sábado, 27 de maio de 2017

Edição nº 319

« Liturgia Dominical »
Ano 6 nº 319 28 de maio de 2017
† DOMINGO DEPOIS DA ASCENSÃO
SOLENIDADE DA ASCENSÃO
branco – 2a. classe.

« homens da Galileia por que estais olhando para o céu? » Ep.

Avisos Paroquiais
Nas missas com o povo: Solenidade da Ascensão: tudo como no dia da Ascensão,
segundo determinação do Exmo. Sr. Bispo Administrador Apostólico.

Dia 31, quarta-feira,
FESTA DE NOSSA SENHORA RAINHA,
às 20 h, Consagração à Nossa Senhora.
Intróito / Viri Galilæi – Atos dos Apóstolos, 1. 11 Salmo 46. 2
O Intróito como que enuncia  o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo
Viri Galilaei, quid admirámini aspiciéntes in coelum? allelúia: quemádmodum vidístis eum ascendéntem in coelum, ita véniet, allelúia, allelúia, allelúia. Ps. Omnes gentes, pláudite mánibus: iubiláte Deo in voce exsultatiónis. . Glória Patri.
Homens da Galiléia, porque admirados olhais para o céu? Aleluia! Como o vistes subir para o céu, assim Ele virá: aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Vós nações todas, batei palmas, celebrai a Deus, com voz de alegre canto. . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
É « o nosso Redentor » que hoje subiu ao céu. Que maior motivo, para esperar, poderíamos ter? A Ascensão é a grande festa da esperança cristã.
Concéde, quaesumus, omnípotens Deus: ut, qui hodiérna die Unigénitum tuum, Redemptórem nostrum, ad coelos ascendísse crédimus; ipsi quoque mente in coeléstibus habitémus. Per eundem Dominum nostrum Iesum Christum. 
Concedei-nos, ó Deus onipotente, que assim como cremos que o vosso Unigênito, nosso Redentor, subiu ao céu neste dia, assim também nós em espírito habitemos no céu. Pelo mesmo Jesus Cristo.
Leitura dos Atos dos Apóstolos 1. 1-11
Nos Atos dos Apóstolos, a descrição da Ascensão é um anuncio da missão da Igreja, obra essencialmente divina, realizada inteiramente sob os auspícios do Espírito Santo.
Primum quidem sermónem feci de ómnibus, o Theóphile, quæ coepit Iesus facere et docére usque in diem, qua, præcípiens Apóstolis per Spíritum Sanctum, quos elégit, assúmptus est: quibus et praebuit seípsum vivum post passiónem suam in multas arguméntis, per dies quadragínta appárens eis et loquens de regno Dei. Et convéscens, præcépit eis, ab Ierosólymis ne discéderent, sed exspectárent promissiónem Patris, quam audístis -inquit - per os meum: quia Ioánnes quidem baptizávit aqua, vos autem baptizabímini Spíritu Sancto non post multos hos dies. Igitur qui convénerant, interrogábant eum, dicéntes: Dómine, si in témpore hoc restítues regnum Israël? Dixit autem eis: Non est vestrum nosse témpora vel moménta, quæ Pater pósuit in sua potestáte: sed accipiétis virtútem superveniéntis Spíritus Sancti in vos, et éritis mihi testes in Ierúsalem et in omni Iudaea et Samaría et usque ad últimum terræ. Et cum hæc dixísset, vidéntibus illis, elevátus est, et nubes suscépit eum ab óculis eórum. Cumque intuerétur in coelum eúntem illum, ecce, duo viri astitérunt iuxta illos in véstibus albis, qui et dixérunt: Viri Galilaei, quid statis aspiciéntes in coelum? Hic Iesus, qui assúmptus est a vobis in coelum, sic véniet, quemádmodum vidístis eum eúntem in coelum.
1Em minha primeira narração1, ó Teófilo, tratei de todas as coisas que Jesus fez e ensinou desde o princípio 2até o dia em que, tendo dado preceitos por meio do Espírito Santo, aos Apóstolos que tinha escolhido, foi arrebatado [ao céu]. 3A eles também, depois de sua Paixão, se apresentou vivo com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do Reino de Deus. 4E, comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas esperassem a promessa do Pai, que ouvistes (disse) da minha boca. 5João batizou com água, vós, porém, sereis batizados2 com o Espírito Santo, dentro de poucos dias. 6Então os que estavam reunidos assim o interrogavam: Senhor, será nesse tempo que estabelecereis o reino de Israel? 7Respondeu-lhes então: não vos cabe saber o tempo e a hora que o Pai em Seu poder determinou. 8Mas recebereis a força do Espírito Santo, que virá sobre vós3, e me sereis testemunhas em Jerusalém, em toda Judéia e a Samaria, e até às extremidades da terra. 9Depois de ter dito isto, elevou-se, à vista deles, e uma nuvem O ocultou a seus olhos. 10E como estivessem com os olhos fitos no céu, enquanto ele ia subindo, eis que dois varões vestidos de branco, surgiram junto a eles 11e lhes disseram: homens da Galileia por que estais olhando para o céu? Esse Jesus que do meio de vós se elevou ao céu virá do mesmo modo porque o vistes ir para o céu.
