quarta-feira, 18 de junho de 2014

Dóminus 154


Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico ­- Ano 3 - Edição nº 154
X Festa de Corpus Christi
19 de junho de 2014
Hoje é dia santo de guarda, de modo que há obrigação grave de assistir à Santa Missa.
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Ó Pão vivo que escondes o meu tesouro, prostrado diante de ti, adoro-te! (J. C. Poesias)
Intróito / Salmo 80. 17, 2
     O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
      Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo
  O Senhor os alimentou com flor de trigo, aleluia; e fartou-os com mel do rochedo, aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Exultai em Deus, nosso auxílio: glorificai ao Deus de Jacó. . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
     Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
      Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
  Ó Deus, que neste admirável Sacramento nos deixastes um memorial de vossa Paixão, concedei, Vos pedimos, que de tal sorte veneremos os sagrados Mistérios de vosso Corpo e de vosso Sangue que sempre sintamos em nós o fruto de vossa Redenção. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.
& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios 1. 11. 23-29
      Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a vida cristã.
  Irmãos: Do Senhor eu recebi o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão, e, dando graças, partiu-o e disse: Tomai e comei: Isto é o meu Corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Igualmente, depois de haver ceado, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo Testamento em meu Sangue. Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha. Portanto, todo aquele que comer este pão, e beber este cálice do Senhor indignamente, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Examine-se, pois, a si mesmo o homem, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque, o que come e bebe indignamente, come e bebe para si a condenação; não distinguindo [de outra comida] o Corpo do Senhor.
Gradual / Salmo 144. 15-16
      Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
  Os olhos de todos em Vós esperam, Senhor, e Vós lhes dais o alimento a seu tempo. . Abris a vossa mão e encheis de bênçãos tudo o que tem vida.
Aleluia / João 6. 56-57
  Aleluia, aleluia. . Minha Carne é verdadeiramente comida, e meu Sangue é verdadeiramente bebida. Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue, permanece em Mim e Eu nele.
Sequência / S. Tomás de Aquino 1274
  Sião, louva o Salvador,
  Louva o teu guia e pastor,
  Nos teus hinos, nos teus cantos.
  
  Tanto podes, tanto ouses.
  Em louvá-lo não repouses:
  Sempre excede o teu louvor.
  
