«Liturgia Dominical»
Ano
10 – nº 530 – 21 de fevereiro de 2021
†
1º Domingo da Quaresma
roxo – 1ª classe.
Na
basílica do SSmo. Salvador são iniciados os jejuns quaresmais, pois neste dia
começava outrora a Quaresma (Secreta). É um dos dias mais importantes do Ano
eclesiástico.
Com
os catecúmenos reunimo-nos nesta igreja, na qual 40 dias depois receberemos a
comunicação da vida divina. Para renovarmos em nós esta vida, ouvimos na Missa
de hoje salutares ensinamentos.
No
domingo da Quinquagésima, predisse Jesus a sua paixão. Aproximando-se de
Jerusalém, Tomé convida os outros Apóstolos: Vamos e morramos com Ele. Este
convite também nos é dirigido. Morrer ao velho homem é a tarefa de toda a nossa
vida, e mais especialmente devemos procurar fazê-lo durante a Quaresma.
Morrer
a nós mesmos é vencer o mal que está em nós e o que nos vem de fora. As
Leituras, Epístola e Evangelho, nos ensinam que a mortificação e a abstinência
são meios poderosíssimos para alcançarmos a vitória. Sendo difícil a tarefa,
pedimos o auxílio de Deus (Oração). E que confiamos nesse auxílio, nós o
atestamos, fazendo nossas as palavras do Intróito, Gradual, Trato, Ofertório e
Communio.
Deus
mesmo nos ouve, nos libertará e nos dará a glória. No princípio da Quaresma nos
é prometida a Páscoa.
«Jesus respondeu-lhe: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.» Ev.
Teremos 7 (sete) Santas
Missas para o cumprimento do preceito dominical: Sábado às 19h e Domingo às 6h,
8h, 16h e 19h em nossa Igreja Matriz; Domingo às 10h na Capela de Santo Antônio
em Córrego Seco; 10h na Capela de São Brás em Sesmaria e 18h na Capela de Santa
Maria em Santa Maria de Campos.
Serão transmitidas pelas
redes sociais, a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e Rádio Bom Jesus AM
1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Redes Sociais:
Site - http://bomjesuscrucificado.org.br/
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(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
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(Transmissão ao Vivo - Santa
Missa 8h e 19h)
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Intróito / INVOCÁBIT ME – Salmo 90. 15-16, 1
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Invocábit
me, et ego exáudiam eum: erípiam eum, et glorificábo eum: longitúdine diérum
adimplébo eum. Ps. Qui hábitat in adiutório Altíssimi, in protectióne Dei cæli
commorábitur. ℣.Glória Patri.
Invocar-Me-á, e Eu ouvilo-ei:
Salvá-lo-ei e glorificá-lo-ei, e enchê-lo-ei de largos dias. Sl. O que habita à
sombra do Altíssimo descansará sob a proteção do Deus dos Céus. ℣.Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa
salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de
toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Deus, qui Ecclésiam tuam ánnua
quadragesimáli observatióne puríficas: præsta famíliæ tuæ; ut, quod a te obtinére
abstinéndo nítitur, hoc bonis opéribus exsequátur. Per Dominum nostrum Iesum
Christum.
Ó Deus, que purificais anualmente a vossa Igreja com
a observância do jejum quaresmal, fazei que a vossa família alcance, por boas
obras, o que porfia merecer pela abstinência. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios II. 6.1-10
Exortação premente a que não recebamos em vão a graça de Deus. Ao
dirigir-no-la, S. Paulo descreve o seu combate pessoal e mostra que a vitória
de Cristo se manifesta numa vida como a sua.
Fratres: Exhortámur vos, ne in vácuum
grátiam Dei recipiátis. Ait enim: Témpore accépto exaudívi te, et in die
salútis adiúvi te. Ecce, nunc tempus acceptábile, ecce, nunc dies salútis.
Némini dantes ullam offensiónem, ut non vituperétur ministérium nostrum: sed in
ómnibus exhibeámus nosmetípsos sicut Dei minístros, in multa patiéntia, in
tribulatiónibus, in necessitátibus, in angústiis, in plagis, in carcéribus, in
seditiónibus, in labóribus, in vigíliis, in ieiúniis, in castitáte, in
sciéntia, in longanimitáte, in suavitáte, in Spíritu Sancto, in caritáte non ficta,
in verbo veritátis, in virtúte Dei, per arma iustítiæ a dextris et a sinístris:
per glóriam et ignobilitátem: per infámiam et bonam famam: ut seductóres et
veráces: sicut qui ignóti et cógniti: quasi moriéntes et ecce, vívimus: ut
castigáti et non mortificáti: quasi tristes, semper autem gaudéntes: sicut
egéntes, multos autem locupletántes: tamquam nihil habéntes et ómnia
possidéntes.
