«Liturgia Dominical»
Ano
10 – nº 531 – 28 de fevereiro de 2021
†
2º Domingo da Quaresma
roxo – 1ª classe.
Como no IV. Domingo do Advento, dia que se segue às
ordenações do Sábado das Têmporas, assim também neste domingo não havia outrora
Missa própria. Mais tarde, conferindo-se as Ordens no sábado pela manhã, foram
compostas Missas dos formulários das Têmporas, para estes domingos. Os textos,
escolhidos para os ordenandos, se dirigem também a nós.
Eis
o dia da salvação. É a ideia predominante em toda a Quaresma. Se, em outros
tempos, por vezes a esquecemos, importa ao menos aproveitar este santo tempo
para trabalhar em nossa salvação. E de que
modo? Vivendo uma vida agradável a Deus, pois é vontade de Deus que a nossa
santificação seja o caminho para a salvação (Epístola). Anima-nos a
transfiguração do Cristo, que é um modelo da nossa. As palavras do Evangelho:
Escutai-O, respondamos no Ofertório, dispondo-nos a meditar a lei de Deus para
conhecer a sua vontade. As Orações e os Cânticos, embora testemunhem as ânsias
e tribulações em que se encontra a nossa alma, demonstram, contudo, uma
confiança filial no auxílio de Deus.
«E transfigurou-se diante deles» Ev.
Avisos Paroquiais
Teremos 6 (seis) Santas
Missas para o cumprimento do preceito dominical: Sábado às 19h e Domingo às 6h,
8h, 16h e 19h em nossa Igreja Matriz, e Domingo às 9h30min na Capela de São
Brás, em Sesmaria.
Serão transmitidas pelas
redes sociais, a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e Rádio Bom Jesus AM
1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Redes Sociais:
Site - http://bomjesuscrucificado.org.br/
Facebook - https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
YouTube - https://www.youtube.com/c/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo - Santa
Missa 8h e 19h)
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E-mail – bomjesuscrucificado@gmail.com
Intróito / REMINÍSCERE – Salmo 24. 6, 3, 22, 1-2.
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Reminíscere miseratiónum tuarum, Dómine, et misericórdiæ tuæ, quæ a
saeculo sunt: ne umquam dominéntur nobis inimíci nostri: líbera nos, Deus
Israël, ex ómnibus angústiis nostris. Ps. Ad te, Dómine, levávi ánimam meam:
Deus meus, in te confído, non erubéscam. ℣. Glória Patri.
Lembrai-vos, Senhor, de vossa bondade e de vossa misericórdia, que
são de séculos para que de nós não triunfem os nossos inimigos. Livrai-nos, ó
Deus de Israel, de todas as nossas angústias. Sl. A Vós Senhor, elevo a minha
alma; meu Deus, em vós confio; não serei envergonhado. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa
salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de
toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Deus, qui cónspicis omni nos virtúte destítui: intérius exteriúsque
custódi; ut ab ómnibus adversitátibus muniámur In córpore, et a pravis
cogitatiónibus mundémur in mente. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus, que nos vedes destituídos de toda força, guardai-nos
interior e exteriormente a fim de que o nosso corpo seja preservado de todas as
adversidades, e a nossa alma purificada de todos os maus pensamentos. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo
Apóstolo aos Tessalonicenses 1. 4.1-7
«Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade em Jesus
Cristo Nosso Senhor.» A lembrança de nosso destino sublime faz compreender
melhor as exigências da vocação cristã.
Fratres: Rogámus vos et obsecrámus in Dómino Iesu: ut, quemádmodum
accepístis a nobis, quómodo opórteat vos ambuláre et placére Deo, sic et
ambulétis, ut abundétis magis. Scitis enim, quæ præcépta déderim vobis Per
Dominum Iesum. Hæc est enim volúntas Dei, sanctificátio vestra: ut abstineátis
vos a fornicatióne, ut sciat unusquísque vestrum vas suum possidére in
sanctificatióne et honóre; non in passióne desidérii, sicut et gentes, quæ
ignórant Deum: et ne quis supergrediátur neque circumvéniat in negótio fratrem
suum: quóniam vindex est Dóminus de his ómnibus, sicut prædíximus vobis et
testificáti sumus. Non enim vocávit nos Deus in immundítiam, sed in
sanctificatiónem: in Christo Iesu, Dómino nostro.
