«Liturgia
Dominical»
Ano 12 – nº 642 – 26 de
fevereiro de 2023
† 1º Domingo da Quaresma
roxo – 1ª classe.
Na basílica do SSmo. Salvador são iniciados os jejuns
quaresmais, pois neste dia começava outrora a Quaresma (Secreta). É um dos dias
mais importantes do Ano eclesiástico.
Com os catecúmenos reunimo-nos nesta igreja, na
qual 40 dias depois receberemos a comunicação da vida divina. Para renovarmos
em nós esta vida, ouvimos na Missa de hoje salutares ensinamentos.
No domingo da Quinquagésima, predisse Jesus a sua paixão.
Aproximando-se de Jerusalém, Tomé convida os outros Apóstolos: Vamos e morramos
com Ele. Este convite também nos é dirigido. Morrer ao velho homem é a tarefa
de toda a nossa vida, e mais especialmente devemos procurar fazê-lo durante a
Quaresma.
Morrer a nós mesmos é vencer o mal que está em nós
e o que nos vem de fora. As Leituras, Epístola e Evangelho, nos ensinam que a
mortificação e a abstinência são meios poderosíssimos para alcançarmos a
vitória. Sendo difícil a tarefa, pedimos o auxílio de Deus (Oração). E que confiamos
nesse auxílio, nós o atestamos, fazendo nossas as palavras do Intróito, Gradual,
Trato, Ofertório e Communio.
Deus mesmo nos ouve, nos libertará e nos dará a
glória. No princípio da Quaresma nos é prometida a Páscoa.
«Jesus respondeu-lhe: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu
Deus.» Ev.
Avisos Paroquiais
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo:
- às 7h, 9h e 19h em nossa
igreja matriz;
(9h
Ordenação Diaconal de nosso Seminarista Wanderson Braga de Oliveira, Vitória, ES).
- às 18h na Capela de
Santo Antônio, em Córrego Seco;
- às 19h na Capela de
Nossa Senhora de Fátima, em Santa Maria de Campos.
Serão transmitidas as
Santas Missas das 7h, pela Rádio Bom Jesus AM 1170 Khz e FM 89.3, das
9h via Facebook, YouTube e Instagram e a das 19h, via Facebook, YouTube e Instagram.
Redes Sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
Intróito / INVOCÁBIT ME – Salmo 90. 15-16, 1
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade
do dia.
Invocábit
me, et ego exáudiam eum: erípiam eum, et glorificábo eum: longitúdine diérum
adimplébo eum. Ps. Qui hábitat in adiutório Altíssimi, in protectióne Dei cæli
commorábitur. ℣.
Glória Patri.
Ele me invocará, e eu o atendo; livrá-lo-ei e
glorificá-lo-ei, e vida longa lhe darei. Sl. Aquele que habita sob a proteção
do Altíssimo, descansará à sombra do Deus do céu. ℣. Glória ao Padre.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Deus, qui Ecclésiam tuam ánnua
quadragesimáli observatióne puríficas: præsta famíliæ tuæ; ut, quod a te
obtinére abstinéndo nítitur, hoc bonis opéribus exsequátur. Per Dominum nostrum
Iesum Christum.
Ó Deus, que purificais a vossa Igreja com a anual
observância da Quaresma, concedei à vossa família, que, com boas obras, realize
o que de Vós deseja obter com sua abstinência. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São
Paulo Apóstolo aos Coríntios II. 6.1-10
Leitura ordinariamente
extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
Exortação premente a que não recebamos em vão a graça de Deus. Ao
dirigir-no-la, S. Paulo descreve o seu combate pessoal e mostra que a vitória
de Cristo se manifesta numa vida como a sua.
Fratres: Exhortámur vos, ne in vácuum
grátiam Dei recipiátis. Ait enim: Témpore accépto exaudívi te, et in die
salútis adiúvi te. Ecce, nunc tempus acceptábile, ecce, nunc dies salútis.
Némini dantes ullam offensiónem, ut non vituperétur ministérium nostrum: sed in
ómnibus exhibeámus nosmetípsos sicut Dei minístros, in multa patiéntia, in
tribulatiónibus, in necessitátibus, in angústiis, in plagis, in carcéribus, in
seditiónibus, in labóribus, in vigíliis, in ieiúniis, in castitáte, in sciéntia,
in longanimitáte, in suavitáte, in Spíritu Sancto, in caritáte non ficta, in
verbo veritátis, in virtúte Dei, per arma iustítiæ a dextris et a sinístris:
per glóriam et ignobilitátem: per infámiam et bonam famam: ut seductóres et
veráces: sicut qui ignóti et cógniti: quasi moriéntes et ecce, vívimus: ut
castigáti et non mortificáti: quasi tristes, semper autem gaudéntes: sicut
egéntes, multos autem locupletántes: tamquam nihil habéntes et ómnia
possidéntes.
