«Liturgia Dominical»
Ano 10 – nº 556 – 22 de agosto
de 2021
† 13º Domingo depois de Pentecostes
Verde
– 2a. classe.
Três pensamentos preparam-nos para a santa Missa de
hoje: 1. A necessidade que temos do auxílio de Deus. 2. A prontidão do auxílio
divino. 3. A prova de que Deus nos auxilia. No Introito pedimos o auxilio em
geral; na Oração, um aumento de fé, esperança e caridade, virtudes que, como
sementes, foram pelo Batismo depostas em nossa alma, e que não se desenvolvem
em nós sem a graça de Deus. Nossa súplica é baseada na Epístola que fala na
fidelidade de Deus em suas promessas. Abraão é um exemplo de fé, esperança e
caridade. A ele e seus descendentes dirigem-se as promessas de Deus. No
Evangelho vemos como o Salvador prometido se desempenha de sua missão. E na
santa Missa sabemos que Ele a continua no Sacrifício e no Sacramento, como nos
mostram a Secreta, a Communio e a Postcommunio.
«Jesus, Mestre, tende piedade de nós!» Ev.
Avisos Paroquiais
Teremos as Santas Missas
para o cumprimento do preceito dominical nos seguintes horários: Domingo, em
nossa igreja matriz, às 6h, 8h, 16h e a Santa Missa Pontifical às 19h
(celebrada por nosso Bispo Dom Fernando Arêas Rifan).
Serão transmitidas pelas
redes sociais, a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e Rádio Bom Jesus AM
1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Redes Sociais:
Site – http://bomjesuscrucificado.org.br/
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 8h e 19h)
YouTube – https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 8h e 19h)
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E–mail – bomjesuscrucificado@gmail.com
Intróito / RÉSPICE – Salmo 73. 19-23, 1
O
Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Réspice, Dómine, in testaméntum tuum, et ánimas páuperum
tuórum ne derelínquas in finem: exsúrge, Dómine, et iúdica causam tuam, et ne
obliviscáris voces quæréntium te. Ps. Ut quid, Deus, reppulísti in finem:
irátus est furor tuus super oves páscuæ tuæ? ℣. Glória
Patri.
Olhai, propício, Senhor, para vossa aliança; não Vos
esqueçais para sempre das almas de vossos pobres. Levantai-Vos, Senhor, e
julgai a vossa causa; não Vos esqueçais das vozes dos que Vos invocam. Sl. Ó
Deus, por que nos rejeitais para sempre? Acendeu-se vossa ira contra as ovelhas
de vosso pasto? ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
É pelas virtudes teologais que nos sublimamos e fazemos da nossa
vida uma resposta amorosa e magnânima aos dons de Deus.
Omnípotens sempitérne Deus, da nobis fídei, spei et
caritátis augméntum: et, ut mereámur asséqui quod promíttis, fac nos amáre quod
praecipis. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus, onipotente e eterno, aumentai
em nós a fé, a esperança e a caridade, e fazei com que amemos o que ordenais,
para que mereçamos alcançar o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Gálatas 3. 16-22
Tudo é gratuito na salvação, que Deus nos oferece: as promessas que nos
faz, a realização das mesmas em Cristo, a sua aplicação a cada um de nós. É
certo que se requer a observância da lei, mas não é ela que nos salva.
Fratres: Abrahæ dictæ sunt promissiónes, et sémini
eius. Non dicit: Et semínibus, quasi in multis; sed quasi in uno: Et sémini
tuo, qui est Christus. Hoc autem dico: testaméntum confirmátum a Deo, quæ post
quadringéntos et trigínta annos facta est lex, non írritum facit ad evacuándam
promissiónem. Nam si ex lege heréditas, iam non ex promissióne. Abrahæ autem
per repromissiónem donávit Deus. Quid igitur lex? Propter transgressiónes
pósita est, donec veníret semen, cui promíserat, ordináta per Angelos in manu
mediatóris. Mediátor autem uníus non est: Deus autem unus est. Lex ergo
advérsus promíssa Dei? Absit. Si enim data esset lex, quæ posset vivificáre,
vere ex lege esset iustítia. Sed conclúsit Scriptúra ómnia sub peccáto, ut
promíssio ex fide Iesu Christi darétur credéntibus.
