sábado, 20 de agosto de 2022

Edição nº 614

«Liturgia Dominical»
Ano 11 – nº 614 – 21 de agosto de 2022

 

11º Domingo depois de Pentecostes

 Solenidade da Assunção

branco – 1a. classe.

 

Celebramos hoje a maior festa em honra de Nossa Senhora. É a comemoração da gloriosa Assunção de Maria Santíssima ao céu.

No dia 1º de novembro de 1950, Pio XII definia o dogma da Assunção. Proclamava assim solenemente que a crença segundo a qual a Santíssima Virgem Maria ao terminar a sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma para a glória do Céu, faz realmente parte do depósito da fé recebida dos Apóstolos. «Bendita entre todas as mulheres» em razão da sua maternidade divina, a Virgem imaculada que tivera desde a sua Conceição o privilégio de ser isenta do pecado original, não devia jamais conhecer a corrupção do túmulo.

A nova missa da festa põe em evidência a própria Assunção e as suas conveniências teológicas. Maria aparece glorificada na mulher descrita no Apocalipse (intróito), na filha do rei revestida de manto de ouro, do salmo 44 (gradual), na mulher que com seu filho será inimiga vitoriosa do demônio (ofertório). São-lhe aplicados os louvores dirigidos a Judite triunfante (epístola); e sobretudo considera a Assunção o coroamento de todas as glórias que derivam da maternidade divina e que a própria Virgem cantou no seu Magnificat (evangelho). As orações fazem-nos pedir a Deus que possamos, como a Santíssima Virgem, estar continuamente atentos às coisas do alto, atingir a ressurreição bem-aventurada, e partilhar da sua glória no Céu.

 


«Tu és a glória de Jerusalém, a alegria de Israel, a honra do nosso povo». Epist.


 Avisos Paroquiais

Atenção para os horários das Santas Missas neste Domingo: às 7h, 9h e 19h em nossa igreja matriz; às 10h na Capela de São Brás, em Sesmaria, às 17h na Capela de Santo Antônio, em Córrego Seco e às 19h na Capela de Nossa Senhora de Fátima, em Santa Maria de Campos.

Serão transmitidas pelas redes sociais a Santa Missa das 7h (via Facebook, YouTube, Instagram e Rádio Bom Jesus AM 1170 Khz) e a das 19h (via Facebook, YouTube e Instagram).

Redes Sociais:

Site – http://bomjesuscrucificado.org.br/

Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado

(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

YouTube –  https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado

 (Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

Instagram https://www.instagram.com/bomjesuscrucificado/

(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

E-mail – bomjesuscrucificado@gmail.com

 

Intróito / SIGNUM MAGNUM – Apocalipse 12. 1; Salmo 97. 1

O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.

Signum magnum appáruit in cælo: múlier amicta sole, et luna subpédibus eius, et in cápite eius coróna stellárum duódecim. Ps. Cantáte Dómino cánticum novum: quóniam mirabília fecit. . Glória Patri.

Um grande sinal apareceu no Céu: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Sl. Cantai ao Senhor um cântico novo, porque Ele operou maravilhas. . Glória ao Pai.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia. 

Omnípotens sempitérne Deus, qui Immaculátam Vírginem Maríam, Fílii tui genitrícem, córpore et ánima ad cæléstem glóriam assumpsísti: concéde, quǽsumus; ut, ad superna semper inténti, ipsíus glóriæ mereámur esse consórtes. Per eundem Dominum nostrum Iesum Christum.

Commemoratio Dominicæ XI post Pentecosten

Omnípotens sempitérne Deus, qui, abundántia pietátis tuæ, et mérita súpplicum excédis et vota: effúnde super nos misericórdiam tuam; ut dimíttas quæ consciéntia métuit, et adícias quod orátio non præsúmit. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Ó Deus onipotente e sempiterno, que arrebatastes à glória do Céu em corpo e alma a Imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, concedei, nós Vos pedimos, que, preocupando-nos sempre com as coisas do alto, mereçamos ser participantes da sua glória. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo.

