sexta-feira, 8 de julho de 2016

Edição nº 269

« Liturgia Dominical »
Ano 5 nº 269 10 de julho de 2016
 8º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES
verde – 2a. classe.
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« Chamou então cada um dos devedores de seu senhor, e disse ao primeiro: Quanto deves a meu senhor?  » Ev.


« Abba! Pai! » — Grito de amor filial que o Espírito, hóspede divino, guia de nossas almas, põe na nossa boca, e que penetra até ao Céu.


Intróito / SUSCÉPIMUS Salmo 47. 10-11*, 2
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Alcançamos, ó Deus, vossa misericórdia no meio de vosso templo. Como vosso Nome, ó Deus, assim o vosso louvor se estende até os confins da terra: vossa Destra está cheia de justiça1. Sl. Grande é o Senhor e mui digno de louvores; na cidade de nosso Deus, na sua montanha Santa. . Glória ao Pai.
1. Isto é, da salvação que Ele nos traz.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Tudo devemos a Deus. Na ordem da natureza, e ainda mais na da salvação. Como poderíamos, sem Deus, « viver segundo Deus »?
Concedei-nos, propício, Senhor, que sempre pensemos o que é reto e o pratiquemos, para que, não podendo viver sem Vós, vivamos conforme a vossa vontade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 8. 12-17
« Abba! Pai! » era a oração de Cristo, que sintetiza todo o impulso do seu amor ao Pai e que resume a religião cristã. Rezada no íntimo do cristão pelo Espirito Santo, eleva-o para além da Terra.
12Irmãos: Nós não somos devedores à carne, para que vivamos segundo a carne. 13Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se pelo espírito fizerdes morrer as obras da carne, vivereis. 14Pois, todos os que se deixam conduzir pelo espírito de Deus, esses são filhos de Deus. 15Com efeito, não recebestes o espírito de servidão para continuardes no temor; mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Abba! (Pai). 16E este Espírito dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. 17Ora, se filhos, também somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros do Cristo.
Gradual / Salmo 30. 3; 70. 1
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Sede para mim um Deus protetor e um lugar de refúgio para me salvar. . Ó Deus, em Vós espero; Senhor, não serei confundido para sempre.
Aleluia / Salmo 47. 2
Aleluia, aleluia. . Grande é o Senhor, e mui digno de louvores, na cidade de nosso Deus, na sua montanha santa. Aleluia.
& Evangelho segundo São Lucas 16. 1-9
A parábola do administrador infiel precisa de ser bem compreendida. Não se trata, de maneira nenhuma, de aprovar a gerência desonesta. A lição é clara: como este homem garantiu o futuro, assegurai vós a eternidade, sem pôr nisso menos zelo! O próprio Jesus nos indica o meio; os pobres são os privilegiados do seu reino. Com nossas esmolas façamos deles amigos e, mais tarde, nos introduzirão no Céu.
Naquele tempo, 1disse Jesus a seus discípulos esta parábola: Havia um homem rico que tinha um feitor; e este foi acusado perante ele de haver dissipado os seus bens. 2Então, ele o chamou e lhe disse: Que é isto que ouço dizer de ti? Dá conta de tua administração, porque já não poderás ser feitor. 3Disse o feitor consigo: Que farei, visto que o meu Senhor me tira a administração? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha. 4Sei o que hei de fazer, para que, quando for destituído da administração, encontre quem me receba em sua casa. 5Chamou então cada um dos devedores de seu senhor, e disse ao primeiro: Quanto deves a meu senhor? 6Ele respondeu: Cem medidas de azeite. E o feitor disse: Toma a tua obrigação; senta-te depressa, e escreve cinqüenta. 7Depois disse a outro: E tu, quanto deves? Ele respondeu: Cem alqueires de trigo. Disse-lhe o feitor: Toma as tuas letras, e escreve oitenta. 8E o senhor louvou o feitor infiel, por ter agido com inteligência, porque os filhos deste mundo entre si são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz. 9Portanto, também eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando chegar a vossa hora, eles vos recebam nos tabernáculos eternos.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 17. 28, 32
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Senhor, Vós salvais o povo humilde, e humilhais os olhos dos soberbos. Por que, quem é Deus, senão Vós, Senhor?
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Recebei, Vos pedimos, Senhor, estes dons que por vossa liberalidade Vos oferecemos, a fim de que estes santos Mistérios, pela poderosa eficácia de vossa graça, nos santifiquem durante a vida presente e nos façam chegar às alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 33. 9
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Provai e vede como o Senhor é amável. Bem-aventurado o homem que n'Ele confia.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Senhor, este celestial Mistério renove a nossa alma e o nosso corpo, para que sintamos os efeitos do Mistério que celebramos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
