«Liturgia Dominical»
Ano 9 – nº 502 – 6 de setembro de 2020
Ano 9 – nº 502 – 6 de setembro de 2020
† 14º Domingo depois
de Pentecostesverde – 2a. classe.
Dois senhores disputam-se o domínio do homem: o
espírito e a carne. O espírito do mundo e o Espírito de Deus. Dois senhores
querem mandar. E categoricamente diz o Evangelho: Ninguém pode servir a dois
senhores. A Epístola nos aponta estes dois senhores, como eles se chamam e o
que querem. A religião cristã não nega que exista este dualismo; é ela porém, e
ela só, que é capaz de reprimir em seus justos limites os desejos da matéria e
da carne. Muito custa ao homem por em ordem todo o seu aspirar, o seu desejar e
o seu amar, porém a religião mostra-lhe os meios e o caminho. «Procurai
primeiro o Reino de Deus e o resto ser-vos-á dado por acréscimo». Eis a norma
para vencer todas as lutas no indivíduo, assim como para resolver as várias
questões sociais. Procurar o reino de Deus é convencer-se de que Deus é o nosso
Protetor, e desejar as mansões celestiais (Intróito).
«Vede as aves do céu, observai os lírios do campo», – confiai no vosso Pai do Céu.
Avisos Paroquiais
Teremos 5 (cinco) Santas Missas para o cumprimento do preceito dominical: Sábado às 19h; Domingo às 6h, 8h, 16h e 19h.
Serão
transmitidas pelas redes sociais, a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e
Rádio Bom Jesus AM 1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Divulgação:
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
Intróito / Protéctor noster — Salmo 83. 10-11, 2-3
O cristão, que implora a proteção divina, lembra humildemente a Deus
tudo o que o Senhor é para ele.
Protéctor noster, áspice, Deus, et réspice in fáciem
Christi tui: quia mélior est dies una in átriis tuis super mília. Ps. Quam
dilécta tabernácula tua, Dómine virtútum! concupíscit, et déficit ánima mea in
átria Dómini. ℣.
Glória Patri.
Volvei o olhar para nós, ó Deus, nosso protetor, e
contemplai a face de vosso Ungido. É melhor um só dia em vossos átrios que mil,
longe de Vós. Sl. Como são amáveis vossos tabernáculos, Senhor dos exércitos!
Desfalece a minha alma suspirando pelos átrios do Senhor. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa
salvação.
Custódi, Dómine, quǽsumus, Ecclésiam tuam
propitiatióne perpétua: et quia sine te lábitur humána mortálitas; tuis semper
auxíliis et abstrahátur a nóxiis et ad salutária dirigátur. Per Dominum nostrum
Iesum Christum.
Senhor, guardai a vossa Igreja com vossa constante
misericórdia, e porque sem Vós a fraqueza humana desfalece, com o vosso auxílio
afastai-a sempre do que é nocivo e conduzi-a para o que é salutar. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São
Paulo Apóstolo aos Gálatas 5. 16-24
Na medida em que se deixa guiar pelo Espírito de Deus, o cristão
discerne o mal e dele se afasta, como por instinto. Com esta espontaneidade se inclina
também para as «obras do Espírito». De fato, um espírito novo transformou-lhe a
vida.
Fratres: Spíritu ambuláte, et desidéria carnis non
perficiétis. Caro enim concupíscit advérsus spíritum, spíritus autem advérsus
carnem: hæc enim sibi ínvicem adversántur, ut non quæcúmque vultis, illa
faciátis. Quod si spíritu ducímini, non estis sub lege. Manifésta sunt autem
ópera carnis, quæ sunt fornicátio, immundítia, impudicítia, luxúria, idolórum
sérvitus, venefícia, inimicítiæ, contentiónes, æmulatiónes, iræ, rixæ,
dissensiónes, sectæ, invídiæ, homicídia, ebrietátes, comessatiónes, et his
simília: quæ prædíco vobis, sicut prædíxi: quóniam, qui talia agunt, regnum Dei
non consequántur. Fructus autem Spíritus est: cáritas, gáudium, pax, patiéntia,
benígnitas, bónitas, longanímitas, mansuetúdo, fides, modéstia, continéntia,
cástitas. Advérsus huiúsmodi non est lex. Qui autem sunt Christi, carnem suam
crucifixérunt cum vítiis et concupiscéntiis.
Irmãos: 16Andai
segundo o Espírito e não satisfareis os desejos da carne. 17Porque, a carne tem desejos contrários ao espírito,
e o espírito à carne; pois, estas coisas são contrárias entre si, para que não
façais tudo o que quereis. 18Se
vos deixais conduzir pelo Espírito, não estais sob a lei. 19Ora, as obras da carne são manifestas; a
fornicação, a impureza, a desonestidade, a luxúria, 20a idolatria, os malefícios, as inimizades, as
contendas, as rivalidades, as iras, as discórdias, as discussões, as
seitas, 21as invejas, os homicídios, a
embriaguez, as glutonarias e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos
previno. Como já o disse: os que as cometem, não possuirão o Reino de
Deus. 22Mas os frutos do Espírito são: a
caridade, a alegria, a paz, a paciência, a benignidade, a bondade, a
longanimidade, a mansidão, a fidelidade, a modéstia, 23a continência e a castidade. Contra tais coisas não
há lei. 24Porque, os que são do Cristo
crucificaram a sua carne com suas paixões e concupiscências.