Comemoração do 11º Domingo depois de Pentecostes

Ó Deus, eterno e onipotente, que pela abundância de Vossa bondade excedeis os méritos e os desejos dos suplicantes, derramai sobre nós a Vossa misericórdia; perdoai o que a nossa consciência teme, e acrescentai o que não ousamos pedir. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola extraída do livro de Judite 13. 22-25; 15. 10

Judite salvando o seu povo é uma figura de Maria. Retomando o elogio de Judite para o dirigir a Maria, a Igreja sublinha o seu alcance profético; é próprio da linguagem bíblica poder evocar em todas as suas perspectivas as grandes obras divinas.

Benedíxit te Dóminus in virtúte sua, quia per te ad níhilum redégit inimícos nostros. Benedícta es tu, fília, a Dómino Deo excelso, præ ómnibus muliéribus super terram. Benedíctus Dóminus, qui creávit cælum et terram, qui te direxit in vúlnera cápitis príncipis inimicórum nostrórum; quia hódie nomen tuum ita magnificávit, ut non recédat laus tua de ore hóminum, qui mémores fúerint virtútis Dómini in ætérnum, pro quibus non pepercísti ánimæ tuæ propter angústias et tribulatiónem géneris tui, sed subvenísti ruínæ ante conspéctum Dei nostri. Tu glória Ierúsalem, tu lætítia Israël, tu honorificéntia pópuli nostri.

22O Senhor abençoou-te com a sua fortaleza, pois que, por teu intermédio, reduziu a nada os nossos inimigos. 23Abençoada és tu, minha filha, pelo Senhor, o Deus altíssimo, entre to­das as mulheres da terra. 24Bendito seja o Senhor, criador do céu e da terra, que te levou a cortares a cabeça do chefe dos nossos inimigos. 25De tal maneira ele hoje glorificou o teu nome, que o teu nome não desaparecerá da boca dos homens, para sempre lembrados do poder do Senhor. Ao veres os sofrimentos e a amargura do teu povo, não quiseste poupar a tua vida; antes nos salvaste da ruina, sob o olhar protetor do nosso Deus: 10Tu és a glória de Jerusalém, a alegria de Israel, a honra do nosso povo.

Gradual / Salmo 44. 11-14

Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Audi, fília, et vide, et inclína aurem tuam, et concupíscet Rex pulchritúdinem tuam. . Tota decóra ingréditur fília Regis, textúræ áureæ sunt amíctus ejus.

Ouve, minha filha, e vê, e inclina o teu ouvido, e cobiçará o rei a tua beleza, a princesa real entra toda formosa e bela, de vestidos reca­mados de ouro.

Aleluia

Allelúia, allelúia. . Assumpta est María in cælum: gaudet exércitus Angelórum. Allelúia.

Aleluia, aleluia. . Maria foi levada ao Céu: alegra-se o exército dos Anjos. Aleluia.

Evangelho segundo São Lucas 1. 41-50

Não há melhor cântico do que o Magnificat para celebrar, no dia do seu triunfo, as grandezas de Maria; a Igreja recorda-nos as circunstâncias em que Maria, num movimento de ação de graças inspirado pelo Espírito Santo, o pronunciou.

In illo témpore: Repléta est Spíritu Sancto Elisabeth et exclamávit voce magna, et dixit: Benedícta tu inter mulíeres, et benedíctus fructus ventris tui. Et unde hoc mihi ut véniat mater Dómini mei ad me? Ecce enim ut facta est vox salutatiónis tuæ in áuribus meis, exsultávit in gáudio infans in útero meo. Et beáta, quæ credidísti, quóniam perficiéntur ea, quæ dicta sunt tibi a Dómino. Et ait María: Magníficat ánima mea Dóminum; et exsultávit spíritus meus in Deo salutári meo; quia respéxit humilitátem ancíllæ suæ, ecce enim ex hoc beátam me dicent omnes generatiónes. Quia fecit mihi magna qui potens est, et sanctum nomen eius, et misericórdia eius a progénie in progénies timéntibus eum.

