultura; a sua mãe soluça junto dele e «o Senhor movido de compaixão
para com ela, disse-lhe: ‘Não chores’». Depois «aproximou-se e tocou no
esquife. Então disse: ‘Jovem, eu te digo, levanta-te!...’ e entregou-o a sua mãe».
Jesus é o Salvador que tem compaixão das nossas misérias e que usa da Sua
onipotência divina para as aliviar; hoje vemo-lO operar um milagre para
consolar uma mãe viúva, restituindo-lhe, cheio de vida, o filho já morto. É um
rasgo da delicadeza do Seu amor por nós; mas quantos outros não brotaram do Seu
coração, talvez menos visíveis, mas não menos amorosos e vivificantes!
«Encontramos no Evangelho três mortos ressuscitados visivelmente pelo Senhor –
comenta Santo Agostinho – mas Ele ressuscitou milhares de mortos invisíveis.»
Escrevendo estas palavras, o Santo devia recordar-se com reconhecimento
inefável do milagre imensamente maior que Jesus tinha realizado em seu favor,
fazendo-o ressuscitar da morte do pecado.
Sto. Agostinho,
como tantos outros santos, é um ressuscitado. Se os santos que viveram na
inocência exercem sobre nós uma grande fascinação, os ressuscitados do pecado
têm ainda maior poder para nos encorajar na luta. Se vencer o orgulho, a
sensualidade e todas as outras paixões é duro para nós, não o foi menos para
eles; também eles conheceram as nossas tentações, as nossas lutas, as nossas
quedas; e se ressuscitaram, por que não poderemos nós também ressuscitar?
Nem sempre –
graças a Deus – se trata de ter que ressuscitar do pecado grave, mas temos
sempre de ressuscitar de pequeninas infidelidades diárias que, se não forem
reparadas, pouco a pouco enfraquecem o fervor da vida espiritual. Neste
sentido, todos os dias e a todas as horas temos necessidade de ressuscitar; no
entanto, muitas vezes não temos força para isso. Mas se invocarmos Jesus, nossa
vida, Ele nos tocará com a Sua graça, como tocou com a Sua mão o ataúde do
jovem de Naim, derramará em nós novo vigor e voltará a pôr-nos, cheios de
coragem, no caminho da perfeição. A ressurreição do jovem foi obtida pelas
lágrimas da sua mãe; que a nossa seja impetrada, cada dia, pelas lágrimas do
nosso coração, pela compunção, pela humildade, pela confiança.
Extraído do Livro Intimidade Divina –
P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição
italiana) – 1967
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