sábado, 20 de julho de 2019

Edição nº 439

«Liturgia Dominical»
Ano 9 – nº 439 – 21 de julho de 2019

6º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.
«Tomando os pães, deu graças, partiu-os, e deu-os aos discípulos para que os distribuíssem pela multidão; abençoou igualmente os peixes e ordenou que se distribuíssem»: imagem da Eucaristia verdadeiro pão da vida para os homens.


«Tenho compaixão deste povo; porque, já estão comigo há três dias
e não têm o que comer.» Ev.

Divulgação:
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 7h e 19h)
Aviso Paroquial
Dia 23, terça-feira, às 20h – Terço das Famílias.
Dia 25, quinta-feira, de 7h30 às 18h30 – Adoração ao Santíssimo.
Dia 28, próximo Domingo, às 18h – 1º dia da Novena Solene do Senhor Bom Jesus Crucificado.

Intróito / DÓMINUS FORTITÚDO — Salmo 27. 8-9, 1
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Dóminus fortitudo plebis suæ, et protéctor salutárium Christi sui est: salvum fac pópulum tuum, Dómine, et benedic hereditáti tuæ, et rege eos usque in sǽculum. Ps. Ad te, Dómine, clamábo, Deus meus, ne síleas a me: ne quando táceas a me, et assimilábor descendéntibus in lacum. . Glória Patri.
O Senhor é a força de seu povo, e o guarda das bênçãos de seu Unigênito. Salvai o vosso povo, Senhor, e abençoai a vossa herança; regei-os até a eternidade. Sl. Por Vós, Senhor, eu clamo; não silencieis para comigo, meu Deus; pois, se não me responderdes, serei semelhante aos que descem ao túmulo. Glória ao Pai.

Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
 A ação de Deus acompanha o homem em todas as conjunturas da vida. O bem que nele criou, acrescenta-o; acrescentado, protege-o. É assim a Providência divina, toda feita de bondade vigilante.
Deus virtútum, cuius est totum quod est óptimum: ínsere pectóribus nostris amórem tui nóminis, et præsta in nobis religiónis augméntum; ut, quæ sunt bona, nútrias, ac pietátis stúdio, quæ sunt nutríta, custódias. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus dos exércitos, que sois o Autor de tudo o que é bom, infundi em nossos corações o amor de vosso Nome, e aumentai em nós a vida religiosa, alimentando em nós o que é bom, e com zelo de amor paternal, conservai o que alimentastes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 63-11
Unindo-o a Cristo, o batismo transformou o cristão num ser novo, que, sob pena de apostasia, deve conformar a sua vida com a do próprio Cristo.
Fratres: Quicúmque baptizáti sumus in Christo Iesu, in morte ipsíus baptizáti sumus. Consepúlti enim sumus cum illo per baptísmum in mortem: ut, quómodo Christus surréxit a mórtuis per glóriam Patris, ita et nos in novitáte vitæ ambulémus. Si enim complantáti facti sumus similitúdini mortis eius: simul et resurrectiónis érimus. Hoc sciéntes, quia vetus homo noster simul crucifíxus est: ut destruátur corpus peccáti, et ultra non serviámus peccáto. Qui enim mórtuus est, iustificátus est a peccáto. Si autem mórtui sumus cum Christo: crédimus, quia simul étiam vivémus cum Christo: sciéntes, quod Christus resurgens ex mórtuis, iam non móritur, mors illi ultra non dominábitur. Quod enim mórtuus est peccáto, mórtuus est semel: quod autem vivit, vivit Deo. Ita et vos existimáte, vos mórtuos quidem esse peccáto, vivéntes autem Deo, in Christo Iesu, Dómino nostro.
Irmãos: 3Todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo, batizados fomos em sua morte. 4E assim nós fomos sepultados com Ele, pelo batismo para a morte1, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai2, também nós caminhemos em uma vida nova. 5Realmente se fomos plantados juntamente com Ele na semelhança de sua morte [pelo Batismo] também o seremos na semelhança de sua Ressurreição. 6Sabemos que o nosso velho homem3 foi crucificado com Ele, para que seja destruído o corpo do pecado e ao pecado nunca mais sirvamos. 7O que está morto, desse modo, justificado está do pecado. 8Ora, se somos mortos com o Cristo, cremos que com o Cristo também viveremos, 9pois, sabemos que o Cristo, ressuscitado dentre os mortos, já não morre, nem a morte O dominará mais. 10Porque, a sua morte foi morte para o pecado uma só vez, mas o que diz respeito à sua vida, vive para Deus. 11Assim, tende-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, no Cristo Jesus, Nosso Senhor.
1. Alusão ao rito batismal por imersão. O batismo une estreitamente à morte de Jesus e comunica-nos todos os benefícios dela.
2. «Pela glória do Pai», que é o seu poder deslumbrante.
3. Isto é, o homem escravizado pela tirania do pecado, em oposição ao «homem novo», que é livre.