Naquele tempo: 41Isabel foi cheia do Espirito Santo, 42e ex­clamou em voz forte, dizendo: «Bendita és tu entre as mulhe­res e bendito o fruto do teu ventre. 43Como pude eu merecer a dita de vir até mim a Mãe do meu Senhor! 44Na verdade, apenas ouvi as palavras da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio! 45Tu, sim, que és feliz, por teres acreditado que em ti se cumpriria o que te foi dito da parte do Senhor!». 46Maria, então, prorrompeu: «A minha alma glorifica ao Senhor, 47e o meu es­pirito exulta de alegria em Deus, meu Salvador; 48porque, se dignou baixar os olhos para a humilde condição da sua escrava, desde agora me chamarão bem-aventurada todas as gera­ções: 49Porque O que é Poderoso fez em mim grandes coisas, e o seu nome é santo; 50e a sua misericórdia estende-se, através das idades, sobre todos os que O temem».

CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

Ofertório / Gênesis 3. 15

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.

Inimicítias ponam inter te et mulíerem, et semen tuum et semen illíus.

Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua e a sua geração.

Secreta

É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.

Ascéndat ad te, Dómine, nostræ devotiónis oblátio, et, beatíssima Vírgine María in cælum assumpta intercedénte, corda nostra, caritátis igne succénsa, ad te iúgiter ádspirent. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Commemoratio Dominicæ XI post Pentecosten

Réspice, Dómine, quǽsumus, nostram propítius servitútem: ut, quod offérimus, sit tibi munus accéptum, et sit nostræ fragilitátis subsidium. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Suba até Vós, Senhor, a oferta da nossa devoção, e, pela intercessão da Santíssima Virgem Maria que subiu ao Céu, que os nossos corações, incendiados no fogo da caridade, suspirem sempre por Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Comemoração do 11º Domingo depois de Pentecostes

Nós Vos pedimos, Senhor, olhai propício a nossa condição servil, a fim de que a nossa oferta Vos seja agradável e sirva de amparo à nossa fraqueza. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Communio / Lucas 1. 48-49

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.

Beátam me dicent omnes generatiónes, quia fecit mihi magna qui potens est.

Todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque O que é Poderoso fez em mim grandes coisas.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Sumptis, Dómine, salutáribus sacraméntis: da, quǽsumus; ut, méritis et intercessióne beátæ Vírginis Maríæ in cælum assúmptæ, ad resurrectiónis glóriam perducámur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Commemoratio Dominicæ XI post Pentecosten

Sentiámus, quǽsumus, Dómine, tui perceptióne sacraménti, subsídium mentis et córporis: ut, in utróque salváti, cæléstis remédii plenitúdine gloriémur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Tendo recebido, Senhor, os Sacramentos da salvação, concedei, nós Vos pedimos, que, pelos méri­tos e intercessão da Santa Virgem Maria levada ao Céu, sejamos conduzi­dos à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Comemoração do 11º Domingo depois de Pentecostes

Fazei, Senhor, que pela recepção deste Sacramento, sintamos conforto na alma e no corpo, e numa e noutro curados, possamos gozar da plenitude do remédio celestial. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Meditação

Assunção de Nossa Senhora

Ó Maria elevada ao céu, purificai os meus sentidos para que eu aprenda, já neste mundo, a saborear a Deus.

