«Liturgia
Dominical»
Ano 11 – nº 612 – 07 de
agosto de 2022
† 9º Domingo
depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.
Escolhido entre muitos,
é o Cristão um predileto de Deus. Entretanto não exclui este fato a
possibilidade de sermos assaltados por perigos. Como outrora o povo de Deus, o
povo escolhido, ainda podia–Lhe ser infiel (Epístola e Evangelho) assim também,
de nós não é afastado o perigo. Castigando o povo ingrato e predizendo como
justo Juiz a sua ruína, avisa-nos Deus do risco que corremos. Lembremo-nos que
há inferno, e que a própria alma remida com o Sangue de Jesus Cristo ainda se
pode perder. No mar tempestuoso da vida, seja-nos esta verdade como um farol
que nos acautele dos escolhos. Mas a Igreja é sempre mãe solícita; e em suas
Orações e em seus Cânticos anima-nos à confiança.
«Quando Jesus chegou perto, ao ver a cidade chorou sobre ela» Ev.
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Intróito / ECCE DEUS – Salmo 53. 6-7, 3
O Intróito como que enuncia o
tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Ecce, Deus adiuvat me, et
Dóminus suscéptor est ánimæ meæ: avérte mala inimícis meis, et in veritáte tua
dispérde illos, protéctor meus, Dómine. Ps. Deus, in nómine tuo salvum me fac:
et in virtúte tua libera me. ℣. Glória
Patri.
Eis que Deus vem em meu
auxílio, e o Senhor é o protetor de minha alma. Voltai os males contra meus
inimigos, e por vossa fidelidade, exterminai-os, ó Senhor, meu protetor. Sl.
Salvai-me, ó Deus, por vosso Nome, e por vosso poder, livrai-me. ℣. Glória ao Pai.
Oração
(Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de
que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Quæ placita sunt ei facio semper. A aspiração do cristão anela a
fundir-se com a do próprio Jesus Cristo: conformar-se em tudo à vontade de
Deus, até não ter também outra oração.
Páteant aures misericórdiæ tuæ,
Dómine, précibus supplicántium: et, ut peténtibus desideráta concédas; fac eos
quæ tibi sunt plácita, postuláre. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Abri, Senhor, os ouvidos de
vossa misericórdia às preces de vossos servos suplicantes, e, para que aos seus
rogos concedais o que desejam, fazei que somente peçam o que for de vosso
agrado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios I. 10. 6-13
S. Paulo colhe do passado de Israel lições, que valem ainda para a nossa
vida cristã.
Fratres: Non simus
concupiscéntes malórum, sicut et illi concupiérunt. Neque idolólatræ
efficiámini, sicut quidam ex ipsis: quemádmodum scriptum est: Sedit pópulus
manducáre et bíbere, et surrexérunt lúdere. Neque fornicémur, sicut quidam ex
ipsis fornicáti sunt, et cecidérunt una die vigínti tria mília. Neque tentémus
Christum, sicut quidam eórum tentavérunt, et a serpéntibus periérunt. Neque
murmuravéritis, sicut quidam eórum murmuravérunt, et periérunt ab
exterminatóre. Hæc autem ómnia in figúra contingébant illis: scripta sunt autem
ad correptiónem nostram, in quos fines sæculórum devenérunt. Itaque qui se
exístimat stare, vídeat ne cadat. Tentátio vos non apprehéndat, nisi humána:
fidélis autem Deus est, qui non patiétur vos tentári supra id, quod potéstis,
sed fáciet étiam cum tentatióne provéntum, ut póssitis sustinére.
Irmãos: 6Não cobicemos as coisas más,
como aqueles (os judeus) cobiçaram; 7nem vos torneis idólatras,
como alguns deles, conforme está escrito: Sentou-se o povo a comer e a beber, e
levantou-se para dançar [ao redor do bezerro de ouro]1. 8Não pratiquemos a impureza,
como alguns deles praticaram e morreram em um dia vinte e três mil. 9Não tentemos ao Cristo, como
alguns deles tentaram e pereceram pelas serpentes. 10Nem murmureis, como alguns
deles murmuraram, e foram mortos pelo Anjo exterminador2. 11Ora, todas essas coisas lhes
aconteciam em figura, e estão escritas para advertência de nós outros, chegados
que estamos aos fins dos séculos. 12Aquele, pois, que crê estar de
pé, olhe que não caia. 13Não vos sobrevenha
tentação acima das forças humanas. Fiel é Deus, que não permitirá sejais
tentados além de vossas forças; antes fará que tireis ainda proveito da
tentação, dando-vos o poder de lhe resistir.