Irmãos: 1Nós vos exortamos a que não recebais em vão a graça
de Deus. 2Porque Ele diz: Eu te ouço em tempo propício, e te socorro no
dia da salvação1.
3Eis agora o tempo propício: eis agora
o dia da salvação. A ninguém façamos ofensa alguma para que
não seja censurado o nosso
ministério, 4porém, em tudo
mostremo-nos como ministros
de Deus, com muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, 5nos açoites, nas prisões, nas revoltas, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, 6pela castidade, pela ciência, pela longanimidade,
pela benignidade, no Espírito Santo, por
uma caridade não fingida, 7pela palavra
da verdade, no poder de Deus,
pelas armas da justiça, à direita [espada para agredir] e à esquerda
[escudo para defender], 8entre a glória e a
ignomínia, entre a infâmia e o bom nome: 9julgados como
enganadores e, todavia, sinceros; por ignorados, mas bem conhecidos, como
moribundos e eis que vivos; como castigados e não mortos, 10como tristes, mas sempre alegres, como pobres, porém enriquecendo a
muitos, como nada tendo e,
entretanto, possuindo tudo.
1 Isaías 49.8
Gradual / Salmo 90. 11-12
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos
pelo Mistério do dia.
Angelis suis Deus mandávit de te, ut
custódiant te in ómnibus viis tuis. ℣. In mánibus portábunt te, ne umquam offéndas ad
lápidem pedem tuum.
Aos seus Anjos Deus te recomendou, para que te
guardem em todos os teus caminhos. ℣. Em suas mãos te levarão, para que
teu pé não tropece em alguma pedra.
Tracto / Salmo 90. 1-7, 11-16
No Tempo
da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
Cântico pleno de certezas. Aquele que confia no Senhor, nada tem a
recear.
Qui hábitat in adiutório Altíssimi, in
protectióne Dei cæli commorántur. ℣. Dicet Dómino: Suscéptor meus es tu et refúgium
meum: Deus meus, sperábo in eum. ℣. Quóniam ipse liberávit me de láqueo venántium et a
verbo áspero. ℣.
Scápulis suis obumbrábit tibi, et sub pennis eius
sperábis. ℣. Scuto circúmdabit te véritas eius:
non timébis a timóre noctúrno. ℣. A sagítta volánte per diem, a negótio perambulánte
in ténebris, a ruína et dæmónio meridiáno. ℣. Cadent a látere tuo mille, et decem mília a dextris
tuis: tibi autem non appropinquábit. ℣. Quóniam Angelis suis mandávit de te, ut custódiant
te in ómnibus viis tuis. ℣.
In mánibus portábunt te, ne umquam offéndas ad
lápidem pedem tuum. ℣.
Super áspidem et basilíscum ambulábis, et
conculcábis leónem et dracónem. ℣. Quóniam in me sperávit, liberábo eum: prótegam eum,
quóniam cognóvit nomen meum. ℣. Invocábit me, et ego exáudiam eum: cum ipso sum in
tribulatióne. ℣.
Erípiam eum et glorificábo eum: longitúdine diérum
adimplébo eum, et osténdam illi salutáre meum.
Aquele que habita
sob a proteção do Altíssimo, descansará à sombra do Deus do céu. ℣. Dirá ao
Senhor: Sois o meu defensor e o meu
refúgio, meu Deus em quem confio. ℣.
Porque Ele me livrou do laço dos caçadores e da palavra áspera. ℣. Com suas asas te
cobrirá, e debaixo de suas penas estarás confiante. ℣. Qual escudo te cercará
tua fidelidade: não temerás terrores noturnos. ℣. Nem a seta que voa de dia, ou as conspirações tramadas nas trevas, nem
os ataques do demônio em pleno meio dia. ℣. À tua esquerda cairão mil, e dez mil à tua direita; a ti, porém, não
chegará. ℣. Porque aos seus Anjos te recomendou para que te guardem em todos os
teus caminhos. ℣.
Em suas mãos te levarão, para que teu pé não tropece em alguma pedra. ℣. Andarás sobre
cobras e serpentes, e pisarás o leão e o dragão. ℣.
