sexta-feira, 16 de junho de 2023

Edição nº 661

 «Liturgia Dominical - Extra»
Ano 12 – nº 661 – 16 de junho de 2023

 

 Festa do Sagrado Coração de Jesus
branco – 1ª classe

 

Desde o ano de 1928, foi elevada à categoria de 1ª classe, a festa do Sagrado Coração de Jesus. No novo formulário, com o Prefácio próprio, ainda mais se acentua que o Coração do Homem-Deus é a fonte das graças e da misericórdia divinas. No Evangelho somos levados à nascente deste rio de águas vivas. Um soldado abre com a lança o lado do Salvador, e dele sai sangue e água. No sangue fomos remidos, na água nos foram aplicados os frutos da Redenção, e fomos regenerados pelo Batismo. A generosidade e o amor do Coração de Jesus exigem de nossa parte fidelidade e reparação de nossas faltas.

 


Um dos soldados Lhe abriu o lado com uma lança; e imediatamente saiu sangue e água.

Avisos Paroquiais

 

Hoje é a Festa do Sagrado Coração de Jesus.

Atenção para os horários:

- Às 17h30min Adoração pela santificação dos Sacerdotes;

- Às 19h Santa Missa, com transmissão pelo Facebook e YouTube.

 

Redes Sociais:

 

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(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

 YouTube –  https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado

 (Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

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(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

 E-mail – bomjesuscrucificado@gmail.com

Intróito / Cogitatiónes – Salmo 32. 11, 19, 1

Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Cogitatiónes Cordis eius in generatióne et generatiónem: ut éruat a morte ánimas eórum et alat eos in fame. Ps. Exsultáte, iusti, in Dómino: rectos decet collaudátio. . Glória Patri.

Seu Coração pensa de geração em geração, para livrar da morte as suas almas e para os nutrir na fome. Sl. Exultai, ó Justos, no Senhor: os retos de coração devem louvá-Lo. . Glória ao Pai.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

O dever de reparação impõe-se-nos como resposta ao amor de Cristo, que se encarregou de expiar os nossos pecados.

Deus, qui nobis in Corde Fílii tui, nostris vulneráto peccátis, infinítos dilectiónis thesáuros misericórditer largíri dignáris: concéde, quǽsumus; ut, illi devótum pietátis nostræ præstántes obséquium, dignæ quoque satisfactiónis exhibeámus offícium.

Ó Deus, que no Coração de vosso Filho, ferido por nossos pecados, Vos dignais prodigalizar-nos os infinitos tesouros do Amor, fazei, Vos rogamos, que, rendendo-Lhe o preito de nossa devoção e piedade, também cumpramos dignamente para com Ele, o dever de reparação. Pelo mesmo Jesus Cristo.

Epístola de São Paulo aos Efésios 3. 8-12, 14-19

Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.

O plano divino da Redenção do mundo em Cristo e por Cristo revela-nos o amor que Deus nos tem, dando-nos o seu Filho.

Fratres: Mihi, ómnium sanctórum mínimo, data est grátia hæc, in géntibus evangelizáre investigábiles divítias Christi, et illumináre omnes, quæ sit dispensátio sacraménti abscónditi a sǽculis in Deo, qui ómnia creávit: ut innotéscat principátibus et potestátibus in cæléstibus per Ecclésiam multifórmis sapiéntia Dei, secúndum præfinitiónem sæculórum, quam fecit in Christo Iesu, Dómino nostro, in quo habémus fidúciam et accéssum in confidéntia per fidem eius. Huius rei grátia flecto génua mea ad Patrem Dómini nostri Iesu Christi, ex quo omnis patérnitas in cælis ei in terra nominátur, ut det vobis, secúndum divítias glóriæ suæ, virtúte corroborári per Spíritum eius in interiórem hóminem, Christum habitáre per fidem in córdibus vestris: in caritáte radicáti et fundáti, ut póssitis comprehéndere cum ómnibus sanctis, quæ sit latitúdo, et longitúdo, et sublímitas, et profúndum: scire étiam supereminéntem sciéntiæ caritátem Christi, ut impleámini in omnem plenitúdinem Dei.

Irmãos: 8A mim, o mínimo de todos os santos [Cristãos], foi dada a graça de anunciar entre os gentios as incompreensíveis riquezas do Cristo, 9e de esclarecer a todos qual seja a economia ­do Mistério escondido, desde o princípio dos séculos, em Deus, que criou todas as coisas. 10Agora, porém, aos principados e potestades nos céus se patenteia pela Igreja a multiforme sabedoria de Deus, 11segundo a determinação eterna que fez em Jesus Cristo, Nosso Senhor. 12N’Ele temos a liberdade e o acesso com a confiança, pela fé que n'Ele professamos. 14Por esta razão é que dobro os joelhos diante do Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, 15do qual toda a grande família, que está no céu e na terra, 16toma o nome, para que, segundo as riquezas de sua glória, vos conceda sejais fortalecidos em virtude, segundo o homem interior1, por seu Espírito. 17E o Cristo habite pela fé em vossos corações, 18arraigados e fundados no Amor para que possais com­preender com todos os Santos, qual seja a largura e o comprimento, a altura e a profundidade2 [deste Mistério do Cristo] 19e conhecer também aquele Amor do Cristo, que excede a toda ciência, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.