Irmãos: 1Nós vos rogamos e exortamos no
Senhor Jesus, que assim como aprendestes de nós como convém viver para agradar
a Deus, assim andeis de modo a vos aperfeiçoardes cada vez mais. 2Sabeis bem que preceitos vos dei em Nome do Senhor Jesus. 3Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que vos abstenhais
da impureza; 4que cada um de vós saiba
guardar o seu corpo em santidade e honra; 5não em desejos de sensualidade, como os gentios que não conhecem a
Deus. 6E ninguém oprima nem engane em
qualquer assunto a seu irmão; porque o Senhor vingará1 todas
estas coisas, como já vo-lo temos dito e atestado. 7Porque não nos chamou Deus para a impureza, mas para a
santificação no Cristo Jesus Senhor nosso.
1 Literalmente: vingar-se-á de tudo isso.
Gradual / Salmo 24. 17-18
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos
afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério
do dia.
Tribulatiónes cordis mei dilatátæ sunt: de necessitátibus meis
éripe me, Dómine, ℣. Vide humilitátem meam et
labórem meum: et dimítte ómnia peccáta mea.
As ânsias de meu coração se multiplicaram. Ó Senhor, tirai-me de
minhas angústias. ℣. Vede a minha miséria e o meu sofrimento; e perdoai todos os meus
pecados.
Tracto / Salmo 105. 1-4
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos
afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério
do dia.
No Tempo da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
Confitémini Dómino, quóniam bonus: quóniam in saeculum misericórdia
eius. ℣. Quis loquétur poténtias Dómini: audítas fáciet omnes laudes
eius? ℣. Beáti, qui custódiunt iudícium et fáciunt iustítiam in omni
témpore. ℣. Meménto nostri, Dómine, in beneplácito pópuli tui: vísita nos in
salutári tuo.
Louvai o Senhor, porque Ele é bom: porque sua misericórdia
permanece para sempre. ℣. Quem cantará as maravilhas do
Senhor? Quem fará ouvir todos os seus louvores? ℣. Bem-aventurados os que guardam
a sua lei e procedem com justiça, em todo o tempo. ℣. Lembrai-Vos de nós, Senhor,
segundo a vossa benevolência para com vosso povo. Visitai-nos com a vossa
salvação.
Evangelho segundo São Mateus 17. 1-9
Gravem-se em nossas almas de crentes as grandezas de Jesus
transfigurado, e tenhamo-las presentes nas humilhações da Paixão. Moisés e
Elias, isto é, a Lei e os Profetas (todo o Antigo Testamento) e a própria voz
do Pai dão testemunho da sua missão.
In illo témpore: Assúmpsit Iesus Petrum, et Iacóbum, et Ioánnem
fratrem eius, et duxit illos in montem excélsum seórsum: et transfigurátus est
ante eos. Et resplénduit fácies eius sicut sol: vestiménta autem eius facta
sunt alba sicut nix. Et ecce, apparuérunt illis Móyses et Elías cum eo
loquéntes. Respóndens autem Petrus, dixit ad Iesum: Dómine, bonum est nos hic
esse: si vis, faciámus hic tria tabernácula, tibi unum, Móysi unum et Elíæ
unum. Adhuc eo loquénte, ecce, nubes lúcida obumbrávit eos. Et ecce vox de
nube, dicens: Hic est Fílius meus diléctus, in quo mihi bene complácui: ipsum
audíte. Et audiéntes discípuli, cecidérunt in fáciem suam, et timuérunt valde.
Et accéssit Iesus, et tétigit eos, dixítque eis: Súrgite, et nolíte timére.