Gradual / Salmo 117. 8-9
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Bonum est confidére in Dómino, quam
confidére in hómine. ℣.
Bonum est speráre in Dómino, quam
speráre in princípibus.
É melhor confiar no Senhor do que
confiar no homem. ℣. É melhor esperar no Senhor do que
esperar nos príncipes.
Aleluia / Salmo 94. 1
Allelúia, allelúia. ℣. Veníte, exsultémus Dómino, iubilémus Deo, salutári
nostro. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Vinde, exultemos no Senhor; regozijemo-nos em
Deus, nosso Salvador. Aleluia.
Evangelho segundo
São Mateus 6. 24-33
«Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça.» É da orientação
fundamental da nossa vida que se trata: reservar a Deus a nossa alma, suceda o
que suceder, mesmo no meio dos maiores cuidados.
In illo témpore: Dixit Iesus discípulis suis: Nemo
potest duóbus dóminis servíre: aut enim unum ódio habébit, et álterum díliget:
aut unum sustinébit, et álterum contémnet. Non potéstis Deo servíre et mammónæ.
Ideo dico vobis, ne sollíciti sitis ánimæ vestræ, quid manducétis, neque
córpori vestro, quid induámini. Nonne ánima plus est quam esca: et corpus plus
quam vestiméntum? Respícite volatília cæli, quóniam non serunt neque metunt
neque cóngregant in hórrea: et Pater vester cæléstis pascit illa. Nonne vos
magis pluris estis illis? Quis autem vestrum cógitans potest adiícere ad
statúram suam cúbitum unum? Et de vestiménto quid sollíciti estis? Consideráte
lília agri, quómodo crescunt: non labórant neque nent. Dico autem vobis,
quóniam nec Sálomon in omni glória sua coopértus est sicut unum ex istis. Si
autem fænum agri, quod hódie est et cras in clíbanum míttitur, Deus sic vestit:
quanto magis vos módicæ fídei? Nolíte ergo sollíciti esse, dicéntes: Quid
manducábimus aut quid bibémus aut quo operiémur? Hæc enim ómnia gentes
inquírunt. Scit enim Pater vester, quia his ómnibus indigétis. Quǽrite ergo
primum regnum Dei et iustítiam eius: et hæc ómnia adiiciéntur vobis.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 24Ninguém pode servir a dois senhores.
Porque, ou há de aborrecer a um e amar o outro, ou há de acomodar-se a este e
desprezar àquele. Não podeis servir a Deus e às riquezas. 25Por isso vos digo: não vos inquieteis
por vossa vida, com o que comereis, nem por vosso corpo, com o que vestireis.
Não é a vida mais que o alimento, e o corpo mais que a vestimenta? 26Olhai para as aves do céu. Elas não semeiam, nem
colhem, nem fazem provisão nos celeiros; contudo, vosso Pai celestial as
sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas? 27Qual de vós pode, com todos os seus cuidados,
acrescentar um côvado sequer a sua estatura? 28E pela vestimenta, por que vos inquietais?
Considerai como crescem os lírios do campo. Não trabalham nem fiam. 29Entretanto, digo-vos que nem Salomão, com toda a
sua glória, se vestiu como um deles. 30Se,
pois, Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao
fogo, que não fará por vós, homens de pouca fé? 31Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos
ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? 32Os pagãos é que se preocupam com essas coisas. Bem
sabe vosso Pai que tendes necessidade de tudo isso. 33Procurai, antes de tudo, o Reino de Deus e a sua
justiça, e tudo isso vos será dado por acréscimo.
CREDO... Concluímos a
Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 33. 8-9
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Immíttet Angelus Dómini in circúitu
timéntium eum, et erípiet eos: gustáte et vidéte, quóniam suávis est Dóminus.
O Anjo
do Senhor cerca aqueles que O temem e livrá-los-á. Provai e vede como o Senhor
é amável.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
Concéde nobis, Dómine, quǽsumus, ut hæc hóstia
salutáris et nostrórum fiat purgátio delictórum, et tuæ propitiátio
potestátis.Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Concedei-nos, Senhor, Vos pedimos, que esta hóstia
salutar nos purifique de nossos delitos e nos torne propícia vossa poderosa
Majestade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Mateus 6.33
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Primum quǽrite regnum Dei, et ómnia
adiiciéntur vobis, dicit Dóminus.
Procurai, antes de tudo, o Reino de
Deus, e tudo isso vos será dado por acréscimo, diz o Senhor.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Puríficent semper et múniant tua
sacraménta nos, Deus: et ad perpétuæ ducant salvatiónis efféctum. Per Dominum
nostrum Iesum Christum.
