sábado, 15 de novembro de 2014

Dóminus 176

Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico ­- Ano 4 - Edição nº 176
X 23º Domingo depois de Pentecostes
16 de novembro de 2014.
Image and video hosting by TinyPic

Senhor, cumpri em mim os Vossos desígnios de paz e de amor, fazendo-me renascer para uma vida plenamente fervorosa.
Intróito / Jeremias 29. 11-14;  Salmo 84. 2;
        O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
            Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Assim diz o Senhor: Meus pensamentos são de paz e não de aflição. Clamai por mim e eu vou ouvirei. Reconduzir-vos-ei de vosso cativeiro, de todos os lugares. Sl. Abençoastes, Senhor, a vossa terra; livrastes Jacó do cativeiro. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
        Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
            Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Dignai-Vos, Senhor, perdoar os delitos de vosso povo, a fim de que por vossa benignidade, sejamos livres dos laços dos pecados que por nossa fraqueza contraímos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Leitura epístola de São Paulo Apóstolo aos Filipenses 3. 17-21; 4. 1-3
Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a vida cristã.
 Irmãos: Sede meus imitadores e observai os que andam conforme o exemplo que tendes visto em mim. Pois muitos há, de quem muitas vezes vos tenho falado (e ainda agora falo com lágrimas), que procedem como inimigos da Cruz do Cristo. O fim deles é a perdição; tem por deus o ventre; gloriam-se daquilo de que se deviam envergonhar, gostando somente das coisas terrenas. Quanto a nós, o nosso viver é nos céus, de onde também esperamos o Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso mísero corpo tornando-o semelhante ao seu corpo glorificado, pelo poder que tem de sujeitar a Si todas as coisas. Portanto, irmãos meus, muito amados e queridos, alegria e coroa minha, permanecei assim firmes no Senhor, caríssimos. Rogo a Evódia e suplico a Síntiquem, sejam unidas no Senhor. E peço também a ti, meu fiel companheiro, que as ajudes porque comigo trabalharam em prol do Evangelho com Clemente e meus outros colaboradores, cujos nomes estão no livro da vida.
Gradual / Salmo 43. 8-9
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Vós nos livrastes, Senhor, dos que nos afligiam e confundistes os que nos odiavam. ℣.Em Deus nos gloriamos todo o dia; e louvamos eternamente o vosso Nome.
Aleluia / Salmo 129. 1-2

