sábado, 22 de fevereiro de 2014

22 de fevereiro
Festa da Cátedra de S. Pedro em Roma

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Estátua do Apóstolo São Pedro que se encontra na Basílica do Vaticano.
É um bronze muito antigo e vene­rado por multidões que por ali
pas­saram e oscularam tão preciosa lembrança. 
     "Dareis à luz um filho e este se­rá grande e chamá-lo-ão: Filho do Altíssimo. Ele reinará eternamen­te sobre a casa de Jacó e o seu rei­no não terá fim". Com estas pala­vras o Arcanjo S. Gabriel anun­ciou a Maria o reino eterno de seu filho. Orientados por uma estrela, chegaram os Magos e renderam ho­menagens ao Menino Deus. Quan­do o governador romano Pilatos perguntou a Jesus: "És de fato rei?" Jesus lhe respondeu: "Tu o dizes, mas meu reino não é deste mundo". Quando Jesus Cris­to, quarenta dias depois de sua gloriosa ressurreição, se preparou para voltar ao Pai, deu o caráter visível de sua dignidade real a um homem, para lhe servir de substi­tuto até o fim dos séculos.
     Para este elevado cargo Jesus Cristo escolheu Simeão, filho de Jo­nas, cujo nome mais tarde foi mu­dado em Pedro. "Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te da­rei as chaves do reino dos céus. Rezei por ti, para que tua fé não desfaleça; tu, porém, confirma teu irmãos. Apascenta minhas ovelhas, apascenta meus cordeiros".
     S. Pedro, fiel à ordem recebida do Mestre, trabalhou pela propagação da doutrina do Messias. Depois de ter fundado diversas Igrejas na Palestina e na Ásia Menor, dirigiu os passos para Roma, metrópole do mundo civilizado. Foi no ano de 42, que o príncipe dos Apóstolos chegou à capital dos Césares. Achou agasalho na casa do senador Cornélio, parente daquele capitão ilustre de Cesaréia de nome Cornélio, também que, por uma graça especial divina, recebeu de S. Pedro o batismo, ele, com toda a família.
     Roma achava-se no auge do poder, mas também da corrupção. Nos palácios, templos, parques e teatros reinava um luxo desmedido. Com as riquezas das províncias mais longínquas, tinham chegado a Roma os ídolos, a superstição e os vícios de outras nações. Se de um lado havia incalculável rique­za, grande parte da população ge­mia debaixo do jugo da mais vil escravidão. O imperador era consi­derado "Deus e Senhor", e como tal recebia dos aduladores as supre­mas homenagens. O vício, sob as formas mais hediondas, se osten­tava publicamente e, para justificá-lo, não faltavam divindades a que se oferecesse incenso.
     Foi neste antro de podridão, que o Vigário de Jesus Cristo veio pre­gar o Evangelho; foi ali que fundou uma Igreja que perdura já vinte sé­culos e forneceu milhares de már­tires; foi aí que estabeleceu a cadei­ra da verdade e foi aí que, igual ao divino Mestre, exalou a vida no patíbulo da cruz.
     São Pedro morreu, mas vive ain­da nos seus sucessores. Quem é o sucessor de S. Pedro? A esta pergunta responde a cristandade toda unani­memente: o sucessor de S. Pedro, na sua dignida­de e poder, é o bispo de Roma. O bispo de Roma é o legítimo representante de Cristo na terra; o bis­po de Roma é o chefe de todos os fiéis.
    O protestantismo tem ido à cata de provas, para mostrar que São Pe­dro nunca esteve em Ro­ma. Se não esteve em Ro­ma — assim calcula logi­camente — os Papas não são sucessores de S. Pedro na Cátedra de Roma, e não podem atribuir-se a dignidade apostólica. Não foram felizes os amigos de Lutero nesta campanha, pois tudo diz contra o que asseveram. O resul­tado de sérios estudos, feitos por historiadores católicos e protestantes sobre o assunto, tem sido este: que São Pedro esteve em Roma. Historiador nenhum cristão pôs em dúvida este fato, que é comprovado pelos escri­tores dos primeiros sécu­los, por Caio, presbíte­ro romano, S. Dionísio de Corinto, Hegésipo, Justino, Tertuliano, Cipriano, Orígenes, Eusébio, Arnóbio e outros.
     Desde imemoráveis tempos é na Igreja celebrado o dia de hoje, em que S. Pedro fundou a diocese de Roma. S. Agostinho, num dos seus sermões, se refere a esta festa. Os calendários e martirológicos mais antigos a mencionam.
    Se é festejado na cristandade toda o aniversário da eleição do Pa­pa, se cada diocese celebra o ani­versário da sagração do seu bispo, justo é que a Igreja inteira solenize o aniversário da Cátedra de São Pedro em Roma e neste dia dirija preces ao Altíssimo, pela prosperi­dade do Sumo Pontífice. (*)

