sábado, 1 de novembro de 2014

Dóminus 174

Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico ­- Ano 4 - Edição nº 174
X Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
Missa Paroquial – 07:00

Na intenção de nosso saudoso pároco Pe. José Paulo Vieira. (2009)
2 de novembro de 2014.
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Ó Senhor, dai o eterno descanso às almas dos fiéis defuntos e fazei que o pensamento dá morte me estimule a uma maior generosidade.
Como lucrar indulgências para os Fiéis Defuntos.[1]


Intróito / (4. Esdras, 2, 34 e 35)
        O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Descanso eterno dai-lhes, Senhor; e a luz perpétua os ilumine. (Sl. 64. 2-3). A Vós ó Deus, devemos dirigir o nosso louvor, em Sião; a Vós pagaremos o voto, em Jerusalém. Ouvi a minha oração; a Vós virá toda a carne. (Repete-se): Descanso eterno.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
            Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Ó Deus, Criador e Redentor de todos os fiéis, concedei às almas de vossos servos e servas, a remissão de todos os pecados, a fim de que alcancem o perdão que sempre esperaram de vossa misericórdia, pelas nossas humildes orações. Vós que, sendo Deus, viveis.
& Leitura epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios 1 15. 51-57
Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a vida cristã.
Irmãos, é de um mistério que eu vos falo: não morreremos todos, mas todos seremos transformados: num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final. A esta convocação, os mortos ressuscitarão, incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque o que é corruptível deve revestir a incorruptibilidade, e o que é mortal deve revestir a imortalidade. Quando o que é mortal tiver revestido a imortalidade, então se realizará a palavra da Escritura: A morte foi submergida na vitória. Onde está, ó Morte, a tua vitória? Onde está, ó Morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado; a força do pecado é a Lei. Graças, pois, a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo!
Gradual / 4 Esdras, 2, 34 e 35; Salmo 111, 7
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Na Missa dos Fiéis Defuntos, o Aleluia é substituído pelo Trato.
Repouso eterno, dai-lhes, Senhor; brilhe sobre eles a luz sem fim. ℣.O justo deixa lembrança eterna; não teme a pena, da perdição.
Trato
Livrai, Senhor, os fiéis defuntos de todo o laço dos seus pecados. ℣.Pelo socorro da vossa graça, por vós escapem da má sentença. ℣.Felizes gozem da eterna luz.

Sequência
Dies iræ, dies illa
Solvet sæclum in favílla:
Teste David cum Sibýlla.

Quantus tremor est futúrus,
Quando judex est ventúrus,
Cuncta stricte discussúrus!

Tuba, mirum spargens sonum
Per sepúlcra regiónum,
Coget omnes ante thronum.

Mors stupébit et natúra,
Cum resúrget creatúra,
Judicánti responsúra.

Liber scriptus proferétur,
In quo totum continétur,
Unde mundus judicétur.

Judex ergo cum sedébit,
Quidquid latet, apparébit:
Nil multum remanébit.

Quid sum miser tunc dictúrus?
Quem patrónum rogatúrus,
Cum vix justus sit secúrus?

Rex treméndæ majestátis,
Qui salvándos salvas gratis,
Salva me, fons pietátis.

Recordáre, Jesu pie,
Quod sum causa tuæ viæ:
Ne me perdas illa die.

Quærens me, sedísti lassus:
Redemísti Crucem passus:
Tantus labor non sit cassus.

Juste judex ultiónis,
Donum fac remissiónis
Ante diem ratiónis.

Ingemísco, tamquam reus:
Culpa rubet vultus meus:
Supplicánti parce, Deus.

Qui Maríam absolvísti,
Et latrónem exaudísti,
Mihi quoque spem dedísti.

Preces meæ non sunt dignæ:
Sed tu bonus fac benígne,
Ne perénni cremer igne.

Inter oves locum præsta,
Et ab hoedis me sequéstra,
Státuens in parte dextra.

Confutátis maledíctis,
Flammis ácribus addíctis:
Voca me cum benedíctis.

Oro supplex et acclínis,
Cor contrítum quasi cinis:
Gere curam mei finis.

Lacrimósa dies illa,
Qua resúrget ex favílla
Judicándus homo reus.

Huic ergo parce, Deus.
Pie Jesu Dómine,
Dona eis réquiem. Amen.



Dia de ira, aquele dia:
Tudo será cinza fria,
Diz Davi, diz a Sibila.

Quanto tremor há de haver,
Quando o Juiz aparecer
Para tudo examinar.

Correrão todos ao trono,
Quando em meio ao grande sono,
Soar terrível trombeta.

A morte e o mundo se espantam:
As criaturas levantam;
Ao Juiz vão responder.    

Um livro será trazido,
No qual tudo está contido,
Por onde o mundo é julgado.

Logo que o Juiz se assente,
Será o oculto evidente,
Nada impune ficará.

Pobre de mim, que farei?
Que patrono rogarei,
Se o próprio justo se inquieta?  

Rei de horrível majestade,
Que salvais só por piedade,
Só por graça me salvais!

