sábado, 30 de julho de 2016

Edição nº 272

« Liturgia Dominical »
Ano 5 – nº 272  31 de julho de 2016
 11º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES
verde – 2a. classe.
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Effeta, isto é, abre-te. E imediatamente se lhe abriram os ouvidos
e se lhe soltou a prisão da língua, e ele falou distintamente. Ev.
Estamos no tempo da Novena do Padroeiro de nossa cidade, o Senhor Bom Jesus Crucificado, confira a Programação:


« Ephpheta! » Abre-te boca muda! Abre-te boca cristã para proclamar a tua fé.


Intróito / DEUS IN Salmo 67. 6-7, 36, 2
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Deus está em seu santuário; Deus que reúne em Sua casa os que são unânimes, Ele mesmo dá, a seu povo, força e coragem. Sl. Levante-se Deus, e os seus inimigos sejam dispersos, e os que O odeiam fujam de sua presença. . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
     Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
       Não há talvez oração mais bela que esta, que, ao situarmos perante o abismo insondável da bondade divina, a implora e no-la faz contemplar.
Ó Deus, eterno e onipotente, que pela abundância de Vossa bondade excedeis os méritos e os desejos dos suplicantes, derramai sobre nós a Vossa misericórdia; perdoai o que a nossa consciência teme, e acrescentai o que não ousamos pedir. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios I. 15. 1-10
    No pensamento de S. Paulo, a ressureição de Cristo tudo alicerça: se Ele não ressuscitou, a sua obra é um fracasso; se ressuscitou, ressuscitaremos com Ele.
Irmãos: 1Faço-vos agora lembrar o Evangelho que já vos preguei e que recebestes, e no qual também perseverais. 2Nele também sois salvos, se o guardais do mesmo modo que vo-lo preguei. Do contrário, em vão tereis abraçado a fé. 3Antes de tudo eu vos ensinei o que eu mesmo aprendi: que o Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, 4sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, como está escrito. 5Foi visto por Cefas, e depois pelos onze Apóstolos. 6Depois foi visto por mais de quinhentos irmãos juntos, muitos deles ainda hoje vivem e alguns já morreram. 7Depois apareceu a Tiago, e em seguida a todos os Apóstolos. 8Por último de todos apareceu também a mim, como a um abortivo. 9Porque eu sou o mínimo dos Apóstolos, e não sou digno de ser chamado Apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. 10Pela graça de Deus, no entanto, sou o que sou, e a Sua graça não ficou sem efeito em mim.
Gradual / Salmo 27. 7, 1
     Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Em Deus confiou meu coração, e fui socorrido: e minha carne refloresceu. Eis porque, com toda a minha alma eu O louvarei. . A Vós, Senhor, eu clamo: não silencieis à minha voz, nem Vos afasteis de mim.
Aleluia / Salmo 80. 2-3
Aleluia, aleluia. . Exultai em Deus, nosso protetor; cantai jubilosos ao Deus de Jacó; cantai um alegre salmo com a cítara. Aleluia.
Evangelho segundo São Marcos 7. 31-37
     Tanto a cura do surdo-mudo, como a história das misericórdias divinas em relação a cada um de nós, se resumem no batismo, que nos abriu o espirito e o coração às coisas de Deus.
N aquele tempo, 31saindo Jesus da região de Tiro veio por Sidon ao mar de Galiléia, atravessando o território da Decápole. 32E trouxeram-lhe um surdo-mudo e Lhe rogaram impusesse as mãos sobre ele. 33Jesus, tomando-o dentre o povo, de parte, meteu os dedos em seus ouvidos e tocou-lhe a língua com a saliva. 34Depois, ergueu os olhos para o céu, suspirou, e disse-lhe: Effeta, isto é, abre-te. 35E imediatamente se lhe abriram os ouvidos e se lhe soltou a prisão da língua, e ele falou distintamente. 36Então, Jesus lhes ordenou que a ninguém o dissessem. Não obstante, quanto mais o proibia, tanto mais o divulgavam, 37e mais admirados, diziam: Tudo tem feito bem; fez os surdos ouvirem e os mudos falarem.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 29. 2-3
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Eu Vos exaltarei, Senhor, porque, me atendestes e não deixastes que os meus inimigos se rissem de mim. Senhor, por Vós clamei, e me curastes.
Secreta
     É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Nós Vos pedimos, Senhor, olhai propício a nossa condição servil, a fim de que a nossa oferta Vos seja agradável e sirva de amparo à nossa fraqueza. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Provérbios 3. 9-10
     Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
     Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Honra ao Senhor, oferecendo-Lhe os teus bens e as primícias de teus frutos: os teus celeiros se encherão de trigo, e de vinho transbordarão os teus lagares.
Postcommunio
     Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Fazei, Senhor, que pela recepção deste Sacramento, sintamos conforto na alma e no corpo, e numa e noutro curados, possamos gozar da plenitude do remédio celestial. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Graça do Batismo
Fazei, Senhor, que a graça do santo batismo atinja em mim o seu pleno desenvolvimento.
1 — A cura do surdo-mudo de que fala o Evangelho deste dia (Mc. 7, 31-37), é uma imagem viva da graça do batismo. Também nós, fomos um dia conduzidos à presença de Jesus, num estado semelhante ao daquele pobre homem da Galiléia, isto é, surdos e mudos para a vida do espírito: e Jesus, na pessoa do Seu ministro, recebeu-nos com grande amor na fonte batismal. O sacerdote repetiu sobre nós o mesmo gesto do Mestre Divino e pronunciou a Sua mesma palavra: « effeta! » abre-te! Desde aquele instante o ouvido da nossa alma abriu-se à fé e a língua aos louvores do Senhor e tornamo-nos capazes de ouvir a voz da fé, a voz externa dos ensinamentos da Igreja e a voz interior do Espírito Santo que nos solicita para o bem; desde aquele instante, os nossos lábios puderam abrir-se para a oração, para o louvor, adoração e súplica. Mas depois o tumulto do mundo ensurdeceu-nos, distraiu-nos, o ruído das paixões diminuiu a nossa capacidade de ouvir a voz de Deus; também as conversas inúteis acerca das coisas terrenas, as excessivas ocupações e o interesse pelos acontecimentos do mundo tornaram-nos muitas vezes incapazes de uma oração profunda e sincera. E eis que hoje Jesus quer renovar em nós a graça batismal, quer repetir sobre nós a palavra onipotente: « effeta! ». Como precisamos de que Ele abra os nossos ouvidos, à sua voz, de que Ele nos torne mais atentos, mais sensíveis aos seus chamamentos! « O Senhor chama aos meus ouvidos para que eu o ouça como a um mestre », diz Isaías; e a seguir acrescenta: « Eu não o contradigo; não me retirei para trás » (50, 4 e 5). É esta a graça que hoje devemos pedir ao Senhor: que não somente escutemos a sua voz, mas que a sigamos sempre, sem jamais a contradizer; quanto mais fiéis formos em segui-la, mais nos tornaremos capazes de perceber os Seus suaves murmúrios. Peçamos ao mesmo tempo a graça de que os nossos lábios estejam sempre abertos para louvar o Senhor, para invocar a Sua misericórdia, para pedir humildemente perdão, acusando com sinceridade e arrependimento as nossas culpas.
2 — Os que tinham sido testemunhas do milagre de Jesus, admiravam-se, repetindo: « Fez bem todas as coisas: fez ouvir os surdos e falar os mudos ». Sim, Jesus fez bem todas as coisas, dispôs tudo excelentemente para a nossa santificação, preparou-nos todas as graças necessárias numa medida não só suficiente, mas até superabundante. Infelizmente nem sempre lhes correspondemos e muitas vezes o orgulho, o egoísmo e todas as nossas paixões não domadas convertem em mal o que o Senhor destinou para nosso bem. Se tivéssemos aceitado com amor e resignação aquelas dificuldades, aquelas provas, aquelas contrariedades que Deus permitiu para nos exercitarmos na virtude, teríamos feito grandes progressos, mas, ao contrário, com as nossas impaciências, os nossos protestos e lamentações apenas acumulamos faltas e infidelidades. Temos necessidade de corresponder melhor à graça, de ter o ouvido interior mais apurado a fim de nos apercebermos de todos os convites para o bem que o Senhor continuamente nos dirige através das várias circunstâncias da vida.
A Missa de hoje e particularmente a Epístola (I Cor. 15,1-10), apresenta-nos um magnífico modelo de correspondência à graça. É o Apóstolo São Paulo que, embora na sua humildade se declare « o mínimo dos Apóstolos », exclama no entanto, com toda sinceridade: « Pela graça de Deus sou o que sou, e a sua graça que está em mim, não foi vã ». S. Paulo reconhece que de perseguidor da Igreja se tornou apóstolo, não por mérito seu mas unicamente pela graça; nada atribui a si mas tudo a Deus. Ao mesmo tempo, porém tem consciência da sua correspondência, correspondência que é sempre fruto da graça, mas que inclui também como elemento indispensável, a nossa livre adesão. Portanto, na base da nossa correspondência à graça tem que haver uma atitude de humildade profunda, quer dizer, temos de reconhecer sinceramente que, se existe em nós alguma coisa de bom é devida unicamente a Deus; e a esta atitude temos de juntar o assentimento livre e constante da nossa vontade aos chamamentos divinos. Sem a graça não seremos capazes de dar esse assentimento e contudo, ele depende de nós, está nas nossas mãos. Por isso, como S. Paulo, nada podemos atribuir ao nosso merecimento, mas com ele devemos repetir: « Pela graça de Deus sou o que sou ». A nossa livre adesão à graça deve dar-nos o direito de acrescentarmos: « e a sua graça que está em mim não foi vã ». Só uma adesão constante, fiel, generosa nos dará tal direito.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

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