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      (*) A Cátedra, isto é, o trono de São Pedro, até o século 5, guardado no batistério de São Pedro, se acha hoje na abside da Basílica Vaticana. Consta apenas de alguns pedaços de tábuas, li­gadas por placas de marfim. Desde o tempo da Renascença está encerrada num grande relicário, obra de Bernini.

     Com que sentimentos celebras hoje a festa da fundação da santa Igreja ro­mana? É com satisfação íntima de tua alma que te dizes filho dessa Igre­ja? Tens amor a esta tua mãe espiri­tual, que é a esposa imaculada de Cris­to, e a mestra de todos os homens? Sa­bes que ela é a coluna e o fundamento da verdade? De Cristo lhe veio o po­der, que ele mesmo recebera do Eterno Pai, para o bem e a salvação dos ho­mens. Da sua assistência gozará até o fim dos séculos. O Espírito Santo governa-a com sabedoria divina, habili­tando-a a conduzir os homens à eterna salvação. A Igreja é tua mãe. Foi ela que logo à tua entrada na vida, te recebeu com carinho maternal e tirou de tua alma a lepra do pecado original, e te revestiu com a roupa cândida da graça santificante. Nos santos Sacramentos ela te ofereceu os meios necessários para conservar-te na graça de Deus. Se a Igreja é tua mãe, se lhe deves tudo o que de riqueza e ornamento espiritual possuis, a gratidão exige que lhe sejas bom filho, que mostres interesse por tudo o que diz respeito tua Mãe. Com seus triunfos e vitórias deves alegrar-te; com seus padecimentos, humilhações e perseguições deve teu coração encher-se de tristeza e pesar. A Deus deves pedir, dia por dia, que proteja, defenda sua obra na terra, e dê à Igreja a vitória sobre os inimigos que são numerosos e poderosos. Sempre que as circunstâncias o exigirem e tua posição o permitir, deves entrar na luta, para a defesa de tua Mãe contra os assaltos dos inimigos. Os inimigos da Igreja são inimigos da obra de Deus, portanto, de Deus próprio. Cultiva e conserva em teu coração um amor terno e vivo à santa Igreja, para que sejam a expressão também dos teus sentimentos as palavras, que um santo Bispo escreveu: Ó Santa Igreja Católica Romana, Mãe das Igrejas e Mãe de todos os fiéis, Igreja por Deus estatuída para reunir todos os seus filhos na mesma fé e na mesma caridade, hoje e sempre nos declaramos em favor de tua unidade. Mais fácil seja esquecer-me de mim do que de ti, ó Santa Igreja Romana! Que antes seque a minha lín­gua, do que eu não mais me lembrar de ti, e em ti procurar toda a minha alegria.
Santos, cuja memória é celebrada hoje:
     Em Roma Santa Prisca. Virgem e Már­tir. Menina de 13 anos, filha de um cônsul romano morreu sob os golpes da espada do algoz no ano de 646, quando Cláudio I era imperador. — No Ponto (Ásia Menor) os mártires Moséo e Amônio. Soldados do exército, foram primeiro mandados para as minas do Estado e mais tarde condenados à morte de fogueira.
     Na França o abade S. Deicola, discípulo de S. Columbano em Luxeuil.
Extraído do Livro Na Luz Perpétua ­ — Pe. João Batista Lehmann
I. Volume – V Edição - 1959.           

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