1. Êxodo 32. 6.
2. O Anjo executor dos castigos divinos.
Gradual /
Salmo 8.
2
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Dómine, Dóminus noster, quam
admirábile est nomen tuum in universa terra! ℣. Quóniam
eleváta est magnificéntia tua super cælos.
Ó
Senhor, Senhor
nosso, como é admirável vosso Nome em toda a terra! ℣.
Porque a vossa
magnificência se elevou acima dos céus.
Aleluia /
Salmo 58.
2
Allelúia, allelúia. ℣. Eripe me de inimícis meis,
Deus meus: et ab insurgéntibus in me líbera me. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Salvai-me de meus inimigos, ó
Deus meu; livrai-me dos que se levantam contra mim. Aleluia.
Evangelho segundo São Lucas
19. 41-47
A verdadeira felicidade do homem está no acolhimento que faz a Deus; a
sua desgraça e perda, em resistir-lhe ou, depois de O haver acolhido, profanar
um templo, que Deus consagrara.
In illo témpore: Cum
appropinquáret Iesus Ierúsalem, videns civitátem, flevit super illam, dicens:
Quia si cognovísses et tu, et quidem in hac die tua, quæ ad pacem tibi, nunc
autem abscóndita sunt ab óculis tuis. Quia vénient dies in te: et circúmdabunt
te inimíci tui vallo, et circúmdabunt te: et coangustábunt te úndique: et ad
terram prostérnent te, et fílios tuos, qui in te sunt, et non relínquent in te
lápidem super lápidem: eo quod non cognóveris tempus visitatiónis tuæ. Et
ingréssus in templum, cœpit ejícere vendéntes in illo et eméntes, dicens illis:
Scriptum est: Quia domus mea domus oratiónis est. Vos autem fecístis illam
speluncam latrónum. Et erat docens cotídie in templo.
Naquele tempo, 41tendo Jesus chegado perto de
Jerusalém, avistou a cidade, e chorou sobre ela, dizendo: 42Ah! Se tu conhecesses3, ao menos neste teu dia, o
que te pode trazer a paz! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. 43Porque, dias virão sobre ti,
em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e por todos os
lados te apertarão. 44Arrasar-te-ão a ti
e a teus filhos, que estão dentro de ti, e em ti não deixarão pedra sobre
pedra, porque tu não conheceste o tempo de tua visitação4. 45E tendo entrado no templo,
começou a lançar fora todos os que aí vendiam ou compravam, 46dizendo-lhes: Está escrito:
Minha casa é casa de oração, e vós fizestes dela um covil de ladrões. 47E todos os dias Ele ensinava
no templo.
3. Como os discípulos.
4. Em que foste o objeto das mercês divinas.
CREDO...
Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 18.
9-12
Com o Ofertório, começa a
segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das
oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Iustítiæ Dómini rectæ,
lætificántes corda, et iudícia eius dulcióra super mel et favum: nam et servus
tuus custódit ea.
As leis do Senhor são justas e
alegram os corações e seus juízos são mais doces que o mel e o favo; por isso
vosso servo os guarda.
Secreta
Note-se a afirmação doutrinal desta secreta
Concéde nobis, quǽsumus,
Dómine, hæc digne frequentáre mystéria: quia, quóties huius hóstiæ commemorátio
celebrátur, opus nostræ redemptiónis exercétur. Per Dominum nostrum Iesum
Christum.
Concedei, Senhor, Vos pedimos,
que dignamente e frequentes vezes celebremos estes Mistérios, porque sempre que
se renova a memória deste Sacrifício, se opera o fruto de nossa redenção. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / João 6.
57
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis. Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o
sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a
alma os frutos da Comunhão.
Qui mandúcat meam carnem et
bibit meum sánguinem, in me manet et ego in eo, dicit Dóminus.
Quem come a minha Carne e bebe
o meu Sangue permanece em Mim e eu nele, diz o Senhor.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Tui nobis, quǽsumus, Dómine,
commúnio sacraménti, et purificatiónem cónferat, et tríbuat unitátem. Per
Dominum nostrum Iesum Christum.
Senhor, nós Vos suplicamos que
a recepção de vosso Sacramento nos purifique e nos conceda o Espírito de união.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Correspondência
à Graça
Ó Senhor, fazei que em mim a Vossa graça não seja vã.