Levántes autem óculos suos, néminem vidérunt nisi solum Iesum. Et
descendéntibus illis de monte, præcépit eis Iesus, dicens: Némini dixéritis
visiónem, donec Fílius hóminis a mórtuis resúrgat.
Naquele tempo, 1tomou Jesus consigo a Pedro,
Tiago e João, seu irmão, e levou-os de parte a um monte muito alto. 2E transfigurou-se diante deles. Seu rosto resplandeceu como o sol,
e suas vestes tornaram-se brancas como a neve. 3E eis que apareceram Moisés e Elias2, falando com Ele. 4Então Pedro, tomando a palavra,
disse a Jesus: «Senhor, bom é estarmos aqui; se quiserdes, faremos aqui
três tabernáculos, um para Vós, outro para Moisés e o terceiro para
Elias». 5Ainda falava ele, quando uma
nuvem brilhante3 os envolveu, e da nuvem soou uma voz que
dizia: «Este é o meu Filho muito amado. N’Ele pus toda a minha complacência;
escutai-O». 6Ouvindo isto, os discípulos
caíram com a face em terra e ficaram muito atemorizados. 7Aproximou-se, porém, Jesus, e, tocando-os, disse-lhes:
Levantai-vos e não temais. 8E erguendo eles os olhos, não
viram ninguém senão a Jesus só. 9E enquanto descia com eles do
monte, ordenou-lhes Jesus, dizendo: A ninguém digais o que vistes, até que o
Filho do homem ressuscite dos mortos.
2 Os representantes por excelência do Antigo Testamento.
3 A nuvem, que acompanha e revela a presença de Deus (manifestação
frequente no Antigo Testamento).
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 118. 47-48
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das
oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Meditábor in mandátis tuis, quæ diléxi valde: et levábo manus meas
ad mandáta tua, quæ diléxi.
Meditarei os vossos mandamentos, que muito amo; e levantarei as
minhas mãos para cumprir os vossos preceitos, que muito prezo.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Sacrifíciis præséntibus, Dómine, quǽsumus, inténde placátus: ut et
devotióni nostræ profíciant et salúti. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Olhai benignamente, Senhor para os sacrifícios presentes a fim de
que aproveitem à nossa submissão e à nossa salvação. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Communio / Salmo 5. 2-4
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Intéllege clamórem meum: inténde voci oratiónis meæ, Rex meus et
Deus meus: quóniam ad te orábo, Dómine.
Escutai meu clamor; atendei à voz de minha oração, ó meu Rei e meu
Deus, porque é a Vós, Senhor, que eu invoco.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Súpplices te rogámus, omnípotens Deus: ut quos tuis réficis sacraméntis,
tibi etiam plácitis móribus dignánter deservíre concédas. Per Dominum nostrum
Iesum Christum.
Humildemente Vos rogamos, ó Deus onipotente, concedais, benigno,
que com santos costumes Vos sirvam os que alimentais com os vossos Sacramentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Transfiguração
Ó Jesus, fazei que a Vossa graça triunfe em mim até me tornar digno de
participar na Vossa gloriosa Transfiguração.
1 – A alma de Jesus
pessoalmente unida ao Verbo gozava da visão beatífica, cujo efeito conatural é
a glorificação do corpo. Este efeito não se manifestou em Jesus porque, durante
os anos da sua vida terrena, quis assemelhar-Se a nós o mais possível, revestindo-Se
de «uma carne semelhante à do pecado» (Rom. 8, 3). Contudo, para confirmar na fé os Apóstolos, abalados pelo
anúncio da Sua Paixão, Jesus, sobre o Monte Tabor, permitiu que por instantes
alguns raios da Sua alma bem-aventurada transparecessem no Seu Corpo, e então
Pedro, Tiago e João viram-nO transfigurado: «o seu rosto ficou refulgente como
o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a neve». Os três ficaram
estáticos, porém, Jesus apenas lhes tinha mostrado um raio da Sua glória,
porque nenhuma criatura humana teria podido suportar a visão completa.