Porque em mim confia, eu o livrarei; protegê-lo-ei, porque conhece o meu
Nome. ℣. Ele me invocará, e eu o atendo: com ele estarei na tribulação. ℣. Eu o livrarei e o
glorificarei; vida longa lhe darei e mostrar-lhe-ei minha salvação.
Evangelho segundo São Mateus 4. 1-11
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
«Não é indigno do nosso Redentor permitir que fosse tentado, Ele que
viera entregar-se à morte. Convinha, porém, que, pelas suas tentações,
triunfasse das nossas, pois que viera com sua morte vencer a nossa» (S.
Gregório, em matinas).
In illo témpore: Ductus est Iesus in
desértum a Spíritu, ut tentarétur a diábolo. Et cum ieiunásset quadragínta
diébus et quadragínta nóctibus, postea esúriit. Et accédens tentátor, dixit ei:
Si Fílius Dei es, dic, ut lápides isti panes fiant. Qui respóndens, dixit:
Scriptum est: Non in solo pane vivit homo, sed in omni verbo, quod procédit de
ore Dei. Tunc assúmpsit eum diábolus in sanctam civitátem, et státuit eum super
pinnáculum templi, et dixit ei: Si Fílius Dei es, mitte te deórsum. Scriptum
est enim: Quia Angelis suis mandávit de te, et in mánibus tollent te, ne forte
offéndas ad lápidem pedem tuum. Ait illi
Iesus: Rursum scriptum est: Non tentábis Dóminum, Deum tuum. Iterum
assúmpsit eum diábolus in montem excélsum valde: et ostendit ei ómnia regna
mundi et glóriam eórum, et dixit ei: Hæc ómnia tibi dabo, si cadens adoráveris
me. Tunc dicit ei Iesus: Vade, Sátana; scriptum est enim: Dóminum, Deum tuum,
adorábis, et illi soli sérvies. Tunc relíquit eum diábolus: et ecce, Angeli
accessérunt et ministrábant ei.
Naquele tempo, 1foi Jesus levado pelo Espírito [Santo] ao deserto para ser tentado pelo
demônio. 2Depois de haver
jejuado quarenta dias e quarenta noites, teve fome. 3E chegando-se, o tentador disse-Lhe: Se és o Filho de Deus, ordena que
estas pedras se convertam em pães. 4Ao que Jesus respondeu, dizendo:
Está escrito: Nem só do pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da
boca de Deus2. 5Então o demônio O levou à cidade santa, colocou-O sobre o pináculo do
templo e disse-Lhe: 6Se és o Filho de
Deus, lança-te daqui abaixo, porque está escrito: Aos seus Anjos ordenou acerca
de ti, e nas mãos te tomarão, para que com teu pé jamais tropeces em alguma
pedra3. 7E Jesus disse-lhe: Também está escrito: Não tentarás ao Senhor, teu Deus4. 8De novo, levou- O o
demônio, a um monte muito alto e mostrouLhe todos os reinos do mundo com seu
esplendor, dizendoLhe: 9Tudo isto te darei,
se, prostado, me adorares. 10Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, satanás, porque está escrito: Adorarás
ao Senhor, teu Deus, e só a Ele servirás5. 11Então O deixou o
demônio; e eis que os Anjos se chegaram e O serviram.
2 Deuteronômio 8.9.
3 Salmo 90.11-12.
4 Deuteronômio 6.16.
5 Deuteronômio 6.13.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 90. 4-5
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Scápulis suis obumbrábit tibi Dóminus,
et sub pennis eius sperábis: scuto circúmdabit te véritas eius.
Com suas asas te cobre o Senhor, e debaixo de suas
penas estás protegido. Qual escudo te cerca a sua fidelidade.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Sacrifícium quadragesimális inítii
sollémniter immolámus, te, Dómine, deprecántes: ut, cum epulárum restrictióne
carnálium, a noxiis quoque voluptátibus lemperémus. Per Dominum nostrum Iesum
Christum.
Nós celebramos solenemente este Sacrifício, Senhor,
no princípio da Quaresma, suplicando-Vos que, com a restrição de alimentos
carnais, nos abstenhamos de prazeres nocivos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 90. 4-5
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Scápulis suis obumbrábit tibi Dóminus,
et sub pennis eius sperábis: scuto circúmdabit te véritas eius.