Irmãos: 16As
promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não foi dito: E às
descendências, como se tratando de muitos, mas como de um só: E à tua
descendência, que é o Cristo. 17Isto,
porém, digo: a lei que veio quatrocentos e trinta anos depois, não anula a
aliança confirmada por Deus, de sorte que se tornaria vã a promessa. 18Porque, se da lei viesse a herança, então, já não
viria da promessa. Ora, é que Deus pela promessa a deu a Abraão. 19Para que é, então, a lei? Ela foi dada por causa
das transgressões, até vir o Descendente ao qual se refere a promessa;
promulgada por Anjos passou pela mão de um mediador. 20Ora, não há mediador, quando se trata de um só; e
Deus é um. 21Será, portanto, a lei contra as
promessas de Deus? De modo algum. Somente, se fosse dada uma lei capaz de
comunicar a vida, então, em verdade, a justificação viria da lei. 22Mas, pelo contrário, a Escritura reuniu tudo sob o
pecado, a fim de que a promessa fosse dada, pela fé em Jesus Cristo, aos que
creem.
Gradual / Salmo 73. 20, 19, 22
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Réspice, Dómine, in testaméntum tuum: et ánimas
páuperum tuórum ne obliviscáris in finem. ℣. Exsúrge,
Dómine, et iúdica causam tuam: memor esto oppróbrii servórum tuórum.
Olhai propício, Senhor, para a vossa aliança e não
Vos esqueçais para sempre das almas de vossos pobres. ℣. Levantai-Vos, Senhor, e julgai a vossa causa,
lembrai-Vos do opróbrio de vossos servos.
Aleluia / Salmo 89. 1
Allelúia, alleluia. ℣. Dómine, refúgium factus es nobis a
generatióne et progénie. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Ó Senhor, Vós sois o nosso
refúgio, de geração em geração. Aleluia.
Evangelho segundo
São Lucas 17. 11-19
Dos dez leprosos curados, somente um teve fé em Cristo, fé que o salvou.
A cura da lepra é a imagem da cura do pecado.
In illo témpore: Dum iret Iesus in Ierúsalem,
transíbat per médiam Samaríam et Galilaeam. Et cum ingrederétur quoddam
castéllum, occurrérunt ei decem viri leprósi, qui stetérunt a longe; et
levavérunt vocem dicéntes: Iesu præcéptor, miserére nostri. Quos ut vidit,
dixit: Ite, osténdite vos sacerdótibus. Et factum est, dum irent, mundáti sunt.
Unus autem ex illis, ut vidit quia mundátus est, regréssus est, cum magna voce
magníficans Deum, et cecidit in fáciem ante pedes eius, grátias agens: et hic
erat Samaritánus. Respóndens autem Iesus, dixit: Nonne decem mundáti sunt? et
novem ubi sunt? Non est invéntus, qui redíret et daret glóriam Deo, nisi hic
alienígena. Et ait illi: Surge, vade; quia fides tua te salvum fecit.
Naquele tempo, 11indo Jesus a Jerusalém, atravessava a Samaria e a
Galiléia. 12E, ao entrar em uma aldeia,
saíram-Lhe ao encontro dez homens leprosos. Eles pararam ao longe1, 13e
elevaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tende piedade de nós! 14Vendo-os, Jesus disse: Ide e mostrai-vos aos
sacerdotes2. E aconteceu que, enquanto iam,
ficaram limpos. 15Um deles, logo que se viu curado,
voltou atrás, e glorificou a Deus em alta voz; 16e prostrando-se por terra, aos pés de Jesus,
deu-Lhe graças; e este era Samaritano. 17Então,
Jesus perguntou: Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão, pois, os
outros nove? 18Não houve quem voltasse e viesse dar
glória a Deus, senão este estrangeiro. 19E
disse-lhe: Levanta-te e vai: tua fé te salvou.
1. O leproso devia evitar toda e qualquer relação com os outros homens.
2. O leproso, ritualmente impuro, devia fazer verificar a sua cura por
meio de um sacerdote, para ser admitido na sociedade.
CREDO... Concluímos a
Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 30. 15-16
Com
o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das
oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
In te sperávi, Dómine; dixi: Tu es Deus meus, in
mánibus tuis témpora mea.
Em Vós, Senhor, espero e digo: Vós sois o meu Deus;
em vossas mãos estão os meus dias.
Secreta
É a antiga “oração sobre as oblatas”, ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Propitiáre, Dómine, pópulo tuo, propitiáre
munéribus: ut, hac oblatióne placátus, et indulgéntiam nobis tríbuas et
postuláta concedas. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Senhor, sede propício a vosso povo e aceitai benigno
as nossas oferendas, a fim de que, aplacado por esta oblação, nos concedais o
perdão e atendais às nossas súplicas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Sabedoria 16. 20
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar)
a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Panem de cælo dedísti nobis, Dómine, habéntem omne
delectaméntum et omnem sapórem suavitátis.
Senhor, Vós nos destes o Pão do céu que contém todas
as delícias e todo o sabor da suavidade.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Sumptis, Dómine, cæléstibus sacraméntis: ad
redemptiónis ætérnæ, quǽsumus, proficiámus augméntum. Per Dominum nostrum Iesum
Christum.