1. O terceiro Evangelho, dedicado igualmente, por S. Lucas, a Teófilo, cristão de elevada posição.
2. Mergulhados e renovados.
3. A missão dos Apóstolos realizar-se-á inteiramente sob a moção do Espírito Santo.
Alelúia / Salmos 46. 6; 67. 18-19
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Allelúia, alleluia. . Ascéndit Deus in iubilatióne, et Dóminus in voce tubæ. Allelúia. Dóminus in Sina in sancto, ascéndens in altum, captívam duxit captivitátem. Allelúia.
Aleluia, aleluia. . Deus subiu no meio de aclamações de júbilo, e O senhor, ao som da trombeta. Aleluia. O Senhor, em seu santuário, como no Sinai, subindo ao alto, levou os cativos como presas. Aleluia.
Evangelho segundo São Marcos 16. 14-20
Como na epístola, também aqui se afirma a conexão entre a partida de Jesus e a missão da Igreja incipiente; é sempre a obra do Senhor.
In illo témpore: Recumbéntibus úndecim discípulis, appáruit illis Iesus: et exprobrávit incredulitátem eórum et durítiam cordis: quia iis, qui víderant eum resurrexísse, non credidérunt. Et dixit eis: Eúntes in mundum univérsum, prædicáte Evangélium omni creatúræ. Qui credíderit et baptizátus fúerit, salvus erit: qui vero non credíderit, condemnábitur. Signa autem eos, qui credíderint, hæc sequéntur: In nómine meo dæmónia eiícient: linguis loquantur novis: serpentes tollent: et si mortíferum quid bíberint, non eis nocébit: super ægros manus impónent, et bene habébunt. Et Dóminus quidem Iesus, postquam locútus est eis, assúmptus est in coelum, et sedet a dextris Dei. Illi autem profécti, prædicavérunt ubíque, Dómino cooperánte et sermónem confirmánte, sequéntibus signis.
Naquele tempo, 14estando à mesa os onze discípulos, apareceu-lhes Jesus e censurou-lhes a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem acreditado naqueles que O tinham visto ressuscitado. 15E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. 16O que crer e for batizado, será salvo: porém o que não crer será condenado. 17E eis os milagres que seguirão aos que crerem: em meu Nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; 18levantarão as serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, esta não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e estes serão curados. 19E o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, elevou-se ao céu e está sentado à direita de Deus. 20Eles porém partiram e pregaram por toda a parte. E o Senhor operou com eles e confirmou a sua pregação com os milagres que a acompanhavam.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 46. 6
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Ascéndit Deus in iubilatióne, et Dóminus in voce tubæ, allelúia.
Deus subiu entre aclamações de jubilo, e o Senhor, ao som da trombeta, aleluia.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Súscipe, Dómine, múnera, quæ pro Fílii tui gloriósa censióne deférimus: et concéde propítius; ut a præséntibus perículis liberémur, et ad vitam per veniámus ætérnam. Per eundem Dominum nostrum Iesum Christum.
Aceitai, Senhor, os dons que Vos apresentamos pela gloriosa Ascenção de Vosso Filho, e concedei, benigno, sejamos livres dos perigos deste tempo e alcancemos a vida eterna. Pelo mesmo Jesus Cristo.
Communio / Salmo 67. 33-34
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Psállite Dómino, qui ascéndit super coelos coelórum ad Oriéntem, allelúia.
Cantai salmos ao Senhor que sobe ao céu dos céus, para o Oriente, aleluia.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Præsta nobis, quaesumus, omnípotens et miséricors Deus: ut, quæ visibílibus mystériis suménda percépimus, invisíbili consequámur efféctu. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Nós Vos suplicamos, ó Deus onipotente e misericordioso, permiti alcancemos o fruto invisível destes visíveis mistérios que como Alimento acabamos de receber. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Ascensão do Senhor