A glória é o fruto da graça; a
graça que Jesus possui em medida infinita redunda numa glória infinita que O
transfigura todo. Alguma coisa de semelhante nos acontece também a nós: a graça
transforma-nos, transfigura-nos «de claridade em claridade» (II Cor. 3, 18), até que um dia, no céu, nos introduzirá na visão beatífica de
Deus. Assim como a graça transfigura, o pecado, com a sua opacidade, desfigura
aqueles que são suas vítimas.
O Evangelho de hoje (Mt.
17, 1-9) mostra a íntima relação entre
a Transfiguração e a Paixão de Jesus. Moisés e Elias, presentes no Tabor ao
lado do Salvador, falavam com Ele e, como especifica S. Lucas, falavam
precisamente da Sua próxima Paixão, «da sua saída que Ele estava para cumprir
em Jerusalém» (Lc. 9, 31).
O divino Mestre queria assim
ensinar aos Seus discípulos que era impossível, tanto para Si como para eles,
chegar à glória da Transfiguração sem passar através do sofrimento; é a lição
que dará mais tarde aos dois discípulos de Emaús: «Porventura não era
necessário que o Cristo sofresse tais coisas, e que assim entrasse na sua
glória?» (Lc. 24, 26). O que o pecado desfigurou
não pode voltar à sua primitiva beleza sobrenatural senão pelo sofrimento
purificador.
2 – Extasiado perante a visão
do Tabor, Pedro exclama com o seu ardor habitual: «Bom é nós estarmos aqui» e
oferece-se para fazer três tendas: uma para Jesus, outra para Moisés e outra
para Elias. Mas a sua proposta é interrompida por uma voz do alto: «Este é o
meu Filho dileto em quem pus toda a minha complacência: ouvi-O!» e a visão
desaparece.
As consolações espirituais
nunca são um fim em si mesmas, e não devemos desejá-las nem procurar detê-las
para nosso gozo. A alegria, mesmo espiritual, não deve ser nunca procurada por
si própria; como no céu a alegria será uma consequência necessária da posse de
Deus, assim na terra deve ser unicamente um meio para nos entregarmos com maior
generosidade ao serviço de Deus. A Pedro que pede para ficar sobre o Tabor, na
doce visão de Jesus transfigurado, responde o próprio Deus, convidando-o antes
a ouvir e a seguir os ensinamentos do Seu amado Filho. E bem depressa o
apóstolo ardente saberá que seguir a Jesus significa levar a cruz e subir com
Ele ao Calvário.
Deus não nos consola para nos
regalar, mas sim para nos encorajar, para nos tornar fortes e generosos no
sofrimento abraçado por Seu amor.
Desaparecida a visão, os
apóstolos ergueram os olhos e não viram mais nada «nisi solum Jesum», exceto
Jesus só, e com «Jesus só» desceram do monte. Eis o que nós devemos procurar
sempre e o que nos deve bastar: Jesus só, Deus só. Tudo o resto – consolações,
ajudas, amizades mesmo espirituais, compreensão, estima, apoio dos superiores –
pode ser bom na medida em que Deus no-lo permite gozar, e Ele serve-Se disto
frequentemente para amparar a nossa fraqueza; mas quando, através das
circunstâncias, a mão divina nos priva de tudo isso, não devemos desanimar nem
perturbar-nos. É precisamente nestas ocasiões que nós podemos testemunhar a
Deus – com fatos e não com palavras – que Ele é o nosso Tudo e que Ele só, nos
basta. É este um dos mais belos testemunhos que pode prestar a Deus uma alma
amante: ser-Lhe fiel, confiar nEle, perseverar no propósito de uma entrega
total ainda quando Ele, retirando todos os Seus dons, a deixa sozinha, na
escuridão, talvez na incompreensão, na amargura, na solidão material e
espiritual, unida à desolação interior. É agora o momento de repetir: «Jesus
só» e de descer com Ele do Tabor, para O seguir com os Apóstolos até ao
Calvário, onde Ele agonizará abandonado não só dos homens, mas também de Seu
Pai.
Extraído do Livro Intimidade Divina – P. Gabriel de Santa Maria
Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) – 1967.
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