Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico - Ano 3 - Edição nº 160
X 7º Domingo depois de Pentecostes
27 de julho de 2014.
"Acautelai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós sob peles de ovelhas,
São Mateus 7. 15
Ajudai-me, Senhor, a não me contentar com palavras,
mas a produzir frutos de santidade.
Intróito / Salmo 46. 2-4
O
Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito
como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se
antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o
salmo está reduzido a um só versículo.
Vós, povos
todos, batei palmas, celebrai a Deus com cânticos de júbilo. Sl. Porque,
sublime é o Senhor e grande é o seu poder: Rei supremo sobre toda a terra. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que
precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante
resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos
pelo mistério ou solenidade do dia.
Ó Deus,
cuja Providência não falha em suas disposições, humildemente Vos suplicamos
afasteis de nós tudo quanto nos prejudique, e nos concedais quanto possa ser
proveitoso para a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos
6. 19-23
Leitura ordinariamente extraída das
epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos
escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto
doutrinal de alto valor para a vida cristã.
Irmãos:
Humanamente falo, atendendo à fraqueza de vossa carne. Como oferecestes os
vossos membros para servirem à impureza e à malícia para a iniquidade, assim
agora, fazei-os servir à justiça para a vossa santificação. Pois, quando éreis
escravos do pecado, não servistes à justiça. E que frutos tivestes, então,
daquelas coisas de que agora vos envergonhais? O fim de tudo aquilo é a morte.
Agora, porém, livres do pecado e feitos servos de Deus, tendes por vosso fruto
a santidade, e por fim, a vida eterna. Porque o soldo do pecado é a morte; mas
o dom gratuito de Deus é a vida eterna no Cristo Jesus, Senhor Nosso.
Gradual / Salmo 33. 12,6
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Vinde,
filhos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor. Aproximai-vos d’Ele:
irradiai de alegria, e as vossas faces não se cobrirão de confusão.
Aleluia / Salmo 46. 2
Aleluia,
aleluia. ℣. Vós,
povos todos, batei palmas: glorificai a Deus com cânticos de júbilo. Aleluia.
& Evangelho segundo São Mateus 7. 15-21
Proclamação solene da Palavra de
Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do
Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja
escutado de pé.
Nas Missas solenes, o livro é levado
honorificamente em procissão. É incensado antes de começar a leitura; e,
terminada ela, é reverentemente beijado pelo celebrante.
N aquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Acautelai-vos dos falsos
profetas, que vêm a vós sob peles de ovelhas, mas, por dentro, são lobos
vorazes. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas, de
espinhos, ou figos, de cardos? Assim, toda árvore boa dá bons frutos; e a
árvore má dá frutos maus. Não pode a boa árvore dar maus frutos, nem a árvore
má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto, será cortada e lançada ao
fogo. Portanto, por seus frutos é que conhecereis os homens. Nem todo aquele
que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, e sim, o que faz a
vontade de meu Pai que está nos céus, esse é o que entrará no Reino dos céus.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a
Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs
e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a
profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Daniel 3. 40
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda
parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas,
canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Aos vossos
olhos, Senhor, seja hoje nosso sacrifício como os holocaustos de carneiros e
touros, ou os de milhares de gordas ovelhas, para que assim Vos agrade; pois,
não há confusão para aqueles que em Vós confiam.
Secreta
É a antiga “oração sobre as oblatas”,
ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Ó Deus,
que integrastes na perfeição de um só sacrifício as diferentes vítimas da
antiga lei, aceitai o Sacrifício que Vos oferecem os vossos devotos servos e
santificai-o, como santificastes o de Abel; para que aproveite para a salvação
de todos, o que cada um ofereceu em honra de vossa Majestade. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Communio / Salmo 30. 3
Alternando com o canto dum salmo,
acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta,
enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se
pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Inclinai
os vosso ouvidos; apressai-Vos em livrar-me.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda
os frutos do Sacrifício.