Recordai, ó Bom Jesus,
Fui causa da vossa cruz,
Não me percais nesse dia!

A buscar-me vos cansastes,
Pela cruz me resgatastes,
Não seja vã vossa obra!

Juiz do justo castigo,
Piedoso para comigo,
Perdoai-me antes do dia.

Gemo, e todo me emrubesço,
Minha culpa reconheço,
Ouvi-me, ó Deus, e poupai-me!

Madalena perdoando,
Ao bom ladrão escutando,
Esperança Vós me destes.

Meu pedido não é digno,
Mas Vós, Senhor, sois benigno:
Não me queime o fogo eterno.

No rebanho, dai-me abrigo,
Arrancai-me do inimigo,
Colocando-me à direita.

Separando os condenados
À eterna chama votados,
Entre os benditos chamai-me!

Do meu coração contrito,
Escutai, Senhor, o grito,
Tomai conta do meu fim.

Lacrimoso aquele dia,
Quando em meio à cinza fria,
O homem, réu, levantar-se.

Ó Jesus, piedoso e manso,
Dai-lhe então vosso descanso
Poupai-o, Senhor! Amém.


& Evangelho segundo São João 5. 25-29


Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão dos judeus: "Em verdade, em verdade eu vos digo, vem a hora, e é agora, em que os mortos irão ouvir a voz do Filho de Deus, e aqueles que a tiverem ouvido viverão. Assim como o Pai tem a vida em si, assim deu ao Filho o poder de ter a vida nele: e deu-lhe o poder de exercer o julgamento, porque é o Filho do homem. Não vos espanteis: vem a hora em que todos aqueles que jazem nos túmulos ouvirão a voz do Filho de Deus; e sairão: os que tiverem praticado o bem, ressuscitando para a vida; os que tiverem praticado o mal, ressuscitando para o julgamento".
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Ofertório
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Senhor Jesus Cristo, Rei da glória, livrai as almas de todos os fiéis defuntos das penas do inferno e do lago profundo. Livrai-as da boca do leão; o abismo não as trague e não caiam nas profundezas tenebrosas, mas o Arcanjo São Miguel, que empunha o estandarte divino, queira conduzi-las para a luz santa, que outrora prometestes a Abraão e à sua posteridade. ℣.Hóstias e preces de louvor, nós Vos oferecemos, Senhor; recebei-as pelas almas que hoje rememoramos; fazei-as passar, Senhor, da morte para a vida, que outrora prometestes a Abraão e à sua posteridade.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Nós Vos suplicamos, Senhor, aceitai, benigno, esta hóstia que Vos oferecemos, como Sacrifício propiciatório, pelas almas de vossos servos e servas, a fim de que lhes concedais a recompensa, depois de lhes terdes outorgado o mérito da fé cristã. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / 4 Esdras, 2, 3 e 34
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
A luz eterna os ilumine, ó Senhor, com os vossos Santos, em todos os séculos; porque sois misericordioso. ℣. Descanso eterno, dai-lhes, Senhor, e a luz perpétua os ilumine. Com os vossos Santos, em todos os séculos; porque sois misericordioso.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Concedei-nos, Senhor, sejam as nossas súplicas proveitosas às almas de vossos servos e servas, a fim de que, livres de seus pecados, possam participar dos frutos da redenção. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.

Absolvição
 Senhor, naquele dia terrível livrai-me da morte eterna: dia em que serão abalados Céu e Terra! X E em que Vós vireis julgar o mundo pelo fogo. ℣.Tremo e temo, na lembrança desse juízo apertado e dessa ira futura. Dia em que serão abalados Céu e Terra! ℣.Dia de ira, esse dia, de calamidade e de miséria, dia grande, mas quão amargo! X Em que Vós vireis julgar o mundo pelo fogo. ℣.Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso, entre os resplendores da luz perpétua. Senhor, naquele dia terrível livrai-me da morte eterna: dia em que serão abalados Céu e Terra! X E em que Vós vireis julgar o mundo pelo fogo.
℣.Senhor, tende piedade nós.
. Jesus Cristo tende piedade nós.
℣.Senhor tende piedade de nós.
Pai Nosso...
℣.E não nos deixeis cair em tentação.
R. Mas livrai-nos do mal.
℣.Das portas do inferno.
℣.Livrai, Senhor a sua alma.
℣.Descanse em paz.
. Amém.
℣.Senhor ouvi a minha oração.
. E chegue até Vós o meu clamor.
℣.O Senhor seja convosco.
. E com o vosso espírito.
Oremos:
Libertai, Senhor, a alma do vosso servo N., de todo o laço de pecado, para que, na glória da ressurreição vá viver entre vossos santos e escolhidos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
. Amém. 
℣.Dai-lhe, Senhor, o eterno descanso.
. Entre os resplendores da luz perpétua.
℣.Descanse em paz.
. Amém.
Meditação
Comemoração dos Fiéis Defuntos.
1 — «Depois de haver exaltado com dignos louvores os seus filhos, que já gozam no céu, a Igreja, nossa boa Mãe, quer socorrer as almas que ainda sofrem no lugar de purificação e intercede por elas com todas as suas forças, diante do Senhor e do seu Esposo Cristo, para que possam juntar-se quanto antes à comunidade dos eleitos no céu» — lemos no Martirológio romano. Ontem contemplávamos a glória da Igreja triunfante e implorávamos a sua intercessão; hoje contemplamos as penas expiatórias da Igreja padecente e solicitamos para ela o auxílio divino: «Dai-lhes, Senhor, o eterno des­canso». É o dogma da comunhão dos santos posto em ato: a Igreja triunfante intercede por nós, Igreja mili­tante e nós corremos em auxílio da Igreja padecente. A morte arrebatou-nos entes queridos, e contudo não pode haver verdadeira separação daqueles que expiram no ósculo do Senhor; o vínculo da caridade continua a unir-nos a todos, estreitando num só abraço a terra, o céu e o purgatório, de maneira que entre estes três polos circula o auxílio fraterno, fruto do amor, que tem por fim o triunfo do amor na glória comum do Paraíso.
A liturgia do dia está impregnada de tristeza, mas não da tristeza dos «que não têm esperança» (I Tess. 4, 4-12), porque para além dela resplandece a fé na bem-aventurada ressurreição, na felicidade eterna que nos espera. As três passagens escolhidas para o Evangelho das três Missas dos Defuntos falam-nos destas consoladoras verdades do modo mais autorizado, relatando as próprias palavras de Jesus: «A vontade do Pai que me enviou é que eu não perca nenhum daqueles que me deu, mias que os ressuscite no último dia» (Ev. II Missa: Jo. 6. 39). Haverá afirmação mais consoladora do que esta? Jesus apresenta-Se hoje como o bom pastor que não quer perder nem sequer uma das Suas ovelhas e a nada Se poupa para as conduzir todas ao lugar de salvação. Como que a responder às doces promessas de Jesus, a Igreja, cheia de reconhecimento e entusias­mo, exclama: «Em verdade, Senhor, para os Vossos fiéis, a vida não acaba, apenas se transforma; e, des­feita a casa deste exílio terrestre, uma eterna morada se adquire nos céus» (Prefácio). Bem mais do que uni fim inexorável, a morte é para o cristão uma porta aberta para a eternidade, porta que o introduz na vida eterna.
2 — O dia dos mortos faz-nos pensar não só na morte das pessoas queridas, mas também na nossa. A morte é um castigo, e portanto traz necessariamente consigo um sentimento de pena, de temor, de medo; também os Santos o experimentaram e até Jesus o quis experimentar. Mas a Igreja põe-nos diante dos olhos as passagens escriturísticas mais aptas para nos encorajarem; «Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor... descansem dos seus trabalhos, porque as suas obras os seguem» (Ep. III Missa: Ap. 14, 13). Morre a vida do corpo, morre o que é humano e terreno, mas permanece a vida do espírito, permanecem as boas obras realizadas, único apanágio que segue a alma no grande passo e torna preciosa a sua morte: «Preciosa aos olhos do Senhor é a morte dos seus santos». Essa morte foi jus­tamente definida dies natalis, o dia do nascimento para a vida eterna. Quanto não desejaríamos que a nossa morte fosse assim! Um dies natalis, que nos introduzisse na visão beatífica, que nos fizesse nascer para o amor indefectível do céu!
Mas ao convidar-nos a orar pelos fiéis defuntos, a liturgia recorda-nos hoje que entre a morte a bem-aventurança eterna está o purgatório. Precisamente porque as nossas obras nos seguem, e nem todas são boas ou, se o são, estão cheias de imperfeições e defeitos, é necessário que a alma seja purificada de todas as suas impurezas, antes de ser admitida à visão de Deus. Todavia, se fôssemos perfeitamente fiéis à graça, não seria necessário o purgatório. Deus encarrega-Se de purificar, já neste mundo, aqueles que se entregam totalmente a Ele e se deixam trabalhar e moldar segundo a Sua vontade. Além disso, a purificação realizada na terra tem a grande vantagem de ser meritória, ou seja, de aumentar em nós a graça e a caridade e de nos pôr assim em condições de amar mais a Deus por toda a eternidade, ao passo que no purgatório se sofre sem crescer no amor. Por este motivo devemos desejar ser purificados em vida. Contudo não tenhamos ilusões: também neste mundo a purificação total requer grandes sofrimentos. Se agora não somos generosos no sofrimento, se não somos capazes de aceitar o sofrimento nu e puro, seme­lhante ao de Jesus na cruz, a nossa purificação terá necessariamente de ser completada no purgatório.
Que o pensamento deste lugar de expiação nos torne zelosos em aliviar as almas dos defuntos e, ao mesmo tempo, corajosos para abraçar o sofrimento em repa­ração das nossas culpas.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.


[1] Indulgências.
            a) Aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: diariamente, do dia 1.° ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice. Nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchir. Indul., n. 13).
            b) Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semipúblicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar o Pai Nosso e o Credo, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai Nosso e uma Ave Maria, ou qualquer outra oração ad libitum).

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