As nossas riquezas
Ó Senhor, ensinai-me a ser um fiel e prudente administrador dos Vossos bens.
1 — Hoje, tal como no domingo passado, S. Paulo, na Epístola da Missa (Rom. 8, 12-17), confronta as duas vidas que se debatem sempre em nós: a vida do homem velho, escravo do pecado e das paixões, que produz frutos de morte, e a vida do homem novo, escravo, ou melhor, filho de Deus, que produz frutos de vida: « Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se, pelo espírito, fizerdes morrer as obras da carne, vivereis ». O batismo fez-nos nascer para a vida do espírito, porém não suprimiu em nós a vida da carne; o homem novo deve combater sempre contra o homem velho, o espírito deve lutar contra a matéria. A graça batismal não nos isentou desta luta, embora nos tornasse capazes de a sustentar. Importa muito estarmos bem convencidos disto para não termos ilusões, para não nos admirarmos de que, depois de longos anos de vida espiritual, se levantem ainda em nós certas batalhas, que talvez pensássemos ter vencido para sempre. É esta a nossa condição: « A vida do homem sobre a terra é uma guerra » (Jó. 7, 1), tanto mais que Jesus disse: « O reino dos céus adquire-se à força » (Mt. 11, 12). Mas a luta contínua não nos deve assustar porque a graça fez-nos filhos de Deus e, como tais, temos todos o direito de contar com a Sua ajuda paternal: « Não recebestes o espírito de escravidão — insiste S. Paulo — para estardes novamente com temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, mercê do qual chamamos, dizendo: Abba, Pai! » E, para fortalecer a nossa fé nesta grande verdade, acrescenta: « O mesmo Espírito dá testemunho ao nosso espírito que somos filhos de Deus ». É como se o Apóstolo nos quisesse dizer: Não sou eu que vos afirma isto, é o Espírito Santo que vo-lo diz e dá testemunho dentro de vós. O Espírito Santo está em nós, em nós suplica ao Pai celestial, em nós suscita a esperança e a confiança; não sois escravos — diz-nos Ele — mas filhos: que temeis? Eis as nossas riquezas: ser filhos de Deus, co-herdeiros de Cristo, templos do Espírito Santo.
2 — Sob o véu duma parábola, à primeira vista um pouco desconcertante, o Evangelho de hoje (Lc. 16, 1-9) ensina-nos a sermos prudentes ao administrar as grandes riquezas da vida da graça. Ao propor esta parábola, certamente que Jesus não pretendeu louvar a conduta do servo « infiel » que, depois de ter roubado em todo o tempo do seu serviço, continuou também a roubar quando soube que ia ser despedido. Contudo, louvou o servo pela astúcia com que soube prevenir-se para o dia de amanhã. A lição da parábola incide precisamente sobre este ponto: « os filhos deste século são mais hábeis, na sua geração, que os filhos da luz. Portanto, eu vos digo: granjeai amigos com as riquezas da iniquidade para que, quando vierdes a precisar, vos recebam nos tabernáculos eternos ». Jesus exorta-nos, a nós os « filhos da luz », a não sermos menos hábeis em olhar pelos interesses eternos do que os filhos « das trevas » em assegurar os bens da terra.
Também nós, como o servo da parábola, recebemos de Deus um patrimônio para administrar: são os dons naturais, mas muito especialmente os dons sobrenaturais com todo o conjunto de graças, de santas inspirações, de incitamento ao bem, que Deus nos prodigalizou. Também para nós chegará o dia de prestar contas, e também nós teremos de reconhecer que fomos tantas vezes infiéis ao negociar com os dons de Deus, em fazer frutificar na nossa alma as riquezas da graça. Como remediar, portanto as nossas infidelidades? É chegado o momento de pôr em prática a lição da parábola por meio da qual, diz Sto. Agostinho: « O Senhor aconselha a todos a valerem-se dos bens terrenos para granjear amigos entre os pobres. Estes, por seu turno, fazendo-se amigos dos seus benfeitores, serão causa da sua admissão no céu ». Por outras palavras, trata-se de saldar as nossas dívidas para com Deus por meio da caridade para com o próximo porque, como diz a Sagrada Escritura, « a caridade cobre a multidão dos pecados » (I Ped. 4, 8). E não se trata apenas da caridade material, mas também da espiritual: não só de coisas grandes, mas também de pequenas, até de mínimas, como um copo de água dado por amor de Deus. Estes pequeninos atos de caridade estão sempre ao nosso alcance e são as riquezas com que pagaremos as nossas dívidas e regularizaremos a « nossa administração ».
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967
ORAÇÃO DO DIZIMISTA
Recebei, Senhor, a minha oferta!
Não é uma esmola, porque não sois mendigo.
Não é uma contribuição a Vós, porque não precisais.
Não é o resto que me sobra que vos ofereço.
Esta importância representa, Senhor,
MEU RECONHECIMENTO, MEU AMOR,
Pois, se tenho, é porque me destes. Amém.

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