sábado, 6 de maio de 2017

Edição nº 316

« Liturgia Dominical »
Ano 6 – nº 316   7 de maio 2017
† 3º DOMINGO DEPOIS DA PÁSCOA
branco – 2ª classe.
« Ainda um pouco de tempo, e já não me vereis;
mais um pouco de tempo e me tornareis a ver, porque vou ao Pai. »
Intróito / Jubiláte Deo - Salmo 65. 1-3
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Celebrai a Deus, toda a terra, aleluia. Cantai salmos em honra de seu Nome, aleluia. Tributai-lhe os vossos louvores, aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Dizei a Deus: Como são terríveis as vossas obras, Senhor! Por vosso grande poder, até os vossos inimigos Vos tributam louvores. .Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Aderindo firmemente à sua fé e ao batismo, o cristão rejeita todo o compromisso com o erro e com o pecado.
Ó Deus, que com a Luz de Vossa verdade esclareceis os que estão em erro, para que possam voltar ao caminho da justiça, concedei a todos os que professam a fé cristã, que desprezem tudo que se opõe à santidade deste Nome, e sigam tudo o que lhe é favorável. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Pedro Apóstolo 1. 2. 11-19
Agradamos a Deus, vivendo a nossa existência de homens, com liberdade soberana; à força de cumprir, sem desfalecimentos, os nossos deveres, atrairemos irresistivelmente a estima daqueles que conhecem as nossas convicções cristãs.
Caríssimos: 11Rogo-vos, como estrangeiros e peregrinos1 que sois [neste mundo] que renuncieis aos desejos carnais que combatem contra a alma. 12Tende um bom procedimento entre os pagãos, para que, em vez de detratarem de vós como de malfeitores, vendo as vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia de sua visita2. 13Sede, pois, submissos a toda instituição humana, por amor de Deus; seja ao rei, como soberano, 14seja aos governadores, como enviados seus, para castigo dos malfeitores e para louvor dos bons. 15Porque esta é a vontade de Deus, que, praticando o bem, façais emudecer a ignorância dos homens insensatos. 16Vivei como homens livres, mas não como fazendo da liberdade um véu da malícia, e sim como servos de Deus. 17Honrai a todos; amai a vossos irmãos; temei a Deus; respeitai o rei. 18Servos, sede obedientes com todo o temor a vossos senhores, não somente aos bons e moderados, como também aos geniosos. 19Porque isto é uma graça no Cristo Jesus, Senhor Nosso.
1. A verdadeira pátria dos cristãos é o Céu.
2. No juízo final ou então, no dia em que a graça for concedida aos incrédulos.
Aleluia / Salmo110. 9; Lucas 24. 46
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Aleluia, aleluia. .O Senhor enviou a Redenção a seu povo. Aleluia. .Era necessário que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos e assim entrasse em sua glória. Aleluia.
Evangelho segundo São João 16. 16-22
O regresso de Cristo é, ao mesmo tempo, a sua presença na vida do fiel e da Igreja, e a sua vinda gloriosa no fim dos tempos. A segunda vinda não está longe, adverte S. Agostinho. « A espera parece longa, porque se passa neste mundo; mas quando terminar, veremos como foi curto » (matinas).
Naquele tempo, 16disse Jesus aos seus discípulos: « Ainda um pouco de tempo, e já não me vereis; mais um pouco de tempo e me tornareis a ver, porque vou ao Pai. » 17Disseram, então, alguns dos seus discípulos entre si: « Que é isto, que Ele nos diz: Ainda um pouco de tempo e não me vereis; mais um pouco de tempo e me tornareis a ver, porque vou ao Pai? » 18Diziam, pois: « Que quer dizer com isso: « Um pouco de tempo? » Não sabemos o que Ele quer dizer. » 19Conheceu, porém, Jesus que eles O queriam interrogar, e disse-lhes: Sobre isso discutis entre vós, porque eu disse: Ainda um pouco de tempo e não me vereis; mais um pouco de tempo e me tornareis a ver. 20Em verdade, em verdade, eu vos digo: Haveis de chorar e vos lamentar, enquanto o mundo há-de se alegrar; vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em gozo. 21Uma mulher, quando dá à luz, tem tristeza, porque veio a sua hora, mas logo que a criança nasce, já não se lembra da aflição, pela alegria por haver nascido ao mundo um homem.  22Assim vós outros, agora estais tristes, mas outra vez vos verei; então alegrar-se-á o vosso coração; e ninguém vos há de tirar a vossa alegria.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 145. 2
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
        Louva a minha alma, ao Senhor. Louvarei ao Senhor durante toda a minha vida. A meu Deus eu cantarei salmos enquanto viver, aleluia.
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Concedei-nos, Senhor, que por estes mistérios, nos seja dado mitigar os desejos terrenos, e aprendamos a amar as coisas celestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / João 16. 16
