sábado, 16 de abril de 2016

Edição nº 256

« Liturgia Dominical »
Ano 5 nº 256  17 de abril de 2016
X 3º DOMINGO DEPOIS DA PÁSCOA
Image and video hosting by TinyPic
« Ainda um pouco de tempo, e já não me vereis; mais um pouco de tempo e me tornareis a ver, porque vou ao Pai. » Ev.



               « Vou para o Pai. Também nós Te seguiremos até Ele, Senhor, que sois o caminho, a verdade e a vida. »


Intróito / Jubiláte Deo Salmo 65. 1-3
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Celebrai a Deus, toda a terra, aleluia. Cantai salmos em honra de seu Nome, aleluia. Tributai-lhe os vossos louvores, aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Dizei a Deus: Como são terríveis as vossas obras, Senhor! Por vosso grande poder, até os vossos inimigos Vos tributam louvores. ℣.Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Aderindo firmemente à sua fé e ao batismo, o cristão rejeita todo o compromisso com o erro e com o pecado.
Ó Deus, que com a Luz de Vossa verdade esclareceis os que estão em erro, para que possam voltar ao caminho da justiça, concedei a todos os que professam a fé cristã, que desprezem tudo que se opõe à santidade deste Nome, e sigam tudo o que lhe é favorável. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Epístola de São Pedro Apóstolo 1. 2. 11-19
Agradamos a Deus, vivendo a nossa existência de homens, com liberdade soberana; à força de cumprir, sem desfalecimentos, os nossos deveres, atrairemos irresistivelmente a estima daqueles que conhecem as nossas convicções cristãs.
Caríssimos: Rogo-vos, como estrangeiros e peregrinos1 que sois [neste mundo] que renuncieis aos desejos carnais que combatem contra a alma. Tende um bom procedimento entre os pagãos, para que, em vez de detratarem de vós como de malfeitores, vendo as vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia de sua visita2. Sede, pois, submissos a toda instituição humana, por amor de Deus; seja ao rei, como soberano, seja aos governadores, como enviados seus, para castigo dos malfeitores e para louvor dos bons. Porque esta é a vontade de Deus, que, praticando o bem, façais emudecer a ignorância dos homens insensatos. Vivei como homens livres, mas não como fazendo da liberdade um véu da malícia, e sim como servos de Deus. Honrai a todos; amai a vossos irmãos; temei a Deus; respeitai o rei. Servos, sede obedientes com todo o temor a vossos senhores, não somente aos bons e moderados, como também aos geniosos. Porque isto é uma graça no Cristo Jesus, Senhor Nosso.
1. A verdadeira pátria dos cristãos é o Céu.
2. No juízo final, ou então, no dia em que a graça for concedida aos incrédulos.