Fazei,
Senhor, que os efeitos salutares de vossa clemência nos afastem de nossas
perversidades e nos encaminhem para o que é justo. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Meditação
Frutos de vida
1 — Hoje
a Epístola (Rom. 6, 19-23) e o Evangelho (Mt. 7, 15-21) falam-nos dos
verdadeiros frutos da vida cristã e convidam-nos a examinar quais os frutos que
até agora produzimos. Quando “éreis escravos do pecado” — afirma S. Paulo —
produzíeis frutos de morte, “mas agora que estais livres do pecado e feitos
servos de Deus, tendes por vosso fruto a santificação”. A nossa santificação
deve ser o fruto da nossa vida cristã e é sobre este ponto que nos devemos
examinar: que progresso fazemos na virtude? Somos fiéis aos nossos propósitos?
Cada cristão pode considerar-se uma árvore da vinha do Senhor: o próprio Jesus,
Jardineiro divino, a plantou em terra boa, fértil, fecunda, a terra do jardim
da Igreja, banhada com a água viva da graça; rodeou-a dos cuidados mais
amorosos, podando-lhe os ramos inúteis por meio de provações, curando-a dos
males mediante a Sua Paixão e Morte, regando-lhe as raízes com o Seu
preciosíssimo Sangue. De tal modo cuidou dela que pode dizer: “Que coisa há que
eu devesse fazer mais à minha vinha que lhe não tenha feito?” (Is. 5, 4). Mas
depois de tantos cuidados, Jesus passa um dia para ver que frutos produz esta
árvore e pelos seus frutos, a julga, porque “não pode uma árvore boa dar maus
frutos nem uma árvore má dar bons frutos”. Se antes da Redenção a humanidade
era semelhante a uma árvore bravia somente capaz de dar frutos de morte, com a
Redenção foi enxertada em Cristo e Cristo, que nos alimenta com a Sua própria
seiva, tem todo o direito a encontrar em nós frutos de santidade e de vida
eterna. Por isso, as palavras e os suspiros não bastam; não basta sequer a fé,
pois “a fé, se não tiver obras, é morta” (Tgo. 2, 17); são indispensáveis as
obras e a prática da vontade de Deus, porque, “nem todo o que me diz: Senhor!
Senhor! entrará no reino dos céus, mas o que faz a vontade de meu Pai que está
nos céus”.
2 — No
Evangelho de hoje, Jesus chama a nossa atenção para os “falsos profetas” que se
apresentam “vestidos de ovelhas e por dentro são lobos rapaces”. Muitos
apresentam-se como mestres de moral ou mestres espirituais, porém são mestres
falsos porque as suas obras não correspondem às suas palavras; aliás, é fácil
falar bem, mas não é fácil viver bem. Às vezes as doutrinas propostas são
falsas em si mesmas, embora à primeira vista o não pareçam, visto que se revestem
de certos aspectos de verdade; é falsa a doutrina que, em nome de um princípio
evangélico, ofende um outro, por exemplo, que em nome da compaixão para com uma
pessoa lesa o bem comum, que em nome da caridade ofende a justiça ou esquece a
obediência aos legítimos superiores. É falsa a doutrina que é causa de
relaxamento, que perturba a paz e a união, que, sob pretexto de um bem melhor,
separa os súditos dos superiores, que não se subordina à voz da autoridade.
Jesus quer-nos “simples como as pombas”, alheios à crítica e ao juízo severo do
próximo, mas quer-nos também “prudentes como as serpentes” (Mt. 10, 16), a fim
de nos não deixarmos enganar pelas falsas aparências do bem que escondem
perigosas insídias.
Porém,
ser mestre não é para todos, nem a todos se exige; mas a todos — sábios e
ignorantes, mestres e discípulos — pede o Senhor a prática concreta da vida
cristã. De que nos serviria possuir uma doutrina profunda e elevada, se depois
não vivêssemos segundo essa doutrina? Portanto, em vez de querermos ser mestres
dos outros, procuremos sê-lo de nós mesmos, empenhando-nos em viver
integralmente as lições do Evangelho, imitando Jesus que primeiro “começou a
fazer e depois a ensinar” (act. 1, 1). O fruto genuíno que há-de comprovar a
bondade da nossa doutrina e da nossa vida é sempre o que Jesus nos indicou: o
cumprimento da Sua vontade. Cumprimento que significa adesão plena às leis
divinas e eclesiásticas, obediência leal aos legítimos superiores, fidelidade
aos deveres de estado, e tudo isto em todas as circunstâncias, mesmo quando
exige de nós a renúncia à nossa maneira de ver e à nossa vontade.
Extraído do
Livro Intimidade Divina — P. Gabriel de Santa
Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição
(Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967
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