sábado, 20 de agosto de 2016

Edição nº 276

« Liturgia Dominical »
Ano 5 – nº 276  21 de agosto de 2016
14º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES
verde – 2a. classe.


            « Vede as aves do céu, observai os lírios do campo », confiai no vosso Pai do Céu.



     Amanhã, segunda-feira, Dia 22 – FESTA DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA –
Aniversário do Abrigo dos Idosos José Lima – 46 anos (1970-2016)
Intróito / Salmo 83. 10-11, 2-3
O cristão, que implora a proteção divina, lembra humildemente a Deus tudo o que o Senhor é para ele.
Volvei o olhar para nós, ó Deus, nosso protetor, e contemplai a face de vosso Ungido. É melhor um só dia em vossos átrios que mil, longe de Vós. Sl. Como são amáveis vossos tabernáculos, Senhor dos exércitos! Desfalece a minha alma suspirando pelos átrios do Senhor. . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Senhor, guardai a vossa Igreja com vossa constante misericórdia, e porque sem Vós a fraqueza humana desfalece, com o vosso auxílio afastai-a sempre do que é nocivo e conduzi-a para o que é salutar. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Gálatas 5. 16-24
            Na medida em que se deixa guiar pelo Espírito de Deus, o cristão discerne o mal e dele se afasta, como por instinto. Com esta espontaneidade se inclina também para as « obras do Espírito ». De fato, um espírito novo transformou-lhe a vida.
Irmãos: 16Andai segundo o Espírito e não satisfareis os desejos da carne. 17Porque, a carne tem desejos contrários ao espírito, e o espírito à carne; pois, estas coisas são contrárias entre si, para que não façais tudo o que quereis. 18Se vos deixais conduzir pelo Espírito, não estais sob a lei. 19Ora, as obras da carne são manifestas; a fornicação, a impureza, a desonestidade, a luxúria, 20a idolatria, os malefícios, as inimizades, as contendas, as rivalidades, as iras, as discórdias, as discussões, as seitas, 21as invejas, os homicídios, a embriaguez, as glutonarias e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno. Como já o disse: os que as cometem, não possuirão o Reino de Deus. 22Mas os frutos do Espírito são: a caridade, a alegria, a paz, a paciência, a benignidade, a bondade, a longanimidade, a mansidão, a fidelidade, a modéstia, 23a continência e a castidade. Contra tais coisas não há lei. 24Porque, os que são do Cristo crucificaram a sua carne com suas paixões e concupiscências.
Gradual / Salmo 117. 8-9
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem. . É melhor esperar no Senhor do que esperar nos príncipes.
Aleluia / Salmo 94. 1
Aleluia, aleluia. . Vinde, exultemos no Senhor; regozijemo-nos em Deus, nosso Salvador. Aleluia.
Evangelho segundo São Mateus 6. 24-33
            « Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça. » É da orientação fundamental da nossa vida que se trata: reservar a Deus a nossa alma, suceda o que suceder, mesmo no meio dos maiores cuidados.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 24Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou há de aborrecer a um e amar o outro, ou há de acomodar-se a este e desprezar aquele. Não podeis servir a Deus e às riquezas. 25Por isso vos digo: não vos inquieteis por vossa vida, com o que comereis, nem por vosso corpo, com o que vestireis. Não é a vida mais que o alimento, e o corpo mais que a vestimenta? 26Olhai para as aves do céu. Elas não semeiam, nem colhem, nem fazem provisão nos celeiros; contudo, vosso Pai celestial as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas? 27Qual de vós pode, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado sequer a sua estatura? 28E pela vestimenta, por que vos inquietais? Considerai como crescem os lírios do campo. Não trabalham nem fiam. 29Entretanto, digo-vos que nem Salomão, com toda a sua glória, se vestiu como um deles. 30Se, pois, Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, que não fará por vós, homens de pouca fé? 31Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? 32Os pagãos é que se preocupam com essas coisas. Bem sabe vosso Pai que tendes necessidade de tudo isso. 33Procurai, antes de tudo, o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo isso vos será dado por acréscimo.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 33. 8-9
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
O Anjo do Senhor cerca aqueles que O temem e livrá-los-á. Provai e vede como o Senhor é amável.
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Concedei-nos, Senhor, Vos pedimos, que esta hóstia salutar nos purifique de nossos delitos e nos torne propícia vossa poderosa Majestade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Mateus 6.33