Gradual / Salmo 89. 13,1
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Convértere, Dómine, aliquántulum, et deprecáre super servos tuos. . Dómine, refúgium factus es nobis, a generatióne et progénie.
Voltai-Vos um pouco para nós, Senhor, e atendei aos rogos de vossos servos. Senhor, Vós sois o nosso refúgio, de geração em geração.

Aleluia / Salmo 30. 2-3
Allelúia, allelúia. . In te, Dómine, sperávi, non confúndar in ætérnum: in iustítia tua líbera me et éripe me: inclína ad me aurem tuam, accélera, ut erípias me. Allelúia.
Aleluia, aleluia. Em Vós espero, Senhor; não serei confundido eternamente. Por vossa justiça livrai-me e salvai-me; inclinai para mim os vossos ouvidos; apressai-Vos em livrar-me. Aleluia.

Evangelho segundo São Marcos 8. 1-9
«Elias, fortificado com o alimento, que um anjo lhe ministrou, caminhou durante quarenta dias...; mas vós, alimentados por Jesus, caminhareis até à vossa entrada na pátria dos santos» (S. Ambrósio, em matinas).
In illo témpore: Cum turba multa esset cum Iesu, nec habérent, quod manducárent, convocátis discípulis, ait illis: Miséreor super turbam: quia ecce iam tríduo sústinent me, nec habent quod mandúcent: et si dimísero eos ieiúnos in domum suam, defícient in via: quidam enim ex eis de longe venérunt. Et respondérunt ei discípuli sui: Unde illos quis póterit hic saturáre pánibus in solitúdine? Et interrogávit eos: Quot panes habétis? Qui dixérunt: Septem. Et præcépit turbæ discúmbere super terram. Et accípiens septem panes, grátias agens fregit, et dabat discípulis suis, ut appónerent, et apposuérunt turbæ. Et habébant piscículos paucos: et ipsos benedíxit, et iussit appóni. Et manducavérunt, et saturáti sunt, et sustulérunt quod superáverat de fragméntis, septem sportas. Erant autem qui manducáverant, quasi quátuor mília: et dimísit eos.
Naquele tempo, 1estava com Jesus uma grande multidão; e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e lhes disse: 2Tenho compaixão deste povo; porque, já estão comigo há três dias e não têm o que comer. 3Se eu os mandar em jejum para as suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns vieram de longe. 4Seus discípulos responderam-Lhe: De onde poderá alguém fartá-los de pão, aqui no deserto? 5Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Responderam: Sete. 6Então, Ele ordenou à multidão que se assentasse no chão. E tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os distribuíssem ao povo. 7Havia, também, alguns peixinhos, e Ele os abençoou e mandou que os distribuíssem. 8Comeram, pois, e ficaram fartos, e dos pedaços que tinham sobrado, levaram sete cestos. 9E os que comeram, eram perto de quatro mil. Depois, Jesus os despediu.

CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

Ofertório / Salmo 16. 5-7
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Pérfice gressus meos in sémitis tuis, ut non moveántur vestígia mea: inclína aurem tuam, et exáudi verba mea: mirífica misericórdias tuas, qui salvos facis sperántes in te, Dómine.
Firmai meus passos em vossas veredas, para que meus pés não vacilem. Inclinai os vossos ouvidos, e atendei às minhas palavras. Fazei brilhar as vossas misericórdias, Vós que salvais os que esperam em Vós, Senhor.

Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Propitiáre, Dómine, supplicatiónibus nostris, et has pópuli tui oblatiónes benígnus assúme: et, ut nullíus sit írritum votum, nullíus vácua postulátio, præsta; ut, quod fidéliter pétimus, efficáciter consequámur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Senhor, atendei benigno às nossas súplicas e aceitai com benevolência estas oblações de vosso povo, e para que nenhum voto resulte estéril, ou vã nenhuma súplica, fazei que realmente consigamos o que com fé pedimos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Communio / Salmo 26. 6
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Circuíbo et immolábo in tabernáculo eius hóstiam iubilatiónis: cantábo et psalmum dicam Dómino.
Ando em redor de seu altar e imolo em seu tabernáculo uma hóstia de louvor; canto e digo salmos ao Senhor.

Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Repléti sumus, Dómine, munéribus tuis: tríbue, quǽsumus; ut eórum et mundémur efféctu et muniámur auxílio. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Saciados com os vossos Dons, concedei, Senhor, Vos pedimos, que por seu efeito sejamos purificados e por seu poder protegidos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Meditação

A Compaixão de Jesus
Ó Jesus, meu Senhor e meu Pai, tende compaixão da minha pobre alma e sustentai-a com a Vossa graça.

