«Liturgia Dominical»
Ano
10 – nº 536 – 4 de abril 2021
†
Domingo da Ressureição
branco – 1ª classe.
A
Comunidade religiosa celebra o dia de hoje com Maria Santíssima, que, depois
dos tormentosos dias da Paixão, tem mais direito ainda às alegrias da
Ressurreição.
Com
Jesus agradeçamos ao Pai Eterno a vitória da Redenção pela qual também nós
ressuscitamos para uma vida nova (Intróito). O Cordeiro Pascal, imolado e
ressuscitado, novamente se imola e ressuscita para nós no santo Sacrifício da
Missa (Consagração e Comunhão). A Epístola, a Sequência e o Evangelho nos
preparam a termos as devidas disposições.
Seja
a celebração da santa Missa no dia de hoje, que é a Solenidade das Solenidades,
a expressão sincera de nossa alegria e gratidão, porque Jesus, ressurgindo, nos
deu a vida, uma
vida nova na graça.
«Ressuscitou, não está aqui; eis o lugar onde O depositaram.» Ev.
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Intróito
/ RESURREXI
– Salmo 138. 18, 5-6,
1-2
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Resurréxi, et adhuc tecum sum, allelúia:
posuísti super me manum tuam, allelúia: mirábilis facta est sciéntia tua,
allelúia, allelúia. Ps. Dómine, probásti me et cognovísti me: tu cognovísti
sessiónem meam et resurrectiónem meam. ℣. Glória Patri.
Ressuscitei e ainda estou contigo, aleluia; puseste sobre
mim a tua mão, aleluia; admirável é a tua Sabedoria, aleluia, aleluia. Sl.
Senhor, Vós me provastes e me conheceis; sabeis a minha morte e a minha
ressurreição. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa
salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de
toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Deus, qui hodiérna die per Unigénitum tuum æternitátis
nobis áditum, devícta morte, reserásti: vota nostra, quæ præveniéndo aspíras,
étiam adiuvándo proséquere. Per eundem Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus, que no dia de hoje pelo vosso Unigênito, vencestes
a morte e nos abristes a porta da vida eterna, secundai com o vosso auxílio os
votos que a vossa graça em nós suscitou. Pelo mesmo Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo
Apóstolo aos Coríntios I. 5. 7-8
Se ressuscitamos com Cristo, a nossa vida tem necessariamente de ser
outra. Os Judeus só podiam comer o cordeiro pascal com pão ázimo; comamos nós
também Cristo «nossa Páscoa», com o pão sem fermento duma vida sem mancha,
isenta de todo fermento de pecado.
Fratres: Expurgáte vetus ferméntum, ut sitis nova
conspérsio, sicut estis ázymi. Etenim Pascha nostrum immolátus est Christus. Itaque
epulémur: non in ferménto véteri, neque in ferménto malítiae et nequitiæ: sed
in ázymis sinceritátis et veritátis.
Irmãos: 7Purificai-vos
do velho fermento, para que sejais uma nova massa agora que já sois ázimos;
pois, o Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. 8Celebremos, portanto, a festa, não com o fermento velho
nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da sinceridade
e da verdade1.
1 A quando da festa da Páscoa, em que se imolava o cordeiro
pascal, os Judeus, depois de terem feito desaparecer todo «o velho fermento»,
que em suas casas se encontrasse, comiam apenas pão ázimo, isto é, pão sem
fermento. Ora, Cristo, «nossa Páscoa», (nosso Cordeiro pascal), foi imolado uma
vez para sempre, no dia da sua Paixão: é a páscoa do cristão, uma páscoa
perene. Devemos, por conseguinte, banir da nossa vida «o velho fermento», isto
é, o mal e as nossas ruins inclinações, e substituí-las pelos «ázimos de pureza
e de verdade». Seremos assim verdadeiramente «ázimos», no sentido em que S.
Paulo o entende.
Gradual / Salmo 117. 24, 1
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos
afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério
do dia.
Hæc dies, quam fecit Dóminus: exsultémus et lætémur in
ea. ℣. Confitémini Dómino, quóniam bonus: quóniam in saeculum
misericórdia eius.
Este é o dia que o Senhor fez; exultemos e alegremo-nos
nele. ℣. Glorificai o Senhor, porque Ele é bom; porque a sua
misericórdia perdura nos séculos.
Aleluia / I Coríntios 5. 7
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos
afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério
do dia.
Allelúia, allelúia. ℣. Pascha nostrum immolátus est Christus.
Aleluia, aleluia. ℣. O Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.
Sequencia / Wipon † 1050
Víctimæ
pascháli laudes ímmolent Christiáni.
Agnus
rédemit oves: Christus ínnocens Patri reconciliávit peccatóres.
Mors et vita
duéllo conflixére mirándo: dux vitæ mórtuus regnat vivus.
Dic nobis, María, quid vidísti in
via?
