«Liturgia
Dominical»
Ano 9 – nº 494 – 16 de julho de 2020
Nossa Senhora do Monte Carmelo
Ano 9 – nº 494 – 16 de julho de 2020
† Nossa Senhora do Monte Carmelo
Comemoração – paramentos brancos
A Ordem do Monte-Carmelo, fundada no
século XII por um sacerdote da Calábria, pretende e com razão continuar uma
tradição monástica, já então multissecular, na colina do Carmelo, recuando de
bom grado a sua origem ao profeta Elias.
Em 16 de Julho de
1251, a Santíssima Virgem apareceu a S. Simão Stock, geral da Ordem, e prometeu
uma bênção especial, não somente para seus religiosos, mas também para todos
aqueles que trouxessem o hábito da sua Ordem. Numerosos privilégios especiais
foram concedidos pelos papas aos que trazem o escapulário e fazem parte da
confraria de Nossa Senhora do Carmo. Instituída pelos carmelitas em 1332, a
festa de Nossa Senhora do Carmo foi estendida a toda a Igreja por Bento XIII em
1726.
Avisos Paroquiais
Hoje, festa de Nossa Senhora do Carmo, haverá Santa
Missa solene às 19h, em ação de graças pelos 5 anos de ordenação do nosso
querido vigário Pe. Marco Antônio com transmissão ao vivo e simultânea pelo
Facebook e YouTube da paróquia.
Divulgação:
(Transmissão ao Vivo
- Santa Missa 8h e 19h)
(Transmissão ao Vivo
- Santa Missa 8h e 19h)
Intróito / GAUDEÁMUS
OMNES – Salmo 44. 2
O Intróito como que enuncia o
tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Gaudeámus
omnes in Dómino, diem festum celebrántes sub honóre beátæ Maríæ Vírginis: de
cujus solemnitáte gaudent Angeli, et colláudant Fílium Dei. Ps. Eructávit cor
meum verbum bonum: dico ego ópera mea Regi. ℣. Glória
Patri.
Alegremo-nos
todos no Senhor, festejando este dia em honra da Bem-aventurada Virgem Maria;
por esta solenidade se alegram os Anjos e louvam o Filho de Deus. Ps. Exulta o
meu coração em alegre canto; ao Rei dedico as minhas obras. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de
que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos
de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Deus, qui beatíssimæ semper
Vírginis et Genetrícis tuæ Maríæ singulári título Carméli órdinem decorásti:
concéde propítius; ut, cuius hódie Commemoratiónem sollémni celebrámus offício,
eius muníti præsídiis, ad gáudia sempitérna perveníre mereámur: Qui vivis et
regnas.
Ó Deus, que concedestes à Ordem do Carmo a glória insigne
de usar o nome da Bemaventurada sempre Virgem Maria, vossa Mãe, concedei-nos propício
que celebrando hoje com solene ofício sua comemoração, munidos do seu amparo,
mereçamos alcançar as alegrias eternas. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.
Epístola extraída
do livro do Eclesiástico 24. 23-31
Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos;
daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As
epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a
vida cristã.
Ego quasi vitis fructificávi
suavitátem odóris: et flores mei, fructus honóris et honestátis. Ego mater
pulchræ dilectiónis, et timóris, et agnitiónis, et sanctæ spei. In me grátia
omnis viæ et veritátis: in me omnis spes vitæ et virtútis. Transíte ad me omnes,
qui concupíscitis me, et a generatiónibus meis implémini. Spíritus enim meus
super mel dulcis, et heréditas mea super mel et favum. Memória mea in generatiónes sæculórum. Qui edunt me, adhuc esúrient: et
qui bibunt me, adhuc sítient. Qui audit me, non confundétur: et qui operántur
in me, non peccábunt. Qui elúcidant me, vitam ætérnam habébunt.
23Assim
como a vinha, eu produzia flores de suave odor e minhas flores dão frutos de
glória e abundância. 24Eu sou a mãe do belo amor, do temor, da ciência e
da santa esperança. 25Em mim está a graça do caminho e da verdade; em mim
toda a promessa de vida e de virtude. 26Vinde a mim, vós todos que me desejais e saciai-vos
com meus frutos. 27Meu espírito é mais doce que o mel e minha herança
mais suave que o mel e o favo. 28Minha memória se conservará nas gerações através
dos séculos. 29Os que me comem me desejam ainda mais e os que me
bebem terão de mim mais sede ainda. 30O que me escuta não será confundido e os que agem
por mim não pecarão. 31Os que me glorificam, terão a vida eterna.