Irmãos: 1Exortamo-vos
a que não recebais em vão a graça de Deus. 2Diz
Ele, com efeito: Ouvi-te no tempo favorável, e ajudei-te no dia da salvação: O
tempo favorável, é agora; é agora o dia da salvação1. 3A
ninguém sejamos ocasião de escândalo, para que o nosso ministério não seja
desacreditado; 4ao contrário, afirmemo-nos, em tudo,
como ministros de Deus, mostrando toda a paciência – nas tribulações, nas
necessidades, nas angústias, 5nos
açoites, nas prisões, nas sedições, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns; 6com a castidade, com a ciência, com a
longanimidade, com a mansidão, com o Espírito Santo, com uma caridade não
fingida, 7com a palavra da verdade, com o poder
de Deus, com as armas ofensivas e defensivas da justiça, 8entre a glória e a ignomínia, entre a boa e a má
reputação; tidos por impostores apesar de verazes; como pessoas obscuras,
embora bem conhecidas; 9como gente a morrer, estando bem
vivos; como castigados, mas sem estar à morte; 10como tristes, mas sempre alegres; como pobres, mas
enriquecendo a muitos: como não tendo nada, mas possuindo tudo.
1 Isaías 49.8
Gradual / Salmo 90. 11-12
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos
afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério
do dia.
Angelis suis Deus mandávit de te, ut custódiant
te in ómnibus viis tuis. ℣.In mánibus portábunt te, ne umquam
offéndas ad lápidem pedem tuum.
O Senhor incumbiu os seus anjos de velar por ti, e
que te guardassem em todos os teus caminhos. ℣.Levar-te-ão em suas mãos, para que não tropeces.
Tracto / Salmo 90. 1-7, 11-16
Cântico pleno de certezas. Aquele que confia no Senhor, nada tem a
recear.
Qui hábitat in adiutório Altíssimi, in
protectióne Dei cæli commorántur. ℣.Dicet Dómino: Suscéptor meus es tu et
refúgium meum: Deus meus, sperábo in eum. ℣.Quóniam ipse liberávit me de láqueo
venántium et a verbo áspero. ℣.Scápulis suis obumbrábit tibi, et sub
pennis eius sperábis. ℣.Scuto circúmdabit te véritas eius:
non timébis a timóre noctúrno. ℣.A sagítta volánte per diem, a negótio
perambulánte in ténebris, a ruína et dæmónio meridiáno. ℣.Cadent
a látere tuo mille, et decem mília a dextris tuis: tibi autem non
appropinquábit. ℣.Quóniam Angelis suis mandávit de te,
ut custódiant te in ómnibus viis tuis. ℣.In mánibus portábunt te, ne umquam
offéndas ad lápidem pedem tuum. ℣.Super áspidem et basilíscum
ambulábis, et conculcábis leónem et dracónem. ℣.Quóniam
in me sperávit, liberábo eum: prótegam eum, quóniam cognóvit nomen meum. ℣. Invocábit
me, et ego exáudiam eum: cum ipso sum in tribulatióne. ℣.Erípiam
eum et glorificábo eum: longitúdine diérum adimplébo eum, et osténdam illi
salutáre meum.
O que habita à sombra do Altíssimo, na proteção do
Deus do Céu descansará. ℣.Dirá
ao Senhor: Tu és o meu defensor e o meu refúgio; o meu Deus em Quem esperei. ℣.Porque Ele livrou-me do laço dos caçadores
e das palavras venenosas. ℣.Cobrir-te-á
com as suas asas, e debaixo das suas penas viverás na esperança. ℣.A sua verdade cercar-te-á como um
escudo, e não recearás os terrores da noite. ℣.Nem a seta que voa de dia, nem o inimigo que anda
nas trevas, nem os assaltos do demônio do meio-dia. ℣.Cairão mil ao teu lado, e dez mil à
tua direita; a ti, porém, nada te atingirá. ℣.Porque Ele incumbiu os seus anjos de velar por ti,
e que te guardassem em todos os teus caminhos. ℣.Eles te levarão nas suas mãos, para que não
tropeces nas pedras do caminho. ℣.Sobre o àspide e o basilisco andarás, e calcarás
aos pés o leão e o dragão. ℣.Porque
esperou em Mim, livrá-lo-ei; protegê-lo-ei, porque conheceu o meu Nome. ℣.Clamará a Mim, e Eu ouvi-lo-ei: com
ele estou na tribulação. ℣. Livrá-lo-ei,
e glorificá-lo-ei: enchê-lo-ei de dias, e mostrar-lhe-ei a minha salvação.