Sepúlcrum Christi vivéntis et
glóriam vidi resurgéntis.
Angélicos testes, sudárium et
vestes.
Surréxit
Christus, spes mea: præcédet vos in Galilaeam.
Scimus Christum surrexísse a mórtuis
vere: tu nobis, victor Rex, miserére.
Amen. Allelúia.
À vitima pascal, louvor
Imolem os Cristãos.
O Cordeiro redimiu as ovelhas:
O Cristo inocente, com o Pai,
Reconciliou os pecadores.
A morte e a vida se bateram
Num duelo estranho.
O Rei da vida2, morto,
Reina vivo.
– Dize-nos, Maria,
No caminho, o que havia?
O sepulcro do Cristo, que vive,
E a sua glória que ante os olhos
tive.
Testemunhas celestes,
O sudário e as vestes.
O Cristo, ressurgiu; minha
esperança.
Para a Galileia, antes de vós
avança.
– Sabemos que o Cristo ressurgiu,
Dos mortos, na verdade.
Ó Rei vitorioso,
De nós, tende piedade.
Amém. Aleluia
2. Expressão inspirada nos Atos (3. 15) que evoca um paralelismo
entre Cristo, que nos dá acesso à vida eterna, e Moisés conduzindo o seu povo
para a terra prometida.
Evangelho segundo São Marcos 16. 1-7
Ao lado do tumulo vazio, um anjo anuncia às santas mulheres a
Ressureição de Jesus. É a nós que ele se dirige por intermédio da Igreja. A
narrativa evangélica das aparições, que vamos ler durante esta semana, deve firmar
a nossa fé, do mesmo modo que a visão de Cristo ressuscitado foi uma âncora
para a fé de seus discípulos.
In illo témpore: María Magdaléne et María Iacóbi et Salóme
emérunt arómata, ut veniéntes úngerent Iesum. Et valde mane una sabbatórum,
veniunt ad monuméntum, orto iam sole. Et dicébant ad ínvicem: Quis revólvet
nobis lápidem ab óstio monuménti? Et respiciéntes vidérunt revolútum lápidem.
Erat quippe magnus valde. Et introëúntes in monuméntum vidérunt iúvenem
sedéntem in dextris, coopértum stola cándida, et obstupuérunt. Qui dicit illis:
Nolíte expavéscere: Iesum quǽritis Nazarénum, crucifíxum: surréxit, non est
hic, ecce locus, ubi posuérunt eum. Sed ite, dícite discípulis eius et Petro,
quia præcédit vos in Galilǽam: ibi eum vidébitis, sicut dixit vobis.
Naquele tempo, 1Maria
Madalena, Maria, Mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para virem embalsamar
a Jesus. 2E no primeiro dia da semana3, depois do sábado, logo ao
amanhecer, chegaram ao sepulcro, nascido já o sol. 3E diziam entre si: «Quem nos há de tirar a pedra da
entrada do sepulcro?» 4E
olhando, viram afastada a pedra, que era muito grande. 5Entrando no sepulcro, viram, então, um jovem assentado do
lado direito, vestido com uma túnica branca; e ficaram assustadas. 6Ele lhes disse: «Não tenhais medo; buscais a Jesus de
Nazaré que foi crucificado; ressuscitou, não está aqui; eis o lugar onde O
depositaram. 7Ide, porém, e dizei a seus
discípulos e a Pedro4, que Ele vos precede na Galileia; e
ali O vereis como vos disse».
3. O domingo atual.
4. Notar a menção especial de Pedro.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 75. 9-10
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das
oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Terra trémuit, et quiévit, dum resúrgeret in iudício Deus,
allelúia.
A terra tremeu e silenciou quando Deus se levantou para a
julgar, aleluia.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Súscipe, quǽsumus, Dómine, preces pópuli tui cum
oblatiónibus hostiárum: ut, Paschálibus initiáta mystériis, ad æternitátis
nobis medélam, te operánte, profíciant. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Recebei, Senhor, as preces de vosso povo com a oblação
destas dádivas, para que, renovadas pelos Mistérios pascais, por vossa graça
nos sirvam de remédio para a eternidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / I Coríntios
5. 7-8
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Pascha nostrum immolátus est Christus, allelúia: itaque
epulémur in ázymis sinceritátis et veritátis, allelúia, allelúia, allelúia.
O Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado,
aleluia; celebremos, portanto, a festa, com os ázimos da sinceridade e da
verdade, aleluia, aleluia, aleluia.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Spíritum nobis, Dómine, tuæ caritátis infúnde: ut, quos
sacraméntis paschálibus satiásti, tua fácias pietáte concordes. Per Dominum
nostrum Iesum Christum.
Infundi, Senhor, em nós, o Espírito de vosso Amor, a fim
de que, todos os que saciastes com os Sacramentos pascais, por vossa bondade,
permaneçam em perfeita união. Por Nosso Senhor Jesus Cristo... em união com o
mesmo Espírito Santo.