Gradual
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Benedícta et venerábilis es,
Virgo María: quæ sine tactu pudóris invénta es mater Salvatóris. ℣. Virgo Dei Génitrix, quem totus
non capit orbis, in tua se clausit víscera factus homo.
Bendita e venerável sois vós, ó Virgem Maria, que
sem ofensa da pureza viestes a ser Mãe do Salvador. ℣. Ó Virgem Mãe de
Deus, em vosso seio se encerrou feito Homem, Aquele que o orbe inteiro não pode
conter.
Aleluia
“Aleluia” é um grito de júbilo, que significa: “louvai ao Senhor”.
Allelúia,
allelúia. ℣. Per te, Dei
Génitrix, nobis est vita pérdita data: quæ de cælo suscepísti prolem, et mundo
genuísti Salvatórem. Allelúia.
Aleluia,
aleluia. ℣. Por
vós, ó Mãe de Deus, nos foi restituída a vida que havíamos perdido. Vós
recebestes do céu um Filho e pusestes no mundo o Salvador. Aleluia.
Evangelho segundo São Lucas 11. 27-28
Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira
parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior
solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé. Nas Missas
solenes, o livro é levado honorificamente em procissão. É incensado antes de
começar a leitura; e, terminada ela, é reverentemente beijado pelo celebrante.
In illo témpore: Loquénte Jesu
ad turbas, extóllens vocem quædam múlier de turba, dixit illi: Beátus venter,
qui te portávit, et úbera, quæ suxísti. At ille dixit: Quinímmo beáti, qui
áudiunt verbum Dei, et custódiunt illud.
Naquele tempo, 27falava Jesus ao povo, quando uma mulher elevando a
voz, do meio da multidão, disse-Lhe: Bem-aventurado o seio que Vos trouxe e os
peitos que Vos amamentaram. 28Ele porém disse: Antes, bem-aventurados os que
ouvem a palavra de Deus, e a põem em prática.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Jeremias 18. 20
Com o Ofertório, começa a
segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente
dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas,
canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Recordáre, Virgo mater, in
conspéctu Dei, ut Ioquáris pro nobis bona, et ut avértat indignatiónem suam a
nobis.
Lembrai-vos, ó Virgem Mãe, de dizer na presença de
Deus, uma palavra boa em nosso favor, para que Ele afaste de nós a sua ira.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Sanctífica, Dómine, quǽsumus,
obláta libámina: et beátæ Dei Genetrícis Maríæ salubérrima intercessióne, nobis
salutária fore concéde. Per eúndem
Dóminum nostrum.
Santificai, Senhor, os sacrifícios que Vos
oferecemos, e pela intercessão tão salutar da Bem-aventurada Maria, Mãe de
Deus, concedei que sejam úteis à nossa salvação. Pelo mesmo Jesus
Cristo.
Communio
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Regína mundi digníssima, María
Virgo perpétua, intercéde pro nostra pace et salúte, quæ genuísti Christum
Dóminum Salvatórem ómnium.
Rainha digníssima do mundo, Maria sempre Virgem,
pedi para nós a paz e a salvação, vós que gerastes o Cristo Senhor, Salvador de
todos.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Adjuvet nos, quǽsumus, Dómine,
gloriósæ tuæ Genetrícis sempérque Vírginis Maríæ intercéssio veneránda: ut,
quos perpétuis cumulávit benefíciis, a cunctis perículis absolútos, sua fáciat
pietáte concórdes: Qui vivis et regnas.
Ajude-nos, Senhor, Vos pedimos, a insigne
intercessão de vossa gloriosa Mãe e sempre Virgem Maria, a fim de que,
havendo-nos enriquecido com incessantes benefícios, livres de todos os perigos,
a sua bondade nos faça viver sempre unânimes. Vós que, sendo Deus, viveis e
reinais.
Meditação
Nossa Senhora do Monte Carmelo
Ó Maria, formosura do Carmelo, tornai-me digno da vossa proteção,
revesti-me com a vossa veste, sede a mestra da minha vida interior.