1. O homem renovado pelo batismo e pela presença do Espírito Santo.
2. Subentenda-se e acrescente-se: ...do plano desse mistério ou desígnio eterno, cujas dimensões são infinitas...

Gradual / Salmo 24. 8-9

Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Dulcis et rectus Dóminus: propter hoc legem dabit delinquéntibus in via. . Díriget mansúetos in iudício, docébit mites vias suas.

Benigno e reto é o Senhor; por isso Ele dá aos pecadores a lei para a seguirem. . Conduz os dóceis pela justiça e ensina os seus caminhos aos que são mansos.

Aleluia / Mateus 11. 29

Allelúia, allelúia. . Tóllite iugum meum super vos, et díscite a me, quia mitis sum et húmilis Corde, et inveniétis réquiem animábus vestris. Allelúia.

Aleluia, aleluia. . Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para vossas almas. Aleluia.

Evangelho segundo São João 19. 31-37

Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé.

Cristo é o verdadeiro Cordeiro pascal, imolado para a salvação do mundo. Em cumprimento das profecias, morre na cruz por amor de nós.

In illo témpore: Iudǽi – quóniam Parascéve erat, – ut non remanérent in cruce córpora sábbato – erat enim magnus dies ille sábbati, – rogavérunt Pilátum, ut frangeréntur eórum crura, et tolleréntur. Venérunt ergo mílites: et primi quidem fregérunt crura et alteríus, qui crucifíxus est cum eo. Ad Iesum autem cum veníssent, ut vidérunt eum iam mórtuum, non fregérunt eius crura, sed unus mílitum láncea latus eius apéruit, et contínuo exívit sanguis et aqua. Et qui vidit, testimónium perhíbuit: et verum est testimónium eius. Et ille scit quia vera dicit, ut et vos credátis. Facta sunt enim hæc ut Scriptúra implerétur: Os non comminuétis ex eo. Et íterum alia Scriptúra dicit: Vidébunt in quem transfixérunt.

Naquele tempo 31(como era preparação da Páscoa3), para que não ficassem na cruz os corpos em dia de sábado, (porque aquele dia de sábado4 era de grande solenidade) rogaram os judeus a Pilatos que se lhes quebrassem os ossos e os corpos fossem tirados. 32Vieram pois os soldados e quebraram os ossos ao primeiro, e ao outro que com Ele fora crucificado. 33Ao chegarem depois a Jesus, como O viram já morto, não Lhe quebraram os ossos, 34mas um dos soldados Lhe abriu o lado com uma lança; e imediatamente saiu sangue e água5. 35E aquele que o viu, deu testemunho e seu testemunho é verdadeiro. E Ele6 sabe que disse a verdade, para que também o creiais. 36Estas coisas aconteceram portanto para que se cumprissem as palavras da Escritura: Não Lhe quebrareis osso algum. 37E também diz outro lugar da Escritura: Verão Aquele a quem traspassaram.

3. Isto é: a vigília do sábado, em que se deviam fazer todos os preparativos para garantir o descanso no dia seguinte.
4. Porque coincidia com a festa da Páscoa.
5. O sangue simboliza a Eucaristia; a água, o batismo.
6. Este Ele talvez se refira a Cristo.

 

CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

 

Ofertório / Salmo 68. 21

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Impropérium exspectávi Cor meum et misériam: et sustínui, qui simul mecum contristarétur, et non fuit: consolántem me quæsívi, et non invéni.

Meu coração só espera afrontas e misérias. Esperei que alguém se contristasse comigo e ninguém houve; procurei quem me consolasse e não encontrei.

Secreta

É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.

Réspice, quǽsumus, Dómine, ad ineffábilem Cordis dilécti Fílii tui caritátem: ut quod offérimus sit tibi munus accéptum et nostrórum expiátio delictórum.

Considerai, Senhor, nós Vos suplicamos, o Amor inefável do Coração de vosso amado Filho, a fim de que a nossa oferenda Vos agrade e nos purifique de nossos pecados. Pelo mesmo Jesus Cristo.

Communio / João 19. 34

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Unus mílitum láncea latus eius apéruit, et contínuo exívit sanguis et aqua.