Com suas asas te cobre o Senhor, e debaixo de suas
penas estás protegido. Qual escudo te cerca a sua fidelidade.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Qui nos, Dómine, sacraménti libátio
sancta restáuret: et a vetustáte purgátos, in mystérii salutáris fáciat
transíre consórtium. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Renove-nos, Senhor, a santa recepção do vosso
Sacramento, e, purificados da culpa antiga, nos leve à participação do Mistério
de nossa salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
O grande combate
Ó Jesus retiro-me conVosco ao deserto; ensinai-me como devo lutar contra
a tríplice concupiscência: da carne, do orgulho, da avareza.
1 – Ao começar hoje o tempo
estritamente quaresmal, a Igreja convida-nos para a grande luta, luta decisiva
contra o pecado, que nos deve conduzir à ressurreição pascal. O modelo é Jesus
que, embora isento do fogo da concupiscência, quis por nós, ser tentado pelo
demônio, para «se compadecer das nossas enfermidades» (Hebr. 4, 15).
Depois de quarenta dias de jejum
rigoroso, quando sente o estímulo da fome, Jesus é tentado por Satanás a
converter as pedras em pães. Não é possível abraçar um regime de séria
penitência ou mortificação, sem experimentar os incômodos que dele derivam; mas
então é o momento de resistir às vozes insinuantes que nos aconselham maior
condescendência para com as exigências físicas, respondendo com Jesus: «Não só
de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt. 4, 1-11). A vida do homem, depende muito mais da vontade
de Deus do que do alimento material; só quem estiver convencido desta verdade,
terá coragem para se sobrepor às privações, confiando na Divina Providência
para o seu sustento.
Jesus foi depois tentado de orgulho:
«Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo... e os seus anjos te tomarão nas
mãos». Um milagre semelhante teria atraído a admiração e o entusiasmo do povo,
mas Jesus sabe que o Pai escolheu para Ele outro caminho bem diferente: não
triunfos, mas humilhações, cruz, morte; não quer sair deste caminho e repele
resolutamente a orgulhosa proposta. O melhor meio para vencer as tentações de
orgulho e vaidade é escolher expressamente o que nos humilha e nos faz
desaparecer aos olhos dos outros.
O demônio volta de novo à carga e
tenta Jesus de avareza: «Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares», mas
Ele responde: «O Senhor teu Deus adorarás e a Ele só servirás». Quem tem o
coração fortemente ancorado em Deus, nunca se deixará desviar do Seu serviço
pela sedução e cobiça dos bens terrenos. Mas se falta esta forte adesão a Deus,
quantas vezes a tentação de avareza conseguirá fazer desviar mesmo aqueles que,
por vocação particular, deveriam servir a Deus só!
2 – Jesus foi tentado porque quis.
Nós somos tentados sem o querer e até muitas vezes contra a nossa vontade. A
tentação de Jesus foi puramente exterior, não achando n’Ele ressonância alguma;
em nós, pelo contrário, a natureza, ferida pela tríplice concupiscência da
carne, do orgulho e da avareza, não só pode ser facilmente presa dos assaltos
do demônio, mas ela mesma é fonte de múltiplas tentações. Não podemos,
portanto, viver sem tentações e a nossa virtude não consiste em estar isento
delas, mas em saber vencê-las. É uma luta à qual ninguém se pode subtrair, e
Deus quis que ela fosse para nós o penhor da vida eterna: «Bem-aventurado o
homem que sofre a tentação porque, depois que tiver sido provado, receberá a
coroa da vida». (Tgo. 1, 12).
Aprendamos de Jesus como nos devemos
comportar nas tentações. Acima de tudo devemos ter uma grande confiança em
Deus. Jesus não procurou remediar a Sua fome, não quis impor-Se aos homens por
meio de um ruidoso milagre, nem aceitou reinos ou riquezas, porque, tendo plena
confiança em Seu Pai, tudo tinha totalmente confiado aos Seus cuidados – a Sua
vida, a Sua missão e a Sua glória. Quem confia plenamente em Deus e está certo
da Sua Divina Providência, não se deixará facilmente atrair pelas vãs lisonjas
do demônio, do mundo e da carne, pois sabe que só Deus lhe pode dar o
verdadeiro bem, a verdadeira felicidade.
Além disso, devemos cultivar a
confiança em Deus no momento da tentação. Se Deus permite que sejamos tentados,
não permite, porém, que o sejamos acima das nossas forças e em cada tentação
dá-nos uma graça atual suficiente para a vencer. Por isso, em vez de nos
deixarmos perturbar pela violência da luta, aguardemos confiadamente a graça
que Deus nos oferece e procuremos fazê-la nossa, mediante a oração humilde e
confiante.
MADALENA, Padre Gabriel de Santa
Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto:
Edições Carmelitanas, 1967, p. 381-384.
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