1 – A Virgem que hoje contemplamos elevada em corpo e alma à glória do céu, recorda-nos de uma forma especial que a nossa morada permanente não é na terra, mas no céu onde, juntamente com o seu divino Filho, nos precedeu na plenitude da sua pessoa. É este o pensamento dominante da liturgia de hoje: «Deus todo-poderoso e eterno – diz a oração do dia – que ele­vastes à glória do céu, em corpo e alma, a Imaculada Virgem Maria, Mãe do Vosso Filho, concedei-nos a graça de aspirarmos sempre às coisas do alto, para merecermos compartilhar da sua glória». Sim, a festa da Assunção é para nós um poderoso apelo a «aspirar­mos sempre às coisas do alto», não nos deixando arrastar pelas vicissitudes e ilusões da vida terrena. Não foi só a nossa alma que foi criada para o céu: o corpo, depois da ressurreição da carne, também será acolhido nas moradas celestiais e admitido a participar da glória do espírito. Esta completa glorificação da nossa humanidade, que não só para nós, mas também para todos os santos se efetuará no fim dos tempos, contemplamo-la hoje plenamente realizada em Maria, nossa Mãe. Este privilégio convinha-lhe muito bem a Ela, a toda pura e toda santa, cujo corpo nunca foi tocado pela sombra do mal, mas foi sempre templo do Espírito Santo, e cujo seio virginal foi o tabernáculo do Filho de Deus. E este privilégio incita-nos a elevar toda a nossa vida, não só a do espírito, mas também a dos sentidos, ao nível da vida celestial que nos espera. «Ó Mãe de Deus e Mãe dos homens – exclama Pio XII na sua belíssima oração à Assunção – nós vos suplicamos que purifiqueis os nossos sentidos para que aprendamos na terra a sentir a Deus, só a Deus, encantamento das cria­turas».

2 – A Assunção de Maria Santíssima indica-nos o itinerário da nossa ascensão espiritual: desprendimento da terra, impulso para Deus, união com Deus.

A Virgem foi elevada aos céus em corpo e alma por ser a Imaculada, a toda pura, isenta não só de toda a sombra de culpa, mas ainda do menor apego às coisas da terra, que «nunca teve impressa na alma forma de qualquer criatura, nem por ela se moveu» (J.C. S. III, 2, 10). A primeira condição para chegar a Deus é a pureza total, fruto do desapego total. A Senhora, que viveu a nossa vida terrena num desprendimento absoluto de todas as coisas criadas, ensina-nos a não nos deixar­mos prender pelo encanto das criaturas, mas a vivermos no meio delas, a ocuparmo-nos delas com muita cari­dade, sim, mas sem prender a elas o coração, sem jamais procurar nelas a nossa satisfação.

A Virgem da Assunção fala-nos do impulso para o céu, para Deus. Não basta purificar o coração de todo o pecado e de todo o apego; é preciso, ao mesmo tempo, lançá-lo para Deus, tender para Ele com todas as nossas forças. «Senhor – faz-nos orar a Igreja na Missa do dia – que por intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria elevada ao céu, os nossos corações, abrasados no fogo da caridade, para Vós se dirijam constantemente» (Secreta). A nossa vida terrena tem valor de vida eterna enquanto é impulso para Deus, contínua busca dEle, contínua adesão à Sua graça; se este impulso diminuir, diminuiu também o valor ultra terreno da nossa existência.

Maria foi elevada ao céu por ser a Mãe de Deus e este seu máximo privilégio, origem e causa de todos os outros, evoca especialmente a união íntima com Deus; a sua Assunção à união beatífica do céu fala-nos também dessa união. A Assunção de Nossa Se­nhora confirma-nos, portanto, nesta grande e doce ver­dade: fomos criados e chamados à união com Deus. É a própria Virgem que nos estende a sua mão ma­ternal para nos guiar e nos levar a atingir tão alto ideal. Com os olhos fixos n'Ela, será mais fácil cami­nhar: Ela será o nosso guia, a nossa força e consolação, em qualquer luta e dificuldade.

MADALENA, Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 1467-1470.

Nenhum comentário:

Postar um comentário