Nós Vos rogamos, Senhor, que, pela recepção destes
Sacramentos celestes, alcancemos aumento da salvação eterna. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Meditação
Os Dez Leprosos
Ó Jesus Salvador, tenho necessidade de Vós. Curai-me, tende piedade de
mim!
1 – No ciclo dos domingos depois do
Pentecostes, a Igreja continua a pôr-nos diante dos olhos, ora sob um aspecto
ora sob outro, a obra misericordiosa de Jesus para com as nossas almas. Há
quinze dias apresentava-no-la figurada na cura do surdo-mudo; no domingo
passado, na ação piedosa do samaritano; e hoje, na cena comovedora dos dez
leprosos curados pelo Senhor. Deste modo a Igreja tem em vista manter desperta
em nós a humilde consideração da nossa miséria, da necessidade imensa que temos
continuamente da obra redentora de Jesus e, ao mesmo tempo, quer fazer-nos
sentir que esta obra está sempre em atividade e que em cada dia e a cada
momento vivemos sob o seu influxo. O trecho evangélico (Lc. 17. 11-19) escolhido para a Missa de hoje, põe
particularmente em evidência o aspecto central da Redenção: a cura das nossas
almas da lepra do pecado. Já na antiguidade a lepra foi considerada como a
figura mais adequada para nos dar ideia da fealdade do pecado e, com efeito,
seria difícil imaginar coisa mais horrível e repugnante. Todavia ao passo que a
lepra do corpo é tão temida, que indiferença e despreocupação entre os cristãos
perante a lepra da alma! Como estamos longe do sentimento profundo e realista
que os santos tinham da ofensa a Deus! «Ah! – exclama Sta. Teresa – porque não
compreendemos que o pecado é uma guerra aberta de todos os nossos sentidos e
potências contra Deus! Quem mais pode, mais traições inventa contra o seu Rei»
(Ex. 14, 2). Um dos frutos do Evangelho deste
dia é precisamente o de despertar nas nossas almas um arrependimento vivo e
eficaz das culpas cometidas, e um sentimento de humildade profunda ao
reconhecermos a nossa miséria. Vamos nós também juntamente com os dez leprosos
ao encontro do Senhor e gritemos-Lhe: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!».
2 – O Evangelho de hoje indica-nos
também os remédios contra o pecado. Acima de tudo, a humildade sincera que
reconhece a própria miséria; mas a humildade não basta, é preciso que vá
acompanhada do recurso confiante a Deus. Os pobres leprosos, conscientes do seu
miserável estado, confiaram em Jesus e dirigiram-Lhe a sua súplica cheia de
confiança: foi o primeiro passo para a cura. Certas almas choram as suas
misérias, afligem-se por causa delas, e contudo não se curam porque não sabem
recorrer confiadamente a Jesus, o único médico capaz de as curar. A lembrança
das suas culpas retém-nas, quase não se atrevem a aproximar-se dEle, não ousam
confiar na Sua misericórdia; estas almas não compreendem que devemos ir a Jesus
exatamente porque somos pecadores e que «os sãos não tem necessidade de médico,
mas sim os enfermos» (Lc. 5, 31).
O divino Mestre não curou diretamente
os pobres leprosos, mas enviou-os aos sacerdotes: «Ide, mostrai-vos aos
sacerdotes»; eles obedeceram sem discutir, sem duvidar, «e enquanto iam,
ficaram limpos». Assim procede Jesus conosco. É sempre Ele que nos cura, mas
ordinariamente quer fazê-lo por meio dos Seus ministros. Algumas almas não têm
fé suficiente na palavra e na obra do ministro de Deus, não acreditam bastante
na eficácia dos sacramentos, da absolvição sacramental e vivem por isso em
contínuas angústias. Quando uma alma expôs com sinceridade o estado da sua
consciência sem intenção alguma de enganar, deve ficar tranquila e confiar
plenamente no juízo do sacerdote. Neste caso, pôr em dúvida a palavra do
ministro de Deus, duvidar da absolvição recebida equivale a duvidar do próprio
Jesus, visto que Ele decidiu agir em nós por meio da ação dos Seus
representantes.
Dos dez leprosos curados só um sentiu
o dever de voltar atrás a fim de exprimir o seu reconhecimento ao Senhor.
«Feliz a alma – comenta S. Bernardo – que a cada dom da graça de Deus se volta
para Aquele que, à nossa gratidão pelos benefícios recebidos, responde com
novos benefícios. O que nos impede de progredir na vida cristã, é a ingratidão,
porque Deus considera como perdido aquilo que recebemos sem reconhecimento e
abstém-Se de nos conceder novas graças».
Extraído do Livro Intimidade Divina –
P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) – 1967
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