Evangelho segundo
São Mateus 4. 1-11
«Não é indigno do nosso Redentor permitir que fosse tentado, Ele que
viera entregar-se à morte. Convinha, porém, que, pelas suas tentações,
triunfasse das nossas, pois que viera com sua morte vencer a nossa» (S.
Gregório, em matinas).
In illo témpore: Ductus est Iesus in
desértum a Spíritu, ut tentarétur a diábolo. Et cum ieiunásset quadragínta
diébus et quadragínta nóctibus, postea esúriit. Et accédens tentátor, dixit ei:
Si Fílius Dei es, dic, ut lápides isti panes fiant. Qui respóndens, dixit: Scriptum
est: Non in solo pane vivit homo, sed in omni verbo, quod procédit de ore Dei.
Tunc assúmpsit eum diábolus in sanctam civitátem, et státuit eum super
pinnáculum templi, et dixit ei: Si Fílius Dei es, mitte te deórsum. Scriptum
est enim: Quia Angelis suis mandávit de te, et in mánibus tollent te, ne forte
offéndas ad lápidem pedem tuum. Ait illi
Iesus: Rursum scriptum est: Non tentábis Dóminum, Deum tuum. Iterum
assúmpsit eum diábolus in montem excélsum valde: et ostendit ei ómnia regna
mundi et glóriam eórum, et dixit ei: Hæc ómnia tibi dabo, si cadens adoráveris
me. Tunc dicit ei Iesus: Vade, Sátana; scriptum est enim: Dóminum, Deum tuum,
adorábis, et illi soli sérvies. Tunc relíquit eum diábolus: et ecce, Angeli
accessérunt et ministrábant ei.
Naquele tempo: 1Jesus
foi conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo demônio. 2Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites,
teve fome. 3Aproximando-se, então, o tentador,
disse-Lhe: Se és Filho de Deus, dize a estas pedras que se convertam em pão. 4Ele, porém, respondendo disse: Está escrito: O
homem não vive só de pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus2. 5Então
o demônio transportou-O à cidade santa; e, pondo-O sobre o pináculo do templo, 6disse-lhe: Se és filho de Deus, lança-te daqui
abaixo. Porque está escrito: Incumbiu os seus anjos de velarem por ti: eles te
tomarão em suas mãos, para que não tropeces nas pedras do caminho3. 7Jesus
respondeu-lhe: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus4. 8De
novo o demônio o transportou a um monte muito alto, e lhe fez ver todos os
reinos do mundo, e a sua magnificência. 9E
disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. 10Então Jesus disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque está
escrito: O Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás5. 11Então
o demônio deixou-o: e eis que os anjos se aproximaram, e o serviam.
2 Deuteronômio 8.9.
3 Salmo 90.11-12.
4 Deuteronômio 6.16.
5 Deuteronômio 6.13.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 90. 4-5
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas,
canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Scápulis suis obumbrábit tibi Dóminus,
et sub pennis eius sperábis: scuto circúmdabit te véritas eius.
O Senhor cobrir-te-á com as suas asas, e debaixo das
suas penas viverás na esperança. A sua verdade cercar-te-á como um escudo.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Sacrifícium quadragesimális inítii
sollémniter immolámus, te, Dómine, deprecántes: ut, cum epulárum restrictióne
carnálium, a noxiis quoque voluptátibus lemperémus. Per Dominum nostrum Iesum
Christum.
Oferecendo-Vos solenemente, Senhor, este sacrifício
no princípio da Quaresma, humildemente Vos pedimos que, pela restrição dos
alimentos corporais nos leveis a não cair nos prazeres pecaminosos. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 90. 4-5
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar)
a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Scápulis suis obumbrábit tibi Dóminus,
et sub pennis eius sperábis: scuto circúmdabit te véritas eius.
O Senhor cobrir-te-á com as suas asas, e debaixo das
suas penas viverás na esperança. A sua verdade cercar-te-á como um escudo.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Qui nos, Dómine, sacraménti libátio
sancta restáuret: et a vetustáte purgátos, in mystérii salutáris fáciat
transíre consórtium. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Fazei, Senhor, que este divino sacramento nos renove
as forças, e, purificando-nos dos erros do homem velho, nos faça entrar na
posse do mistério da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
O grande combate
Ó Jesus retiro-me conVosco ao deserto; ensinai-me como devo lutar contra
a tríplice concupiscência: da carne, do orgulho, da avareza.