Meditação
A Páscoa do
Senhor
Ó Jesus, fazei-me digno de participar no gozo da Vossa
Ressureição.
1 – «Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e alegremo-nos nele» (BR). É o dia por excelência, o dia mais alegre
de todo o ano, porque nele «Cristo, a nossa Páscoa, foi imolado». Também o
Natal é festa de alegria, mas ao passo que a alegria natalícia tem uma nota
inconfundível de doçura, a alegria pascal é dominada pela nota do triunfo: é o
gozo pelo triunfo de Cristo, pela Sua vitória. A liturgia da Missa indica-nos
as duas características da alegria pascal: alegria na verdade (Ep. I Cor. 5, 7 e 8), alegria na caridade (Postcom.).
Alegria na verdade, segundo a
vibrante exortação de S. Paulo: «celebremos a festa não com fermento velho...,
mas com os ázimos da pureza e da verdade». Há neste mundo muitas alegrias
efêmeras, baseadas em fundamentos frágeis e inconsistentes, mas a alegria
pascal é a alegria de possuir a verdade que Cristo trouxe ao mundo e confirmou
com a Sua Ressurreição. A Sua Ressurreição diz-nos que a nossa fé não é vã, que
a nossa esperança não se funda num morto, mas num vivo, no vivo por excelência,
cuja vida é tão poderosa que pode vivificar, no tempo e na eternidade, todos
aqueles que acreditam nEle: «Eu sou a Ressurreição e a vida; o que crê em
mim, ainda que esteja morto, viverá» (Jo. 11, 25). Alegria na verdade, porque só as almas sinceras e
retas, que procuram com amor a verdade e agem segundo a verdade, podem gozar
plenamente da Ressurreição. Alma sincera é aquela que se reconhece tal qual é,
com os seus defeitos com as suas deficiências, com a sua necessidade de
conversão, e que, justamente pela consciência da sua miséria, está sinceramente
decidida a querer purificar-se do velho fermento das paixões, para se renovar
inteiramente em Cristo ressuscitado.
Mas a verdade deve operar-se na
caridade: «veritatem facientes in caritate» (Ef. 4, 15), e por isso é mais oportuna que nunca a oração que o
Postcommunio nos põe nos lábios: «Infundi em nós, Senhor, o espírito da Vossa
caridade; e fazei, pela Vossa bondade, que... vivamos sempre unidos em perfeita
concórdia». Não pode existir verdadeira alegria pascal onde não houver
concórdia e benevolência mútuas.
2 – O Evangelho (Mc. 16, 1-7) apresenta-nos as piedosas mulheres, as fidelíssimas,
que ao alvorecer do Domingo correm ao sepulcro e que no caminho perguntam
preocupadas umas às outras: «Quem nos há de revolver a pedra da boca do
sepulcro?» Mas esta preocupação, aliás bem justificada pelo tamanho e peso da
pedra que fechava o túmulo, não as faz desistir do seu intento porque estão
inflamados no desejo de encontrar Jesus. E eis que, ao chegarem, veem a pedra
removida e, entrando no sepulcro, encontram um anjo que lhes dá a grande nova:
«Ressuscitou; não está aqui». Por alguns momentos Jesus não Se deixa ver nem
encontrar, mas pouco depois, quando as mulheres, conforme a ordem recebida do
Anjo, vão dar a novidade aos discípulos, Ele aparecer-lhes-á, dizendo: «Eu vos
saúdo!» (Mt. 28, 9), e a sua alegria é então plena.
Também nós temos o desejo ardente de
encontrar o Senhor. Certamente há já muitos anos que nos pusemos à Sua procura
e talvez o nosso desejo tenha sido acompanhado de sérias preocupações: Como
farei para remover os obstáculos, para tirar da minha alma as pedras que me
impedem de encontrar o Senhor, de me entregar inteiramente a Ele, de O fazer
triunfar em mim? Mas porque desejávamos encontrar o Senhor, sustentados pela
Sua graça, pudemos superar tantos obstáculos e a divina Providência ajudou-nos
a remover muitas pedras, a vencer muitas dificuldades. Todavia a busca de Deus
é progressiva e deve continuar por toda a vida; por isso, como as piedosas
mulheres, devemos ter sempre a santa preocupação de encontrar o Senhor. Esta
preocupação tornar-nos-á laboriosos e diligentes nessa procura e, ao mesmo
tempo, confiantes na ajuda divina, porque é certo que onde as nossas forças não
podem chegar, o Senhor providenciará, fazendo Ele por nós aquilo que nós não
podemos fazer.
A Páscoa marca em cada ano uma
renovação na nossa vida espiritual, na busca de Deus. Cada ano retomamos o
nosso caminho em direção a Ele «in novitate vitæ» (Rom. 6, 4).
Extraído do Livro Intimidade Divina – P. Gabriel de Santa Maria
Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) – 1967.
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