1 – Hoje a
liturgia convida-nos a refletir sobre o grave problema da nossa correspondência
à graça, apresentando-nos o triste quadro das vicissitudes de Israel, o povo
escolhido, que Deus cumulara de benefícios, enchera de graças, protegera
cuidadosamente e que, apesar disso, por infelicidade se perdeu. Na Epístola (I
Cor. 10, 6-13) S. Paulo, depois
de ter tocado alguns pontos da prevaricação de Israel, conclui: «Estas coisas
lhes aconteciam em figura e foram escritas para advertência de todos nós...
Aquele, pois, que crê estar de pé, veja não caia». É um chamamento premente à
vigilância e à humildade. Se Deus nos preveniu com as Suas graças, se nos
chamou a uma vida interior mais intensa, a uma maior intimidade com Ele, tudo
isto, longe de nos tornar presunçosos, deve escavar no nosso coração uma
humildade mais profunda: os dons de Deus têm de ser conservados sob a cinza de
uma humilde desconfiança de si mesmo. Ai de nós se já nos considerássemos
livres daquelas fraquezas que encontramos e talvez condenemos nos outros!
Repitamos antes, humildemente: Senhor, ajudai-me, senão poderei fazer ainda
pior. Contudo, exortando-nos à humildade, São Paulo impele-nos também à
confiança porque «Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além do que
podem as vossas forças, antes fará que tireis ainda vantagens da mesma
tentação, para a poderdes suportar». O Apóstolo ensina-nos igualmente que a
consciência da nossa fragilidade não nos deve desanimar, porque Deus está
sempre pronto a amparar-nos com a Sua graça. Deus conhece as tentações que nos
afligem e dá-nos, em cada uma delas, a medida de graça necessária para
triunfarmos. É bem verdade que, quando a tempestade se desencadeia, somente
damos conta do embate da luta, ao passo que a graça com que Deus nos socorre
permanece inteiramente oculta; porém, tenhamos a certeza de que esta graça está
presente, porque «Deus é fiel». «O bom Deus sempre me ajudou... – dizia Sta.
Teresa do Menino Jesus – Conto com Ele. Tenho a certeza de que continuará a
socorrer-me até o fim. Poderei sofrer muitíssimo, mas nunca será demais, estou
certa disso» (NV. 28, 5).
2 – O Evangelho
(Lc. 19, 41-47), retomando o
mesmo argumento da Epístola, apresenta-nos Jesus chorando sobre Jerusalém. O
Criador, o Senhor, o Salvador, chora sobre as ruínas das Suas criaturas, do
povo que amou com predileção a ponto de o escolher por companheiro da Sua vida
terrena e que a todo o custo quereria ter salvo.
«Jerusalém,
Jerusalém... quantas vezes eu quis juntar teus filhos como a galinha recolhe
debaixo das asas os seus pintos e tu não quiseste!» (Mt. 23, 37). Tal foi a
atitude constante de Jesus para com a cidade santa, mas esta continuou sempre
cega a toda a luz, surda a todo o convite; e o Salvador, poucos dias antes de
Se entregar à Paixão, lança-lhe o último amargurado apelo: «Se ao menos neste
dia que te é dado tu conhecesses ainda o que te pode trazer a paz!» Todavia,
mais uma vez, a cidade resiste e Jesus, depois de a ter amado tanto, depois de
ter chorado sobre ela como a mãe chora sobre o filho transviado, prediz-lhe a
ruína: «Os teus inimigos... não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não
conheceste o tempo da tua visita».
E tu saberás
reconhecer os momentos em que o Senhor visita a tua alma? Uma boa palavra, lida
ou ouvida talvez por acaso, um exemplo edificante, uma inspiração interior, uma
luz nova que te faz ver mais a fundo os teus defeitos, que te abre novos
horizontes de virtude e de bem, são outras tantas visitas de Jesus. E como
correspondes? A tua alma é sensível a estas luzes, a estes apelos? Não te
surpreendes uma vez por outra a olhar para o lado, temendo que a luz entrevista
exija ao teu amor próprio sacrifícios demasiado duros?
Oh! se tivesses
reconhecido sempre o momento em que o Senhor te visitou! Se te abrisses sempre
de par em par à Sua ação! Procura, pois, recomeçar hoje de novo, resolvido a
recomeçar todas as vezes que te acontecer ceder à natureza. «O que te pode
trazer a paz», a felicidade, a santificação, é unicamente esta adesão contínua
aos impulsos da graça.
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 973-975.
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