Aleluia / Salmo110. 9; Lucas 24. 46
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Aleluia, aleluia. ℣.O Senhor enviou a Redenção a seu povo. Aleluia. ℣.Era necessário que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos e assim entrasse em sua glória. Aleluia.
& Evangelho segundo São João 16. 16-22
O regresso de Cristo é, ao mesmo tempo, a sua presença na vida do fiel e da Igreja, e a sua vinda gloriosa no fim dos tempos. A segunda vinda não está longe, adverte S. Agostinho. « A espera parece longa, porque se passa neste mundo; mas quando terminar, veremos como foi curto » (matinas).
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: « Ainda um pouco de tempo, e já não me vereis; mais um pouco de tempo e me tornareis a ver, porque vou ao Pai. » Disseram, então, alguns dos seus discípulos entre si: « Que é isto, que Ele nos diz: Ainda um pouco de tempo e não me vereis; mais um pouco de tempo e me tornareis a ver, porque vou ao Pai? » Diziam, pois: « Que quer dizer com isso: « Um pouco de tempo? » Não sabemos o que Ele quer dizer. » Conheceu, porém, Jesus que eles O queriam interrogar, e disse-lhes: Sobre isso discutis entre vós, porque eu disse: Ainda um pouco de tempo e não me vereis; mais um pouco de tempo e me tornareis a ver. Em verdade, em verdade, eu vos digo: Haveis de chorar e vos lamentar, enquanto o mundo há-de se alegrar; vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em gozo. Uma mulher, quando dá à luz, tem tristeza, porque veio a sua hora, mas logo que a criança nasce, já não se lembra da aflição, pela alegria por haver nascido ao mundo um homem.  Assim vós outros, agora estais tristes, mas outra vez vos verei; então alegrar-se-á o vosso coração; e ninguém vos há de tirar a vossa alegria.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 145. 2
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
        Louva a minha alma, ao Senhor. Louvarei ao Senhor durante toda a minha vida. A meu Deus eu cantarei salmos enquanto viver, aleluia.
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Concedei-nos, Senhor, que por estes mistérios, nos seja dado mitigar os desejos terrenos, e aprendamos a amar as coisas celestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / João 16. 16
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Ainda pouco de tempo, e não me vereis, aleluia. Mais um pouco de tempo e me tornareis a ver, porque vou ao Pai. Aleluia
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Nós vos pedimos, Senhor, que estes Sacramentos que recebemos como alimento para nossas almas nos renovem e nos protejam como auxilio para os nossos corpos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Peregrinos de Deus
Fazei, ó Senhor, que as coisas terrenas não prendam o meu coração e não o impeçam de aspirar ao céu.
1 — A liturgia de hoje começa a orientar o nosso pensamento para a próxima Ascensão de Jesus ao Céu. « Um pouco e já não me vereis... porque vou para o Pai ». O Evangelho do dia (Jo. 16, 16-22), que relata esta passagem, é tirado do discurso que o Senhor fez aos Apóstolos na tarde da última ceia, com o fim de os preparar para a Sua partida, antes de ir para a Paixão, mas a Igreja gosta de no-lo apresentar hoje como o discurso de despedida de Jesus antes da Sua Ascensão. Uma vez cumprida a Sua missão, Ele deve regressar ao Pai que O enviou. Um dia acontecer-nos-á o mesmo a nós: a terra não é a nossa morada estável, mas só o lugar da nossa peregrinação. E Jesus disse: « Um pouco e já não me vereis; e outra vez um pouco e ver-me-eis ». Estas palavras, obscuras para os Apóstolos que não as compreenderam, são hoje muito mais claras para nós. « Um pouco » quer dizer, o tempo da nossa vida — que em comparação com a eternidade é de fato muito pouco — e chegará também para nós o momento de deixarmos a terra para seguirmos Jesus até ao céu, onde O veremos na glória. E então, como disse o Senhor, « o nosso coração se alegrará, ninguém nos tirará a nossa alegria ». Mas antes de chegar a este feliz fim, é preciso passar pelas adversidades, lutas e sofrimentos da vida terrena. Ainda que tudo isto seja « pouco » comparado ao « desmesurado peso de glória que nos espera » (cfr. II Cor. 4,17), o Senhor sabe que, para nós, presos como estamos pelas vicissitudes da vida terrena, é « muito » e penoso, e por isso nos põe de sobreaviso para que não nos escandalizemos: « Vós haveis de chorar e de gemer e o mundo se há de alegrar ». O mundo goza e quer gozar a todo custo, totalmente imerso nos prazeres da vida presente, sem qualquer pensamento sobre o que o espera para além. E se não pode fugir aos inevitáveis sofrimentos da vida, procura abafar a dor no prazer, esforçando-se por tirar de cada instante fugitivo o maior gozo possível. Não age assim o cristão que se impõe uma vida de sacrifícios e de renúncia em vista de uma felicidade ultraterrena: « haveis de estar tristes — diz Jesus — mas a vossa tristeza há de converter-se em alegria ».
2 — A Epístola (I Ped. 2, 11-19), exorta-nos igualmente a viver na terra com os olhos voltados para o céu: « Caríssimos — diz S. Pedro — rogo-vos que, como estrangeiros e peregrinos, vos abstenhais dos desejos carnais que combatem contra a alma ». O peregrino não pode demorar-se a gozar dos alívios e alegrias que encontra no seu caminho sem comprometer o bom êxito da sua viagem e ainda sem correr o risco de não alcançar a meta. Do mesmo modo o cristão, peregrino de Deus, não pode parar nos bens terrenos; poderá sem dúvida servir-se e até gozar deles se a Providência os puser no seu caminho, mas com um coração desprendido que imediatamente os ultrapassa; nada pode embaraçar o seu passo porque tem pressa de chegar ao fim. A vida do cristão é a vida do viandante em terra estrangeira que nunca para porque está ansioso por chegar à pátria. Muito a propósito, a Secreta da Missa põe hoje nos nossos lábios a seguinte oração: « Por estes mistérios, concedei-nos, Senhor, que desprezando os desejos terrenos, aprendamos a amar as coisas celestiais ». Oração de que temos muita necessidade, porque as satisfações e os bens presentes, com o seu caráter concreto, podem sempre apoderar-se dos nossos sentimentos e do nosso coração, diminuindo a nossa ânsia do céu e fazendo-nos esquecer um pouco a caducidade do que é terreno.
Outra característica do peregrino é não estar satisfeito enquanto não chegar à pátria, o que lança sobre a sua vida um véu de tristeza. Também o cristão, peregrino de Deus, não pode estar plenamente satisfeito enquanto não chegar ao céu e possuir Deus. Corre suspirando por Ele, apressando o passo, confortado pela esperança de O encontrar um dia « face a face », mas essa esperança inclui um sentimento de tristeza porque espera o que não possui ainda. É a tristeza santa daqueles que procuram a Deus. Agradeçamos ao Senhor se no-la fizer experimentar: é bom sinal, é sinal de que o nosso coração está preso pelo Seu amor e de que as coisas terrenas já não podem saciá-lo. Recordemos por isso, ainda uma vez, a consoladora promessa de Jesus: « a vossa tristeza há de converter-se em alegria ».
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

Nenhum comentário:

Postar um comentário