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Procurai, antes de tudo, o Reino de Deus, e tudo isso vos será dado por acréscimo, diz o Senhor.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Fazei, Senhor, que os vossos Sacramentos sempre nos purifiquem e protejam e por seu efeito nos conduzam à salvação eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Os Dois Reinos
Sustentai, ó Senhor, a minha fraqueza para que eu possa chegar à posse do Vosso reino.
       1 — O pensamento central da Missa de hoje encontramo-lo sintetizado na Colecta: « Ó Senhor... porque sem Vós sucumbe a humana fraqueza, pelo Vosso constante auxílio, livrai-a de todos os males e guiai-a pela senda do bem ». Perante a vida espiritual, o homem é como uma criança que se encontra numa encruzilhada: não sabe caminhar sozinho, não sabe que direção tomar para voltar para casa. Dois caminhos se abrem diante do cristão: um, conduz ao reino do espírito, ao reino de Deus; o outro, ao reino da carne, ao reino da riqueza. Qual dos dois escolherá? Evidentemente quer dar a preferência ao que conduz ao reino de Deus, Reino pacífico e doce, descrito por Jesus no Evangelho de hoje (Mt. 6, 24-33). Mas, infelizmente, o reino das riquezas e da carne tem atrativos e tenta seduzir-lhe o coração. Para resistir a estas lisonjas, a Epístola ensina-nos (Gal. 5, 16-24) que é preciso lutar: « a carne tem desejos contrários ao espírito, e o espírito desejos contrários à carne; estas coisas são contrárias entre si, para que não façais tudo aquilo que quereis ».
        A luta é rude e por vezes levanta-se nas almas já resolutamente encaminhadas para o reino de Deus. Por quê? Porque a via que a ele conduz é áspera, fatigante, e penetra muitas vezes em densas trevas, sem que a alma se dê conta do caminho andado e dos progressos realizados. É preciso avançar na escuridão, crendo e esperando. Entretanto, porém, o olhar pára sobre outro caminho, mais largo, mais cômodo, semeado de bens sensíveis, que se vêem, se apalpam, se podem colher e gozar imediatamente: basta estender a mão. A alma sente a tentação e também sente que sozinha não pode resistir; se porém, se refugia em Deus, se se deixa conduzir pelo espírito, será salva, mas não sem sacrifício. « Andai segundo o espírito — insiste S. Paulo — e não satisfareis os desejos da carne... Ora bem, as obras da carne são manifestas... » e o Apóstolo dá-nos uma lista delas bem pouco lisonjeira. É sempre assim. Os bens materiais apresentam-se com o encanto das flores, mas é um encanto que se desfaz depressa em podridão. Não vale a pena deter-se neles! Por isso « os que são de Cristo crucificaram a sua própria carne com os vícios e concupiscências ».
        2 — O Evangelho põe-nos de novo alerta contra o atrativo dos bens materiais. Afirma em primeiro lugar que não se pode servir ao mesmo tempo a dois senhores, a Deus e à riqueza, como também se não podem tomar simultaneamente dois caminhos: o do reino de Deus e o dos prazeres terrenos. O que se entregou a Deus deve ter a coragem de se entregar a Ele plenamente, sem queixumes, sem voltar — ainda que passageiramente — aos caminhos do mundo. A alma que, depois de ter escolhido o caminho da perfeição, o não percorre totalmente e com generosidade, nunca estará contente: não terá a alegria de se sentir de Deus, nem terá a satisfação de poder seguir todos os encantos do mundo; a primeira ser-lhe-á interdita pela sua infidelidade, a segunda pelo temor de Deus que ainda lhe resta. É uma infeliz, pois está dividida e em contínua luta consigo própria. Mas que é que nos impede de procurar totalmente o reino de Deus? Jesus di-lo no Evangelho de hoje: a demasiada solicitude pelo bem-estar material, pelas comodidades e pela segurança da vida presente. Apesar de querermos viver segundo o espírito, enquanto peregrinamos neste mundo num corpo mortal, estamos sempre sujeitos a deixar-nos invadir pelas preocupações materiais: « Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? » Para nos livrar destes cuidados, Jesus apresenta-nos a visão maravilhosa da divina Providência. « Olhai para as aves do céu que não semeiam nem ceifam, nem fazem provisão nos celeiros, e contudo o vosso Pai celeste as sustenta. Porventura não sois vós muito mais do que elas? » São palavras que dão asas, que dão vontade de lançar para longe todas as vãs preocupações terrenas a fim de nos concentrarmos na busca do reino de Deus: « Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo ». Oh! Se tivéssemos mais fé na divina Providência, que livres não estaríamos para atender aos negócios da alma! E mesmo que fôssemos obrigados a ocupar-nos dos afazeres terrenos, não ficaríamos atolados neles, mas seríamos capazes de nos mover com plena liberdade de espírito.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

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