1 – A SS.ma Virgem é a Mãe que nos reveste de graça,
que toma sob a sua proteção a nossa vida sobrenatural até garantir o seu pleno
desabrochar na vida eterna. Ela, a toda pura, cheia de graça desde o primeiro
instante da sua conceição, toma as nossas almas manchadas pelo pecado, e com um
gesto maternal, lava-as no Sangue de Cristo, reveste-as da graça que,
juntamente com Ele, nos mereceu. Bem podemos dizer que a veste da graça foi
tecida pelas mãos benditas de Maria que, dia a dia, momento a momento, se deu
inteiramente a si mesma, em união com o seu Filho, pela nossa redenção. A lenda
fala da túnica inconsútil que a Virgem teceu para Jesus; mas para nós fez
realmente muito mais: cooperou para nos conseguir a veste da nossa salvação
eterna, veste nupcial com que seremos introduzidos na sala do banquete celeste.
Oh! como Ela quereria que esta veste fosse imperecível! Desde o momento em que
a recebemos, Maria nunca deixou de nos seguir com o seu olhar maternal para
proteger em nós a vida da graça. Cada vez que nos convertemos a Deus, nos
levantamos de uma culpa — grande ou pequena — ou progredimos na graça, sempre o
fazemos por intermédio de Maria. O escapulário que a Senhora do Carmo nos
oferece não é mais do que o símbolo exterior desta sua incessante solicitude
maternal; símbolo, mas também sinal e penhor de salvação eterna. «Recebe, amado
filho – disse a Virgem a S. Simão Stock – este escapulário... quem morrer com
ele não padecerá o fogo eterno». A Virgem assegura a graça suprema da
perseverança final a todos os que usarem dignamente o seu escapulário.
«Quem usa o
escapulário - disse Pio XII - faz profissão de pertencer a Nossa Senhora»;
precisamente por lhe pertencermos, a Virgem tem um cuidado especialíssimo com
as nossas almas: o que é seu não se pode perder, não pode ser trocado pelo fogo
eterno. A sua poderosa intercessão maternal dá-lhe direito a repetir em nosso
favor as palavras de Jesus: «Pai Santo... conservei os que me deste e nenhum
deles se perdeu» (Jo. 17, 12).
2 – A devoção à
Virgem do Carmo é também um premente apelo à vida interior, a essa vida que foi
de modo especialíssimo a vida de Maria. A Virgem quer que sejamos muito mais
semelhantes a Ela no coração e no espírito do que no hábito exterior. Se
penetrássemos na alma de Maria, veríamos que a graça produziu nEla uma imensa
riqueza de vida interior: vida de recolhimento, de oração, de ininterrupta
doação a Deus, de contato contínuo, de união íntima com Ele. A alma de Maria é
um santuário reservado só para Deus, onde nenhuma criatura humana jamais imprimiu
a sua forma, onde reina o amor e o zelo pela glória de Deus e pela salvação dos
homens.
Os que desejam
viver plenamente a devoção a Nossa Senhora do Carmo devem seguir Maria nas
profundezas da sua vida interior. O Carmelo é o símbolo da vida contemplativa,
vida toda dedicada à busca de Deus, toda dirigida para a intimidade divina; e
quem melhor realizou este ideal altíssimo foi a Virgem, Regina decor Carmeli.
«No deserto habitará a equidade, e a justiça terá o seu assento no Carmelo. A
paz será a obra da justiça e o fruto da justiça é o silêncio e a segurança para
sempre. O meu povo repousará na mansão da paz, nos tabernáculos da confiança».
Estes versículos de Isaías (cfr. 32, 16-18) reproduzidos no
Ofício próprio de Nossa Senhora do Monte Carmelo esboçam muito bem o espírito
contemplativo e são, ao mesmo tempo, um belo retrato da alma de Maria,
verdadeiro «jardim» (Carmelo em hebreu significa jardim) de virtudes, oásis de
silêncio e de paz, onde reina a justiça e a equidade, oásis de segurança, todo
envolto na sombra de Deus, todo cheio de Deus. Toda a alma de vida interior,
embora vivendo no meio do ruído do mundo, há de esforçar-se por alcançar esta
paz, este silêncio interior que tornam possível o contato continuo com Deus.
São as paixões e os apegos que fazem barulho dentro de nós, perturbando a paz
do nosso espírito e interrompendo o trato íntimo com o Senhor. Só a alma
completamente desprendida e que domina inteiramente as suas paixões, poderá,
como Maria, ser um «jardim» solitário e silencioso, onde o Senhor encontre as
Suas delícias. É esta a graça que hoje devemos pedir à Senhora, escolhendo-a
para padroeira e mestra da nossa vida interior.
Extraído
do Livro Intimidade Divina — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda
edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.
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