1 – Ao começar hoje o tempo
estritamente quaresmal, a Igreja convida-nos para a grande luta, luta decisiva
contra o pecado, que nos deve conduzir à ressurreição pascal. O modelo é Jesus
que, embora isento do fogo da concupiscência, quis por nós, ser tentado pelo
demônio, para «se compadecer das nossas enfermidades» (Hebr. 4, 15).
Depois de quarenta dias de jejum
rigoroso, quando sente o estímulo da fome, Jesus é tentado por Satanás a
converter as pedras em pães. Não é possível abraçar um regime de séria
penitência ou mortificação, sem experimentar os incômodos que dele derivam; mas
então é o momento de resistir às vozes insinuantes que nos aconselham maior
condescendência para com as exigências físicas, respondendo com Jesus: «Não só
de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt. 4, 1-11). A vida do homem, depende muito mais da vontade
de Deus do que do alimento material; só quem estiver convencido desta verdade,
terá coragem para se sobrepor às privações, confiando na Divina Providência
para o seu sustento.
Jesus foi depois tentado de orgulho:
«Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo... e os seus anjos te tomarão nas
mãos». Um milagre semelhante teria atraído a admiração e o entusiasmo do povo,
mas Jesus sabe que o Pai escolheu para Ele outro caminho bem diferente: não
triunfos, mas humilhações, cruz, morte; não quer sair deste caminho e repele
resolutamente a orgulhosa proposta. O melhor meio para vencer as tentações de
orgulho e vaidade é escolher expressamente o que nos humilha e nos faz
desaparecer aos olhos dos outros.
O demônio volta de novo à carga e
tenta Jesus de avareza: «Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares», mas
Ele responde: «O Senhor teu Deus adorarás e a Ele só servirás». Quem tem o
coração fortemente ancorado em Deus, nunca se deixará desviar do Seu serviço
pela sedução e cobiça dos bens terrenos. Mas se falta esta forte adesão a Deus,
quantas vezes a tentação de avareza conseguirá fazer desviar mesmo aqueles que,
por vocação particular, deveriam servir a Deus só!
2 – Jesus foi tentado porque quis.
Nós somos tentados sem o querer e até muitas vezes contra a nossa vontade. A
tentação de Jesus foi puramente exterior, não achando n’Ele ressonância alguma;
em nós, pelo contrário, a natureza, ferida pela tríplice concupiscência da
carne, do orgulho e da avareza, não só pode ser facilmente presa dos assaltos
do demônio, mas ela mesma é fonte de múltiplas tentações. Não podemos,
portanto, viver sem tentações e a nossa virtude não consiste em estar isento
delas, mas em saber vencê-las. É uma luta à qual ninguém se pode subtrair, e
Deus quis que ela fosse para nós o penhor da vida eterna: «Bem-aventurado o
homem que sofre a tentação porque, depois que tiver sido provado, receberá a
coroa da vida». (Tgo. 1, 12).
Aprendamos de Jesus como nos devemos
comportar nas tentações. Acima de tudo devemos ter uma grande confiança em
Deus. Jesus não procurou remediar a Sua fome, não quis impor-Se aos homens por
meio de um ruidoso milagre, nem aceitou reinos ou riquezas, porque, tendo plena
confiança em Seu Pai, tudo tinha totalmente confiado aos Seus cuidados – a Sua
vida, a Sua missão e a Sua glória. Quem confia plenamente em Deus e está certo
da Sua Divina Providência, não se deixará facilmente atrair pelas vãs lisonjas
do demônio, do mundo e da carne, pois sabe que só Deus lhe pode dar o
verdadeiro bem, a verdadeira felicidade.
Além disso, devemos cultivar a
confiança em Deus no momento da tentação. Se Deus permite que sejamos tentados,
não permite, porém, que o sejamos acima das nossas forças e em cada tentação
dá-nos uma graça atual suficiente para a vencer. Por isso, em vez de nos
deixarmos perturbar pela violência da luta, aguardemos confiadamente a graça
que Deus nos oferece e procuremos fazê-la nossa, mediante a oração humilde e
confiante.
Extraído do Livro Intimidade Divina – P. Gabriel de Santa Maria
Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) – 1967.
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