Ó Jesus que subis ao céu, fazei que pelo coração também eu habite no céu.
1 — A liturgia de hoje convida-nos a elevar os nossos corações ao céu para começarmos a habitar em espírito onde Jesus nos precedeu: « A Ascensão de Cristo — diz S. Leão — é a nossa elevação e o corpo tem a esperança de estar um dia onde o precedeu a sua gloriosa Cabeça » (BR.). De fato, já no discurso da última Ceia o Senhor tinha dito: « vou preparar o lugar para vós. E depois que eu tiver ido e vos tiver preparado o lugar, virei novamente, e tomar-vos-ei comigo, para que onde eu estou, estejais vós também » (Jo. 14, 2 e 3). A Ascensão é, portanto, uma festa de radiosa esperança, de suave antegozo do céu: ao entrar nele, Jesus, nossa Cabeça, deu-nos o direito de O seguirmos um dia; assim, podemos dizer com S. Leão, « que em Cristo nós mesmos penetramos no mais alto dos céus » (BR.). Como em Cristo crucificado morremos para o pecado e em Cristo ressuscitado ressuscitámos para a vida da graça, assim, pela Sua Ascensão, também nós subimos ao céu. Esta participação vital nos mistérios de Cristo é a grande consequência da nossa incorporação nEle; sendo Ele a nossa Cabeça, nós, os Seus membros, estamos totalmente dependentes dEle e intimamente ligados à Sua sorte. « Deus, que é rico em misericórdia — ensina S. Paulo — pela Sua extrema caridade com que nos amou... Convivificou-nos em Cristo... e com Ele nos ressuscitou e nos fez sentar nos céus » (Ef. 2, 4-6). O direito ao céu foi adquirido, o lugar está pronto, compete-nos agora viver de modo a merecermos ocupá-lo um dia. Entretanto na expectativa, devemos viver a bela prece que a liturgia nos põe nos lábios: « Deus todo-poderoso, concedei-nos a graça de também nós vivermos em espírito na morada celeste » (Colecta). « Onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração » (Mt. 6, 21), disse Jesus um dia. Se Jesus é verdadeiramente o nosso tesouro, o nosso coração não poderá estar senão no céu junto dEle. Este é o grande anseio da alma cristã, tão bem expresso no hino de Vésperas de hoje: « Ó Jesus, sede a meta dos nossos corações, sede o conforto das nossas lágrimas, sede o doce prêmio da nossa vida » (BR.).
2 — Mas a par da esperança e da alegre expectativa do céu, a festa da Ascensão tem a sua nota de melancolia. Perante a partida definitiva de Jesus, os Apóstolos sentem-se tomados por uma sensação de temor, o temor de quem vê afastar-se para sempre o amigo e protetor mais querido e se encontra só, em face das dificuldades da vida. O Senhor vê o estado de espírito dos Seus e mais uma vez os conforta, prometendo a vinda do Espírito Santo, o Espírito Consolador: « Ordenou-lhes — lemos na Epístola (At. 1, 1-11) — que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai... Vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias ». Ainda desta vez os Apóstolos não compreenderam. Como tinham necessidade de ser iluminados e transformados pelo Espírito Santo para ficarem aptos para a  grande missão que lhes seria confiada! E de fato Jesus repetiu: « Recebereis a virtude do Espírito Santo... e me sereis testemunhas... até às extremidades da terra ». De momento, porém, estão ali, junto do Mestre, Medrosos, atemorizados, tal como as crianças que vêem partir a mãe para um país longínquo e desconhecido. Efetivamente, enquanto os seus olhares estão dirigidos para Ele, Jesus eleva-Se para o alto e uma nuvem esconde-O aos seus olhos. Foi preciso virem dois Anjos para os tirarem daquele abatimento e para os chamarem à realidade do fato consumado. Então, confiando na palavra de Jesus, que é doravante o seu único apoio, voltam para Jerusalém e fecham-se no Cenáculo, esperando, em oração, o cumprimento da promessa. Foi a primeira novena de Pentecostes: « perseveraram unanimemente em oração... com Maria, Mãe de Jesus » (At. 1, 14).
Retiro, recolhimento, oração, concórdia com os irmãos, união com Maria SS.ma, eis as características da novena que nos deve preparar também a nós para a vinda do Espírito Santo.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

Nenhum comentário:

Postar um comentário