sábado, 5 de março de 2016

Edição nº 250

Dóminus "O Senhor"
Dóminus ­- Ano 5 - Edição nº 250
6 de março de 2015
X 4º DOMINGO DA QUARESMA (Laetare)
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En­tão Jesus tomou os pães, e, tendo dado graças, distribuiu-os aos que estavam sentados; e igualmente os peixes, quanto eles queriam. Ev.
Intróito / Isaías 66. 10,11; Salmo 121. 1
   O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
    Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
 Rejubila, Jerusalém, e vós to­dos, os que a amais, reuni-vos para partilhar do seu júbilo. Re­gozijai-vos com ela de prazer, vós que tendes vivido na tristeza, porque sereis saciados de conso­lações abundantes. Sl. Alegrei-me naquilo que me foi dito: Ire­mos para a casa do Senhor. ℣. Glória ao Pai.
 Oração (Colecta)
   Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
    Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
 Concedei, Senhor omnipotente, que nós, que somos merecidamente castigados pela nossa má conduta, encontremos refrigério na paz da vossa graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Gálatas 4. 22-31
    Em linguagem alegórica, em que Agar prefigura a Sinagoga, e Sara, a Igreja, S. Paulo dá-nos a interpretação duma cena célebre do Gênesis (16; 21.1-21), demonstrando que, na economia da salvação, tudo depende do dom de Deus - « a Promessa ». Os herdeiros desta promessa são os que crêem em Jesus, que é a sua realização.
 Irmãos: Está escrito que Abraão teve dois filhos: Um da escrava, e outro da livre. Mas o da escrava, nasceu segundo a carne; e o da livre, em virtude da promessa. Em tudo isto se pode ver uma alegoria: Estas mulheres são as duas alianças: - Uma, a do monte Sinai, que gera para a escravidão: É Agar, pois o monte Sinai é um monte da Arábia, o qual corres­ponde à Jerusalém atual, que é escrava com seus filhos. Porém, a Jerusalém do Céu é livre, e é nossa mãe, pois está escrito: alegra-te, estéril, tu que não dás à luz; exulta e grita, tu que não estás de parto, porque os filhos da abandonada são mais do que os da que ficou com o marido1. Ora nós, irmãos, somos filhos da promessa, como Isaac. Mas, assim como aquele que tinha nascido, então, segundo a carne, perseguia o que tinha nascido segundo o espírito, assim é o mesmo agora. Que diz, porém, a Escritura? Expulsa a escrava e o seu filho, porque o filho da escrava não será herdeiro com o filho da livre2. É assim, irmãos, que nós não somos filhos da escrava, mas da livre; e esta liberdade foi Cristo que no-la deu.
1 Isaías 54. 1.
2 Genesis 21. 10.
Gradual / Salmo 121. 1, 7
    Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
 Alegrei-me com aquilo que me foi dito: Iremos para a casa do Senhor. ℣. Haja paz nas tuas muralhas, e abundância nos teus palácios.
Tracto / Salmo 124. 1-2
    Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
    No Tempo da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
 Aqueles que confiam no Senhor são como a montanha de Sião, porque não vacilará jamais o que habita em Jerusalém. ℣. Está cingida de montanhas, e o Se­nhor vela em volta do seu povo, agora e sempre.
& Evangelho segundo São João 6. 1-15
    A multiplicação dos pães é anúncio e símbolo da Eucaristia, que é, por excelência, o sacramento pascal, prometido aos batizados. «Os vossos pais comeram o maná, no deserto, e morreram. Eu sou o pão vivo, descido do céu; todo aquele que comer deste pão, viverá eternamente. E o pão, que Eu darei, é a minha carne, para a vida ao mundo.»
 Naquele tempo: Passou Jesus à outra banda do mar da Galileia, isto é, de Tiberíades, acompanhando-O uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em favor dos que estavam enfer­mos. Subiu, pois, Jesus, a um monte, e sentou-se ali com seus discípulos. Ora a Páscoa, a festa dos Judeus, estava próxima3. Jesus, então, tendo levantado os olhos, e vendo que vinha ter com Ele uma grande multidão, disse a Filipe: Onde compraremos nós pão, para dar de comer a esta gente? Dizia, porém, isto, para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer. Respondeu-lhe Filipe: Duzentos dinheiros de pão não bastam para que cada um receba um pequeno bocado. Um de seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: Está aqui um rapaz, que tem cinco pães de cevada e dois peixes: mas que é isto para tanta gente? Jesus, porém, disse: Fa­zei sentar essa gente. - Naquele lugar havia muito feno. - Senta­ram-se, pois, em número de cerca de cinco mil homens. En­tão Jesus tomou os pães, e, tendo dado graças, distribuiu-os aos que estavam sentados; e igualmente os peixes, quanto eles queriam. Uma vez saciados, disse a seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que se não percam. Recolheram-nos eles, e encheram doze cestos com os pe­daços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que tinham comido. Vendo então aqueles homens o milagre que Jesus fi­zera, diziam: Este é verdadeira­mente o Profeta que deve vir ao Mundo. Jesus, porém, sabendo que O viriam arrebatar para O fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
3 Esta citação cronológica tem por fim dar a perceber que Jesus vai anunciar a instituição da verdadeira Páscoa.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
    Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 134. 3,6
   Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
    Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
 Louvai o Senhor, porque é bom; cantai ao seu nome um salmo, porque é suave, e fez no Céu e na Terra tudo o que quis.
Secreta
    É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
    É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
 Dignai-Vos olhar, Senhor, com bondade, para este sacrifício, e fazei que nos aproveite ao nosso progresso e à nossa salvação espiritual. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 121. 3-4
    Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
    Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
 A Jerusalém, cidade santa, cujas partes formam um todo admirável; lá sobem as tribos do Senhor para louvar o seu nome.
Postcommunio
    Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
 Concedei-nos, Deus de misericórdia, que celebremos com piedade sincera, e recebamos, de coração puro, aqueles santos mistérios, de que sem cessar nos alimentamos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Multiplicação dos Pães
Ó Jesus, verdadeiro pão de vida eterna, saciai a minha fome.
    1 — O Domingo de hoje é uma pausa de santa alegria, de alívio espiritual que a Igreja, como uma boa mãe, nos oferece no meio das austeras práticas quaresmais, como para nos refazer as forças. «Alegra-te Jerusalém — canta o Introito da Missa — juntai-vos em grande festa, vós todos os que a amais. Rejubilai de alegria, vós que estivestes em dor. Exultai e saciai-vos da abundância do seu gozo. E quais são estes gozos? O Evangelho do dia (Jo. 6, 1-15), responde-nos com a narração da multiplicação dos pães, o grande milagre mediante o qual Jesus quer preparar a multidão para o anúncio de um milagre muito mais estrondoso, a instituição da Eucaristia, em que Ele, o Mestre, Se tornará nosso pão, «pão descido do céu» (Jo. 6, 41) para alimento das nossas almas. Eis o motivo da nossa alegria, eis a fonte das nossas delícias: Jesus é o pão da vida, sempre à nossa disposição, sempre pronto para nos saciar a fome.
   Mas Jesus, embora apreciando melhor do que nós os valores espirituais, não esquece nem despreza as necessidades materiais do homem. O Evangelho de hoje apresenta-no-lO rodeado por uma multidão que O tinha seguido para ouvir os Seus ensinamentos; Jesus pensa na fome daquela gente, e, para prover a essa fome, realiza um dos mais ruidosos milagres: cinco pães e dois peixes, abençoados por Ele, chegam para saciar cinco mil homens, sobrando ainda doze cestos.
   Jesus sabe que quando o homem está atormentado pela fome, pelas necessidades materiais, é incapaz de atender às coisas do espírito. A caridade exige-nos também esta compreensão das necessidades materiais do próximo, compreensão efetiva que se traduz em ação eficaz. « Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem do alimento quotidiano e algum de vós lhe disser: 'ide em paz...' porém não lhes der as coisas necessárias ao corpo, de que lhes aproveitará? » (Tgo. 2, 15 e 16).
   Os apóstolos tinham proposto ao Mestre que despedisse a multidão « para que, indo às aldeias, comprasse de comer » (Mt. 14, 15). Jesus não aceitou a proposta e quis providenciar pessoalmente. Procura também tu, tanto quanto puderes, nunca despedir o próximo necessitado sem lhe ter prestado a tua ajuda.
   2 — Antes de fazer o milagre, Jesus pergunta a Filipe: « Onde compraremos nós pão para dar de comer a esta gente? », e observa o Evangelista: « Dizia, porém, isto, para o experimentar, porque sabia o que havia de fazer ». Não há circunstância difícil na nossa vida cuja solução Deus não conheça; desde a eternidade previu todos os casos, mesmo os mais complicados, e tem pronto o remédio. Todavia, em circunstâncias difíceis, talvez nos pareça que Deus nos deixa sós como se a solução dependesse de nós, mas fá-lo unicamente para nos provar. Ele quer que, medindo a sós as nossas forças perante as dificuldades, tenhamos plena consciência da nossa impotência e insuficiência, e por outro lado, quer que nos exercitemos na fé, na confiança nEle. Na realidade, o Senhor nunca nos abandona se não somos nós os primeiros a deixá-lO; apenas Se esconde, escondendo também a Sua ação: é então o momento de crer, crer fortemente e esperar com humilde paciência, com plena confiança.
   Os apóstolos avisam Jesus de que um rapaz tem cinco pães e dois peixes: bem pouca coisa, mesmo nada, para saciar a fome de cinco mil homens; mas o Senhor pede aquele nada e serve-Se dele para operar o grande milagre. É sempre assim: Deus onipotente que tudo pode fazer e criar do nada, quando Se encontra diante da Sua criatura livre, não quer agir sem o seu concurso. É bem pouco o que o homem pode fazer, mas aquele pouco Deus o quer, pede e exige como condição da Sua intervenção. Somente o Senhor te pode santificar, como só Ele podia multiplicar as poucas provisões do rapaz e, no entanto, pede a tua cooperação. Também tu, como o rapaz do Evangelho, dá-Lhe tudo quanto possuis, ou seja, apresenta-Lhe todos os dias os teus propósitos sempre renovados, com constância e amor e Ele também operará para ti um grande milagre, o milagre da tua santificação.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

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