  Louva o tema especial:
  O pão vivo, o pão vital,
  Que hoje te é proposto.
  O qual da ceia na mesa,
  Foi dado, temos certeza,
  À turba dos doze irmãos.
  Seja pleno, seja forte,
  Sonoro no seu transporte.
  O alegre louvor da mente.
  É hoje a solene festa,
  Que nos recorda o que atesta
  A sagrada instituição.
  Na mesa do novo Rei,
  A Páscoa da nova lei
  Põe um fim à Fase antiga.
  A sombra foge à verdade.
  A velhice, à novidade,
  A luz elimina a noite.
  O que o Cristo faz na ceia,
  Manda à turba que O rodeia
  Fazê-lo em sua memória.
  Herdeiros da tradição,
  A hóstia da salvação,
  Pão e vinho, consagramos.
  Dado é um dogma ao Cristão:
  Em carne se muda o pão.
  O vinho se muda em sangue.
  Aquilo que tu não vês,
  Pela fé, que o afirmas, crês,
  Superando a natureza.
  Sob espécies diferentes,
  Sinais apenas, latentes
  Se ocultam coisas exímias.
  Alimento verdadeiro,
  Permanece o Cristo inteiro,
  Quer no vinho, quer no pão.
  Não o parte quem celebra,
  Não o rompe quem o quebra,
  Mas inteiro é recebido.
  Um come. Mil comem dele.
  Tantos estes, tanto ele.
  Nem comido se consome.
  Comungam, justo e perverso,
  Mas seu destino é diverso,
  Pois, recebem vida e morte.
  Morte do mau; do bom vida
  Vê como a mesma comida
  Produz efeitos contrários.
  Se é partido o sacramento,
  Não vaciles um momento:
  Tanto está no fragmento,
  Como no todo encerrado.
  O Corpo não é partido;
  Só o símbolo é rompido.
  Mas não é diminuído,
  Nem se muda o que contém.
  Eis o pão que os Anjos comem,
  Transformado em pão do homem;
  Só os filhos o consomem:
  Não seja lançado aos cães.
  Em tipos prefigurado,
  Foi em Isaac imolado;
  No Cordeiro aos pais foi dado
  E, no deserto, em maná.
  Bom Pastor, pão de verdade
  Piedade, Jesus, piedade.
  Guardai-nos na caridade.
  Transportai-nos à cidade,
  Onde os vivos Vos contemplam.
  Vós que a tudo sustentais,
  Que aos homens apascentais,
  Fazei a nós comensais,
  Co-herdeiros imortais,
  Dos santos concidadãos.
  Amém. Aleluia.
& Evangelho segundo São João 6. 56-59
      Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé.
      Nas Missas solenes, o livro é levado honorificamente em procissão. É incensado antes de começar a leitura; e, terminada ela, é reverentemente beijado pelo celebrante.
 N aquele tempo, disse Jesus às multidões dos judeus: Minha Carne é verdadeiramente comida e meu Sangue é verdadeiramente bebida. Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue, permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim também, o que me comer viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que os vossos pais comeram, e, contudo, morreram. Quem comer deste pão, viverá eternamente.
Pregação – Divulgação Blog: http://dominuseletronico.blogspot.com.br
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
      Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Levítico 21. 6
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
      Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
      Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
  Os sacerdotes do Senhor oferecem a Deus incenso e pães; eis porque devem ser santos diante de Deus e não profanarão o seu Nome, aleluia.
Secreta
      É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
      É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
  Senhor, Vos suplicamos, concedei, benignamente, à vossa Igreja os dons da união e da paz, que misticamente estão representados nestas oferendas. Por Nosso Senhor... que vive e reina em união com o mesmo Espírito Santo.
Communio / 1 Coríntios 11. 26-27
      Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
      Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
  Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha. Portanto, todo aquele que indignamente comer o pão ou beber o cálice do Senhor, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor, aleluia.
Postcommunio
      Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
  Fazei, Senhor, Vos suplicamos, que cheguemos ao gozo eterno de vossa Divindade, prefigurada neste mundo pela recepção temporal de vosso Corpo e de vosso Sangue preciosíssimo. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.
Meditação
Festa do Corpo de Deus
    1 ­— De etapa em etapa, através do ano litúrgico, fomos subindo desde a consideração dos mistérios da vida de Jesus até à contemplação da SS.ma Trindade cuja festa celebramos no Domingo passado. Jesus, nosso Mediador, nossa vida, tomou-nos pela mão e levou-nos à Trindade, e hoje parece que a própria Trindade nos quer conduzir a Jesus considerado na Sua Eucaristia. «Ninguém vai ao Pai senão por mim» (Jo. 14, 6) disse Jesus; e acrescentou: «Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não atrair» (ib. 6, 44). É este o itinerário da alma cristã: de Jesus ao Pai, à Trindade; da Trindade, do Pai, a Jesus; Jesus leva-nos ao Pai, o Pai atrai-nos para Jesus. O cristão, de maneira alguma pode prescindir de Cristo; Ele é, no sentido mais rigoroso da palavra, o nosso Pontífice, Aquele que Se fez ponte entre Deus e nós. Encerrado o ciclo litúrgico em que se comemoram os mistérios da vida terrena do Salvador, a Igreja como boa mãe, sabendo que a nossa vida espiritual não pode subsistir sem Jesus, conduz-nos a Ele, vivo e verdadeiro no Santíssimo Sacramento do altar. A solenidade do Corpo de Deus não é a simples comemoração de um fato sucedido historicamente há perto de dois mil anos, na noite da última ceia; é a festa de um fato atual, de uma realidade sempre presente e sempre viva no meio de nós, pela qual podemos muito bem dizer que Jesus não nos «deixou órfãos», mas quis ficar permanentemente conosco na integridade da Sua pessoa, com toda a Sua humanidade, com toda a Sua divindade. «Não há nem nunca houve nação tão grande — canta com entusiasmo o Ofício do dia — que tivesse os deuses tão próximos de si, como está perto de nós o nosso Deus» (BR.). Sim, na Eucaristia, Jesus é verdadeiramente o Emanuel, o Deus conosco.
     2 — A Eucaristia não é só Jesus vivo e verdadeiro no meio de nós: é Jesus feito nosso alimento. É este o aspecto principal, sob o qual a liturgia de hoje nos apresenta este mistério; pode afirmar-se que não há parte alguma da Missa que não trate dele diretamente, ou que ao menos lhe não faça referências. A ele alude o Intróito, recordando o trigo e o mel com que Deus alimentou o povo hebreu no deserto, manjar prodigioso e, contudo, só longínqua imagem do Pão vivo e vivificante da Eucaristia. Fala dele a Epístola (I Cor. 11, 23-29), referindo a instituição do sacramento quando Jesus «tomou o pão e, dando graças, o partiu e disse: 'Recebei e comei, isto é o meu corpo'»; canta-o o Gradual: «os olhos de todos esperam em Vós, Senhor e Vós dais-lhes de comer no tempo oportuno; mais amplamente lhe entoa um hino a belíssima seqüência Lauda Sion, ao passo que o Evangelho (Jo. 6, 56-59), fazendo eco ao Aleluia, reproduz o trecho mais significativo do discurso em que Jesus anunciou a Eucaristia: «a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida»; o Communio, depois, retomando uma frase da Epístola, recorda-nos a necessidade de receber dignamente o Corpo do Senhor e, finalmente, o Postcommunio diz-nos que a comunhão eucarística é penhor da comunhão eterna do céu. Mas para compreender melhor o valor imenso da Eucaristia, é preciso voltar às palavras de Jesus, que muito oportunamente, são citadas no Evangelho do dia: «O que come a minha carne e bebe o meu sangue, fica em mim e eu nele». Jesus fez-Se nossa comida para nos assemelhar a Ele, para nos fazer viver a Sua vida, para nos fazer viver nEle, como Ele mesmo vive em Seu Pai. A Eucaristia é verdadeiramente o sacramento da união ao mesmo tempo que é a prova mais clara e convincente de que Deus nos chama e solicita à íntima união com Ele.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

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