Um dos soldados Lhe abriu o lado com a lança, e logo saiu sangue e água.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Prǽbeant nobis, Dómine Iesu, divínum tua sancta fervórem: quo dulcíssimi Cordis tui suavitáte percépta; discámus terréna despícere, et amáre cæléstia: Qui vivis et regnas cum Deo Patre.

Vossos santos Mistérios, Senhor Jesus, nos comuniquem um fervor divino que nos faça gozar a suavidade de vosso dulcíssimo Coração, e nos ensine a desprezar o que é terreno para não amar senão o que é celeste. Vós, que, sendo Deus, viveis e reinais.

 

Meditação

 

Festa do Sagrado Coração de Jesus

Ó Jesus, concedei-me a graça de penetrar os segredos escondidos no Vosso divino Coração.

 

1 – Depois de termos fixado o nosso olhar na Eucaristia, dom que coroa todos os dons do amor de Jesus aos homens, a Igreja convida-nos a considerar diretamente o amor do Coração de Cristo, fonte e causa de todo o dom. Pode afirmar-se que a festa do Sagrado Coração de Jesus é a festa do Seu amor por nós. «Eis o Coração que tanto amou os homens», disse Jesus a S.ta Margarida Maria; «eis o Coração que tanto amou os homens», repete-nos hoje a Igreja, mostrando-nos que «no Coração de Cristo, ferido pelos nossos pecados, Deus Se dignou dar-nos, misericordiosamente, infinitos tesouros de amor» (cfr. Colecta). Inspirando-se neste pensamento, a liturgia de hoje refere-nos os imensos benefícios que nos provêm do amor de Cristo, é um hino de louvor ao Seu amor. «Cogitationes Cordis ejus», canta o Intróito da Missa: «Eis os pensamentos do Seu Coração – do Coração de Jesus – através das gerações: arrancar as almas da morte e alimentá-las em sua fome». O Coração de Jesus anda sempre à procura de almas para salvar, para livrar dos laços do pecado, para lavar com o Seu Sangue, para alimentar com o Seu Corpo. O Coração de Jesus está sempre vivo na Eucaristia para saciar a fome dos que por Ele suspiram, para acolher e consolar todos os que, desiludidos pelas amarguras da vida, se refugiam nEle em busca de paz e alívio. E o próprio Jesus nos ampara na aspereza do caminho. «Tomai o meu jugo sobre vós, aprendei de mim, que sou manso e humilde de Coração, e achareis repouso para as vossas almas» (Alleluia). Se é impossível ­eliminar da vida toda a dor, é no entanto possível, a quem vive por Jesus, sofrer em paz e encontrar no Seu Coração repouso para a alma cansada.

2 – O Evangelho e a Epístola fazem-nos considerar ainda mais diretamente, o Coração de Jesus. O Evangelho (Jo. 19, 31-37) mostra-nos o Seu Coração posto a descoberto pela ferida da lança, e S.to Agostinho comen­ta: «O Evangelista disse abriu, a fim de nos mostrar ­que, de alguma maneira, se nos abre ali a porta da vida, donde brotaram os Sacramentos». Do Coração trespassado de Cristo – símbolo do amor que O imolou por nós na Cruz – brotaram os Sacramentos, figurados na água e no sangue saídos da Sua chaga, através dos quais recebemos a vida da graça; sim, é justo dizer que o Coração de Jesus foi aberto para nos introduzir na vida. «Estreita é a porta que conduz à vida» (Mt. 7, 14), disse Jesus um dia; mas se por esta porta entendemos a chaga do Seu Coração, podemos dizer que não nos podia abrir uma porta mais acolhedora.

S. Paulo, na sua belíssima Epístola, (Ef. 3, 8-12, 14-19), convida-nos a entrar, ainda mais adentro, no Coração de Jesus para contemplar as Suas «riquezas incompreensíveis» e penetrar o «mistério escondido, desde o princípio dos séculos, em Deus». Este «mistério» é exatamente o mistério do amor infinito de Deus que nos preveniu desde a eternidade e que nos foi revelado pelo Verbo feito carne; é o mistério daquele amor que nos quis remir e santificar em Cristo, «no qual temos segurança e acesso a Deus». Mais uma vez Jesus Se nos apresenta como a porta que conduz à salvação: «Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo» (Jo. 10, 9); e a porta é o Seu Coração que, rasgando-se por nós, nos introduziu na vida. Só o amor nos pode fazer penetrar neste mistério de amor infinito; mas não basta um amor qualquer, é necessário, como diz S. Paulo, estarmos «arraigados e fundados na caridade»; só assim poderemos «conhecer aquele amor de Cristo que excede toda a ciência, para que sejamos cheios de toda a plenitude de Deus».

MADALENA, Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 806-808.

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