Fazei, Senhor, que os vossos Sacramentos
sempre nos purifiquem e protejam e por seu efeito nos conduzam à salvação
eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Os Dois Reinos
Sustentai, ó Senhor, a minha fraqueza para que eu possa chegar à posse
do Vosso reino.
1 — O
pensamento central da Missa de hoje encontramo-lo sintetizado na Colecta: «Ó
Senhor... porque sem Vós sucumbe a humana fraqueza, pelo Vosso constante
auxílio, livrai-a de todos os males e guiai-a pela senda do bem». Perante a
vida espiritual, o homem é como uma criança que se encontra numa encruzilhada:
não sabe caminhar sozinho, não sabe que direção tomar para voltar para casa.
Dois caminhos se abrem diante do cristão: um, conduz ao reino do espírito, ao
reino de Deus; o outro, ao reino da carne, ao reino da riqueza. Qual dos dois
escolherá? Evidentemente quer dar a preferência ao que conduz ao reino de Deus,
Reino pacífico e doce, descrito por Jesus no Evangelho de hoje (Mt. 6, 24-33). Mas,
infelizmente, o reino das riquezas e da carne tem atrativos e tenta seduzir-lhe
o coração. Para resistir a estas lisonjas, a Epístola ensina-nos (Gal. 5, 16-24) que é preciso
lutar: «a carne tem desejos contrários ao espírito, e o espírito desejos
contrários à carne; estas coisas são contrárias entre si, para que não façais
tudo aquilo que quereis».
A luta é rude e
por vezes levanta-se nas almas já resolutamente encaminhadas para o reino de
Deus. Por quê? Porque a via que a ele conduz é áspera, fatigante, e penetra
muitas vezes em densas trevas, sem que a alma se dê conta do caminho andado e
dos progressos realizados. É preciso avançar na escuridão, crendo e esperando.
Entretanto, porém, o olhar para sobre outro caminho, mais largo, mais cômodo,
semeado de bens sensíveis, que se vêem, se apalpam, se podem colher e gozar
imediatamente: basta estender a mão. A alma sente a tentação e também sente que
sozinha não pode resistir; se porém, se refugia em Deus, se se deixa conduzir
pelo espírito, será salva, mas não sem sacrifício. «Andai segundo o espírito –
insiste S. Paulo – e não satisfareis os desejos da carne... Ora bem, as obras
da carne são manifestas...» e o Apóstolo dá-nos uma lista delas bem pouco
lisonjeira. É sempre assim. Os bens materiais apresentam-se com o encanto das
flores, mas é um encanto que se desfaz depressa em podridão. Não vale a pena
deter-se neles! Por isso «os que são de Cristo crucificaram a sua própria carne
com os vícios e concupiscências».
2 — O Evangelho
põe-nos de novo alerta contra o atrativo dos bens materiais. Afirma em primeiro
lugar que não se pode servir ao mesmo tempo a dois senhores, a Deus e à
riqueza, como também se não podem tomar simultaneamente dois caminhos: o do
reino de Deus e o dos prazeres terrenos. O que se entregou a Deus deve ter a
coragem de se entregar a Ele plenamente, sem queixumes, sem voltar – ainda que
passageiramente – aos caminhos do mundo. A alma que, depois de ter escolhido o
caminho da perfeição, o não percorre totalmente e com generosidade, nunca
estará contente: não terá a alegria de se sentir de Deus, nem terá a satisfação
de poder seguir todos os encantos do mundo; a primeira ser-lhe-á interdita pela
sua infidelidade, a segunda pelo temor de Deus que ainda lhe resta. É uma
infeliz, pois está dividida e em contínua luta consigo própria. Mas que é que
nos impede de procurar totalmente o reino de Deus? Jesus di-lo no Evangelho de
hoje: a demasiada solicitude pelo bem-estar material, pelas comodidades e pela
segurança da vida presente. Apesar de querermos viver segundo o espírito,
enquanto peregrinamos neste mundo num corpo mortal, estamos sempre sujeitos a
deixar-nos invadir pelas preocupações materiais: «Que comeremos? Que beberemos?
Com que nos vestiremos?» Para nos livrar destes cuidados, Jesus apresenta-nos a
visão maravilhosa da divina Providência. «Olhai para as aves do céu que não
semeiam nem ceifam, nem fazem provisão nos celeiros, e contudo o vosso Pai
celeste as sustenta. Porventura não sois vós muito mais do que elas?» São
palavras que dão asas, que dão vontade de lançar para longe todas as vãs
preocupações terrenas a fim de nos concentrarmos na busca do reino de Deus:
«Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça e todas estas
coisas vos serão dadas por acréscimo». Oh! Se tivéssemos mais fé na divina Providência, que livres não estaríamos
para atender aos negócios da alma! E mesmo que fôssemos obrigados a ocupar-nos
dos afazeres terrenos, não ficaríamos atolados neles, mas seríamos capazes de
nos mover com plena liberdade de espírito.
Extraído do Livro Intimidade Divina —
P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967
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