1 — Há na liturgia de hoje um pensamento totalmente predominante; o Senhor é o Pai misericordioso que tem compaixão de nós e alimenta as nossas almas. A nossa alma está sempre faminta. Tem sempre necessidade de alimentar e sustentar a sua vida sobrenatural; só Deus nos pode dar o alimento adequado e  por  isso  a  Igreja convida-nos  hoje a dirigir-Lhe esta bela oração: «Deus todo poderoso, fonte de tudo quanto é perfeito, infundi em nossos corações o amor... aumentai em nós o espírito de religião... o bem que em nós há, fortalecei-o, e assim fortalecido, conservai-o» (Colecta). O Pai celeste acolhe benignamente a nossa súplica e responde-nos encaminhando-nos para o Seu divino Filho, o Seu Unigênito que enviou ao mundo a fim de que nEle tivéssemos a vida. Na Epístola (Rom. 6, 3-11), S. Paulo recorda-nos que «fomos batizados na morte de Cristo» para «vivermos uma vida nova» e nEle podermos «viver para Deus». Por conseguinte, em Jesus, na Sua Redenção, encontramos tudo aquilo de que temos necessidade para alimentar a vida das nossas almas; encontramos a graça, o amor, a fé, o amparo dos nossos bons propósitos, exatamente como pedimos na Colecta. É uma grande alegria para nós ouvir repetir que ressuscitamos em Cristo para «uma vida nova»; é um grande conforto para a nossa fraqueza. Contudo, há ainda um ponto obscuro: mas então, porque continuamos a cair e nos vemos sempre tão miseráveis? Uma leitura mais atenta da Epístola permiti-nos-á descobrir o motivo: não estamos totalmente  «mortos»  com  Cristo,  em  nós  «o homem velho»  não foi ainda «crucificado» até ao ponto de «não servirmos jamais ao pecado». Numa palavra, se queremos viver plenamente a vida que Cristo nos conquistou com a Sua morte, devemos primeiro morrer com Ele. E como se trata não da morte material do corpo, mas duma morte espiritual aos nossos defeitos, às nossas paixões, esta morte deve renovar-se continuamente: «quotidie morior» (I Cor. 15, 31): todos os dias morro a mim mesmo. A fraqueza da nossa vida espiritual provém da insuficiência desta morte.
2 — Ouçamos, no Evangelho  (Mc. 8, 1-9),  as  palavras  bondosas  de Jesus: «Tenho compaixão deste povo». Jesus tem compaixão de nós, das nossas fraquezas, da nossa debilidade, da indecisão da nossa vontade. Vê as nossas almas cansadas, famintas, necessitadas de auxílio e, como outrora às turbas que vinham para O ouvir, repete-nos também a nós: «Tenho compaixão». A compaixão de Jesus volta-se primeiro para as nossas necessidades espirituais; com a Sua Paixão e Morte já proveu com liberalidade a essas necessidades, mas deseja continuar a cuidar delas todos os dias de um modo mais pessoal e direto, oferecendo-Se como alimento às nossas almas. O Evangelho fala-nos da Segunda multiplicação dos pães, mas para nós, mais afortunados que as multidões da Palestina, Jesus reservou um pão infinitamente mais nutritivo e mais precioso: a Eucaristia.
Fascinadas pelas palavras de Jesus, as turbas haviam-no seguido, esquecendo até as próprias necessidades: andavam com Ele há três dias e não tinham nada para comer. Que lição para nós, muitas vezes mais solícitos pelo pão material do que pelo espiritual! E Jesus, depois de ter provido largamente às necessidades do espírito, pensa também nas do corpo. Os discípulos, por sua vez, ficam admirados: «como poderá alguém saciá-los de pão aqui no deserto?» Já tinham assistido à primeira multiplicação dos pães, mas agora parece não terem dela a menor lembrança e ficam desconfiados. Quantas vezes palpamos nós de igual modo os milagres da graça, os milagres da divina Providência! Porém, não é raro ficarmos perplexos em face de novos casos difíceis e obscuros, como se puséssemos em dúvida a onipotência de Deus. Pensemos, por exemplo, na nossa vida espiritual: existem ainda pontos por vencer, por superar... experimentamo-lo tantas vezes e talvez agora não tenhamos já coragem para recomeçar de novo. Oh! se tivéssemos mais fé, se nos lançássemos em Deus com maior confiança! Bastaria talvez um belo ato de confiança total para conseguir a vitória. Jesus olha-nos e repete-nos: «Tenho compaixão deste povo»; e a sua compaixão não é estéril. É ação vital, é auxilio e graça atual para a nossa alma; porque não temos, pois, mais confiança nEle?
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

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