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Ainda pouco de tempo, e não me vereis, aleluia. Mais um pouco de tempo e me tornareis a ver, porque vou ao Pai. Aleluia
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Nós vos pedimos, Senhor, que estes Sacramentos que recebemos como alimento para as nossas almas nos renovem e nos protejam como auxilio para os nossos corpos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Peregrinos de Deus
Fazei, ó Senhor, que as coisas terrenas não prendam o meu coração e não o impeçam de aspirar ao céu.
1 — A liturgia de hoje começa a orientar o nosso pensamento para a próxima Ascensão de Jesus ao Céu. « Um pouco e já não me vereis... porque vou para o Pai ». O Evangelho do dia (Jo. 16, 16-22), que relata esta passagem, é tirado do discurso que o Senhor fez aos Apóstolos na tarde da última ceia, com o fim de os preparar para a Sua partida, antes de ir para a Paixão, mas a Igreja gosta de no-lo apresentar hoje como o discurso de despedida de Jesus antes da Sua Ascensão. Uma vez cumprida a Sua missão, Ele deve regressar ao Pai que O enviou. Um dia acontecer-nos-á o mesmo a nós: a terra não é a nossa morada estável, mas só o lugar da nossa peregrinação. E Jesus disse: « Um pouco e já não me vereis; e outra vez um pouco e ver-me-eis ». Estas palavras, obscuras para os Apóstolos que não as compreenderam, são hoje muito mais claras para nós. « Um pouco » quer dizer, o tempo da nossa vida — que em comparação com a eternidade é de fato muito pouco — e chegará também para nós o momento de deixarmos a terra para seguirmos Jesus até ao céu, onde O veremos na glória. E então, como disse o Senhor, « o nosso coração se alegrará, ninguém nos tirará a nossa alegria ». Mas antes de chegar a este feliz fim, é preciso passar pelas adversidades, lutas e sofrimentos da vida terrena. Ainda que tudo isto seja « pouco » comparado ao « desmesurado peso de glória que nos espera » (cfr. II Cor. 4,17), o Senhor sabe que, para nós, presos como estamos pelas vicissitudes da vida terrena, é « muito » e penoso, e por isso nos põe de sobreaviso para que não nos escandalizemos: « Vós haveis de chorar e de gemer e o mundo se há de alegrar ». O mundo goza e quer gozar a todo custo, totalmente imerso nos prazeres da vida presente, sem qualquer pensamento sobre o que o espera para além. E se não pode fugir aos inevitáveis sofrimentos da vida, procura abafar a dor no prazer, esforçando-se por tirar de cada instante fugitivo o maior gozo possível. Não age assim o cristão que se impõe uma vida de sacrifícios e de renúncia em vista de uma felicidade ultraterrena: « haveis de estar tristes — diz Jesus — mas a vossa tristeza há de converter-se em alegria ».
2 — A Epístola (I Ped. 2, 11-19), exorta-nos igualmente a viver na terra com os olhos voltados para o céu: « Caríssimos — diz S. Pedro — rogo-vos que, como estrangeiros e peregrinos, vos abstenhais dos desejos carnais que combatem contra a alma ». O peregrino não pode demorar-se a gozar dos alívios e alegrias que encontra no seu caminho sem comprometer o bom êxito da sua viagem e ainda sem correr o risco de não alcançar a meta. Do mesmo modo o cristão, peregrino de Deus, não pode parar nos bens terrenos; poderá sem dúvida servir-se e até gozar deles se a Providência os puser no seu caminho, mas com um coração desprendido que imediatamente os ultrapassa; nada pode embaraçar o seu passo porque tem pressa de chegar ao fim. A vida do cristão é a vida do viandante em terra estrangeira que nunca para porque está ansioso por chegar à pátria. Muito a propósito, a Secreta da Missa põe hoje nos nossos lábios a seguinte oração: « Por estes mistérios, concedei-nos, Senhor, que desprezando os desejos terrenos, aprendamos a amar as coisas celestiais ». Oração de que temos muita necessidade, porque as satisfações e os bens presentes, com o seu caráter concreto, podem sempre apoderar-se dos nossos sentimentos e do nosso coração, diminuindo a nossa ânsia do céu e fazendo-nos esquecer um pouco a caducidade do que é terreno.
Outra característica do peregrino é não estar satisfeito enquanto não chegar à pátria, o que lança sobre a sua vida um véu de tristeza. Também o cristão, peregrino de Deus, não pode estar plenamente satisfeito enquanto não chegar ao céu e possuir Deus. Corre suspirando por Ele, apressando o passo, confortado pela esperança de O encontrar um dia « face a face », mas essa esperança inclui um sentimento de tristeza porque espera o que não possui ainda. É a tristeza santa daqueles que procuram a Deus. Agradeçamos ao Senhor se no-la fizer experimentar: é bom sinal, é sinal de que o nosso coração está preso pelo Seu amor e de que as coisas terrenas já não podem saciá-lo. Recordemos por isso, ainda uma vez, a consoladora promessa de Jesus: « a vossa tristeza há de converter-se em alegria ».
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

Nenhum comentário:

Postar um comentário