Aleluia, aleluia. ℣. Das profundezas do abismo, clamei a Vós, Senhor! Senhor atendei à minha oração. Aleluia.
& Evangelho segundo São Mateus 9. 18-26
Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé.
N aquele tempo, falava Jesus ao povo, quando se aproximou d'Ele um príncipe da sinagoga e O adorou, dizendo: Senhor, agora mesmo faleceu a minha filha; mas vinde, imponde a vossa mão sobre ela, e viverá. Jesus levantou-se e seguiu-o com os seus discípulos. E eis que uma mulher, que havia doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegou-se por detrás d'Ele e tocou-Lhe na orla do vestido. Porque dizia consigo: Se eu tão somente tocar no seu vestido, ficarei curada. Voltou-se Jesus, e vendo-a disse: Tem confiança, filha, tua fé te salvou. E naquela hora a mulher foi curada. Quando Jesus chegou à casa do príncipe, e viu os tocadores de flauta e muita gente em alarido, disse-lhes: Retirai-vos, porque a menina não está morta, mas dorme. E riam-se d'Ele. Mas depois que fez sair a gente, Jesus entrou, tomou a menina pela mão, e ela se levantou. E divulgou-se a notícia deste milagre por toda aquela região.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Ofertório / Salmo 129. 1-2
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Das profundezas do abismo, eu clamo a Vós, Senhor! Senhor, atendei à minha oração. Das profundezas do abismo, eu clamo a Vós, Senhor.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Para aumentar o nosso zelo em Vos servir, nós Vos oferecemos, Senhor, este sacrifício de louvor, a fim de que por vossa bondade completeis em nós o que sem merecimento nosso nos confiastes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / S. Marcos 11. 24
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Em verdade, vos digo: tudo o que pedirdes em vossa oração, crede que o recebereis, e vos será feito.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Nós Vos suplicamos, ó Deus onipotente, não permitais sucumbam aos perigos humanos aqueles a quem concedestes a alegria de participar dos divinos Mistérios. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Desígnios de Paz e de Amor
      1 — Apesar dos altos ideais e do desejo de santidade, encontramo-nos sempre cheios de misérias, sempre em dívida para com Deus e, ao aproximarmo-nos dEle, a nossa alma treme com razão: como nos acolherá? Não nos afastará de Si? A resposta, porém, é muito diferente da que nós merecíamos: «Os meus desígnios a vosso respeito, diz o Senhor, são de paz e não de desgraça. Invocar-me-eis e hei-de atender-vos. Hei-de reconduzir- vos de todos os países onde estáveis cativos». Estas consoladoras palavras que lemos hoje no Intróito da Missa abrem de par em par o nosso coração às mais doces esperanças: apesar de tudo, Deus ama-nos, Deus é sempre o nosso Pai e quer libertar-nos da escravidão das nossas paixões e das nossas fraquezas. Sobe então espontaneamente aos lábios a humilde invocação da Colecta: «Perdoai, Senhor, as faltas do Vosso povo, para que, pela Vossa bondade, sejamos livres dos laços dos pecados contraídos por nossa fraqueza». A humildade, o reconhecimento sincero das próprias faltas, é sempre o ponto de partida para a conversão.
S. Paulo, na Epístola, fala-nos da conversão (Fil. 3, 17-21; 4, 1-3): «Muitos, de quem muitas vezes vos falei e também agora falo com lágrimas, procedem como inimigos da cruz de Cristo... gostando somente das coisas terrenas». Praticamente, cada vez que fugimos do sacri­fício, que protestamos contra a dor ou buscamos satis­fações egoístas, comportamo-nos como inimigos da cruz de Jesus e assim a nossa vida torna-se muito terra a terra, muito presa às criaturas, demasiado pesada para nos podermos elevar ao céu. Temos de nos converter, de nos desprender, de nos recordar de que «somos cidadãos do céu» e por isso, devemos abraçar de boa vontade as fadigas da viagem de regresso à pátria bem-aventurada. Para nos animar, S. Paulo põe-nos diante dos olhos os esplendores da vida eterna: «Jesus Cristo... transformará o nosso corpo de miséria, fazendo-o semelhante ao Seu glorioso». Eis os «desígnios de paz», eis os grandes desígnios de amor que o Pai celeste tem sobre nós: libertar-nos da escravidão do pecado e conformar-nos com o Seu Filho até nos tornar participantes da Sua gloriosa ressurreição. Desígnios maravilhosos, mas que não se realizarão se os não secundarmos. «Portanto, meus muito amados e desejados irmãos, minha alegria e minha coroa — suplica o Apóstolo — permanecei assim firmes no Senhor». Firmes, quer dizer constantes na conversão; firmes na humildade, na confiança, no amor à cruz.
2 — O Evangelho do dia (Mt. 9, 18-26) é uma prova evidente desta, transformação que Deus quer        efetuar em nós, é um exemplo do modo como Ele realiza os Seus desígnios de paz naqueles que recorrem a Ele com um coração humilde e confiante. Em primeiro lugar a hemorroíssa[1]: o seu mal é tenaz, há doze anos que resiste a todos os remédios; a pobre mulher, humilhada e confusa, não ousa, como os outros doentes, apresentar-se diretamente a Jesus, mas por outro lado a sua fé é tão grande que pensa: «Ainda que eu toque somente o Seu vestido, serei curada»; aproxima-se furtivamente e toca-Lhe ao de leve na orla do manto. Jesus adverte aquele leve toque e, voltando-Se, diz: «Tem confiança, filha; a tua fé te salvou». Nenhum pedido, nenhuma súplica externa, o que comove o Senhor é a prece daquele coração humilde, confiante e cheio de fé.
Como Jesus curou aquela mulher, quer curar as nossas almas, mas espera disposições semelhantes às suas. Muito facilmente nos contentamos com orações vocais enquanto o coração permanece frio e ausente; mas Jesus vê o coração e quer a oração do coração: grito de humildade e confiança, grito que sobe direito ao Coração divino. De resto, como somos mais afortunados do que a pobre doente! Ela conseguiu uma só vez tocar na fímbria do manto de Jesus, ao passo que a nossa alma todos os dias, na comunhão, está em con­tato com o Seu Corpo e o Seu Sangue. Oh! se tivéssemos uma fé tão grande como um grão de mostarda!
O  Evangelho narra ainda um segundo milagre. A filha de Jairo não está doente, está morta. Mas para Jesus não é mais difícil ressuscitar um morto do que curar um doente. Como verdadeiro Senhor da vida e da morte, «tomou-a pela mão e a menina levantou-se». Jesus é a nossa ressurreição não só para a vida eterna quando, a um sinal Seu, o nosso corpo ressuscitar glorioso e de novo se unir à alma, mas é também a nossa ressurreição nesta vida: ressurreição da morte do pecado para a vida da graça, ressurreição de uma vida tíbia para uma vida fervorosa, ou de uma vida fervorosa para uma vida santa.
Aproximemo-nos de Jesus com a humildade e a con­fiança da hemorroíssa e peçamos-Lhe, de todo o coração, que cumpra em nós os Seus desígnios de amor, arran­cando-nos da mediocridade duma vida espiritual emba­raçada ainda nos laços do egoísmo, para nos lançarmos decididamente no caminho da santidade.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.


[1] Mulher que sofre de distúrbios relacionado a fluxo sanguíneo contínuo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário