sábado, 22 de abril de 2017

Edição nº 314

« Liturgia Dominical »
Ano 6 – nº 314   23 de abril de 2017
† Domingo In Albis, Oitava da Páscoa
Domingo da Divina Misericórdia
branco – 1ª classe.
« Meu Senhor e meu Deus! » — « Porque me viste, Tomé, acreditaste;
pois bem-aventurados os que não viram e acreditaram! » Ev.
Recomendam-se as orações dos fiéis pela 55ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil,
a ser realizada em Aparecida, SP, nos dias de 26 de abril a 5 de maio.
Intróito / QUASI MODO— 1 S. Pedro 2. 2; Salmo 80. 2
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Como meninos recém-nascidos, aleluia; razoáveis todavia, desejais sinceramente o leite [espiritual], aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Cantai alegremente a Deus, nosso auxílio; cantai jubilosos ao Deus de Jacó. ℣.Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
« O povo, que Deus para si gerou, nas águas do batismo, é um povo de homens puros; que Ele guarde, pois, sem mancha a brancura da sua vida nova » (S. Clemente de Alexandria).
Fazei, Vos pedimos, ó Deus onipotente, que tendo celebrado as festas pascais, por vossa graça conservemos o seu espírito, tanto em nossa vida como em nossos costumes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São João 1 5. 4-10
A vitória sobre o pecado e sobre a morte, que se afirma na Ressureição do Senhor, torna-se, para o cristão, que vive na fé do seu batismo, um penhor de glória.
Caríssimos: 4tudo o que nasceu de Deus vence o mundo; e a vitória que vence o mundo, é a nossa fé. 5Quem é que vence o mundo senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? 6Ele é O que veio pela água e pelo sangue, Jesus Cristo; não só pela água, senão pela água e pelo sangue [batismo e morte na cruz]. Também o Espírito é o que dá testemunho que Cristo é a Verdade1. 7Porque três são os que testemunham no céu: 8o Pai, o Verbo e o Espírito Santo; e estes três são um só [testemunho]. E são três os que testemunham na terra: o Espírito, a água e o sangue; e estes três são um só [testemunho]. 9Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é o maior; ora este é o testemunho de Deus, que é o maior, porque Ele o deu de seu Filho. 10Quem crê no Filho de Deus tem em si o testemunho de Deus.
1. O texto grego original, inquestionavelmente preferível, lê apenas: E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade.
Aleluia / Mateus 28. 7; João 20. 26
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Aleluia é um grito de júbilo, que significa: "louvai ao Senhor".
Aleluia, aleluia. .No dia de minha Ressurreição, diz o Senhor, eu vos precederei na Galileia. Aleluia. ℣.Oito dias depois, fechadas as portas, apareceu Jesus no meio de seus discípulos e disse: A paz seja convosco. Aleluia.
Evangelho segundo São João 20. 19-31
É o próprio Senhor que consolida, com as suas aparições aos discípulos, a nossa fé, e diz a Tomé o apreço em que a tem. Bem-aventurados os que tem fé! Ingressam na vida autêntica, a do Espírito, que Jesus lhes insufla, e lhes merece a indefectível paz de Deus.
Naquele tempo, 19chegada já a tarde daquele dia, que era o primeiro dia da semana, e estando fechadas as portas do lugar onde se achavam reunidos os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, e pondo-se no meio deles, disse-lhes: A paz seja convosco. 20E dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se muito os discípulos, vendo o Senhor. 21Disse-lhes Jesus outra vez: A paz seja convosco. Assim como meu Pai me enviou, assim também eu vos envio. 22Ditas estas palavras, soprou sobre eles, dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados: e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. 24Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles, quando veio Jesus. 25Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor! Ele, porém, lhes disse: Se eu não vir em suas mãos o sinal dos cravos, e não meter o meu dedo no lugar dos cravos, e se não meter minha mão em seu lado, não acreditarei. 26Oito dias depois, estavam os discípulos de Jesus outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Veio Jesus, estando fechadas as portas. E pondo-se no meio deles, disse: A paz seja convosco! 27Depois disse a Tomé: Mete aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e mete-a em meu lado; não sejas incrédulo, mas fiel. 28Respondeu Tomé e disse-Lhe: Meu Senhor e meu Deus! 29Disse-lhe Jesus: Tu crestes, ó Tomé, porque me viste; bem-aventurados os que não viram e, todavia, creram. 30Jesus fez ainda, em presença dos discípulos muitos outros milagres, que não foram escritos neste livro. 31Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus; e para que, crendo, tenhais a vida em seu Nome.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / S. Mateus 28. 2, 5 e 6
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Um Anjo do Senhor desceu do céu e disse às mulheres: Aquele a quem buscais, ressuscitou, como havia dito, aleluia.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Recebei, Senhor, as ofertas que a vossa Igreja alegremente Vos consagra; e assim como lhe proporcionastes tamanho gozo, concedei-lhes também por fruto a perpétua alegria. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio S. João, 20. 27
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Mete a tua mão e reconhece o lugar dos cravos, aleluia. E não sejas incrédulo, mas fiel, aleluia, aleluia.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Nós Vos suplicamos, Senhor, Deus nosso, que os sacrossantos Mistérios que instituístes para nos assegurar a graça de nossa regeneração, nos sirvam de remédio presente e futuro. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Frutos Pascais
Ó Jesus, aproximo-me de Vós, como Tomé. Fazei que eu não seja incrédulo, mas fiel.
1 A liturgia de hoje dirige-se de modo particular aos neo-batizados que uma semana depois da Páscoa depunham as vestes brancas recebidas na fonte sagrada. A eles é dirigida a afetuosa recomendação de S. Pedro que lemos no Intróito da Missa: « Como crianças recém-nascidas desejai o leite puro, espiritual ». Ouçamos nestas palavras o eco da solicitude maternal da Igreja para com os seus filhos que ela regenerou em Cristo, e sobretudo para com os que acabam de nascer. Mas esta solicitude é também para nós, pois que, embora tenhamos sido batizados logo após o nascimento, pode bem dizer-se que cada ano, pela Páscoa, ressurgindo em Cristo, renascemos nEle para uma vida nova. Devemos, por isso, também nós ser semelhantes a « crianças recém-nascidas » nas quais não há malícia, nem fraude, nem orgulho, nem presunção, mas tudo é candura e simplicidade, confiança e amor. É um belo convite àquela infância espiritual que Jesus nos propõe como condição indispensável para alcançar a salvação: « se vos não converterdes e vos não tornardes como meninos, não entrareis no reino dos céus » (Mt. 18,3). Cada onda de graça ao purificar e sarar a nossa alma do pecado e das suas raízes, faz-nos renascer para uma vida nova em Cristo, vida inocente e pura, que suspira somente pelo « leite puro, espiritual », da doutrina de Cristo, do Seu amor e das Suas graças. Mas hoje a Igreja quer orientar de modo particular os nossos desejos para a fé: a fé que nos faz aderir a Jesus para sermos por Ele instruídos, alimentados e guiados para a vida eterna. Aqui também vem a propósito a palavra do Mestre que meditamos na semana passada: « O que crê em mim, do seu seio correrão rios de água viva... que jorra para a vida eterna » (Jo. 7, 38; 4, 14). Aproximemo-nos de Jesus com a fé simples e sincera das crianças e Ele nos dará a abundância da Sua graça, penhor da vida eterna.
2 O Evangelho deste dia (Jo. 20. 19-31), tem uma virtude muito particular para nos confirmar na fé.
A dúvida de S. Tomé confirma-nos na fé porque, como diz S. Gregório, « foi mais útil para nós a sua incredulidade do que a fé dos outros apóstolos ». Se ele não tivesse duvidado, nenhum homem teria metido o dedo « nas chagas dos cravos e a mão no lado » do Senhor. Jesus teve piedade da pouca fé do Apóstolo e também da nossa; e deixou-Se não somente ver como já tinha feito aos outros, mas também tocar, permitindo a Tomé, o incrédulo, o que não tinha consentido a Maria Madalena, a fidelíssima. Disto deduzimos a conduta de Deus: não nega consolações sensíveis e sinais mais ou menos palpáveis da Sua presença a almas ainda titubeantes na fé, mas conduz muitas vezes por caminhos completamente obscuros aqueles que se deram a Ele de modo irrevogável e com cuja fé sabe que pode contar. Deus é Pai, a cada alma que O procura com sinceridade não nega quanto é necessário para sustentar a sua fé, mas recusa muitas vezes aos mais fortes o que concede aos mais fracos. É esta a lição que Cristo nos dá: « bem-aventurados os que não viram e creram ». Felizes aqueles que, para acreditarem em Deus, não precisam de ver ou de tocar, não tem necessidade de sinais sensíveis, mas podem afirmar sem reticências: « Scio cui credidi » (II Tim. 1,12), sei em quem pus a minha confiança e estou seguro dEle. Uma fé assim é mais meritória para nós porque, fundando-se só na palavra de Deus, é totalmente sobrenatural. É mais honrosa para Deus, porque Lhe dá pleno crédito, sem exigir nenhuma prova, mas persevera também no meio da obscuridade e dos fatos mais desconcertantes, quando parece que o céu está fechado e o Senhor está surdo aos nossos gemidos.
Uma fé tão forte é certamente fruto da graça de Deus, mas devemos preparar-nos para a receber, quer pedindo-a com a oração, quer exercitando-nos na própria fé.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

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